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Etapa 1 Prazer, RX

Módulo 1 O milagre
SUMÁRIO

Aula 1 E esse tal de Röentgen? ...... 03


(a física da coisa)
Aula 2 Como são feitos os exames ...... 07

Aula 3 Riscos e precauções ...... 10

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Módulo 1 O milagre
Aula 1
E esse tal de Röentgen?
(a física da coisa)
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Módulo 1 O milagre

E esse tal de Röentgen?


(a física da coisa)

Na primeira aula do Curso de Radiografia Você Radiologista iremos abordar o “milagre” do


surgimento do raio-X. Wilhelm Röentgen foi um cientista alemão reconhecido no meio
acadêmico da Alemanha, mas sem prestígio a nível global. Até que, em 1895, Röentgen
iniciou seus estudos sobre os raios-X, e o que era, até então, tratado como uma luz comum,
Röentgen descobriu ter a propriedade de atravessar objetos sólidos. Seu experimento consistia
em ligar uma corrente elétrica a dois polos opostos, sendo o polo positivo chamado de ânodo
e o polo negativo, de cátodo. No cátodo, a passagem da corrente elétrica acontecia através
de um filamento metálico, que era aquecido pela eletricidade e excitava a nuvem de elétrons.
Essa excitação eletrônica era o suficiente para fazer os elétrons saltarem do cátodo em direção
ao ânodo. Desse modo, quando os elétrons que saltaram se chocam com os elétrons do ânodo,
se forma o Raio-X. Devido ao impacto com o elétron excitado, os elétrons do ânodo são
arrancados da eletrosfera, liberando espaço para elétrons próximos assumirem seu lugar e,
nesse processo de “dança das cadeiras”, em que um elétron ocupa o lugar daquele que foi
expulso, energia luminosa é liberada. Um macete interessante para lembrar desse processo é
que o CÁTodo é quem CATapulta os elétrons, e o Ânodo é Atingido pelos elétrons

Dessa maneira, os raios-X liberados saem da ampola da máquina, em direção ao paciente,


atravessando-o e atingindo o filme. Quanto mais fótons passarem pelo paciente, mais fótons
chegarão ao filme. Se a estrutura for composta por elementos de alto número atômico, ou seja,
for uma estrutura mais densa, menos fótons passarão e assim, impressionarámenos o filme.
É isto que ocorre, por exemplo, com os ossos, que são mais densos do que o ar, ou do que
tecidos moles, assim, o filme do raio-X ficará mais claro, pois há menos fótons atravessando
para impressioná-lo. É válido lembrar que o filme do raio-X é naturalmente branco, assim,
as estruturas que impedem a passagem dos elétrons ficam brancas, e as estruturas que deixam
os elétrons passarem mais livremente, como os pulmões, que estão cheios de ar, ficam pretas.

ANOTAÇÕES
CATODO
POLO
-
NEGATIVO e
e ee ee e
e e
e e
ÂNODO
- e
+
POLO
POSITIVO
+ RAIO-X

1° MÁQUINA DE RAIO-X
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Aula 1
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O primeiro raio-X da história foi feito em 1895, na mão da esposa de Röentgen. Infelizmente,
devido à falta de conhecimento dos efeitos deletérios da radiação, nos anos seguintes, tanto
Röentgen quanto sua esposa vieram a óbito, mas não antes de deixarem um legado
importantíssimo para a medicina moderna. Nessa época, os exames de raio-X levavam cerca
de 15 minutos e ainda não possuíam uma qualidade ideal, pois não existiam os métodos
modernos que existem hoje.

Ao descobrirem que os raios-X não tinham somente a propriedade de atravessar objetos, mas
também possuíam alguns efeitos colaterais, começaram a aplicá-los em diversas situações,
inclusive em finalidades médicas, como tratamento de micoses. É o nascimento do que hoje
em dia conhecemos como radioterapia. Além disso, até para alavancar o comércio, nessa
época, o raio-X era utilizado, sendo expostos nas vitrines radiografias de pés calçando os
sapatos a serem vendidos. Contudo, pela ausência de equipamentos de proteção contra a
radiação e pela longa xposição para que cada exame fosse feito, começaram a surgir efeitos
adversos graves, que deformavam as extremidades expostas, como carcinomas e dermatites.

Mas, afinal, o que é a radiação? De forma resumida, radiação é energia viajando pelo espaço,
podendo existir diversos tipos. Porém, a radiação não é proveniente somente dos exames de
imagem, porque, na verdade, estamos diariamente imersos em um mar de radiação, seja
quando comemos uma banana, por conta de seu potássio, ou emanando do concreto sob
nossos pés. Até se estivermos parados, estamos mergulhados na chamada radiação de fundo.
Para entendermos melhor a radiação devemos utilizar da unidade de medida chamada de
Sievert, podendo convertê-la à mili e à microSievert. A dose de radiação que recebemos ao
comer uma banana é de 0,1 microSievert. Em comparação, ao fazermos uma radiografia do
braço, recebemos a radiação equivalente a comer 100 bananas, ou podemos receber a
radiação de 200 a 1000 bananas, quando falamos de um raio-X de tórax.

ANOTAÇÕES
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Essa é a unidade de medida informal chamada de BED, a banana equivalente dose. Nesse
contexto, não é necessário ter medo da radiação recebida em um exame, porque, quando feito
corretamente, a dose é bastante similar à que já recebemos em nosso dia-a-dia.

Segundo o modelo atômico de Bohr, o átomo possui uma eletrosfera, com seus elétrons, e um
núcleo, onde há prótons e nêutrons. A proporção verdadeira entre essa eletrosfera e seu núcleo
é semelhante a um campo de futebol, onde no centro há uma bolinha de gude. A bolinha de
gude representa o núcleo no centro de seu átomo, enquanto as arquibancadas do campo de
futebol representam a eletrosfera, onde uma pequena mosca, o elétron, voa ao redor. Assim,
há um imenso espaço “vazio”, ou que apenas não descobrimos o que possui ainda, nos
átomos e no universo.

A radiação, essa energia viajante, costuma adquirir a forma de ondas eletromagnéticas, ou


seja, comportando-se ora como elétrons, ora como ondas. O que diferencia os tipos de radiação
é a frequência dessas ondas. As ondas de rádio, inócuas, que tocam dentro de seu carro, têm
baixa frequência. Gradativamente, a medida que a frequência aumenta, também aumenta o
potencial danoso. Dessa forma, após as ondas de rádio há as micro-ondas, o infravermelho, e
a luz visível, que se encontra no meio da escala de frequências. Após a luz visível, temos o
ultravioleta, que queima nossa pele, os raios-X e os raios gama, sendo esses últimos os mais
deletérios. Uma diferença importante entre os raios-X e os raios gama é que, nos raios-X os
fótons são formados na eletrosfera, enquanto nos raios gama, são formados no núcleo.

Espectro eletromagnético
Radiação NÃO IONIZANTE Radiação IONIZANTE

Rádio Microondas Infravermelho Luz Visível Ultravioleta Raios-X Raios Gama

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Como são feitos os exames
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Como são feitos os exames


Nessa segunda aula do módulo introdutório do Curso de Radiologia Você Radiologista iremos aprender
como nasce o raio-X moderno.
Como acontece o processo de geração do raio-X moderno? A base física é a mesma do experimento de
Röentgen. Dentro da ampola da máquina do raio-X há o cátodo, aquele que catapulta os elétrons, e
assim possui carga negativa, e o ânodo, aquele que é tingido pelos elétrons. Através da corrente
elétrica e do filamento metálico os elétrons chegam ao cátodo, que são excitados pelo calor do fio, e
são catapultados, voando como um foguete em direção ao ânodo. Quando os elétrons cheios de
energia chegam até a eletrosfera dos átomos do ânodo, o impacto é tão grande que expulsa os elétrons
do ânodo de seu lugar, ficando um espaço vazio. Para preencher esse lugar, elétrons que estavam em
outros níveis da eletrosfera saltam, liberando consigo fótons, ou seja, os raios-X. Esses fótons viajam
para fora do aparelho, atingem o paciente submetido ao exame, e impressionam o filme.

Processo de geração do
Raios-x CATODO
+ ÂNODO -

e
e
e

la
e

o
e

p
e
e

m -x
e
e

A Rai
o

os-X
RRAaiIO -x

ANOTAÇÕES
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Como são feitos os exames

O equipamento de raio-X consiste na ampola, na


mesa de raio-X, o filme e o bucky, que pode estar
na mesa do raio-X, para exames em decúbito, ou
no mural de raio-X, para exames de pé. O filme
pode ser colocado tanto dentro do bucky quanto
fora dele. Além disso, há também os equipamentos
utilizados pelo técnico para manipular a máquina
à distância, que normalmente fica atrás de uma
parede de chumbo para protegê-lo da radiação.
do ânodo de seu lugar, ficando um espaço vazio.
Para preencher esse lugar, elétrons que estavam
em outros níveis da eletrosfera saltam, liberando
consigo fótons, ou seja, os raios-X. Esses fótons
viajam para fora do aparelho, atingem o paciente
submetido ao exame, e impressionam o filme.

Após a formação das imagens, temos duas opções: (1) as imagens serão reveladas em um filme, e
terão que ser visualizadas no negatoscópio; (2) as imagens serão enviadas através de um conversor
digital, ou serão adquiridas já digitalmente, até um sistema de laudos, que é um programa em que os
exames são armazenados para que posteriormente o médico os analise. Esta última opção é a ideal
nos dias de hoje, apesar da primeira ainda ser realidade no Brasil.

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Riscos e precauções
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Riscos e precauções
A terceira aula do módulo de introdução do Curso de Radiografia Você Radiologista irá abordar os
principais riscos dos raios-X e as precauções que devemos tomar. Para isso, vamos elucidar dúvidas
comuns no contexto dos exames de raio-X.

Um paciente que nunca fez um exame com radiação nunca foi exposto?
Quais os efeitos da dose de radiação empregada nos exames de imagem modernos?
Gestantes e crianças são mais suscetíveis aos efeitos colaterais?

Um paciente que nunca fez um exame com radiação nunca foi exposto?

Todos nós somos expostos diariamente à radiação, mesmo aqueles que nunca fizeram um exame de
imagem. Isso se dá porque estamos mergulhados na chamada radiação de fundo, ouradiação natural,
além de recebermos doses de radiação de alimentos e até radiação cósmica.

Quais os efeitos da dose de radiação empregada nos exames de imagem modernos?

Apesar da radiação dos exames de imagem poder causar danos ao material genético celular, resultando
em mutações e até doenças congênitas na prole (caso a célula lesada seja germinativa) esse potencial
efeito adverso nos exames modernos é muito pequeno. Contudo, nunca se deve indicar um exame ao
paciente se ele não precisa. O risco-benefício deve ser sempre medido para verificar se realmente é
necessário o exame, porque apesar do potencial

É seguro realizar exames como raios-X convencionais, mamografias e densitometrias?

Esses exames são seguros, mas, como já dito, não se deve passar tais exames sem indicação. Uma vez
tendo indicações, não se deve deixar de pedir, pois a dose de radiação é irrisória. Um exame de raio-X
de tórax tem a mesma dose de radiação que recebemos do ambiente em 10 dias, já um raio-X de
extremidade, por sua vez, tem radiação menor do que a radiação de fundo que recebemos ao longo de
somente um dia. A mamografia tem um pouco mais de radiação, equivalendo a cerca de 3 meses de
radiação de fundo. Todavia, a tomografia de abdome total corresponde a aproximadamente 4 anos de
radiação de fundo, sendo assim um exame que deve ser pedido com mais cautela, mas que não deve
ser evitado caso haja as

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Riscos e precauções

Gestantes e crianças são mais suscetíveis aos efeitos colaterais?

Sim, eles são. O embrião ou o feto dentro da gestante e as crianças estão em fases de multiplicação
celular muito aceleradas, muito mais do que a dos adultos. Se as células são lesadas nesse período,
as chances de desenvolver um efeito negativo ao longo da vida são muito maiores. Porém, tendo
indicações, essas populações podem fazer exames com radiação, mas sempre tomando os cuidados
necessários: Na criança opta-se pelo protocolo de dose reduzida; já na gestante, tenta-se ao máximo
adiar os exames para depois da gestação ou para

após a 24ª semana, para evitar o período crítico de multiplicação, mas, caso seja urgente e não
tenha outra alternativa, deve-se proteger o abdome ao máximo. Assim, o mais importante é seguir o
que diz um dos mantras da radiologia, o ALARA – as low as reasonably achievable, ou seja, dar a
menor dose de radiação que seja capaz de produzir o diagnóstico. Dessa maneira, não devemos nem
superdosar, para não provocar efeitos indesejados no paciente, mas também não podemos subdosar,
e produzir uma imagem que não é adequada para fazer um diagnóstico, apenas submetendo
o paciente a uma dose desnecessária de radiação.

Nesse contexto, podemos concluir que os benefícios do exame, quando é bem indicado, superam
muito os potenciais malefícios, que têm pequenas chances de acontecerem pelas ínfimas doses. Além
disso, o radiologista deve buscar sempre oferecer a menor dose de radiação que seja suficiente para
estabelecer um diagnóstico adequado ao paciente. Por fim, éimprescindível ter um cuidado especial
com pacientes gestantes e crianças, evitando o examese possível, e buscando alternativas sem
radiação, mas, se

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