Indicadores de saúde
INTRODUÇÃO
São medidas-síntese que contêm informação relevante
sobre determinados atributos e dimensões do estado de
saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde.
Em conjuntos, devem refletir a situação sanitária de
uma população e servir para a vigilância das condições de
saúde.
SÃO MEDIDAS QUE SERVEM PARA:
- analisar a situação atual de saúde;
- fazer comparações;
- avaliar mudanças ao longo do tempo;
- avaliar a execução das ações de saúde;
INDICADORES USADOS EM SAÚDE PÚBLICA NO
BRASIL
- demográfico
- socioeconômico
- mortalidade*
- morbidade e fatores de risco*
- recursos (ex: quantidade de médicos por habitantes)
- cobertura
PODEM SER EXPRESSOS EM
- Números absolutos
- Números relativos
Podem ser expressos como: índices*, razões, proporções*,
taxas ou coeficientes* e medidas de tendência central
(média, mediana e moda)
Números absolutos ele fala pontualmente que tem por
exemplo 60 casos de tuberculose no município de Marília,
mas ele não faz a relação com o tamanho do grupo
populacional entre os quais esses casos estão distribuídos,
assim não tendo uma ideia da magnitude do problema
COEFICIENTES OU TAXAS
São valores que originam da divisão de um NUMERADOR
(número de eventos ocorridos) por um DENOMINADOR
(população exposta ao evento)
- O número obtido nessa divisão é chamado de
COEFICIENTE ou TAXA (exemplo: coeficiente de
mortalidade).
EX; x casos de covid
população total
Geralmente existe um expoente 𝟏𝟎n pois dependendo do
tamanho do grupo populacional no qual quer fazer aquela
inferência vamos multiplicar por 1.000, 10.000 vai aumentando
o número de 0 a partir do tamanho do grupo no qual eu
quero calcular aquele indicador.
OBS: não se preocupem porque os problemas já dão isso.
Geralmente pedem: calculem a taxa de incidência da
doença tal, na população tal, do ano tal a cada 1.000
habitantes (Você já vai multiplicar por esse valor que é
dado ali)
- Temos alguns que já são fixos por exemplo mortalidade
infantil costuma-se calcular a cada 1.000 nascidos vivos.
Mortalidade materna também, pois é a melhor projeção
que eles chegaram nesse indicador.
ÍNDICES OU PROPORÇÕES
Os índices são proporções, comparações entre um
subconjunto (no numerador) e o conjunto (no
denominador), nas mesmas unidades.
O número obtido nesta divisão é chamado de índices e
são expressos em percentuais.
EX; mortalidade proporcional por idade.
COEFICIENTES MAIS USADOS NA AREA DA SAÚDE
- MORBIDADE: prevalência e incidência
- MORTALIDADE: mortalidade geral, mortalidade por
causas, mortalidade materna e infantil, mortalidade
proporcional por idade (%), letalidade (índice%).
 TAXA DE INCIDÊNCIA

- Mostra a intensidade com que acontece uma doença

numa população
- Mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de
casos novos de doença na população.
- Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer
- Pode ser calculado em períodos de tempos variáveis
(dia, semana, mês e ano)
N° de casos novos de tal doença x 10n
população total

Como calcular a incidência nesse caso?

- Doenças curtas a incidência tende a ser mais alta
7 casos x 100.000 = 14
50.000
EX: COVID
Como calcular a prevalência?
36.965 X 10.000 = 1.547,4
11 casos x 100.000 = 22
238.882
50.00
TAXA DE PREVALÊNCIA
O verbo prevalecer significa ser mais, ter mais valor,
predominar.
- A prevalência indica o total de casos de uma doença
num dado momento temporal. Refere-se aos casos
LETALIDADE
antigos e aos novos.
- Pode ser calculado em períodos de tempo variáveis - Índice que mede o poder da doença em determinar a
morte.
N° casos totais da doença x 10n
- Pode informar sobre a qualidade da assistência médica
população total
prestada para esta doença.
EX: COVID 36965 – 35954 – 955 X 10.000 = 2,34 N° óbitos x 100
238.882 (população) N° de doentes
casos recuperados mortos
-Doenças crônicas a prevalência tende a ser mais alta
EX: Covid
- Prevalência influenciada pela própria incidência; quanto
Letalidade Brasil: 603.324 óbitos x100 = 2,8%
maior o número de casos novos maior o número da
21.642.194 casos
prevalência.
OBS: quando desenvolve uma droga que ela evita a Letalidade Marília: 955 óbitos x100 = 2,6%
morte do paciente, mas ela não cura, ela vai diminuir a 36.965 casos
prevalência da doença? – Não vai diminuir pois as
COEFICIENTES DE MORTALIDADE GERAL
pessoas vão continuar tendo a doença, ou seja, diminui
apenas a letalidade por aquela doença. - Mede o risco de morte por todas as causas em uma
população de um dado local e período.
N° de óbitos em dado local e período x 10n
População do mesmo local período
EX: 908.882 x 1.000 = 5,7
157.000.000
(Em cada 1000 pessoas 5,7 morreram)

COEFICIENTES DE MORTALIDADE POR CAUSA
- Mede o risco de uma pessoa de determinada população
morrer por determinada doença ou por agrupamento de
causas (doenças respiratórias).
N° de mortes por tal doença x 10n
população do mesmo local/ período
EX: AIDS
249.613 X 1.000 = 1,5
157.000.000
(A cada 1.000 pessoas 1,5 morrem por AIDS)
COEFICIENTES DE MORTALIDADE MATERNA
- Morte materna: é a morte de uma mulher durante a
gestação ou até 42 dias após o término da gestação,
independente da duração, localização da gravidez, devida
a qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez
que não sejam causas acidentais.
N° óbitos por causas maternas x 10n (geralmente 1.000)
N° de nascidos vivos
- Hoje: 64,5 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos
- Meta ONU: redução da taxa em 50% (30/100 mil
nascidos vivos).
- Principais causas: pré-eclâmpsia, hemorragia, infecções
e abortos provocados.
- O Norte do país possui o maior índice: 88,9 para cada
100 mil nascidos vivos (Pará lidera).
- 92% dessas mortes são consideradas evitáveis.
MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS
- Causas externas: acidentes e violências
- Uso: analisar variações geográficas e temporais da
mortalidade especifica por causas externas, identificando
tendências e situações de desigualdade que possam
demandar a realização de estudos especiais:
N° óbitos por causas externas x10n
população total
COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL CMI
- Morte infantil: é ocorrida durante o primeiro ano de
vida.
- Divide-se em mortalidade neonatal precoce (0 a 6
dias), neonatal tardia (7 a 27 dias) e pós neonatal (28 a
364 dias).
- Avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento
socioeconômico da população.
- Subsidiar processos de planejamento, gestão e
avaliação de políticas e ações de saúde voltadas para
atenção ao pré natal e ao parto, bem como para
proteção as saúde infantil:
CMI: N° de óbitos em < de 1 ano em dado local/ período x 1.000
N° nascidos vivos no mesmo local/ período
ksksk
- Brasil hoje: 12,4 óbitos a cada mil nascidos vivos
- Meta OMS: 25/1.000 nascidos vivos
- O que melhorou aqui para baixar os coeficientes de
mortalidade infantil? – Melhoria em vários indicadores,
exemplo; vacinação, cobertura de pré-natal,
saneamentos básicos, entre outros.
COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL NEONATAL
- Morte neonatal: É ocorrida no período neonatal, isto
é, entre 0 e 28 dias incompletos após o nascimento.
N° de óbitos em < de 28 dias x 1.000
N° nascidos vivos
- Mede o risco de morte para crianças menores de 28
dias.
-A morte neste período está relacionada às causas
perinatais e anomalias congênitas.
- Brasil hoje: 12/1.000 nascidos vivos
 COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL PÓS NEONATAL
- Mede o risco de morte para crianças com idade entre
28 dias e < de 1 ano.
- As doenças infecto-parasitárias – 1° lugar
- Estão ligada ao saneamento básico, higiene, violência
infantil.
- Este indicador nos permite avaliar as ações básicas de
saúde e condições de vida da população.
N° de óbitos de crianças de 28 a < 1 ano x 1.000
N° de nascidos vivos
° COEFICIENTE DE NATALIDADE
- Expressa a frequência anual de nascidos vivos
- A taxa bruta de natalidade é influenciada pela
estrutura da população, quanto a idade e sexo.
- Taxas elevadas estão em geral associadas a baixas
condições socioeconômicas e culturais da população.
N° de nascimentos x 1.000
população da área
TAXA DE FECUNDIDADE
- Representa a condição reprodutiva média de mulheres,
sendo este o principal indicador da dinâmica demográfica.
- Taxas inferiores a 2,1 indicam fecundidade insuficientes
para assegurar a reposição populacional.
- O decréscimo da taxa pode estar associado a vários
fatores: urbanização crescente, redução da mortalidade
infantil, melhoria do nível educacional, ampliação do uso de
métodos contraceptivos, maior participação da mulher
na força de trabalho e instabilidade de emprego.
N° nascidos vivos x 1.000
população feminina 15-49 anos
TENDÊNCIAS MUNDIAIS/2020
- Estudo prevê queda brusca na taxa de fecundidade
mundial. O que isso representa?
- Espanha, Japão e Tailândia são alguns dos países que
terão suas populações reduzidas pela metade até 2100.
- Em 1950, as mulheres tinham, em média 4,7 filhos.
- Esse número passou para 2,4 em 2017 e pode chegar
ao valor de 1,7 até o final do século.
EXPECTATIVA DE VIDA
- Número médio de anos de vida esperados para um
recém-nascido, mantido o padrão de mortalidade
existente na população residente, em determinado
espaço geográfico, no ano considerado.
- Usos: analisar variações geográficas e temporais da
natalidade
- Subsidiar processos de planejamento, gestão e
avaliação de políticas públicas relativas à atenção
materno-infantil
- Possibilitar o cálculo do crescimento vegetativo ou
natural da população, subtraindo-se, desta taxa, a taxa
bruta de mortalidade e a taxa liquida migratória
- Contribuir para estimar o componente migratório da
variação demográfica, correlacionando-se o crescimento
vegetativo com o crescimento total da população.
ÍNDICES DE MORTALIDADE PROPORCIONAL POR IDADE
- Mede a participação dos óbitos em cada faixa etária.
- Contribui para a avaliação dos níveis de saúde da
população
N° de óbitos por faixa etária x 100
N° total de óbitos
RAZÃO DE MORTALIDADE PROPORCIONAL OU INDICE DE
SWAROOP-UEMURA
- Excelente indicador do nível de vida
- Esta taxa dispensa, para o seu cálculo, os dados
populacionais (fornecidos pelos censos ou projeções
baseados em seus resultados, podendo ser calculada em
qualquer período)
- Utilizamos para comparar diversas regiões
N° de óbitos em pessoas de 50 ou + x 100
Total de óbitos
CLASSIFICAÇÃO
- 1° NÍVEL: índice igual ou superior a 75% (Suécia, EUA,
Japão)
- 2° NÍVEL: variando de 50 a 74% (Brasil, Costa Rica)
- 3° NÍVEL: variando de 25 a 49% (EL Salvador,
Guatemala)
- 4° NÍVEL: com valores inferiores a 25% (75% ou mais
dos óbitos ocorrem em pessoas com menos de 50 anos-
subdesenvolvimento)
 CURVA DE NELSON MORAES
- Esta curva foi proposta por Moraes após um estudo
no Brasil onde se justifica a escolha de 5 grupos etários
por apresentarem valores bem distintos na maioria dos
locais estudados. Os grupos são:
- Menores de 1 ano (óbitos infantis)
- 1 a 4 anos (óbitos em pré escolas)
- 5 a 19 anos (óbitos em escolares e adolescentes)
- 20 a 49 anos (óbitos em adultos jovens)
- de 50 anos e + (óbitos em adultos de meia-idade e
velhos).
N° óbitos (< 1 ano) (1-4) (5-19) (20-49) (50+) x 100
Total de óbitos
- Fazer um cálculo para cada faixa etária