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ROTEIRO DO
LABORATÓRIO
MORFOFUNCIONAL
CURSO DE MEDICINA

Orientadores:
Aécio Braga
Anivaldo Junior
Ermilton Freitas
Arannadia Barbosa

EPIDEMIOLOGIA

Objetivos:
1. Conceituar importantes termos utilizados na Epidemiologia;
2. Caracterizar e entender as medidas de frequência de doenças;
3. Conhecer os principais sistemas de notificações de doenças;
4. Caracterizar os principais protozoários causadores de doenças.

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1) Conceituar importantes termos utilizados na Epidemiologia;
a) Epidemiologia:
A epidemiologia pode ser definida como o ramo da ciência destinado a estudar “tudo sobre a
população”. A origem da palavra é proveniente do grego – epi (sobre) + demos (população) + logia
(estudo). Epidemiologia – Martins.
É o estudo da distribuição e dos fatores determinantes da frequência de uma doença (ou outro
evento). Isto é, a epidemiologia trata de dois aspectos fundamentais: a distribuição (idade, sexo,
raça, geografia etc.) e os fatores determinantes da frequência (tipo de patógeno, meios de
transmissão etc.) de uma doença. Parasitologia Humana – Neves.
Objetivos
• descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas;
• identificar e entender o agente causal e fatores relacionados aos agravos à saúde;
• identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças;
• estabelecer metas e estratégias de controle;
• estabelecer medidas preventivas;
• auxiliar no planejamento e desenvolvimento de serviços de saúde ao elencar as prioridades
b) Morbidade:
Denomina-se morbidade à ocorrência de doenças e agravos à saúde em uma dada população.
Os indicadores de morbidade são genericamente definidos como proporção entre número de casos
de uma doença e a população (número de habitantes ou de pessoas que estão expostas à doença
em um lugar e tempo definidos). Epidemiologia e Saúde – Almeida.
Expressa o número de pessoas doentes com relação a população. Exemplo: na época do inverno,
a morbidade da gripe é alta [isto é, o número de pessoas doentes (incidência) é grande].
Parasitologia Humana – Neves.

c) Mortalidade:
A mortalidade se refere ao número de óbitos que ocorreram em determinada população, em
determinado período de tempo.
Determina o número geral de óbitos em determinado período de tempo e com relação a população.
Exemplo: em Belo Horizonte morreram 1 .O32 pessoas no mês de outubro de 2004 (acidentes,
doenças etc.). Parasitologia Humana – Neves.
Define-se genericamente a taxa de mortalidade como a proporção entre a frequência absoluta de
óbitos e o número de indivíduos expostos ao risco de morrer (população exposta), no mesmo
período de referência e no mesmo local. Epidemiologia – Martins.

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d) Fecundidade:
A fecundidade é um indicador de saúde que estima a média do número de filhos que uma mulher
teria até o final do seu período fértil. Sendo assim, esse indicador mensura a condição de
reprodução média das mulheres em um determinado local. Essa medida é útil para comparações
entre grupos populacionais, avalia tendências demográficas cujo conhecimento se faz necessário
para o planejamento das políticas públicas de saúde.
o conceito de Coeficiente geral de fecundidade (CGF) é a razão entre o número médio de nascidos
vivos tidos por mulher em idade fértil de uma população e calculado diretamente por meio de
estudos censitários pelo somatório dos coeficientes de fecundidade específicos por idade.
Epidemiologia – Martins.
CGF = Número de nascidos vivos em uma determinada área no ano
População de mulheres em idade fértil no mesmo período) × 1000.
e) Incidência:
A incidência de uma doença expressa a dinâmica com que os casos aparecem no grupo. Por
exemplo, ela informa quantos, entre os sadios, se tornam doentes em dado período de tempo, ou
então quantos, entre os doentes, apresentam complicação ou morrem, decorrido algum tempo.
Portanto, a incidência de doenças, em uma população, significa a ocorrência de novos casos
relacionados à unidade de intervalo de tempo, seja ele dia, semana, mês ou ano.
Define-se taxa de incidência como a proporção entre o número de casos novos de uma doença,
ocorridos em um intervalo de tempo determinado, e a população exposta ao risco de adquirir a
referida doença no mesmo período, e no mesmo local, multiplicado o resultado por uma potência
de 1O. Epidemiologia – Martins.

f) Prevalência:
Descreve a força com que subsistem as doenças na coletividade. Portanto, trata-se de um indicador
de morbidade. A taxa de prevalência, por sua vez, indica uma medida que permite estimar e
comparar, no tempo e no espaço, a ocorrência de determinada doença em relação a variáveis
referentes à população, como idade ou grupo etário, gênero, ocupação, etnia, entre outras. A
prevalência, em outras palavras, representa o estoque de casos, ou seja, a proporção da população

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que apresenta dada doença. Ela aumenta com os casos novos e decresce com os casos de cura
ou de óbito. Epidemiologia – Martins.
A taxa de prevalência pode ser definida como a relação entre o número de casos conhecidos de
dada doença e a população, multiplicando o resultado pela base referencial da população, expressa
usualmente como potência de 10, ou seja: 1.000, 10.000 ou 100.000.

g) Surto:
É uma ocorrência epidêmica, na qual, os casos estão relacionados entre si, atingindo uma área
geográfica delimitada ou uma população restrita.
h) Epidemia:
É doença geralmente infecciosa, de caráter transitório, que ataca simultaneamente grande número
de indivíduos em uma determinada localidade. Epidemiologia – Martins.
i) Endemia:
É a ocorrência habitual de uma doença ou de um agente infeccioso, em determinada área
geográfica; pode significar, também, a prevalência usual de determinada doença nessa área.
Epidemiologia – Martins.
j) Pandemia:
É epidemia de grandes proporções, atingindo grande número de pessoas em uma grande área
geográfica (um ou mais continentes). Epidemiologia – Martins.
k) Risco:
Em um contexto epidemiológico, risco é entendido como a probabilidade futura da ocorrência de
um efeito adverso em determinada população exposta a circunstâncias específicas em determinado
intervalo de tempo. Epidemiologia – Martins.
l) Fatores de risco:
O termo fator de risco é usado para designar as características ou circunstâncias relacionadas com
o aumento da probabilidade de estabelecimento de um agravo. Epidemiologia – Martins.
m) Notificação:
Notificação de casos: é o procedimento medular da vigilância por meio do qual os serviços de saúde
informam de modo rotineiro e obrigatório a autoridade sanitária sobre a ocorrência de eventos
sujeitos à vigilância.
n) Subnotificação:
Acto ou efeito de subnotificar ou de notificar menos do que seria esperado ou devido
(ex.: subnotificação da doença; subnotificação de acidentes de trabalho).

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o) Epidemiologia descritiva:
Tem como base a tríade o tempo, o lugar e as pessoas. Ela se preocupa em realizar descrições
gerais relativas à relação de determinada doença com características básicas, como idade, sexo,
etnia, ocupação, classe social e localização geográfica, dentro de determinado período de tempo.
Ela sempre é observacional, nunca experimental. Um exemplo bastante atual é o levantamento do
número de recém-nascidos que foram afetados no Brasil pela epidemia do vírus Zika no ano de
2015. Como podemos visualizar, é feita uma observação da distribuição de determinada doença,
mas em nenhum momento nesse exemplo se cogitou a intervenção por meio de uma
experimentação científica. Somente é realizada uma coleta de dados. Embora ela apenas descreva
os dados, a epidemiologia descritiva é um antecedente necessário da epidemiologia analítica.
Epidemiologia – Martins.
p) Epidemiologia analítica:
Tem como base a tríade hospedeiro, ambiente e agente. Por meio do estudo epidemiológico
analítico, subconjuntos de uma população definida podem ser identificados, classificando quem
esteve, está ou estará exposto ou não exposto - ou exposto em diferentes graus - a um ou mais
fatores que acarretarão no desfecho final – seja ele saúde ou doença. Assim, como exemplo,
podemos citar novamente a epidemia do Zika. Por meio de estudos, verificou-se que o vírus
(agente) é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que se localiza em regiões mais quentes, por
isso afetando mais determinadas regiões do país que outras. Além disso, os hospedeiros
vertebrados do vírus são humanos e macacos tendo como consequência a ocorrência de
microcefalia congênita quando transmitido a gestantes e seus fetos. Epidemiologia – Martins.

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2) Entender as medidas de frequência de doenças (Incidência e prevalência) / (Mortalidade,
Morbidade e Fecundidade);

a) A Incidência caracteriza o estado de transição de não doente para o estado de doente.


A partir do exemplo abaixo, cite outros exemplos que se observe essa medida
(Incidência):
Ex: “Em 2015, foram registrados 505 casos de Leishmaniose visceral. Em 2016 o índice cresceu,
sendo contabilizados 640 casos.”
O número de casos de raiva humana para os anos de 1999 a 2006 (Quadro 10.3) é um exemplo
do uso da incidência medida pela frequência absoluta de casos.

b) A prevalência descreve a carga de doença (casos antigos + casos novos) existente


nessa população, sendo proporcional ao tempo de duração da doença.
Dada pela razão;
nº de indivíduos doentes (novos + antigos) em t
P= = %
nº total de indivíduos da população em t

A partir dos dados do texto abaixo, construa uma tabela e obtenha a prevalência de cada doença
e a taxa de mortalidade;
“Em 1700 puérperas no Hospital Geral, foram verificadas algumas doenças congênitas, destacadas
abaixo”:
SÍFILIS → n=75 (3 óbitos)
HIV → n= 42 (14 óbitos)
TOXOPLASMOSE → n=38 (8 óbitos)
RUBÉOLA → n= 25 (0 óbito)

DOENÇA N PREVALÊNCIA MORTALIDADE LETALIDADE


𝟕𝟓 𝟑 𝟑
SÍFILES 75 𝑷= → 𝟒, 41 𝑴= → 𝟎, 𝟏𝟖 𝑳= → 𝟒
𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟕𝟓

𝟒𝟐 𝟏𝟒 𝟏𝟒
HIV 42 𝑷= → 2,47  𝑴= → 𝟎, 𝟖𝟐 𝑳= → 𝟑𝟑, 𝟑𝟑
𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟒𝟐
𝟑𝟖 𝟖 𝟖
TOXOP. 38 𝑷= → 2,23 𝑴= → 𝟎, 𝟒𝟕 𝑳= → 𝟐𝟏, 𝟎𝟓
𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟑𝟖
𝟐𝟓 𝟎 𝟎
RUBÉOLA 25 𝑷= → 𝟏, 𝟒𝟕 𝑴= → 𝟎 𝑳= → 𝟎
𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟏𝟕𝟎𝟎 𝟐𝟓

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3. A imagem abaixo demonstra a ocorrência da doença em 150 indivíduos em risco, de 2002
a 2004, com base nessas informações, calcule a incidência e prevalência para cada ano
(2002, 2003 e 2004), admitindo as cruzes como sendo “morte do indivíduo” para incidência
e “cura do indivíduo” para prevalência (obs: cada barra na vertical representa uma avaliação
transversal ou seja, o período em que foi avaliada a prevalência, enquanto o que se observa
entre as barras compreendem os casos novos).

5
𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 2002 = → 3,33%
150
5
𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 2002 = → 3,42%
150 − 4

𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 2003 = 7 → 4,66


150
𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 2003 = 7 → 4,93
146 − 4
5
𝑝𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 2004 = → 3,33
150
7
𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 2003 = → 5,18
142 − 7

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4. “Na localidade de Dourado, em 31/12/2017, haviam 800 casos de diabetes. Nessa
localidade, durante o ano de 2018, foram diagnosticados 110 novos casos dessa doença
entre seus habitantes. Neste mesmo ano, 42 pessoas dos casos antigos faleceram pela
doença, e 100 pessoas livres da doença se mudaram para a cidade. A população estimada
de Dourado era de 150.000 pessoas ao final de 2017. Pergunta-se:

● Qual a incidência de diabetes em Dourado em 2018 (incluir resultado em percentual)?


𝟏𝟏𝟎 𝟏𝟏𝟎
𝒊𝒏𝒄𝒊𝒅𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 = → → 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟕𝟑 𝑶𝑼 𝟎, 𝟎𝟕𝟑
𝟏𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎 + 𝟏𝟎𝟎–42 𝟏𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎 + 𝟏𝟎𝟎-4 2

● Qual a prevalência dessa doença em 31/12/2017 (incluir resultado em percentual)?


𝟖𝟎𝟎
𝑷𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 = = 𝟎, 𝟎𝟎𝟓𝟑𝟑 𝑶𝑼 𝟎, 𝟓𝟑
𝟏𝟓𝟎.000
● Qual a prevalência dessa doença em 31/12/2018 (incluir resultado em percentual)?

𝟖𝟎𝟎 + 𝟏𝟏𝟎 − 𝟒𝟐 → 𝟎, 𝟎𝟎𝟓𝟕𝟖 𝑶𝑼 𝟎, 𝟓𝟖


𝑷𝒓𝒆𝒗𝒂𝒍𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 =
𝟏𝟓𝟎.𝟎𝟎𝟎 + 𝟏𝟎𝟎- 42

OBS: Admita como resposta duas casas decimais, e faça o arredondamento:


Se o algarismo anterior ao da casa decimal que você quer arredondar for maior ou igual a 5,
devemos aumentar 1 na casa decimal escolhida para o arredondamento. Se o número for menor
do que 5, é só tirarmos as casas decimais que não nos interessam, e o número não se altera.

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5. Cite os principais sistemas de notificações do Brasil e suas respectivas finalidades.

Para o Ministério da Saúde, os principais sistemas de informações correspondem ao de


mortalidade (SIM), de nascimento (SINASC), ambulatorial (SIA-SUS), de internações hospitalares
(SIH), de notificações de doenças (SINAN), de atenção básica (SIAB), estes para níveis
populacionais.
SINAN – O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) tem como objetivo coletar,
transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica
das três esferas de governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o processo de
investigação e dar subsídios à análise das informações de vigilância epidemiológica das doenças
de notificação compulsória.
SIM – objetivo é captar dados sobre os óbitos do país a fim de fornecer informações sobre
mortalidade para todas as instâncias do sistema de saúde. O documento de entrada do sistema é
a Declaração de Óbito (DO), padronizada em todo o território nacional.
SINASC – objetivo de coletar dados sobre os nascimentos informados em todo território nacional
e fornecer dados sobre natalidade para todos os níveis do Sistema de Saúde.
SAI-SUS – Objetivo transformar os dados ambulatoriais em informações relevantes para subsidiar
a tomada de decisões em saúde.
SIH – A finalidade do AIH (Sistema SIHSUS) é a de transcrever todos os atendimentos que
provenientes de internações hospitalares que foram FINANCIADAS PELO SUS, e após o
processamento, gerarem relatórios para os gestores que lhes possibilitem fazer os pagamentos
dos estabelecimentos de saúde. A finalidade do AIH (Sistema SIHSUS) é a de transcrever todos
os atendimentos que provenientes de internações hospitalares que foram FINANCIADAS PELO
SUS, e após o processamento, gerarem relatórios para os gestores que lhes possibilitem fazer os
pagamentos dos estabelecimentos de saúde.
SIAB – centra-se em agregar, armazenar e processar as informações relacionadas à Atenção
Básica (AB) usando como estratégia central a Estratégia de Saúde da Família (ESF).

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6. Defina tríade epidemiológica/ecológica e descreva a sua importância para o diagnóstico e
controle de doenças.

A tríade epidemiológica é um modelo que permite avaliar a causalidade e interações de agentes


que espalham uma doença infecciosa. A tríade é uma metodologia que caracteriza doenças
infecciosas, pois identifica a interação entre agente ambiental, vírus e hospedeiro.

Os estudos epidemiológicos concentram-se na determinação de causas, transmissão, registros


clínicos históricos, para conhecer os fatores ambientais que, em interação com o vírus, criam um
ambiente para a reprodução de doenças infecciosas no hospedeiro. Cada doença epidemiológica
é diferente, portanto, o ambiente que a apoia é complexo e pode variar para criar o ambiente.

O agente é o fator cuja presença é essencial para ocorrência da doença; o hospedeiro é o


organismo capaz de ser infectado por um agente, e o meio ambiente é o conjunto de fatores que
interagem com o agente e o meio ambiente.

Para que a interação aconteça é necessário que o hospedeiro seja suscetível. Fatores de
suscetibilidade humana são determinados por uma variedade de fatores, incluindo os biológicos,
genéticos, nutricionais e imunológicos. Os fatores do hospedeiro que podem ser associados ao
aumento.

O meio ambiente, conjunto de fatores que mantêm relações interativas entre o homem e o agente
etiológico, pode ser classificado em biológico, social e físico: Meio ambiente biológico: inclui
reservatórios de infecção, vetores que transmitem as doenças (moscas, mosquitos, triatomíneos),
plantas e animais. Meio ambiente social: é definido em termos da organização política e econômica
e da inserção do indivíduo dentro da sociedade. Meio ambiente-físico: inclui situação geográfica,
recursos hídricos, poluentes químicos, agentes físicos e ambientais, que são os seus componentes.
Temperatura, umidade e pluviosidade são variáveis climáticas que mais de perto se relacionam
com as doenças. Parasitologia Humana – Neves.

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7. Defina vigilância epidemiológica, e indique as suas funções.
Vigilância Epidemiológica é definida pela Lei n° 8.080/90 como “um conjunto de ações que
proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.
O objetivo principal é fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde,
que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e
agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas
doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população
definida.

Sistema de coleta, análise e disseminação de informações relevantes para a prevenção e o controle de


um problema de saúde pública. Epidemiologia - Teoria e Prática – PEREIRA

As variações de frequência de uma doença são imediatamente notadas quando, em curto prazo, o
número de casos assume valores excepcionalmente altos ou baixos; por exemplo, as epidemias
explosivas, consequentes à intoxicação alimentar. Na maioria das vezes, porém, as mudanças de
incidência das doenças não são assim tão nítidas. Com a finalidade de detectar variações de
tendências, traçar o perfil de doenças e problemas julgados prioritários, e agir em função deste
diagnóstico, a sociedade custeia um sistema conhecido como “vigilância epidemiológica”.

As informações produzidas pelo sistema de vigilância epidemiológica funcionam como um mecanismo


de alerta, continuado, sobre a incidência de determinados agravos à saúde. O seu objetivo geral é gerar
a informação pertinente e promover o seu uso com o propósito de tomar medidas para melhorar a saúde
pública.10 Os principais objetivos específicos da vigilância epidemiológica são os seguintes:

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• informar sobre a magnitude e a distribuição dos agravos à saúde, na população, usualmente em
termos de morbidade e mortalidade; os dados produzidos pela vigilância epidemiológica são muito úteis
para apontar os grupos mais afetados ou sob alto risco de adoecer, a variação geográfica dos casos (ou
a progressão regional de uma doença) e a tendência do evento com o passar do tempo;
• recomendar ou iniciar ações oportunamente, a fim de circunscrever o problema, se possível, na
fase inicial de expansão, reduzir os seus níveis de morbidade e mortalidade, ou até mesmo eliminar o
agravo à saúde, na localidade. Em algumas condições, o objetivo das ações é evitar a disseminação da
doença para áreas indenes, como ocorre na vigilância do dengue;
• avaliar medidas de saúde pública; por exemplo, o impacto de campanhas de vacinação ou a
proteção e a segurança conferidas por um produto, como vacinas e medicamentos (reações colaterais,
resistência adquirida etc.)

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8. Utilizando livros citados nas referências do roteiro, monte um quadro, dos principais protozoários que acometem o trato intestinal
(Entamoeba histolytica e Giardia lamblia), o trato urogenital (Trichomonas vaginalis), sangue e tecido (Plasmodium, Toxoplasma gondii,
Trypanosoma cruzi e Leishmania).
Indique no quadro qual doença o protozoário causa e o modo de transmissão.
LOCAL PROTOZOÁRIO CAUSA TRANSMISSÃO
TRATO Entamoeba é responsável pela amebíase é adquirido pela ingestão de cistos transmitidos principalmente pela via fecal-oral a partir
INTESTINAL histolytica de alimentos e água contaminados. Também ocorre transmissão anal-oral, como, por
exemplo, entre homossexuais masculinos.
Giardia lamblia Causa giardíase A transmissão ocorre pela ingestão de cistos em alimentos e água contaminados por
fezes.
TRATO Trichomonas Causa tricomoníase O organismo é transmitido por contato sexual e, portanto, não há necessidade da forma
UROGENITAL vaginalis duradoura em cisto. As principais localizações do organismo são a vagina e a próstata.
SANGUE Plasmodium Causa a malária A malária é transmitida principalmente por picadas de mosquitos, embora a transmissão
E através da placenta, em transfusões de sangue, e por uso de fármacos injetáveis também
TECIDOS ocorra.
Toxoplasma Causa toxoplasmose, T. gondii é geralmente adquirido pela ingestão de cistos presentes na carne malcozida ou
gondii incluindo a toxoplasmose nas fezes de gatos. A transmissão transplacentária da mãe infectada para o feto também
congênita. ocorre. Não ocorre transmissão de humano para humano, exceto a transmissão
transplacentária.
Trypanosoma T. cruzi é o agente da doença Contato com fezes de triatomíneos infectados, após picada/repasto. O barbeiro pica
cruzi de Chagas (tripanossomíase preferencialmente ao redor da boca ou dos olhos, daí a denominação “besouro beijador”.
americana).
Leishmania L. donovani é a causa de A doença é transmitida pela fêmea do inseto, quando esta pica cães infectados e,
calazar (leishmaniose posteriormente, pica humanos.
visceral).

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9. Analise os ciclos abaixo e indique qual a doença está envolvida e a espécie de protozoário:

A. Malária
Protozoário do gênero Plasmodium.

B. TOXOPLASMOSE
Toxoplasma gondii

1
C. Leishimaniose
Leischimania

D. Amebíase
Entamoeba histolytica

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, Naomar De. Epidemiologia e saúde: fundamentos, métodos, aplicações.


Guanabara, 2014.

BEAGLEHOLE, Robert; BONITA, R.; KJELLSTRÖM, K. Epidemiologia Básica. São Paulo:


Santos, 2013.

FLETCHER, Robert H.; FLETCHER, Suzanne W.; S. FLETCHER, Grant. Epidemiologia Clínica
- Elementos Essenciais. Artmed, 2015.

FRANCO, Laercio Joel. Fundamentos de Epidemiologia. Manole, 2010.

GALLEGUILLOS, T. G. B. Epidemiologia: indicadores de saúde e análise de dados. 1 ed. São


Paulo: Érica, 2014.

OLIVEIRA FILHO, Petrônio Fagundes De. Epidemiologia e Bioestatísticos - Fundamentos


para a Leitura Crítica. Rubio, 2015.

PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: Teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2014.

ROTHMAN, Kenneth; GREENLAND, Sander; LASH, Timothy. Epidemiologia Moderna. Porto


Alegre: Artmed, 2011.

ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia e Saúde. Porto Alegre: Medbook, 2013.

SILVA, Ana Karla Da. Manual de vigilancia epidemiologia e sanitaria. AB EDITORA, 2011.

LEVISON, WARREN. Microbiologia e Imunologia Médica. 13 ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

REY, LUÍS. Bases da Parasitologia Médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

TIETZMANN, D. Epidemiologia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.

ZEIBIG, ELIZABETH A. Parasitologia Clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 1 ed. Rio


de Janeiro: Elsevier, 2014.

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2457274/mod_resource/content/8/Aula%20SIS%20
-%202017.pdf

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ROTEIRO DO LABORATÓRIO
MORFOFUNCIONAL
CURSO DE MEDICINA
Orientadores:
Anivaldo Junior
Ermilton Freitas
Arannadia Barbosa
Aécio Assunção Braga

VIGILÂNCIA AMBIENTAL
DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS
Objetivos:
● Caracterizar os principais helmintos causadores de doenças.
● Conhecer o processo de saneamento básico e suas etapas: lixo, água e esgoto;
● Correlacionar as condições ambientais (saneamento, resíduos...) com a etiologia e
transmissão das principais doenças, enfatizando o Maranhão;
● Compreender o papel da vigilância ambiental na saúde e bem-estar da população.
● Indicar medidas de prevenção, promoção e controle de doenças relacionados aos
determinantes: lixo, água e esgoto.
● Caracterizar os principais vetores de veiculação.
● Caracterizar os principais microorganismos de veiculação.
Vigilância Ambiental em Saúde: fatores ambientais de riscos não biológicos
Constitui-se no conjunto de ações e serviços que proporcionam o conhecimento e a detecção
de fatores de risco do meio ambiente que interferem na saúde humana. Quanto aos fatores de
riscos, pode-se dividir em fatores de riscos biológicos e não biológicos.

Saneamento Básico
● Lixo: Um grave problema no mundo moderno
O lixo pode ser classificado como “seco” ou “úmido”. O lixo “seco” é composto por materiais
potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico etc.). O lixo “úmido” corresponde à parte
orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda etc., que
pode ser usada para compostagem.
• Etapas
A imagem abaixo descreve um modelo das etapas que o lixo pode passar, desde a sua coleta até
o processamento.
1. Cite e descreva estas etapas.
• Classificação do lixo: O lixo também pode ser classificado de acordo com seus riscos
potenciais.
2. Cite as principais categorias de classificação do lixo e as características dos produtos
descartados (domiciliar, comercial, pública, de serviços de saúde, industrial, agrícolas)
(classe I e classe II).

CLASSE I

Todo resíduo/lixo que apresenta inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e


patogenicidade é caracterizado como perigoso.

Classe II

Não apresentam periculosidade. Por mais que não apresente risco à saúde por suas propriedades
químicas e físicas, se descartado de maneira inadequada pode gerar forte impacto ambiental —
atingindo negativamente a água, solo, fauna, flora e o ar da região. Esta classe é dividida em duas
subclasses: resíduos IIA não inertes e resíduos IIB inertes.

A classe II A não inertes é composta por resíduos que apresentam propriedades de


biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os materiais que não se enquadram
nas classificações de resíduos classe I — Perigosos ou de resíduos classe II B — Inertes também
são associados.
A classe II B inertes é composta por resíduos que, quando expostos à temperatura ambiente, se
mostram indiferentes à exposição da água destilada ou desionizada. Por possuírem essa
característica, não podem alterar a boa potabilidade da água, seguindo os parâmetros indicados no
Anexo G da NBR 10004/04.
Lixo Domiciliar – gerado pelas atividades residenciais, é composto por restos de alimentos,
produtos deteriorados, jornais, revistas, embalagens em geral, papel higiênico, etc.

Lixo Comercial – gerado pelos diferentes segmentos do setor comercial e de serviços, como
supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares e restaurantes. O lixo destes
estabelecimentos é composto principalmente por papeis, plásticos, restos de alimentos e
embalagens.

Lixo Industrial – originado nas atividades dos diversos ramos da indústria. A composição desses
resíduos varia conforme o tipo de indústria, podendo ser formado por cinzas, lodos, resíduos
alcalinos ou ácidos, papeis, plásticos, metais, vidros, cerâmica, borracha, madeira, entre ouros.

Lixo dos Serviços de Saúde – produzidos por hospitais, clínicas, laboratórios, ambulatórios,
consultórios odontológicos, farmácias, clínicas veterinárias e postos de saúde. Caracteriza-se por
resto de alimentos, papéis, plásticos, seringas, agulhas, bisturis, ampolas, materiais radioativos,

Lixo Público – originado nos serviços de limpeza pública, incluindo varrição de vias públicas,
repartições públicas, limpeza de áreas de feiras livres, córregos, etc. É constituído principalmente
por restos de vegetais, podas de árvores, embalagens, jornais, madeira, papéis e plásticos.

Lixo agrícola – Resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de
adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita etc. Em várias regiões do mundo, estes
resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de
esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva. Também as embalagens de
agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, têm sido alvo de legislação específica, definindo
os cuidados na sua destinação final e, por vezes, co-responsabilizando a própria indústria fabricante
destes produtos.

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/classificacao-lixo.htm

• Vetores e enfermidades
Sobre os vetores descritos na tabela abaixo, cite as principais enfermidades provocadas
por cada vetor citado.

VETORES FORMAS DE TRANSMISSÃO ENFERMIDADES

Rato e Pulga Mordida, urina, fezes e Leptospirose; Peste bubônica; Tifo


picada murino

Mosca Asas, patas, fezes, saliva, Febre tifóide; Disenteria; Cólera;


corpo Amebíase; Giardíase; Ascaridíase

Mosquito picada Malária; Leishmaniose; Febre


amarela; Dengue

Barata Asas, patas, fezes, corpo Febre tifóide; Giardíase; Cólera

Gado e Porco ingestão de carne Teníase; Cisticercose


contaminada

Cão e Gato urina e fezes Toxoplasmose

Metais pesados
Muitos dos produtos utilizados pelos humanos contêm metais pesados, como mercúrio,
chumbo, cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecidos vivos, até atingir níveis perigosos
para a saúde. Os efeitos da exposição prolongada do homem a essas substâncias ainda não são
totalmente conhecidos. Quando não são adequadamente manejados, os resíduos perigosos
contaminam o solo, as águas e o ar.
Sobre a presença de metais pesados nos objetos, observe a tabela abaixo e aponte os efeitos
da contaminação pelo mercúrio, cádmio e chumbo nos seres humanos.

Metal pesado Onde é encontrado Efeitos

Mercúrio Produtos farmacêuticos Distúrbios renais


Lâmpadas fluorescentes Lesões neurológicos
Interruptores Efeitos mutagênicos
Pilhas e baterias Alterações metabólicas
Tintas Deficiência nos órgãos sensoriais
Fungicidas Irritabilidade
Termômetros Insônia
Problemas renais
Cegueira e surdez
Morte

Cádmio Baterias e pilhas Dores reumáticas


Plásticos Distúrbios metabólicos
Pigmentos Osteoporose
Papéis Disfunção renal

Chumbo Tintas Perda de memoria


Impermeabilizantes Dor de cabeça
Cerâmica Anemia
Vidro Paralisia
Inseticidas
Baterias
• Reciclagem
Um caminho para a solução dos problemas relacionados com o lixo é apontado pelo Princípio dos
Três Erres (3R’s) – reduzir, reutilizar e reciclar. A reciclagem é uma das alternativas de tratamento
de resíduos sólidos mais vantajosas, tanto do ponto de vista ambiental como do social. Na tabela
abaixo consta o exemplo de alguns materiais e o tempo médio para sua degradação.

A Resolução Nº 275 de 25 de Abril 2001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) -


estabeleceu o padrão de cores para os diferentes tipos de resíduos, sendo este considerado como
um parâmetro oficial, inclusive internacionalmente.

Sobre esse padrão cite o que cada cor representa e os materiais que devem ser depositados
neles.
• Aterro Sanitário
A. Como funciona um aterro sanitário?

A base do aterro é constituída por um sistema de drenagem de chorume. A base deve estar em
cima de uma camada impermeável de polietileno de alta densidade (PEAD), em cima de uma
camada de solo compactado para evitar que haja vazamento de líquidos para o solo. Evitando
assim contaminação dos lençóis freáticos. O interior do aterro possui um sistema de drenagem de
gases, possibilitando a coleta do biogás (constituído por metano, CO2 e vapor de água) até a
atmosfera. Este gás é queimado ou é aproveitado para geração de energia. Todos os resíduos são
cobertos por camadas de argila e também é constituído por um sistema de drenagem de águas
pluviais, protegendo de infiltrações de água de chuva no interior do aterro. Todo o aterro sanitário
deve ser monitorado. Todo o limite do aterro deve ser cercado, impedindo entrada de estranhos e
animais.
B. A cidade de Imperatriz não possui um aterro sanitário. Quais os possíveis danos físicos
e biológicos as quais as pessoas podem ser acometidas pela convivência com os lixões?

Mau cheiro; Aumento do número de doenças, já


que os lixões atraem animais e vetores de
doenças; Emissão de gases do efeito estufa,
responsáveis pela intensificação do aquecimento
global; Aumento do número de incêndios
causados pelos gases que são gerados a partir da
decomposição dos resíduos depositados
nos lixões.
• Água:
A vigilância da qualidade da água de consumo humano tem como finalidade o mapeamento
de áreas de risco em determinado território, utilizando a vigilância da qualidade da água
consumida pela população, quer seja aquela distribuída por sistemas de abastecimento de
água e aquelas provenientes de soluções alternativas (coletados diretamente em mananciais
superficiais, poços ou caminhões pipa).
• Parâmetros de análise: Para caracterizar uma água, são determinados diversos parâmetros,
os quais representam as suas características físicas, químicas e biológicas. Esses
parâmetros são indicadores da qualidade da água e constituem impurezas quando alcançam
valores superiores aos estabelecidos para determinado uso.

Cite os parâmetros físicos, químicos e biológicos analisados para se obter uma água de boa
qualidade.
Físicos = cor, a turbidez, a temperatura e o sabor/odor.
Químicos = ph, salinidade, a dureza, a alcalinidade, a corrosividade, a presença de íons de ferro e
manganês, presença de impurezas orgânicas e inorgânicas, presença de nitrogênio ou fósforo e
presença de agrotóxicos.
Biológicos = tratam da presença de microrganismos patogênicos, coliformes fecais, algas e
bactérias decompositoras.
Vigilância Ambiental em Saúde: fatores ambientais de riscos biológicos

A vigilância ambiental dos fatores de riscos biológicos fica desmembrada em três áreas de
concentração: vetores; hospedeiros e reservatórios e animais peçonhentos, de acordo com
esquema abaixo:

A partir da imagem abaixo, estabeleça os contaminantes de interesse e as rotas de


exposição, destacando a população exposta, formas de exposição, contaminantes e as
implicações para a saúde.
● Utilizando livros de parasitologia, construa um quadro, indicando as possíveis
doenças transmitidas através de carrapatos, ácaros, mosquitos e barbeiros para o ser
humano.

Vetor Doenças transmitidas


Carrapatos Doença de Lyme, erliquiose, babesiose, Febre maculosa
Ácaros sarna ou escabiose, diversas doenças alérgicas nos seres humanos
(rinite, asma alérgica e dermatite atópica).
Mosquitos Febre amarela, dengue, zika e Chikungunya
Barbeiros Doença de chagas

● Utilizando a biblioteca de saúde pública da Fiocruz


(http://www.fiocruz.br/bibsp/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=154&sid=106), mencione: O
agente etiológico da febre maculosa, vetores e reservatórios envolvidos, o modo de
transmissão, o período de incubação e os aspectos clínicos.

Aspectos epidemiológicos: a Febre Maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável,
causada por bactéria e transmitida por carrapatos infectados.

Agente Etiológico: doença causada por bactéria Rickettisia rickettsii . Bactéria intracelular
obrigatória, sobrevivendo brevemente fora do hospedeiro. Os humanos são hospedeiros acidentais,
não colaborando com a propagação do organismo.

Vetores e reservatórios: os vetores são carrapatos da espécie Amblyomma cajennense. São


conhecidos como "carrapato estrela", "carrapato de cavalo" ou "rodoleiro"(Fig. 1), as larvas por
"carrapatinhos" ou "micuins, e as ninfas por "vermelhinhos". São hematófagos obrigatórios,
necessitando de repastos em três hospedeiros para completar seu ciclo de vida. O homem é
intensamente atacado nas fases de larvas e ninfas.

Modo de Transmissão: A transmissão ocorre pela picada de carrapato infectado. Para que a
rickettsia se reative e possa ocorrer a infecção no homem, há necessidade que o carrapato fique
aderido por algumas horas (de 4 a 6 h.). Pode também ocorrer contaminação através de lesões na
pele, pelo esmagamento do carrapato. Susceptibilidade e imunidade: A susceptibilidade é geral. A
imunidade provavelmente é duradoura.

Período de incubação: O homem, após receber a picada infectante, leva de 2 a 14 dias (em média
7 dias), para apresentar os primeiros sintomas. Período de transmissibilidade: Não se transmite
diretamente de uma pessoa para outra. O carrapato permanece infectante toda sua vida, mais ou
menos 18 meses. Sazonalidade - maior incidência da doença durante a primavera e o verão.
Aspectos clínicos: doença de começo súbito com febre moderada a alta que dura geralmente de
2 a 3 semanas, acompanhada de cefaléia, calafrios, congestão das conjuntivas. Ao terceiro ou
quarto dia pode se apresentar exantema maculopapular, róseo, nas extremidades, em torno do
punho e tornozelo, de onde se irradia para o tronco, face, pescoço, palmas e solas. Petéquias e
hemorragias são freqüentes . A doença pode também cursar assintomática ou com sintomas
frustros. Alguns casos evoluem gravemente, ocorrendo necrose nas áreas de sufusões
hemorrágicas, em decorrência de vasculite generalizada. Torpor, agitação psicomotora, sinais
meníngeos são freqüentes. A face é congesta e infiltrada, com edema peripalpebral e infecção
conjuntival. Edema também está presente nas pernas, que se apresentam brilhantes. Tosse,
hipotensão arterial e hipercitose liquórica são achados comuns. Hepatoesplenomegalia pouco
acentuada é observada. A letalidade é aproximadamente de 20% na ausência de uma terapia
específica. A morte é pouco comum quando se aplica o tratamento precocemente.

● Utilizando livros de parasitologia, cite os sinais clínicos em pacientes infestados por


carrapatos, e indique medidas de prevenção e controle.

Sinais clínicos

Pacientes infestados por carrapatos geralmente exibem reações cutâneas nos locais da picada,
incluindo infiltração inflamatória nos tecidos, edema, hiperemia local e hemorragia. Reações
teciduais potencialmente graves e infecções secundárias podem ocorrer quando a peça bucal do
carrapato permanece na pele após a remoção do ácaro. A paralisia por picada de carrapato pode
ocorrer quando as secreções salivares de determinadas espécies de carrapatos (Dermacentor) são
introduzidas no hospedeiro. O resultado é uma toxemia, e, se o carrapato não for removido, pode
causar a morte. Parasitologia Clínica – Elizabeth.

Prevenção e Controle

A erradicação completa do carrapato é difícil, no entanto existem algumas medidas que podem ser
tomadas para prevenir a infestação. Deve-se evitar entrar em áreas infestadas por carrapatos, mas,
caso seja necessário, recomenda-se o uso de roupas protetoras e repelentes. Vacinas foram
desenvolvidas para auxiliar na proteção individual contra as riquetsioses fatais transmitidas por
carrapatos. Como a transmissão destes agentes a partir da picada do carrapato pode ocorrer a
qualquer momento, estes parasitos devem ser cuidadosamente removidos o mais rápido possível
para evitar a transmissão das doenças. Parasitologia Clínica – Elizabeth.
Utilizando livros de parasitologia, analise os ciclos abaixo e indique qual o parasito
envolvido, e qual doença ele causa no ser humano.

1. Taenia solium
Doença: A forma adulta de T. solium causa tení ase. As larvas de T. solium causam
cisticercose.

2. Taenia saginata
Doença T. saginata causa tení ase. As larvas de T. saginata nã o causam cisticercose.
3. SCHISTOSOMA
Doença Schistosoma causa esquistossomose. Schistosoma mansoni e Schistosoma
japonicum afetam o trato gastrintestinal, 1 enquanto Schistosoma haematobium afeta o trato
urinário.

4. ENTEROBIUS
Doença Enterobius vermicularis causa infecção por oxiúros (enterobíase).
5. ASCARIS
Doença Ascaris lumbricoides causa ascaridíase.

6. STRONGYLOIDES
Doença Strongyloides stercoralis causa estrongiloidíase
7. WUCHERERIA
Doença Wuchereria bancrofti causa filariose. A elefantíase é uma característica marcante
dessa doença. A eosinofilia pulmonar tropical é uma reação de hipersensibilidade imediata
contra W. bancrofti no pulmão.

Microbiologia médica e imunologia – Leivison.


Utilizando livros de parasitologia, e analisando as imagens abaixo, diferencie Taenia solium
e Taenia saginata.

Existem dois importantes patógenos humanos no gênero Taenia: T. solium (tênia de suínos) e T.
saginata (tênia de bovinos).

T. saginata apresenta escólex com quatro ventosas, porém, ao contrário de T. solium, não
apresenta ganchos. Suas proglótides grávidas têm entre 15 e 25 ramificações uterinas principais,
ao contrário das proglótides de T. solium, que têm entre cinco e 10. Os ovos são morfologicamente
indistinguíveis dos de T. solium. Microbiologia médica e imunologia – Leivison.

A difeíença está no fato de a ľaenia solium teí como hospedeiío inteímediáíio o


poíco, e a ľaenia saginaīa, o boi.

Utilizando livros de parasitologia, sobre a cisticercose, aponte as principais localizações do


parasito no organismo humano.

Eles podem disseminar-se a vá rios órgãos, especialmente olhos e encéfalo, onde encistam e
formam cisticercos (Figura 54-6). Cada cisticerco contém uma larva. Na cisticercose, os humanos
adquirem a infecção ao ingerir ovos em fezes humanas; os cisticercos podem desenvolver-se em
qualquer órgão, mas são mais comuns no encéfalo, nos olhos e na pele.

Microbiologia médica e imunologia – Leivison.


Utilizando livros de parasitologia, monte um quadro, abordando sobre a Taenia solium, Taenia saginata e Schistosoma mansoni citando
o modo de transmissão, hospedeiro intermediário, principais locais afetados no corpo humano e diagnóstico.

Agente Transmissão H. intermediário Locais afetados Diagnóstico


Taenia solium Ingestão de larvas na carne de porco Porco Intestino Proglótides nas fezes
malcozida
Ingestão de ovos em alimentos ou Encéfalo e olhos Biópsia, tomografia
água contaminados por fezes (cisticercos) computadorizada
humanas
Taenia saginata Ingestão de larvas na carne bovina Gado bovino Intestino Proglótides nas fezes
malcozida
Schistosoma mansoni Penetração da pele pelas cercárias Caramujo Veias do colo é feito por meio da detecção de
ovos em amostras de fezes ou
biopsia retal.

Utilizando livros de parasitologia, monte um quadro, abordando sobre o Enteróbius, Ascaris, Strongyloides, Toxacara larvae,
Ancylostoma larvae, citando a doença, localização primária, modo de transmissão e diagnóstico.

Agente Doença Localização primária transmissão Diagnóstico


Enteróbius Oxiúro Intestinos Ingestão de ovos Ovos na pele
Ascaris Ascaridíase Intestinos Ingestão de ovos Ovos nas fezes
Strongyloides Estrongiloidíase Intestinos Penetração de larvas na pele, também por Larvas nas fezes
autoinfecção
Toxacara larvae Larva migrans visceral Tecido Ingestão de ovos Clínico e
sorológico
Ancylostoma larvae Larva migrans cutânea Tecido Penetração na pele Clínico

Microbiologia médica e imunologia – Leivison


Utilizando livros de parasitologia, e analisando as imagens abaixo, cite a provável doença e
o parasito envolvido.

A. Ancylostoma caninum – larva migrans B. Wuchereria bancrofti – elefantíase


cutânea. Observa-se a erupção
serpiginosa no pé.

Microbiologia médica e imunologia – Leivison


RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEVISON, WARREN. Microbiologia e Imunologia Médica. 13 ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
REY, LUÍS. Bases da Parasitologia Médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
ZEIBIG, ELIZABETH A. Parasitologia Clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 1 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2014.
http://www.mma.gov.br/estruturas/secex_consumo/_arquivos/8%20-%20mcs_lixo.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_sinvas.pdf
http://www.fiocruz.br/bibsp/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=154&sid=106
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5047987/mod_resource/content/3/3.%20Aula%20R
es%C3%ADduos%20S%C3%B3lidos%202019%20-%20PDF.pdf
1
ROTEIRO DO LABORATÓRIO
MORFOFUNCIONAL
CURSO DE MEDICINA
Orientadores:
Ermilton Freitas
Arannadia Barbosa
Aécio Assunção Braga
Anivaldo Junior

UROANÁLISE E DIAGNÓSTICO
PARASITOLÓGICO NAS FEZES
Objetivos:
1. Caracterizar a metodologia da uroanálise e suas aplicações;
2. Caracterizar a metodologia da parasitoscopia fecal.
3. Aprender conceitos de uroanálise e outros relacionados à urina;
4. Conhecer a composição da urina;
5. Relacionar condições ambientais (água, saneamento básico) e a
transmissão de doenças diagnosticadas com auxílio da uroanálise.

2
As parasitoses intestinais constituem um problema em saúde pública e esta cadeia é acrescida de
diversos agentes externos, por exemplo, ingestão de alimentos crus ou mal lavados, contato direto
com o solo e água contaminados favorecendo a disseminação dos parasitos. O exame de rotina
compreende as análises macroscópicas, microscópicas e bioquímicas para detecção de diferentes
patologias.
1. Quais as principais finalidades do exame de fezes?
O estudo das funções digestivas; A dosagem da gordura fecal; As pesquisas de sangue oculto; A
pesquisa de ovos e parasitas; A coprocultura.

2. O exame de fezes é conhecido com outras denominações, defina as siglas abaixo:


EPF: Exames Parasitológicos de Fezes
POP: Pesquisa de Ovos e Protozoários
EP: Exame Parasitológico
PPF: Protoparasitológico de Fezes
MIF: Conservante, MIF é a abreviação de mercúrio, iodo e formol, que são conservantes, no entanto
atualmente só é utilizado o formol mas a sigla continuou a ser utilizada pelos médicos e laboratórios.
3. Sobre os exames parasitológicos, diferencie exame macroscópico e microscópico.

EXAME MACROSCÓPICO

Amostras de fezes submetidas à pesquisa de parasitos devem ser primeiro examinadas


macroscopicamente, para avaliar sua consistência, coloração e verificar a presença de anormalidades
macroscópicas. Para realizar este exame, o laboratório deve receber uma amostra fresca, sem
conservante. Como a maioria dos laboratórios recebe amostras fecais já com fixadores,
frequentemente esta etapa não é executada.

A consistência ou o grau de umidade em uma amostra de fezes pode servir de indicador quanto à
presença de alguns parasitos. Por exemplo, fezes moles ou líquidas podem sugerir a presença de
trofozoítos de protozoários. Cistos destes organismos são mais prováveis de ser encontrados em
fezes formadas. Ovos e larvas de helmintos podem ser encontrados tanto em fezes líquidas quanto
formadas.

A cor das fezes também é importante, pois pode indicar a condição do paciente, como, por exemplo,
se sofreu algum procedimento especial recente (p. ex., enema com bário) ou se está em tratamento
com antibióticos. Cores não usuais, como roxo, vermelho ou azul, sugerem que o paciente está sob
uso de alguma medicação específica.

Anormalidades macroscópicas encontradas nas fezes incluem vermes adultos, proglotes, pus e
muco. Primeiramente, a superfície das fezes deve ser examinada em busca de parasitos, como, por
exemplo, os do gênero Enterobius (Capítulo 8), proglotes de cestódeos e vermes adultos (Capítulo 9).
3
A amostra deve, então, ser revolvida – um bastão de madeira, plástico ou vidro funciona bem para
esta tarefa – e examinada mais uma vez em busca de parasitos macroscópicos, especialmente
helmintos adultos. Vermes adultos encontrados devem ser cuidadosamente lavados através de uma
peneira para identificação posterior.

Outras anormalidades macroscópicas também podem indicar a presença de parasitos. Por exemplo,
sangue e/ou muco em fezes amolecidas ou líquidas pode sugerir a presença de ulcerações
amebianas no intestino grosso. Sangue de cor vermelho-vivo na superfície de uma amostra de fezes
formada normalmente é associado à irritação e ao sangramento de mucosa. Parasitologia Clínica –
Elizabeth.

EXAME MACRISCÓPICO

O exame microscópico de fezes para pesquisa de ovos e parasitos envolve três procedimentos
distintos: preparações diretas a fresco, uma técnica de concentração resultando em preparações
úmidas concentradas e um esfregaço com coloração permanente. Todos estes três procedimentos
devem ser realizados em uma amostra fresca. Caso a amostra seja recebida em solução fixadora, a
preparação direta a fresco pode ser excluída do EPF, mas as técnicas de concentração e coloração
permanente são realizadas.
Preparação Direta a Fresco. A principal finalidade de uma preparação direta a fresco (também
conhecida como exame direto a fresco) é a detecção de trofozoítos móveis de protozoários. Consiste
em preparar uma lâmina misturando-se uma pequena porção de fezes não fixadas (sem adição de
conservantes) com salina ou lugol, examinando-a posteriormente ao microscópio. A motilidade de
trofozoítos somente pode ser demonstrada em amostras frescas, especialmente aquelas de
consistência líquida ou pastosa.
Métodos de Concentração. O procedimento seguinte de um EPF é a concentração da amostra
fecal. Técnicas de concentração permitem a detecção de pequenas quantidades de parasitos que
poderiam deixar de ser observados ao se utilizar preparações diretas a fresco. A finalidade da
concentração é agregar parasitos presentes em um pequeno volume de amostra e remover o máximo
possível de detritos, os quais podem dificultar a visualização de parasitos no microscópio. Técnicas
de concentração podem ser realizadas em amostras de fezes frescas ou preservadas. Esta etapa do
EPF permite que o técnico do laboratório detecte cistos e oocistos de protozoários, larvas e ovos de
helmintos.
Colorações Permanentes. O procedimento final do EPF (Procedimento 2-5) é o preparo e o exame
de um esfregaço com coloração permanente (consiste em uma lâmina de microscópio com a amostra
fixada, a qual foi seca e subsequentemente corada). Estas lâminas são consideradas permanentes
pois, geralmente após coloração, são recobertas por lamínula e seladas, permitindo que permaneçam
intactas por longos períodos. Esta é uma etapa fundamental do EPF, pois objetiva confirmar a
4
presença de cistos e/ou trofozoítos. Este procedimento permite que técnicos de laboratório observem
características detalhadas de protozoários através da coloração de organelas intracelulares.
Parasitologia Clínica – Elizabeth.

4. Diferencie métodos qualitativos e métodos quantitativos.


Os métodos quantitativos são aqueles nos quais se faz contagem de ovos para avaliação da carga
parasitária. O mais empregado atualmente é o de Kato-Katz.
Os métodos qualitativos são os mais utilizados para a demonstração da presença das formas
parasitárias. Frequentemente o número das formas parasitárias é pequeno, assim é necessário
recorrer a processos de enriquecimento dessas formas para concentrá-las.
Os principais métodos de enriquecimento ou de concentração utilizados são:
Sedimentação espontânea: Este método permite o encontro de ovos e larvas de helmintos e cistos de
protozoários;
Sedimentação por centrifugação: Usados para a pesquisa de cistos de protozoários e de ovos e
larvas de helmintos.
Centrífugo-flutuação: Utilizado para pesquisa de cistos e oocistos de protozoários e de ovos leves.

https://docente.ifsc.edu.br/melissa.kayser/MaterialDidatico/Microbiologia/Exame%20Parasitol%C3%B
3gico%20de%20Fezes.pdf

O exame parasitológico de fezes tem como objetivo diagnosticar os parasitas intestinais,


por meioda pesquisa (métodos) das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas
fezes. No entanto, muitas vezes o número de formas parasitárias eliminadas nas fezes é
pequeno havendo necessidade de processos de enriquecimento para concentrá-las.
5. Construa uma tabela com os principais métodos de enriquecimento abaixo, relacionando
os mesmos, com os métodos, formas parasitárias encontradas e indicação
Processos de Métodos Formas parasitárias
enriquecimento encontradas / Indicação
Sedimentação espontânea Método de Hoffmann, Ovos e larvas de helmintos e cistos
Pons e Janer ou método de Lutz de protozoários

Sedimentação por centrifugação Método de Blagg, conhecido por Cistos de protozoários e de ovos e
MIFC; método de Ritchie e o larvas de helmintos
Coprotest.

5
Centrífugo-flutuação: Método de Faust Cistos e oocistos de protozoários e
de ovos leves.

Indicado para a pesquisa de


ovos leves, principalmente
ovos de ancilostomídeos. É
pouco utilizado pelo fato de os
Flutuação espontânea Método de Willis.
outros métodos permitirem a
pesquisa não só de
ancilostomídeos, mas também
de outros parasitos intestinais.
Concentração de larvas de
Indicados para a pesquisa de
helmintos por migração ativa, Método de Baermann-Moraes
larvas de Strogyloides
devido ao hidrotropismo e e método de Rugais.
stercoralis.
termotropismo positivos.
Neste método, a tela retém os
detritos maiores e permite a
passagem dos detritos
menores e ovos, ocorrendo,
consequentemente, a
concentração destes últimos
na amostra fecal. Sua
visualização é facilitada pelo
emprego de uma solução
Concentração de ovos através verde malaquita. A preparação
da passagem das fezes por tela Método de Kato. obtida não permite a
metálica ou de náilon. visualização de cistos ou
oocistos de protozoários,
apesar destes passarem
através da tela. É indicado
especialmente para a pesquisa
de Schistossoma mansoni,
podendo ser utilizado também
para a pesquisa de ovos de
Ascaris lumbricoides, Trichuris
trichiura e Ancilostomídeos.

https://docente.ifsc.edu.br/melissa.kayser/MaterialDidatico/Microbiologia/Exame%20Parasitol%C3%B
3gico%20de%20Fezes.pdf

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6. Preencha a tabela com as principais indicações, métodos e forma parasitária observada.
Indicação Métodos Forma(s) Parasitária(s)
Observada(s)
EXAME DE ROTINA Centrifugação e OVO
sedimentação
Ascaris lumbricoides Sedimentação OVO
espontânea ou por
centrifugação

Trichuris Trichiura Método direto OVO


Ksto-Katz
Ritchie

Ancylostomatidae Sedimentação OVO


espontânea ou por
centrifugação;
Método direto;
Kato-Katz
Ritchie
Willis
Shistosoma mansoni Sedimentação OVO
espontânea ou por
centrifugação;
Kato-Katz;
Ritchie

Strongyloides Baermann-Moraes; LARVA


stercoralis Rugai;
Sedimentação
espontânea ou por
centrifugação;
Método direto;
Ritchie
Enterobius vermiculares Fita adesiva transparente LARVA
(Graham);
Método direto; OVO
Sedimentação
espontânea ou por
centrifugação;
Kato-Katz;
Ritchie
Teníase Sedimentação Ovo1.
espontânea ou por Proglote2
centrifugação;
Método direto;
Kato-Katz;
Ritchie;
Tamisação
Fita gomada²

Giardia lamblia Faust & cols;


Ritchie;
Hoffman por ¹Fezes diarreicas –
sedimentação espontânea trofozoíto
ou centrifugação;² ²Fezes formadas - cisto
Método direto;

7
Coloração de tricomo de
Wheatley;
Coloração de Hematoxila
férrica¹

Entamoeba histolytica Faust & cols; Fezes diarreicas –


Ritchie; trofozoíto
Hoffman por Fezes formadas - cisto
sedimentação espontânea
ou centrifugação;²
Método direto;
Coloração de tricomo de
Wheatley;
Coloração de Hematoxila
férrica¹

Cryptosporidium Coloração de Ziehl- Oocisto.


Neelsen modificado;
Henriksen & Pohlens;
Coloração de Safranina-
azul de metileno;
Coloração de auramina

http://www.fcfar.unesp.br/arquivos/nbr15340.PDF

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7. Quais as principais finalidades da análise dos elementos anormais do sedimento urinário
(EAS)?
A urinálise, ou análise dos elementos anormais do sedimento urinário (EAS), é um dos
exames solicitados com maior frequência. Os resultados da urinálise são usados para
diagnosticar, tratar e permitir o acompanhamento de várias condições, sobretudo infecções
urinárias. Em geral, esse exame é solicitado em caso de sintomas de irritação, queimação, dor,
alteração na frequência de micção ou alteração do aspecto da urina.
A urinálise é um procedimento essencial nos clientes internados ou submetidos a exame físico. É um
indicador útil de saúde ou doença e continua a fazer ingralmente parte do exame do cliente.
Duas características únicas das amostras de urina podem ser responsáveis pela manutenção da
sua popularidade:
• A amostra de urina pode ser coletada de imediato e com facilidade.
• A urina fornece informações sobre muitas das principais funções metabólicas do corpo,
que podem ser obtidas por exames laboratoriais simples.

Exames laboratoriais e diagnósticos em enfermagem: revisão técnica.

8. Com o auxílio de livros textos e dos artigos apresentados nas referências bibliográficas,
conceitue:
Anúria: A forma extrema desse processo é a anúria, a ausência total de produção de urina.

Oligúria: A oligúria é a diminuição do débito urinário

Poliúria: A poliúria é o aumento da produção de urina.

Disúria: Disúria corresponde à micção dolorosa ou desconfortável, tipicamente uma sensação aguda
de queimação.

Hiperestenúria: Urina com densidade maior que a densidade 1,010 do filtrado.

Hipostenúria: A hipostenúria é definida como uma densidade menor que 1,008 e indica que a
osmolalidade da urina é menor que a do plasma. Concentração

Isostenúria: A isostenúria é definida por uma densidade entre 1,008 a 1,012 e indica que a
osmolalidade urinária é igual à plasmática.

Noctúria: É definida pela necessidade de acordar durante a noite para urinar. Cada micção é
precedida e seguida de um período de sono. A noctúria, aplica-se a todos os que acordam para urinar
não estabelecendo um número específico de vezes.

Bacteriúria: significa presença de bactérias na urina. Pode estar associada a uma infecção urinária.

9
Cetonúria: Presença de corpos cetônicos na urina.

Glicosúria: Excreção urinária de glicose. É comum em casos de diabetes melitos descompensado,


onde a hiperglicemia (glicose sanguínea) é alta ( geralmente acima 200 mg/dl ) e acaba sendo
excretada na urina.

Hematúria: A hematúria é a eliminação anormal de células do sangue (hemácias) na urina.

Hemoglobinúria: Presença de hemoglobina livre na urina, como resultado de hemólise intravascular.

Leucocitúria: A leucocitúria é a constatação de glóbulos brancos na urina.

Albuminúria: Presença de albumina na urina.

Proteinúria: Corresponde à presença de proteína na urina

Cilindrúria: Presença de cilindros renais na urina

Uroanálise: grupo de exames químicos e microscópicos da urina.

9. Identifique os componentes que fazem parte da urina e cite outras substâncias com
importância clínica detectados na urina.
Em geral, a urina é formada por ureia e outras substâncias químicas orgânicas e inorgânicas
dissolvidas em água. As concentrações dessas substâncias podem sofrer variações
consideráveis por influência de fatores como alimentação, atividade física, metabolismo
corporal, função endócrina e até mesmo a posição do corpo. A ureia, uma escória
metabólica produzida no fígado pela decomposição de proteínas e aminoácidos, representa
quase metade do volume total de sólidos dissolvidos na urina. Outras substâncias orgânicas
incluem basicamente a creatinina e o ácido úrico. O principal sólido inorgânico dissolvido na
urina é o cloreto, seguido pelo sódio e pelo potássio. A urina também contém pequenos volumes
ou traços de muitas outras substâncias químicas inorgânicas. As concentrações dessas
substâncias inorgânicas são muito influenciadas pela alimentação, dificultando o
estabelecimento de níveis normais. Outras substâncias encontradas na urina incluem
hormônios, vitaminas e medicamentos. A urina também pode conter elementos formados,
como células, cilindros, cristais, muco e bactérias, embora não façam parte do filtrado
plasmático original. O aumento dos níveis desses elementos formados costuma indicar doença.
Exames laboratoriais e diagnósticos em enfermagem: revisão técnica.

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10. Caracterize a urina normal quanto à:
● Exame físico: (cor, odor, aspecto, densidade)

● Exame químico: (pH, presença de sangue, bilirrubina, glicose, proteínas, corpos cetônicos,
nitrito)

Exames laboratoriais e diagnósticos em enfermagem: revisão técnica.

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11. Identifique as possíveis causas das alterações nas funções biológicas citadas abaixo:

Urina ácida e Urina básica

A urina torna•se cada vez mais ácida à medida que aumentam o volume de sódio e o
excesso de ácido retido pelo corpo. A urina alcalina, que geralmente contém tampão
bicarbonato•ácido carbônico, é normalmente excretada quando há excesso de bases ou álcalis no
corpo.

A importância do pH urinário está basicamente em determinar a existência de distúrbios


acidobásicos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória e no tratamento de afecções urinárias
que exijam que a urina seja mantida em pH específico.

Presença de glicose na urina:

O achado de concentrações aumentadas de proteína na urina é um indicador importante de


doença renal. Pode ser o primeiro sinal de um problema grave e pode surgir antes de
quaisquer outros sintomas clínicos. Entretanto, há outras condições fisiológicas (p. ex.,
exercício, febre) que podem causar o aumento da excreção de proteínas na urina. Também
há alguns distúrbios renais nos quais não há proteinúria.

O aumento da glicose ocorre em casos de:

• Diabetes melito
• Distúrbios endócrinos (tireotoxicose, síndrome de Cushing, acromegalia)
• Doença hepática e pancreática
• Distúrbios do sistema nervoso central (lesão encefálica, acidente vascular cerebral)
• Diminuição da reabsorção tubular:
• Síndrome de Fanconi
• Doença tubular renal avançada
• Gravidez com possível diabetes melito latente (diabetes gestacional).
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Presença de cetonas na urina:

As cetonas, que resultam do metabolismo dos ácidos graxos e da gordura, consistem princi
palmente em três substâncias: acetona, ácido βhidroxibutírico e ácido acetoacético.

O excesso de cetonas na urina (cetonúria) está associado ao diabetes melito ou à alteração do


metabolismo do carboidratos. Algumas dietas da “moda” que são pobres em carboidratos e
ricas em gordura e proteína também produzem cetonas na urina. O exame para cetonas
urinárias em clientes com diabetes pode fornecer a indicação para diagnóstico precoce de
cetoacidose e coma diabético.

Presença de nitrito na urina:

Esse exame é um método rápido e indireto para detecção de bactérias na urina. Um cliente
assintomático pode ter infecção urinária significativa. Microrganismos gram•negativos comuns
contêm enzimas que reduzem o nitrato da urina em nitrito.

Os médicos costumam solicitar o exame de nitrito na urina para rastreamento de clientes


de alto risco: gestantes, crianças em idade escolar (principalmente meninas), clientes
diabéticos, clientes idosos e clientes com história de infecções recorrentes.

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Presença de bilirrubina na urina:
A bilirrubina é formada nas células reticuloendoteliais do baço e da medula óssea em virtude da
decomposição da hemoglobina; a seguir, é transportada para o fígado. Os níveis urinários de
bilirrubina aumentam e alcançam níveis significativos na vigência de qualquer doença que aumente o
volume de bilirrubina conjugada na corrente sanguínea (ver Capítulo 6). Volumes elevados surgem
quando o ciclo de degradação normal é perturbado por obstrução do ducto biliar ou quando há
lesão do fígado.
A bilirrubina urinária ajuda no diagnóstico e no monitoramento do tratamento da hepatite e da lesão
hepática. A bilirrubina urinária é um sinal precoce de doença hepatocelular ou de obstrução
biliar intra•hepática ou extrahepática. Deve fazer parte de toda urinálise, porque a bilirrubina
costuma aparecer na urina antes do surgimento de outros sinais de disfunção hepática (p. ex.,
icterícia, fraqueza). A detecção de bilirrubina urinária não apenas é um indício precoce de
hepatopatia, mas sua presença ou ausência também pode ser usada para determinar a causa
da icterícia clínica.

Exames laboratoriais e diagnósticos em enfermagem: revisão técnica.

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REFERÊNCIAS
1. FISCHBACH, F. T.; DUNNING, M. B. Exames laboratoriais e diagnósticos em
enfermagem: revisão técnica Maria de Fátima Azevedo. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016.
2. REY, L. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
3. REY, L. Bases da parasitologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
4. FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
5. ZEIBIG, E. A. Parasitologia clínica: uma abordagem clínico-laboratorial: tradução
Adriana Pittella Sudré. 1.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
6. NETO, V. A. et al. Parasitologia - Uma Abordagem Clínica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
7. NEVES, D. P. et al. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
8. DELLALIBERA-JOVILIANO, R. Uroanálise: abordagens gerais. Centro de Estudo e Pesquisa
do Desenvolvimento Regional das Faculdades Integradas Fafibe, Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, Departamento de Cirurgia e Anatomia, São Paulo,
2011.
9. GOMES, A. P. et al. Hepatites virais: abordagem clínica com ênfase nos vírus A e E. Revista
Brasileira de ClínicaMédica, v. 10, n. 2, p. 139-146, 2012.
10. KIRSZTAJN, G. M.; BASTOS, M. G. Proposta de padronização de um programa de
rastreamento da doençarenal crônica. J Bras Nefrol, v. 29, n. 1 -Supl 1, 2007.
11. MUNDT, L. A.; SHANAHAN, K. Exame de urina e fluídos corporais de Graff. Porto Alegre:
Artmed, p. 265-78, 2012.
Link: http://www.fcfar.unesp.br/arquivos/nbr15340.PDF
Link:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/assistencialaborat
orial/Coleta_Laboratorial_Cap3.pdf

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