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Bioestatística e

Epidemiologia
Prof. Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
• Mortalidade
• Facilidade operacional;
• Registro compulsório facilita;
• Base de dados atualizada;
▪ Os indicadores de mortalidade ainda podem ser específicos, como:
▪ Coeficiente de mortalidade por causas especificas= (número de óbitos
por uma causa especifica/número total de indivíduos sob o risco) x
múltiplo de 10, geralmente 100.000;

▪ Coeficiente de mortalidade materna= (número de óbitos por causas


ligadas a gestação, parto e puerpério, área, ano/nascidos vivos no
mesmo período) x múltiplo de 10;
▪ Os indicadores de mortalidade ainda podem ser específicos, como:
▪ Coeficiente de mortalidade infantil = (número de óbitos em menores de um
ano, na área, ano/número de nascidos vivos, na área, ano) x 1000. Este
indicador e sempre multiplicado por mil nascidos vivos, é um parâmetro
universal.

▪ Coeficiente de mortalidade neonatal infantil precoce = (número de óbitos


em recém-nascido do dia zero a 6 dias de nascimento, área, durante o
ano/total de nascidos vivos, área, durante o ano) x 1000.

▪ Geralmente, as mortes são relacionadas com anormalidades congênitas e


infecções intrauterinas;
▪ Os indicadores de mortalidade ainda podem ser específicos, como:

▪ Coeficiente de mortalidade neonatal, tardia = (número de óbitos em recém-


nascidos com sete a 27 dias de nascimento, área, durante o ano/total de
nascidos vivos, área, durante o ano) x 1000.

▪ Coeficiente de mortalidade neonatal, pós-neonatal = (número de óbitos em


recém-nascido com 28 a 364 dias de nascimento, área, durante o ano/total
de nascidos vivos, área, durante o ano) x 1000.
▪ Outros indicadores:

▪ Taxa de letalidade: número de pessoas que morrem por uma doença


dividido pelo número de pessoas com a doença no ano;

▪ Taxa de mortalidade: número de óbitos por uma doença dividido pelo


número de pessoas naquela população (doentes e não doentes) por ano;

▪ Taxa de sobrevivência em cinco anos: % de pessoas vivas em cinco anos


após o início do tratamento ou cinco anos após o diagnóstico da doença.
Esse coeficiente é utilizado para avaliação de tratamentos para câncer;
▪ Outros indicadores:

▪ Sobrevivência observada: sobrevivência observada ao longo do tempo, na


qual se observa o número de indivíduos vivos a cada ano após o início do
tratamento ou da doença;

▪ Mediana do tempo de sobrevivência: extensão do tempo em que a metade


da população estudada sobrevive;

▪ Taxa relativa de sobrevivência: sobrevivência esperada em pessoas com a


doença dividido pela sobrevivência esperada em pessoas sem a doença;
▪ Outros indicadores:

▪ Índice de morbimortalidade: Chamado de multidimensional, e incorpora


tanto o impacto das doenças quanto o dos óbitos que incidem em uma
população.

▪ Podemos selecionar outros para avaliar programas e serviços de saúde,


como a taxa (%) de cobertura populacional, a taxa de imunização em
menores de um ano, o acesso a agua potável, o acesso a esgoto, o acesso
aos serviços de saúde, entre outros;
• Vigilância Epidemiológica
• Explicar a ocorrência de doenças e a
distribuição dos indicadores auxilia
na identificação de causas e de seus
determinantes;

• Base para investigação etiológica e


para as tomadas de decisões;
• Vigilância: atenção/cuidado;
• Vigilância Epidemiológica
• Definição:
• “conjunto de ações que proporciona o
conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes
de saúde individual ou coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos”.
• Vigilância Epidemiológica
• Nível decisório de gestão;
• Mudança perfil epidemiológico da
população;
• Causas de doenças/agravos;
• Dados demográficos,
socioeconômicos, ambientais, de
morbilidade, surtos e epidemias;
• Mas como os epidemiologistas
verificam e analisam a
distribuição dos determinantes
e agravos de eventos ligados à
saúde na população?
• Ex.: medidas de frequências
• Para explorar melhor a ocorrência
das doenças e sabendo-se que os
riscos das doenças são afetados
pelos fatores pessoais, de tempo e
lugar, precisamos perguntar:
• Quem foi acometido pela doença?
• Quando a doença ocorreu?
• De onde surgiram os casos?
• O que é medidas de
frequências/ocorrência?
• Contagem: nº; %; taxa ou proporção
de um evento;
• Evento: óbito, nascimento, doença.
• Em uma população em grupos em
determinado período e local.
• Em relação as populações, é
evidente que as características
do hospedeiro humano, como a
raça, a idade e o sexo,
influenciam a ocorrência das
doenças
• O tempo Quando: periodicidade;
• Pergunta:
“ONDE”

• Distribuição
geográfica
(bairro, cidade,
país, zona rural,
e outros).
• De onde vem as informações?
• Registros;
• Dados contínuos;
• Prontuários médicos;
• Inquéritos epidemiológicos;

• Relação com Bioestatística!


• Mas como medir essas informações?
• Taxas ou proporções;
• Taxas: rapidez de ocorrência de uma
doença na população;
• Proporções: fração da população
afetada por aquele fenômeno.
• Prevalência
• Número de pessoas afetadas por um
fenômeno (doença ou agravo) na
população em um determinado
momento, dividido pelo número de
pessoas na população no mesmo
momento.
• Proporção de pessoas doentes
naquele período estudado.
• Razão entre duas grandezas onde o
numerador está contido no
denominador;
• As quantidades devem ser da mesma
natureza.
• Proporções sempre variam entre 0 e 1;
• Porcentagem = proporção x 100
▪ O coeficiente de prevalência pode ser pontual (com tempo determinado) ou
calculado para um período de estudo;

▪ Taxa de prevalência a cada 1.000 pessoas= n° de casos existentes (novos e


antigos) de uma doença ou outro fenômeno em um período de tempo,
dividido pelo número de pessoas da população naquele mesmo período.

▪ Esse resultado deve ser multiplicado por 1.000.


▪ O coeficiente de prevalência pode ser pontual (com tempo determinado) ou
calculado para um período de estudo (GORDIS, 2009).

▪ Por exemplo: podemos calcular a prevalência de diabetes mellitus entre os


anos de 2000 a 2010.

▪ Portanto, temos o número de casos existentes, num período e área, dividido


pela população naquele mesmo período e lugar;

▪ O resultado pode ser multiplicado por 100, tendo o resultado calculado como
uma porcentagem;
▪ Em um município X (hipotético), durante os anos de 2008 a 2010, existiam
200 casos de diabetes mellitus, e a população total era de 2.000 habitantes.

200
𝑥= = 0,1
2000

X = 0,1.100 = 10% 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑐ê𝑛𝑐𝑖𝑎

▪ Podemos também calcular a prevalência multiplicando o resultado da formula


por 1.000, 10.000, 100.000, um milhão, etc. A escolha do 10n e arbitraria
▪ Exemplo: 200 casos existentes de hipertensão arterial/10.000 pessoas=
0,02 multiplicado por um milhão = 20.000, esta é a prevalência a cada um
milhão de pessoas, mas esse lugar estaria muito longe de ter um milhão de
pessoas.
▪ Ficaria mais expressivo e compreensível fazer o cálculo a cada 10.000 ou
1.000 pessoas, veja:

▪ 0,02 x 10.000= a prevalência e de 200 casos a cada 10.000 pessoas


naquele período ou tempo;
▪ 0,02 x 1.000= a prevalência e de 20 casos a cada mil pessoas naquele
momento ou período.
▪ Dizemos que a prevalência é uma medida de frequência retrospectiva, uma
vez que conta com o número de casos antigos e do presente, refletindo o
passado até o momento da pesquisa (GORDIS, 2009).

▪ Um exemplo de retrospectivo:
▪ Ao realizar um estudo no ano de 2017 e utilizam-se dados dos anos de 2000
a 2015 para verificar a prevalência de uma doença, ou seja, a pesquisa utiliza
dados do passado e do momento da pesquisa.
▪ Na prevalência, não levamos em consideração a duração da doença (GORDIS,
2009), isto é, podemos ter pessoas com 10 a 20 anos de duração de uma
doença, como a artrite reumatoide.
• O Paraná contabiliza três mortes por febre
maculosa nos últimos dez anos, segundo o
Ministério da Saúde. Em toda a região sul,
foram registrados 497 casos da doença, entre
2012 e 2022.

• O Paraná tem apenas um caso confirmado da


febre maculosa, neste ano. O paciente é de Foz
do Iguaçu, na região oeste.
• Outras 43 notificações suspeitas seguem sob
investigação, segundo a Secretaria de Estado
da Saúde.
▪ Exemplos: Para leitura:
▪ COVID – Prevalência (2020)
▪ https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-
noticias/redacao/2020/08/13/covid-em-sp-atinge-mais-pretos-e-pardos-e-
populacao-com-menor-escolaridade.htm

▪ https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/08/13/pesquisa-da-
prefeitura-de-sp-mostra-que-quem-trabalha-fora-de-casa-tem-tres-vezes-mais-
chance-de-se-infectar-por-covid-19.ghtml

▪ 2021
▪ https://www.saopaulo.sp.leg.br/blog/prevalencia-do-novo-coronavirus-na-
populacao-da-capital-e-de-139-aponta-novo-inquerito-sorologico/
• A prevalência pode ser considerada uma
fotografia da doença naquele lugar e tempo,
sendo uma medida estática.

• E também muito útil para medir a frequência


e a magnitude de problemas crônicos, como
a diabetes mellitus, a hipertensão arterial, as
neoplasias e outras doenças de longa
duração ou com longo período de latência,
como a infecção pelo HIV e as hepatites
virais.
Em azul, temos a prevalência de pessoas vivendo com HIV, e
em laranja, a taxa de óbito por AIDS.
• Observamos que a prevalência de HIV
aumentou ao longo dos anos nos EUA, e
devemos lembrar que esta medida de
frequência é ideal para problemas crônicos,
como a infecção pelo HIV, em que os casos
existentes acumulam-se ao longo dos anos e
não apenas são considerados os casos novos.
• Por isso, ao longo dos anos, somam-se os
casos existentes aos novos.
Nº de casos
Novos

Antigos – que
evoluíram
Nº de casos para cura
existentes
(dentro)
Antigos – que
“Antigos”
evoluíram
para óbito
• Porque a prevalência é útil?
• Para avaliar o peso de uma doença na
comunidade, e não pode ser considerada
uma medida de risco;
• Ela é utilizada no planejamento de serviços
de saúde e como ferramenta sugestiva de
fatores etiológicos, pois se trata de uma
medida que se refere ao passado, e não a
dados novos, como a incidência.
▪ Os dados para cálculo da prevalência geralmente são obtidos por inquéritos,
entrevistas, questionários e até por autorrelato, vieses ocorrer, tais como:

▪ A) problemas com os numeradores: quem tem a doença, sintomas, difícil


diagnóstico;

▪ B) problemas com denominadores: contagens seletivas em grupos da


população, deixando para trás, quem vai compor? Erro usar IBGE.
▪ Os dados para cálculo da prevalência geralmente são obtidos por inquéritos,
entrevistas, questionários e até por autorrelato, vieses ocorrer, tais como:

▪ C) problemas com dados hospitalares: as admissões nos hospitais são


seletivas em relação as características pessoais, a gravidade da doença, as
condições associadas, e as políticas de admissão; os registros hospitalares
não são elaborados para pesquisas e podem ser incompletos, ilegíveis ou
perdidos, ou ainda muito variados na qualidade do diagnóstico; a população
do denominador não e geralmente bem definida.
• INCIDÊNCIA
• A incidência e uma medida de frequência
dinâmica, como um filme, e é prospectiva.
• Isso significa que as frequências das doenças
variam conforme se passa o tempo.
• Sem contar os casos antigos, ela mede os
dados do presente e os novos que surgem
prospectivamente.
• INCIDÊNCIA
• Ex.: Um exemplo de prospectivo e quando
se inicia um estudo em 2018 e os dados
são coletados nesse mesmo ano e nos
seguintes, por exemplo até 2020.
• Ou ainda, os dados são coletados do
passado, mas só se contabilizam os casos
novos e não os que persistiram ao longo
dos anos do estudo;
• INCIDÊNCIA
• Qual sua definição?
• O número de casos novos de uma doença
ou agravo que ocorrem um período
determinado de tempo em uma população
que está sob o risco de desenvolver a
doença.
▪ INCIDÊNCIA: Equação

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑛𝑜𝑣𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜


𝑥= . 1000
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑠𝑜𝑏 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜

Denominador: população exposta ao risco (as que já tem doença não podem compor)
Numerador: CASOS NOVOS
• Ex.: Pesquisa da incidência de câncer
de colo uterino.
• Neste caso, o denominador deve ser
composto apenas por mulheres,
homens não tem como.
• Ex.: Se fosse câncer de próstata, não
incluir mulheres no denominador.
• Útil para medir a frequência e a
magnitude de problemas agudos
(dengue, gripe, infecções
parasitarias, alergias).
• As doenças que os geram tem curta
duração e os casos não se mantem
por longo período, não havendo uma
prevalência significativa ao longo de
um ano, por exemplo.
• Para doenças que ocorrem sazonalmente
ou cuja duração dos sintomas e de
semanas ou poucos meses, podemos
utilizar a incidência como medida de
frequência.
• Usamos a incidência quando
pretendemos avaliar a eficácia de uma
vacina (estudos do tipo ensaio clinico);
• Exemplo: Dengue;
• Sintomas : uma semana;
• Indivíduo: caso novo quando está;
• Novamente sob risco, não é considerado
um caso existente, caso novo.
• Após a identificação dos principais
problemas de saúde de uma população,
e preciso perguntar:
• Quais são as causas para que ocorram
os óbitos, as doenças, os agravos?
• Fatores de risco;
• Pesquisador;
• Coleta de dados;
• Experimentação;
• Dentro das pesquisas epidemiológicas,
os principais estudos biomédicos
utilizados para a identificação de fatores
de risco que podem desencadear ou
favorecer o aparecimento de doenças
são os estudos transversais, caso-
controle, coorte e ensaio clinico.
• Dentro das pesquisas epidemiológicas,
os principais estudos biomédicos
utilizados para a identificação de fatores
de risco que podem desencadear ou
favorecer o aparecimento de doenças
são os estudos transversais, caso-
controle, coorte e ensaio clinico.

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