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os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (freqüências relativas), em

forma de proporções ou coeficientes.


As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a
importância desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou taxas)
representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a
população do país, estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres,
etc.).
É preciso destacar, ainda, a diferença entre coeficientes (ou
taxas) e índices. Índices não expressam uma probalidade (ou risco)
como os coeficientes, pois o que está contido no denominador não está
sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no numerador
(LAURENTI et al., 1987). A rigor, portanto, tanto o Coeficiente de
Mortalidade Infantil como Materna não são coeficientes, mas índices.
No entanto, o termo “coeficiente” já está consolidado para ambos os
indicadores.

Para compararmos o risco de ocorrência de doenças entre


populações usamos, dessa forma, o coeficiente de incidência, pois
este estima o risco de novos casos da doença em uma população.
O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente
de incidência multiplicado pela duração média da doença.

Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado para comparar


o nível de saúde de diferentes populações, pois não leva em
consideração a estrutura etária dessas populações (se a população é
predominantemente jovem ou idosa).
 O coeficiente de mortalidade infantil pode ainda ser dividido em:
coeficiente de mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias
inclusive) em relação ao total de nascidos vivos (por 1000);

 Coeficiente de mortalidade pós-neonatal ou infantil tardia


(óbitos de 28 dias a 364 dias inclusive) em relação ao total de
nascidos vivos (por 1000).
O coeficiente de mortalidade neonatal pode ainda ser
subdividido em coeficiente de mortalidade
 neonatal precoce (0 a 6 dias inclusive) e coeficiente de mortalidade .
 neonatal tardia (7 a 27 dias).
Essa divisão, relacionada à idade da criança quando morreu,
deve-se à observação de que no período neonatal predominam as
causas ligadas a problemas da gestação e do parto (causas perinatais
e anomalias congênitas), e de que, no período pós-neonatal,
prevalecem as causas de morte relacionadas ao meio ambiente e às
condições de vida e de acesso aos serviços de saúde (doenças
infecciosas, pneumonias, diarréia, por exemplo) (LAURENTI et al.,
1987). Dessa forma, nos países desenvolvidos, onde a mortalidade
infantil é baixa e problemas relacionados ao meio ambiente já se
encontram quase totalmente resolvidos, o componente neonatal
predomina, enquanto em muitos países pobres ainda prevalece o
componente pós-neonatal.
Pode ser subdividida em:
a) morte obstétrica direta, sendo aquela resultante
de complicações obstétricas devido a intervenções, omissões,
tratamento incorreto, etc. (aborto, infecção puerperal, etc) e
b)morte obstétrica indireta, quando resulta de doenças existentes antes da
gravidez, ou desenvolvidas durante a gravidez, não devidas a causas
obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da
gravidez (diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, etc).
No cálculo do coeficiente de mortalidade materna entram,
portanto, todos os casos de óbitos maternos, tanto por causas
obstétricas diretas, como indiretas, que ocorreram em até 42 dias após
o término da gestação.
- Morte materna tardia: é a morte de uma mulher por causas
obstétricas diretas ou indiretas mais de 42 dias mas menos de um ano
após o término da gravidez.
- Morte relacionada com a gravidez: é a morte de uma mulher
enquanto grávida ou até 42 dias após o término da gravidez, qualquer
que tenha sido a causa de morte.
Comitê tem a função de investigar todos os óbitos de mulheres de 10 a 49 anos,
visando a identificar todos os óbitos maternos (pois nem todos são
informados na declaração de óbito), verificar as circunstâncias em que
tais óbitos ocorreram e propor estratégias para redução dessa
mortalidade.
PROPORÇÕES mais utilizadas na área de saúde

Como já referido, as proporções não estimam o risco do evento


em uma dada população, porém são mais fáceis de serem calculadas,
pois não necessitam de denominadores, como o número de habitantes,
para o seu cálculo. Além disso são mais fáceis de se compreender, pois
seus resultados são sempre em percentuais (a cada cem pessoas,
tantas morrem por doenças do aparelho circulatório, por exemplo).
• Mortalidade proporcional por idade: é um indicador muito
útil e fácil de se calcular. Com base no total de óbitos, fazemos uma
regra de três, calculando qual a proporção de óbitos na faixa etária de
20 a 29 anos ou de menores de 1 ano.
Duas proporções, em relação à mortalidade por idade, são mais
freqüentemente utilizadas:
a mortalidade infantil proporcional
(proporção de óbitos de menores de 1 ano em relação ao total de
óbitos) e a mortalidade proporcional de 50 anos ou mais conhecida como
Indicador de Swaroop e Uemura ou Razão de
Mortalidade Proporcional (proporção de óbitos de pessoas que
morreram com 50 anos ou mais de idade em relação ao total de óbitos).
A mortalidade proporcional por idade também pode ser
representada em gráfico, sendo conhecida como Curva de
Mortalidade Proporcional (ou Curva de Nelson de Moraes, que foi
quem a propôs). Para isso, primeiro devemos calcular todos os
percentuais correspondentes às seguintes faixas etárias: menor de 1
ano, de 1 a 4 anos, de 5 a 19 anos, de 20 a 49 anos e de 50 anos e mais
(a soma de todos os percentuais dessas faixas etárias deve dar 100%).
Atualmente, com o aumento da expectativa de vida em muitos
países, alguns autores tem usado o limite de 60 anos e mais de idade
para o cálculo da proporção de idosos entre os óbitos, como
apresentado pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde
(RIPSA) em seu “Indicadores e dados básicos para a saúde.
• Mortalidade proporcional por causas de morte: é a
proporção que determinada causa (ou agrupamento de causas) tem no
conjunto de todos os óbitos. Por exemplo, a mortalidade proporcional por doenças
do aparelho circulatório é a proporção de óbitos
por doenças do aparelho circulatório em relação ao total de óbitos no
mesmo período e local.
Atualmente, com a implantação do Sistema de Informações sobre
Nascidos Vivos (SINASC) no Brasil, algumas proporções de
importância epidemiológica também podem ser calculadas, como por
exemplo:
• taxa de nascidos vivos com baixo peso ao nascer: % nascidos
vivos com peso ao nascer < 2500 gramas em relação ao total de
nascidos vivos em determinado período de tempo e local;

 Proporção = conhecida em Epidemiologia


como coeficiente, é aquela em que o número de casos (numerador) está
contido
no denominador (população exposta);
 Taxa = representa o número de casos
(numerador) considerando o tempo em que a população ficou exposta a um
determinado fator de risco (denominador);
 Índice = se refere ao percentual (%)
de um desfecho por uma característica específica dentre o total de desfechos;
 Razão = o numerador não possui relação direta com o denominador, como
por exemplo, quando se deseja analisar se há mais casos de acidentes de
trabalho em homens ou mulheres.
Medidas do tipo Proporção: elementos do numerador contidos no
denominador.

Coeficientes: tipos específicos de proporções;

o coeficiente de prevalência (proporção que, em dado momento, é


portadora do evento de interesse em relação ao total) e de incidência
(proporção de indivíduos que desenvolvem um evento de interesse
ao longo de um período, mudando de status ao desenvolvê-lo). O
denominador representa o coletivo em risco.

Medidas do tipo Taxa: restringe-se o uso à ocorrência de eventos


incidentes por pessoa-tempo.

Medidas do tipo Razão: relação entre duas magnitudes da mesma


dimensão em que numerador e denominador pertencem a categorias
mutuamente excludentes.

Chances (Odds): tipo de razão que expressa a relação entre


probabilidades complementares e contrárias utilizada na análise de
estudos de Caso-Controle, Citam-se exemplos e fazem-se
considerações sobre casos especiais como os indicadores de
mortalidade materna e infantil.

As medidas de morbidade são essenciais à prevenção e controle dos


agravos à saúde/doenças por poderem subsidiar o planejamento de ações
específicas, bem como monitorá-las, permitindo a sua correção em tempo
hábil e avaliá-las ao final do período proposto.
Podem se referir à totalidade de casos (prevalência) ou somente aos
casos novos (incidência) de uma doença/agravo à saúde em determinada
população e período de tempo.

A prevalência descreve a força (“volume”) com que subsistem os agravos


à saúde/doenças nas populações, permitindo comparar no tempo e no espaço, a
distribuição da doença de acordo com características de interesse da população
exposta, tais como idade, sexo, cor da pele, renda, entre outros. Pode-se referir
à totalidade de casos de um agravo à saúde/doença em um determinado local e
período de tempo

- prevalência lápsica (no período) - ou a totalidade de casos


em um ponto específico no tempo (dia ou mês)

-prevalência instantânea, também denominada de pontual ou momentânea.

A incidência se refere somente aos casos novos de um agravo à saúde/


doença em uma dada população em um determinado período de tempo. Ela
fornece a noção de intensidade com que o desfecho ocorre na população ou
a sua velocidade de disseminação, na particularidade das doenças infecciosas.
É a medida, de modo geral, que indica o risco, enquanto probabilidade, de
ocorrência do agravo à saúde/doença em delimitada população e período
de tempo.

Ela pode ser expressa por meio do coeficiente de incidência


cumulativa que representa o total de casos novos de doenças e agravos em uma
população exposta ao risco de ser acometida por ele ou

Taxa (densidade) de incidência, a qual reflete a média dos casos novos em


uma população exposta ao risco, considerando o tempo individual de exposição
ao fator de risco.

Coeficiente de incidência cumulativa recebe um nome específico – coeficiente


de ataque Quando se realiza a investigação de surtos que representam o
aumento
acima do esperado da incidência de uma doença ou agravo à saúde em um
local bem determinado geograficamente (hospitais, indústrias, quartéis, etc.)
em um curto período de tempo (dias ou semanas).
coeficiente de ataque secundário pode ser empregado no processo de
investigação de surtos, o qual mede a incidência do
agravo à saúde/doença entre os contatos – pessoas que convivem no trabalho
ou domicílio – do primeiro caso identificado, denominado de caso índice.

As medidas de mortalidade (podem ser expressas sob a forma de proporção


(coeficiente), índices ou razões). São empregadas, conjuntamente às de
morbidade, para analisar a situação de saúde da população, a fim de subsidiar
ações de prevenção e controle de agravos à saúde/doença. Para tal, contribuem
especificamente com a identificação de grupos mais atingidos por certos
eventos mórbidos, particularmente aqueles com maior potencial de evolução a
óbito; na definição de prioridades de intervenção e orientação para a alocação
de recursos; acompanhamento da evolução do nível desaúde da população e
desenvolvimento social de um determinado local; pesquisa etiológica (causa
mortis); e avaliação das intervenções - eficácia de medicamentos, políticas
sociais e de infraestrutura urbana (saneamento básico, i.e), programas/
políticas de controle para agravos à saúde/doenças, entre outros. As medidas
de mortalidade

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