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EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA

EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA

Descrição detalhada da ocorrência de eventos


relacionados com a saúde nas populações
levando-se em consideração:
Variáveis relativas às pessoas
✓Sexo
✓Idade
✓Raça
✓Estado Civil
✓Escolaridade
✓Renda
✓Classe social

✓Estilo de vida
alimentação
fumo e drogas
atividade física
stress

✓Outras – peso ao nascer, situação nutricional, comorbidades


Variáveis relativas às pessoas
Sexo
✓diferenças biológicas e sociais
✓nascem mais meninos
✓mortalidade é mais precoce no sexo masculino
✓diferenças na morbidade e mortalidade

Idade
✓diferenças na quantidade e tipo de agravos e mortes
✓patologias próprias por faixa etária
✓concentração nos extremos

INIQUIDADES EM SAÚDE

▪ Maior exposição às doenças e agravos


Sadio ▪ Menor cobertura com intervenções
preventivas
▪ Maior probabilidade de adoecer
Doença leve ▪ Menor resistência às doenças

▪ Menor acesso a serviços de saúde


▪ Pior qualidade da atenção recebida em
Doença grave
serviços de atenção primária
▪ Menor probabilidade de receber
tratamentos essenciais
Morte ▪ Menor acesso a serviços de nível
secundário e terciário
VICTORA, 2006
Variáveis relativas às pessoas

Sugerem ou evidenciam fatores ou


indicadores de risco:
- Definição de populações vulneráveis
- Priorização da atenção – enfoque de risco
Óbitos por Influenza , Paraná, 2019
Variáveis relativas ao lugar
✓Acompanhar a disseminação de agravos
✓Definição de áreas de risco para intervenção
✓Avaliação de desempenho dos serviços:
comparação de indicadores entre regiões e
serviços (com outros serviços e entre os setores
de um serviço) *

*Cuidados na comparação
• Padronização de coeficientes
• Comparação entre semelhantes
COVID 19 – Incidência , Mortalidade, Letalidade
Painel Covid Curitba, 16 de maio 2021
Dengue , Paraná
Variáveis relativas ao tempo
• Indicar riscos
• Prever a ocorrência de eventos
• Orientar medidas de intervenção
• Avaliar impacto de ações

- tendência - série histórica


(+ou- 10 anos)
- variações cíclicas
- sazonal – diagrama de controle
- variações irregulares (surtos/epidemias)
Variáveis relativas ao tempo
A ocorrência das doenças varia no tempo

Distribuição:
✓Horária ou diária : surtos/epidemias com foco comum
(infecções alimentares)
✓Diária: doenças infecciosas agudas de alta
transmissibilidade
✓ Mensal: sazonalidade (temperatura e pluviosidade)
✓ Anual: noção de tendências de curvas
Internamentos por Síndrome Respiratória
Aguda Grave e diagnóstico de Covid,
Curitiba, março 2020 a maio 2021
SEMANAS
EPIDEMIOLÓGICAS

• Permitem a avaliação sazonal

• Por convenção internacional


as semanas epidemiológicas
são contadas de domingo a
sábado.

• A primeira semana do ano é


aquela que contém o maior
número de dias de janeiro e a
última a que contém o maior
número de dias de dezembro.
Diagrama de Controle
Nº de casos de Meningite por Hemófilos, Curitiba, 1988 a
2012
50

45

40

35

30

25

20

15

10

0
Avaliação no tempo e no espaço permite
classificar a situação de um doença
Endemia:
É a ocorrência de determinada doença que acomete
sistematicamente populações em espaços característicos
e determinados, no decorrer de um longo período, e que
mantém uma incidência relativamente constante,
permitindo variações cíclicas e sazonais
Epidemia:
Ocorrência de um claro excesso de casos de uma doença
em relação ao esperado para uma determinada área ou
grupo específico de pessoas, num particular período de
tempo.
Fonte: http://www.cdc.gov/flu/weekly/
MEDIDAS EM SAÚDE COLETIVA

Para conhecer a distribuição das doenças e


fatores a epidemiologia utiliza diversos
indicadores ou medidas

✓MEDIDAS DE FREQUÊNCIA

✓MEDIDAS DE RESUMO
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA

✓FREQUÊNCIA ABSOLUTA número dos


eventos

✓FREQUÊNCIA RELATIVA
Proporção: número dos eventos em relação ao total de
eventos
Coeficiente ou taxa: número dos eventos em relação a
uma população sob risco no tempo
Razão: número de eventos em relação à outros
eventos (para alguns autores ao total de eventos)
FREQUÊNCIA ABSOLUTA

Óbitos por COVID 19 em alguns estados do Brasil, dados


preliminares até 09/05/202118:00 horas
Óbitos (N)

SP 100.854
RJ 46.442
RS 25.990
PR 23.925
SC 14.095
AM 12.746
ES 9.953

https://covid.saude.gov.br/

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FREQUÊNCIA RELATIVA

Óbitos por COVID 19 e taxa de mortalidade em


alguns estados do Brasil, dados preliminares até
09/05/18:00 horas

Mortalidade
Óbitos (N)
/100mil hab
SP 100.854 219,6
RJ 46.442 269,0
RS 25.990 228,4
PR 23.925 209,2
SC 14.095 196,7
AM 12.746 307,5
ES 9.953 247,7

https://covid.saude.gov.br/

Slide 26
INDICADORES RELATIVOS
(medidas de frequência das doenças)

▪Coeficiente ou taxa
▪Proporção
▪Razão

Slide 27
TERMINOLOGIA

•Razão:

• subconjunto em relação a outro subconjunto

• relação entre duas magnitudes da mesma dimensão em que


numerador e denominador pertencem a categorias mutuamente
excludentes.

Slide 28
Razão

• mais utilizada - razão de sexos:

• Em geral maior quantia no numerador

• Resultado: quantas vezes a mais ocorre o evento nos indivíduos do


numerador com respeito aos indivíduos do denominador.
TERMINOLOGIA

•Proporção/índice:
✓número dos eventos em relação ao total de eventos

✓expressam a freqüência de um evento em relação ao total

✓apresentados, em geral, sob a forma percentual ou seja x100 (%)

✓subconjuntos por idade, sexo, tipo de agravo ou óbito


Slide 30
TERMINOLOGIA
Coeficiente ou taxa:
número dos eventos em relação a uma
população/tempo

✓relação do evento com a população sob risco

✓são medidas de probabilidades

✓num determinado período de tempo e espaço

✓gerais ou específicos por idade, sexo,doença…

✓multiplicar o resultado por uma constante múltiplo de 10: 100,


1.000, 10.000
Slide 31
Razão
Razão de masculinidade na COVID 19 Curitiba

RM= 0,86

Óbitos (2739/2144)

RM= 1,28
Proporção
• Internamentos por COVID 19, Curitiba
Coeficiente ou taxa de incidência de dengue no
Brasil , 2020
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA EM EPIDEMIOLOGIA
As medidas de frequência são definidas a partir de
dois conceitos fundamentais em epidemiologia:

INCIDÊNCIA
✓casos novos de uma
doença

PREVALÊNCIA
✓casos existentes num
determinado período

Fonte:Medronho R.A..Epidemilogia
Incidência

✓Traduz a ideia de intensidade com que acontece a doença na


população.

✓A medida mais simples é a frequência absoluta dos casos


NOVOS das doença: casos incidentes.

✓Indivíduos não doentes no início do período de observação


que no decorrer acabam por adoecer.

✓A medidas de incidência estão necessariamente relacionadas


ao tempo.

✓Expressa o risco da população adoecer


Incidência

Coeficiente de Incidência
(Incidência acumulda) =

No de casos novos de uma doença


x 10n
CONSTANTE DE
população exposta ao risco de adoecer
MULTIPLICAÇÃO
num período de tempo definido
Prevalência

✓“Termo que descreve a força com que subsistem as


doenças” - casos existentes ( casos antigos + casos novos)

✓ A medida mais simples é a freqüência absoluta dos casos


das doenças= casos prevalentes.

✓A prevalência de uma doença é determinada pela sua


incidência e duração
✓Valioso instrumento para o planejamento em saúde –
previsão de recursos (dimensionar doenças e fatores de
risco)
Prevalência

Prevalência pontual =

No de casos existentes no ponto ou no momento

População no ponto ou no momento x 10n

- Medida utilizada na realização de inquéritos, screening..


Prevalência

Prevalência no período =

No de casos antigos (casos prevalentes no início do período)+


casos novos de uma doença no período*

População x 10n
num determinado período
GRÁFICOS
Variáveis quantitativas
contínuas -medidas de
resumo

Boxplot – Diagrama de caixa

11

10

9
HbA

5
Diabética Normal Tol_Diminuída
GRÁFICOS

Variáveis quantitativas contínuas -medidas de resumo

Gráficos de médias/proporções e intervalos de confiança de


95%
Pressão arterial média e IC Proporção e IC de adultos que
segundo idade praticam atividade física no nível
recomendado
RESUMO – Epidemiologia Descritiva

✓ Quem , quando, onde


✓ Medidas de frequência das doenças: dados
absolutos x dados relativos (taxa, proporção, razão)
✓ Medidas de resumo: média e mediana , DP, quartis
✓ Apresentação em tabela e gráficos

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