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INDICADORES DE SAÚDE
Albanita Gomes da Costa de Ceballos
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Epidemiologia

• Ramo das ciências da saúde que estuda, na


população, a ocorrência, a distribuição e os
fatores determinantes dos eventos relacionados
com a saúde.
(Pereira, 1995)
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Epidemiologia e seus usos:


• Investigações causais e explicativas

• Análise de situação de saúde

• Avaliação de serviços, programas e tecnologias de


saúde

• Vigilância epidemiológica
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• Quem?

Distribuição. Diferença entre populações

• Quanto?

Magnitude. Ocorrência do evento estudado


• Por que?

Explicação da distribuição e da magnitude.


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Como responder estas perguntas?


• Para se conhecer o estado de saúde mede-se a “não
saúde”.

• Todos os fenômenos observáveis são passíveis de


mensuração.

• Mensuração é o processo de classificar pessoas


considerando suas características ou atributos, ou de
atribuir um valor numérico em relação a um certo padrão
definido para cada uma das unidades de observação.
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Ideias Gerais
• Cada característica ou valor registrado é chamado de
medida ou dado.

Primários
• Dados
Secundários
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Indicadores
• Os indicadores são medidas selecionadas para
representar um fenômeno de interesse ou que não pode
ser observado diretamente.

• Um indicador serve, antes de tudo, para comparação.


Pode se comparar territórios, grupos populacionais ou
períodos de tempo. Por isso, ao usar indicadores, deve-
se pensar na padronização de todas as fases de trabalho:
coleta, armazenamento de dados, manipulação e análise.
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Indicadores de Saúde
• Os indicadores de saúde são medidas diretas que
devem refletir o estado de saúde da população de
um território.

• Segundo a RIPSA (Rede Interagencial de Informação


para a Saúde), podem ser:
• Demográficos;
• Socioeconômicos;
• Mortalidade;
• Morbidade;
• Recursos;
• Cobertura.
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Medidas Básicas
Morbidade

Comportamento das doenças e dos agravos à


saúde em uma população exposta.

Mortalidade
Refere-se ao conjunto dos indivíduos que
morreram num dado intervalo de tempo
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I. Medidas de Morbidade:

• Incidência e Prevalência são medidas de frequência


que medem aspectos da morbidade e são expressas
através da relação entre casos e população.
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I. Medidas de Morbidade:
• Incidência: Reflete a dinâmica com que os casos
surgem. Informa quantos, entre os sadios, ficam
doentes em um dado período de tempo ou quantos
doentes têm uma determinada complicação ou óbito.
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I. Medidas de Morbidade:

• Prevalência: Representa o “estoque” de casos de


uma doença em uma população em um dado tempo.
Aumenta com o aumento da incidência e diminui com
as curas ou óbitos.
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I. Medidas de Morbidade:
Relação entre incidência e prevalência
Doentes

Cura
Sadio

Óbito
Doente
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I. Medidas de Morbidade:
• Incidência = Número de casos novos em T x 100
Número de pessoas expostas ao risco em T

Em 2013 foram confirmados 374 casos de hanseníase em uma cidade


de Pernambuco, com uma população de 1,7 milhões de habitantes.*

A incidência anual da doença foi:

I= 374 / 1.700.000 = 0,00022 ou 0,022%


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I. Medidas de Morbidade:
• Tipos de Incidência:

Quando a população é fixa e se quer obter “parciais” da


incidência, usa-se a Incidência Acumulada ou
Cumulativa.

Ex: 26 casos de leucemia detectados ao longo de 10 anos em uma


população de 520 pessoas expostas à radiação pelo Césio 137.*
Cálculo da Incidência Cumulativa:
26 / 520 = 0,05 ou 5% ou 5 casos por cada 100 habitantes
A medida que o período de observação segue, surgem novos casos
e a incidência do novo período se modifica.

* Pereira, 1995
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I. Medidas de Morbidade:
• Tipos de Incidência:
Quando o período de observação dos sadios foi
diferente usa-se a Densidade de Incidência
calculando pessoa-tempo.

Ex: Uma fábrica de sapatos tem 1800 funcionários e foi realizado um


estudo de dois anos para verificar a ocorrência de dores nas costas.
Depois de um ano de estudo, foram incorporados 200 trabalhadores.
A final do período 120 funcionários, antes sadios, queixaram-se de
dor nas costas.
Pessoa ano= (1800 x 2) + (200x1) = 3600 + 200 = 3800 pessoas ano
DI= n casos / pessoa ano
DI= 120 / 3800 = 0,031 ou 3,1 casos para cada 100 pessoas ano.
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I. Medidas de Morbidade:
• Prevalência = Número de casos em T x 100
Número de pessoas expostas ao risco em T

A Universidade Federal de Pernambuco tem 2600 estudantes em


cursos da área de saúde. Uma pesquisa realizada mostrou
que destes 853 apresentam sintomatologia de TMC. Qual a
prevalência de TMC nestes estudantes?**

P= 853 / 2600 = 0,328 ou 32,8%

A prevalência de TMC nos alunos de saúde da UFPE é de 32,8%

** Dados fictícios
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I. Medidas de Morbidade:
• Tipos de Prevalência:
Prevalência Pontual: Instantânea do tempo
Prevalência no Período: em um dado intervalo de tempo
(semana, mês, ano)
Prevalência toda a vida: ter tido a doença até o momento
do inquérito
Um levantamento apontou que na cidade X, com uma população
igual a 10.000 habitantes, havia no dia 27 de junho de 2010 um
total de 680 infectados pelo HIV. Ao final de um mês (em 27 de
julho de 2010) este número havia se alterado para 713 devido a 13
casos novos e 20 óbitos.
P pontual (27 de junho)= (680/10000)x100 = 6,8 %
P período (1 mês) = (713/10000)x100 = 7,13%
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I. Medidas de Morbidade:
• Importante:

Incidência e Prevalência são


medidas de freqüência.

Razão de Incidência e Razão de Prevalência são medidas


de associação.
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II. Medidas de Mortalidade:


• Os indicadores de mortalidade podem ser definidos
como uma relação entre a frequência absoluta de
óbitos e número de sujeitos expostos ao risco de
morrer.

1. Taxa de mortalidade geral (TMG ou CMG),


2. Taxa de mortalidade por causas (TMC ou
CME),
3. Taxa de mortalidade infantil (TMI ou CMI)
4. Mortalidade proporcional,
5. Coeficiente de letalidade.
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II. Medidas de Mortalidade:


1. Taxa de mortalidade geral:

Número de óbitos concernente a todas as causas em


um determinado tempo (O) em um conjunto
populacional (P).

TMG = O /P
Por mil hab
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II. Medidas de Mortalidade:


TMG nas capitais em 2012
Capital N óbitos Pop TMG(1000hab)

Recife 10.702 1.537.704 6,96


Caruaru 2.033 314.912 6,45
Arcoverde 470 68.793 6,83

* Calculado com dados do Datasus e IBGE

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10pe.def

http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=260120&idtema=16&search=pernambuco|arcoverde|sintes
e-das-informacoes-
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II. Medidas de Mortalidade:


2. Taxa de Mortalidade por Causas ou Específica
(TME)

Corresponde somente ao óbito devido àquela


doença ou agravo (Od) em uma dada
população (P) e tempo.

TME= Od / P
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II. Medidas de Mortalidade:


TME por critérios da CID 10 Recife 2012(por mil hab)*
População de Recife em 2012= 1.537.704 hab

Causa N TME
Causas Externas 1387 0,90
Neoplasia maligna 1774 1,15
Doença ap. Circulatório 3032 1,97

* Calculado com dados do Datasus e IBGE

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10pe.def
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II. Medidas de Mortalidade:


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II. Medidas de Mortalidade:


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II. Medidas de Mortalidade:


3. Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI)

Número de óbitos de crianças menores de um ano


pelos nascidos vivos naquele ano e área. Mede,
portanto, o óbito em menores de um ano.

Conceitos Gerais:
Nascido vivo: produto da concepção com 22 semanas ou mais de gestação,
ou pelo menos 500 gramas, extraído do corpo da mãe com algum sinal de
vida.
Natimorto (ou óbito fetal): produto da concepção com 22 semanas ou mais de
gestação, ou pelo menos 500 gramas, extraído do corpo da mãe sem
nenhum sinal de vida.
Critério de Abortamento : produto da concepção com menos de 22 semanas,
ou menos 500 gramas.
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• O CMI tem dois componentes:

• Mortalidade neo-natal: menores de 28 dias de vida;


• Mortalidade pós-natal: óbitos entre o 28º dia e o 1º ano
de vida.
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II. Medidas de Mortalidade:


4. Mortalidade Proporcional

4a. Razão de mortalidade proporcional

A Razão de Mortalidade Proporcional é dada pelos


óbitos em uma determinada faixa (Ofe) etária pelos
óbitos da população geral(Op).

RMP= Óbitos faixa etária / Óbitos na população


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II. Medidas de Mortalidade:


4b. Curva de mortalidade proporcional

A curva de mortalidade proporcional foi proposta por Moraes


em 1959. É construída pelas razões de mortalidade
proporcional dos grupos:

Infantil (<1 ano),


Pré-escolares (1-4 anos),
Crianças e adolescentes (5-19 anos),
Adultos jovens (20-49 anos),
Adultos e idosos (50 ou mais anos).
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II. Medidas de Mortalidade:


• A curva de mortalidade proporcional pode ser:

Tipo I: Atípica. Óbitos Tipo II: óbitos


concentrados na faixa predominantes na faixa
dos adultos jovens. infantil e de pré-
Características de escolares.
epidemias.
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II. Medidas de Mortalidade:


Tipo III: óbitos ainda Tipo IV: poucos óbitos
predominantes na faixa nas faixas infantil e pré-
infantil e de pré- escolar. Concentração de
escolares, mas menos mortes nos maiores de
acentuados. Aumento 50 anos.
nos óbitos na faixa de 50
e mais anos.
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II. Medidas de Mortalidade:


4c. Mortalidade Infantil Proporcional

MIP = óbitos em menores de um ano / óbitos na


população geral.

4d. Índice de Swaroop e Uemura

ISU= óbitos na população com mais de 50 anos /


óbitos na população geral
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II. Medidas de Mortalidade:


5. Coeficiente de Letalidade:

É específico de cada patologia.

Nº de óbitos entre os acometidos pela doença X


CL:
Quantidade de pessoas com a doença X
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