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Grandes Pandemias da História

Noções de Epidemiologia:
O que é Epidemiologia?
- Epi = sobre
- Demo = população
- Logia = estudo
- Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores
determinantes dos eventos relacionados com a saúde (PEREIRA, 2006)
- Estuda a distribuição dos problemas de saúde em populações
- Avalia vacinas, testes diagnósticos, tratamentos, serviços de saúde, mudanças de manejo
- Investiga as causas destes problemas
- Aponta quem é mais propenso a adquirir e morrer destes problemas
Epidemiologia descritiva:
- Quem?
- Quando?
- Onde?
Distribuição em relação à (ao):
- Pessoa: grupo de pessoas, faixa etária, exposição aos fatores de risco
- Tempo: curso da epidemia/doença, o tipo de curva e período de incubação
- Lugar: extensão geográfica do problema
Epidemiologia Descritiva e Analítica:
- Antecede a Epidemiologia Analítica.
- Para desenvolver um estudo epidemiológico analítico você deve:
- Saber AONDE observar
- Saber O QUE deve CONTROLAR
- Ser capaz de formular HIPÓTESES compatíveis com as evidências existentes
Indicadores Epidemiológicos:
- Representam importante ferramenta para avaliar a magnitude de um agravo (doença, óbitos,
etc.) em uma população
- Permitem comparar diferentes populações em relação ao mesmo agravo
- Possibilitam comparar a mesma população em diferentes momentos
- Fazem parte da Epidemiologia Descritiva e fornecem subsídios para o planejamento, gestão e
avaliação das ações de saúde
Importância dos Indicadores epidemiológicos:
- Hierarquizar em ordem de importância econômico sanitária – utilização dos recursos humanos
e econômicos;
- Medir a ocorrência de uma doença em uma população;
- Sem um prévio conhecimento da intensidade de ocorrência de doenças não se poderá avaliar
posteriormente a eficácia das medidas de profilaxia
- Estabelecer normas sanitárias que regulem o comércio e o trânsito de pessoas
Como medir a ocorrência das doenças?
- Examinando um grupo de indivíduos em um único momento no tempo para identificar os
acometidos ou portadores de uma determinada característica em particular;
- Acompanhando um grupo de indivíduos por um determinado período para avaliar o
surgimento de novos casos
Como podem ser expressos?
1) Em números absolutos
2) Em números relativos

Coeficiente de Incidência:
- É o número de casos novos que ocorrem em uma população conhecida em um período
específico de tempo.
Incidência = número de casos novos / número de indivíduos na população (x K)
- Componentes essenciais:
- Número de casos novos
- O período de tempo em que os novos casos ocorreram
- MEDIDA DINÂMICA
Incidência:
- Mede o nº de casos novos que ocorreram num determinado período de tempo numa
população exposta ao risco. Metaforicamente pode ser comparado a um filme.
- Descreve a força de propagação da doença na população sob risco.
- Usos:
- Comparar riscos que diferentes populações têm de adquirir a doença ou então como o risco
varia na mesma população.
- Construir diafragmas de controle para identificar epidemias.
Coeficiente de Prevalência:
- É o número de ocorrências de uma doença ou eventos EXISTENTES em uma população
conhecida, em um tempo determinado, sem distinção entre casos novos e antigos.
Prevalência = número de casos / número de indivíduos na população (x K)
- Descreve a força com que subsistem as doenças na coletividade.
- MEDIDA ESTÁTICA
Coeficiente de Mortalidade:
- Objetiva avaliar o impacto provocado pela morte em uma população
CMO = nº total de óbitos / total de indivíduos expostos (x K)
- Indica o risco de morte dos indivíduos da população, num intervalo de tempo,
independentemente da causa
Coeficiente de Letalidade:
- É um caso específico do coeficiente de mortalidade com a distinção do denominador que se
refere aos animais doentes pela doença em questão.
n º de indivíduos mortos por COVID-19 / nº de doentes da COVID-19 RJ, 2020 x K
- Significa o risco de indivíduos que têm uma doença virem a morrer em consequência dela.
Distribuição temporal das doenças:
- Hipócrates buscou apresentar explicações a respeito da ocorrência de doenças em populações.
- Endemia = habitar
- Epidemia = visitar
Endemia:
- Ocorrência de uma doença dentro dos limites esperados em determinada população em um
determinado período, isto é:
- Constante e frequente = Nível endêmico
- Conhecimento dos indicadores -> ocorrência previsível
- Fatores determinantes: presença de hospedeiros susceptíveis; condições ambientais favoráveis;
meios de transmissão do agente etiológico; manutenção do patógeno circulante.
- Exemplos:
- Febre amarela: Amazônia;
- Dengue: sul da Bahia e região sudeste
- Leishmaniose visceral: Tocantins
- AIDS: Brasil e África
- Malária: África
- Cólera: Índia
- Tuberculose: Brasil
Epidemia:
- Ocorrência de uma doença acima dos limites esperados em determinada população em um
determinado período.
- Não envolve, necessariamente, grande número de casos!
- Conhecimentos da ocorrência prévia -> determinação da epidemia
- Exemplos:
- Tuberculose: 1600 (Europa)
- Malária: 1900 (Canal do Panamá)
- Tifo endêmico: década de 40 (Europa)
- Poliomielite: década de 50 (EUA)
- Encefalite Espongiforme Bovina: décadas 80/90 (Inglaterra)
- Ebola: 2014 (oeste da África)
- Zika: 2016 (Américas)
- Febre amarela: 2016/2017 (região sudeste do Brasil)
- Na dependência da extensão populacional e geográfica afetada, a epidemia pode receber
dominações específicas:
- SURTO: ocorrência epidêmica restrita à uma área e um período de tempo determinados
(população restrita)
- PANDEMIA: ocorrência de uma doença acima dos limites esperados em determinada
população, atingindo grandes extensões geográficas, em um determinado período (epidemia
de grandes proporções territoriais).
- PANDEMIA: ocorrência de uma doença acima dos limites esperados em determinada
população, atingindo grandes extensões geográficas, em um determinado período (epidemia
de grandes proporções territoriais).
Testes diagnósticos:
- O padrão-ouro para diagnóstico laboratorial da COVID-19 é transcriptase reversa seguida da
reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT- qPCR)
- Amostras coletadas no trato respiratório superior ou inferior.
- Detecção de RNA do SARS-CoV-2
- Testes de imunoensaio cromatográfico – detecção e diferenciação de anticorpos IgM e IgG em
amostras de sangue
Sensibilidade:
- A sensibilidade se refere à habilidade do teste para detectar todas as pessoas que têm uma
doença:
Pessoas com teste positivo / todas as pessoas que têm a doença
Especificidade:
- A especificidade se refere à habilidade do teste de detectar todas as pessoas que não têm uma
doença:
Pessoas com teste negativo / todas as pessoas que não têm a doença
Relação entre sensibilidade e especificidade:
Usos:
- Os testes sensíveis são utilizados quando há necessidade de diagnosticar uma doença
potencialmente grave.
- Os testes sensíveis são muito utilizados para realizar o rastreamento de doenças em grupos
populacionais
- Os testes específicos são utilizados para confirmar um diagnóstico
Resumindo – a epidemiologia permite:
- Descrever a distribuição e magnitude dos problemas de saúde
- Estudar a distribuição da morbidade e letalidade – traçar o perfil de saúde-doença
- Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de
prevenção, controle e tratamento das doenças
- Identificar a etiologia das enfermidades
- Fornecer pistas para diagnóstico de doenças
- Verificar a consistência de hipóteses de causalidade
- Realizar testes de eficácia e inocuidade de vacinas
- Desenvolver a vigilância epidemiológica
- Analisar fatores ambientais e sócio – econômicas que possam influenciar nas condições de
saúde
Teste com alta Sensibilidade: detecta os verdadeiros positivos; teste de triagem; teste em massa
Teste com alta Especificidade: raramente dará falso negativos; teste confirmatório
Testes usados na COVID-19: testes com baixa sensibilidade (40%); ele tem baixa capacidade de
detectar os verdadeiros positivos. Os resultados falso negativos irão aumentar. Aumentando os
falsos negativos, significa que o indivíduo tem o vírus, está disseminando o vírus, mas não
conseguimos descobrir porque deu falso negativo (testes sorológicos) O ideal então seria um
teste com alta sensibilidade (com mais de 98%). Para testes com baixa sensibilidade, o ideal
seria fazer um teste com alta especificidade (PCR), porém é caro e o resultado demora a sair. O
PCR consegue detectar o vírus mesmo antes da apresentação dos sintomas até 21 dias – vai
diminuindo a eficácia a partir do inicio dos sintomas. Depois que o PCR diminui a capacidade
de detectar o RNA viral, usamos o sorológico para detectar anticorpos, se teve ou não a
infecção. Teste sorológico é mais difícil, pq precisa de painel de referencia para validar o teste.
Agora nesse momento de pandemia não tem como saber isso.

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