Você está na página 1de 123

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Francisca Cibele da Silva

ESTUDO TERMOGRÁFICO DE AUXÍLIO AO DIAGNOSTICO DE FALHAS MECÂNICAS


EM PISTAS DE ROLAMENTO: o caso dos rolamentos rígidos de uma carreira de esferas sem
blindagem

Campina Grande, PB
2016
2

Francisca Cibele da Silva

ESTUDO TERMOGRÁFICO DE AUXÍLIO AO DIAGNOSTICO DE FALHAS MECÂNICAS


EM PISTAS DE ROLAMENTO: o caso dos rolamentos rígidos de uma carreira de esferas sem
blindagem

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Engenharia Mecânica do Centro de Ciência e Tecno-
logia da Universidade Federal de Campina Grande,
como requisito para obtenção do título de mestre em En-
genharia Mecânica.

Área de concentração: Análise e Projeto de Sistemas


Termomecânicos

Orientador: Juscelino de Farias Maribondo – Dr.

Campina Grande, PB.


2016
3

Francisca Cibele da Silva

ESTUDO TERMOGRÁFICO DE AUXÍLIO AO DIAGNOSTICO DE FALHAS MECÂNICAS


EM PISTAS DE ROLAMENTO: o caso dos rolamentos rígidos de uma carreira de esferas sem
blindagem

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Cam-


pina Grande, como requisito para obtenção do título de
mestre em engenharia mecânica.
Aprovada em 31 de agosto de 2016.

Bancada Examinadora

___________________________________________
Profor. Juscelino de Farias Maribondo - Dr. PPGEM – UFCG.
Orientador

____________________________________________
Profor. Cícero de Souto – Dr. PPGEM – UFPB.
Membro externo

____________________________________________
Profor. Enivaldo Santos Barbosa – Dr. PPGEM – UFCG.
Membro externo
4

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG

S586e Silva, Francisca Cibele da.


Estudo termográfico de auxílio ao diagnóstico de falhas mecânicas em
pistas de rolamento: o caso dos rolamentos rígidos de uma carreira de esferas sem
blindagem / Francisca Cibele da Silva. – Campina Grande, 2016.
122 f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Fede-


ral de Campina Grande, Centro de Ciências e Tecnologia, 2016.
"Orientação: Prof. Dr. Juscelino de Farias Maribondo.
Referências.

1. Elementos de Máquina. 2. Termografia. 3. Sistemas Mecânicos.


4. Rolamentos. 5. Vibrações Mecânicas. I. Maribondo, Juscelino de Farias.
II.Título.

CDU 621.81(043)
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela minha vida por manter-me firme em fé e nas promessas
alcançadas.
Agradeço acima de tudo, a minha família, em especial minha mãe (Lúcia) e avó (Severina), que
diante de todas as dificuldades estiveram presentes incansavelmente, sempre perseverantes em todas as
angustias e alegrias.
Agradeço ao meu orientador e professor Dr. Juscelino de Farias Maribondo, por aceitar orien-
tar-me tendo em vista a minha formação em Design. Ressaltando a sua infinita paciência, os conselhos
acadêmicos e pessoais, como também as advertências quando necessárias a fim de aperfeiçoar os pro-
cedimentos metodológicos e experimentais e conclusão desta pesquisa.
Agradeço também a todos os professores e servidores do Programa de Pós-Graduação em en-
genharia Mecânica da UFCG, aos meus colegas de pesquisa, as novas amizades formadas em especial
à Verônica Pinto, Débora da Silva, Kalina Brito, à Morgana Vasconcelos pelas inúmeras aulas e estu-
dos em cálculos para engenharia e ao Richard Senko pela ajuda nos experimentos.
Agradeço em especial ao Tadeu Castro da Silva, pesquisador da UNB, pela enorme contribuição
acadêmica, co-orientação na montagem dos experimentos e estudos voltados a área de Termografia e
a incrível disponibilidade em ajudar-me na análise de resultados termográficos.
Agradeço aos meus ciclos de amizades que entenderam a minha ausência em várias ocasiões, a
Adriana Martins, Valdileide Barbosa e todos que compreenderam esse afastamento para meu cresci-
mento profissional e intelectual, e preencher uma pequena lacuna no vasto conhecimento a que somos
expostos.
À CAPES pelo suporte financeiro para o custeio e auxílio a esta pesquisa, bem como todos os
que colaboraram diretamente e indiretamente para a conclusão deste trabalho e aos que apoiaram-me
indiretamente e diretamente.

MUITO OBRIGADA!!
6

SILVA, Francisca Cibele da. ESTUDO DE FALHAS MECÂNICAS EM ELEMENTO DE MÁ-


QUINA POR MEIO DA TERMOGRAFIA: o caso dos rolamentos rígidos de uma carreira de
esferas sem blindagem. 2016. 122 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade
Federal de Campina Grande, Campina Grande, Estado da Paraíba, 2016.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi estudar falhas mecânicas em elementos de máquina por meio da
Termografia. O caso pesquisado foi o dos rolamentos rígidos de uma carreira de esferas sem blindagem.
Quanto aos objetivos a pesquisa é explicativa e quanto aos procedimentos técnicos é de carácter experi-
mental. A metodologia utilizada, neste trabalho, fez uso de uma bancada de teste constituída por motor,
rolamento e mancal, montada em mesa inercial, monitorada por meio de sensores de vibração e câmera
térmica. Nas amostras de rolamentos foram inseridas falhas mecânicas por meio de uma micro retífica
e sob condições de controle de rotação, carga, temperaturas, ventilação e umidade foram realizados os
testes. Como resultado pôde-se perceber alterações térmicas em determinadas regiões dos rolamentos,
as quais coincidiram com picos de frequência oscilatória do espectro de vibração em função do tempo
da FFT. Outro aspecto importante é que as detecções térmicas são melhor evidenciadas nos primeiros
minutos de acionamento do sistema observado. Como conclusão pode-se afirmar que é possível utilizar
a técnica da Termografia para detectar falhas mecânicas em rolamentos desde que a análise termográfica
seja realizada nos instantes iniciais de aquecimento do objeto, com atenção para se manter as condições
ambientais e demais variáveis de estudo sob controle.

Palavras-chaves: Termografia. Sistemas mecânicos. Elementos de máquina. Rolamentos. Vibrações me-


cânicas.
7

SILVA, Francisca Cibele da. STUDY IN MECHANICAL FAULT ELEMENT THRMOGRAPHY


THOUGH THE MACHINE: The case of a rigid bearing an unshielded ball bearings. 2016. 122 f.
Dissertation (Master's degree in mechanical engineering)-Federal University of Campina Grande, Cam-
pina Grande, State of Paraíba, 2016.

Abstract:

The objective of this work was to study mechanical failures in machine elements through Ther-
mography. The case investigated was that of the rigid bearings of a sphere race without shielding. Re-
garding the objectives, the research is explanatory and technical procedures are experimental. The meth-
odology used, in this work, made use of a test bench constituted by motor, bearing and bearing, mounted
in inertial table, monitored by means of vibration sensors and thermal camera. In the samples of bearings
mechanical faults were inserted through a micro grinding and under conditions of control of rotation,
load, temperatures, ventilation and humidity were carried out the tests. As a result, it was possible to
observe thermal changes in certain regions of the bearings, which coincided with oscillatory frequency
peaks of the vibration spectrum as a function of FFT time. Another important aspect is that the thermal
detections are better evidenced in the first few minutes of the observed system activation. It can be
concluded that it is possible to use the Thermography technique to detect mechanical failures in bearings
as long as thermographic analysis is performed in the initial instants of heating the object, with attention
to maintain the environmental conditions and other variables of study under control.

Keywords: Thermography. Mechanical systems. Machine Elements. Bearings.


8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Estrutura do rolamento ................................................................................................ 20


Figura 2- Precipitação e choque das esferas na pista .................................................................. 22
Figura 3 - Distribuição de tensões em superfície. ....................................................................... 23
Figura- 4: Exemplo de uma falha nas pistas internas de um rolamentos proveniente de má
lubrificação .................................................................................................................................. 26
Figura 5 - Desgaste na pista e esfera de um rolamento causado por problemas de lubrificação 27
Figura 6- Falhas nas pistas do rolamento .................................................................................... 27
Figura 7- Excesso de lubrificação ............................................................................................... 28
Figura 8 - Técnicas de manutenção e evolução........................................................................... 29
Figura 9- Fases da manutenção preditiva .................................................................................... 32
Figura 10- Experimento de Herschel .......................................................................................... 34
Figura 11- Radiação emitida, refletida, absorvida e transmitida................................................. 36
Figura 12- Espectro de radiação eletromagnética ....................................................................... 37
Figura 13 - Comportamento da intensidade da radiação............................................................. 38
Figura 14: a) ângulo do plano, b) ângulo sólido, c) Emissão da radiação a partir de A, d) Sistema
de coordenadas esféricas ............................................................................................................. 39
Figura 15 - Modelo de absorção e emissão do corpo negro....................................................... 41
Figura 16 - Poder emissivo do corpo negro ................................................................................ 42
Figura 17 - Relação entre energia absorvida, refletiva e transmitida .......................................... 45
Figura 18: Ângulo de incidência e refletivo ................................................................................ 47
Figura 19 - a) Distribuição espectral, b) Distribuição espectral.................................................. 50
Figura 20 - Tipos de Termovisores ............................................................................................. 54
Figura 21 – a) Termografia qualitativa; b) Termografia quantitativa ......................................... 55
Figura 22 - Normas sobre Termografia publicadas pela ABNT ................................................. 56
Figura 23 - Método refletor (ângulo de reflexão e ângulo de incidência)................................... 57
Figura 24 - Método direto ........................................................................................................... 58
Figura 25- Representação esquemática da situação da medição termográfica geral .................. 60
Figura 26 - Exemplo de ficha de avaliação termográfica............................................................ 62
Figura 27 - Layout do software Flir Systems .............................................................................. 63
Figura 28- Surgimento e comportamento de uma falha e os meios de planejar seu diagnóstico 65
Figura 29 - Espectro de Fourier módulo “Cn” ............................................................................ 67
Figura 30 - Fase φn ..................................................................................................................... 67
Figura 31- Sinal registrado .......................................................................................................... 68
Figura 32 - Onda e respectivo espectro de rolamento com falha ............................................... 69
9

Figura 33- Exemplo Sinal de rolamento defeituoso.................................................................... 70


Figura 34 - Procedimento adotado na técnica do envelope......................................................... 70
Figura 35 - Registro de sinais (acelerômetro) ............................................................................. 72
Figura 36 - Analisador de sinais dinâmicos (Lab. Vibrações e instrumentação – UFCG) ......... 73
Figura 37- Fluxograma metodológico......................................................................................... 75
Figura 38 - Procedimento metodológico para a Fase 1 ............................................................... 77
Figura 39 - Procedimentos metodológico para Fase 2 ................................................................ 78
Figura 40- Vista da ponta abrasiva utilizada para inserir as falhas nos rolamentos .................... 79
Figura 41 - Rolamentos pintados com tinta preta fosca de emissividade conhecida .................. 80
Figura 42 - Procedimento metodológico referente a Fase 3....................................................... 80
Figura 43 - Cabine de proteção ................................................................................................... 81
Figura 44 - Procedimento metodológico da Fase 4..................................................................... 81
Figura 45 - Montagem do sistema de estudo............................................................................... 82
Figura 46- Procedimento metodológico referente a Etapa 5 ....................................................... 82
Figura 47 - Fixação e montagem da base na mesa inercial ......................................................... 83
Figura 48 - Procedimento metodológico Fase 6.......................................................................... 83
Figura 49 - Sensores para aquisição de dados............................................................................. 84
Figura 50 - Procedimento metodológico Fase 7.......................................................................... 84
Figura 51 – Posicionamento do equipamento utilizado nas medições de temperatura ambiente,
umidade e velocidade do ar ......................................................................................................... 85
Figura 52- Registro dos termogramas por meio de câmera termográfica modelo E60 da FLIR
SYSTEMS ................................................................................................................................... 85
Figura 53 - Procedimento metodológico da Fase 8..................................................................... 86
Figura 54 - Esquema experimental.............................................................................................. 86
Figura 55 - Registro de termogramas .......................................................................................... 87
Figura 56 - Registro de termogramas e FRF ............................................................................... 87
Figura 57- . Excitação do Sistema (esquerda). Impulse force test Hamme (direita) ................... 88
Figura 58 - Procedimento metodológico Fase 9.......................................................................... 89
Figura 59- Termograma de rolamento sem falhas (a) e com falhas (b) ...................................... 92
Figura 60 - Esquema de registro termográfico ............................................................................ 92
Figura 61 - Esquema de aquisição de sinais dinâmicos .............................................................. 93
Figura 62- Termograma da amostra A SP1 e SP2 respectivamente (Amostra A1 pista interna) 94
Figura 63 - Gráfico das Amostras A (Zona SP1) ........................................................................ 95
Figura 64 - Termogramas da Amostra A1 .................................................................................. 96
Figura 65 - Gráfico das Amostras A (Zona SP2) ........................................................................ 97
10

Figura 66- Termograma das Amostras B .................................................................................... 98


Figura 67 – Termograma da amostra B1..................................................................................... 98
Figura 68 - Rolamentos sem defeito Amostra C1 ....................................................................... 99
Figura 69- Gráfico das Amostras B (Zona SP1) ....................................................................... 100
Figura 70 - Gráfico das Amostras B (Zona SP2) ...................................................................... 101
Figura 71 - Sinal simulado da pista externa (esquerda), pista interna (direita)......................... 102
Figura 72 - Sinal (esquerda) e espectro de vibração (direita) da Amostra A1 .......................... 103
Figura 73 - Espectro de vibração Amostra B1 .......................................................................... 104
Figura 74 - Espectro simulado pista interna.............................................................................. 105
Figura 75 - Espectro de vibração Amostra A1 .......................................................................... 105
Figura 76 - Espectro simulado pista externa ............................................................................. 106
Figura 77 - Espectro de vibração Amostra B1 .......................................................................... 106
Figura 78 - Envelope da amostra C1 ......................................................................................... 107
Figura 79- Espectro de vibração Amostra A1 ........................................................................... 108
Figura 80- Envelope da Amostra B1......................................................................................... 108
11

LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Valores de Frequência................................................................................................ 37


Tabela 2- Espectro infravermelho. .............................................................................................. 38
Tabela 3 - Dados para calcúlo das frequencias ........................................................................... 88
Tabela 4 - Dados do experimento ............................................................................................... 91
Tabela 5 - Resultado dos cálculos de frequência ........................................................................ 93
12

LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolo Denominação Unidade


C0 Velocidade da luz no vácuo 2,998×108 [m/s]
C1 Primeira constante de radiação 2×π×h×c0 2 = 3,742×108 [W.μm4 /m2 ]
C2 Segunda constante de radiação = h×c0 /k = 1,439×104 [μm.K]
Eb (T) Radiação total emitida pelo corpo negro [W/m2 ]
Eg (T) Radiação total emitida por um corpo cinzento [W/m2 ]
Ei Radiação incidente
Ereal (T) Radiação total emitida por uma qualquer superfície real [W/m2 ]
Eα Radiação absorvida
Eλ,b (λ, T) Emitância espetral do corpo negro à temperatura absoluta T [W/m2 .μm]
Eρ Radiação refletida
Eτ Radiação transmitida
h Constante de Planck = 6,6256×10-34 [J.s]
k Constante de Boltzmann = 1,3805×10-23 [J/K]
q´´ Fluxo de calor [W/m2 ]
Rsi Resistência térmica superficial interior [m2 .ºC/W]
T Temperatura absoluta do corpo negro [K]
U Coeficiente de transmissão térmica [W/m2 .ºC]
α Coeficiente de absorção de uma superfície
ε Emissividade
εg Emissividade de um corpo cinzento
Ɵe Temperatura do ar exterior [°C]
Ɵi Temperatura do ar interior [°C]
Ɵ si Temperatura superficial interior [ºC]
λ Comprimento de onda [μm]
ρ Coeficiente de reflexão de uma superfície
σ Constante de Stefan-Boltzmann = 5,670×10-8 [W/m2 .K4 ]
τ Coeficiente de transmissão de uma superfície
13

SUMÁRIO

CAPÍTULO I

1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 16


1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 17
1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 17
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 17
1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA...................................................................... 18
1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO. .............................................................. 19

CAPÍTULO II

2 ELEMENTOS MECÂNICOS DE BAIXA ROTAÇÃO: definição, tipos de falhas


e manutenções. .............................................................................................................. 20
2.1 O ELEMENTO DE ESTUDO: o rolamento de uma carreira de esfera sem
blindagem...................................................................................................................... 20
2.2 ROLAMENTOS E SUAS FALHAS .................................................................. 22
2.3 TIPOS DE MANUTENÇÃO ............................................................................. 28
2.4 Considerações finais ........................................................................................... 33

CAPÍTULO III

3 RADIAÇÃO TÉRMICA E A TÉCNICA DA TERMOGRAFIA ...................... 34


3.1 RAIO INFRAVERMELHO ............................................................................... 34
3.2 PRINCÍPIOS DA RADIAÇÃO TÉRMICA....................................................... 35
3.3 RADIAÇÃO DO CORPO NEGRO ................................................................... 40
3.3.1 Lei ou distribuição de Planck ............................................................................. 41
3.3.2 Lei do deslocamento de Wien............................................................................. 42
3.3.3 Lei de Stefan-Boltzmann .................................................................................... 43
3.3.4 Emissão em superfícies....................................................................................... 44
3.3.5 Absorvidade. ....................................................................................................... 46
3.3.5 Refletividade. ...................................................................................................... 47
14

3.3.6 Transmissividade ................................................................................................ 48


3.4 Emissividade ....................................................................................................... 49
3.4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS. ............................................................................ 53

CAPÍTULO IV

4 TERMOGRÁFICA E ANÁLISE DE VIBRAÇÃO. .......................................... 54


4.1 TERMOGRAFIA ............................................................................................... 54
4.2 MÉTODOS E APLICAÇÕES DA TERMOGRAFIA. ...................................... 57
4.3 VARIÁVEIS A SEREM MANIPULADAS EM ENSAIOS.............................. 58
4.4 EQUIPAMENTOS TERMOGRÁFICOS OU TERMOVISÓRES. ................... 60
4.5 COMPOSIÇÃO DE LAUDOS........................................................................... 62
4.6 CONCEITOS DE ANÁLISE DE VIBRAÇÕES ............................................... 64
4.6.1 DOMÍNIO DO TEMPO. .................................................................................... 66
4.6.2 DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA ......................................................................... 67
4.6.3 TÉCNICA DO ENVELOPE............................................................................... 69
4.6.4 DOMÍNIO TEMPO-FREQUÊNCIA ................................................................. 71
4.6.5 REGISTRO E AQUISIÇÃO DE SINAIS .......................................................... 72
4.6.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS. ............................................................................ 74

CAPÍTULO V

5 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ............................................................ 75


5.1 A Fase 1 – Definição do problema. .................................................................... 77
5.2 Fase 2 - Preparar as amostras.............................................................................. 78
5.3 Fase 3 - Confeccionar base do experimento e cabine de proteção ..................... 80
5.4 Fase 4 - Montar componentes do experimento na base. ..................................... 81
5.5 Fase 5- Instalar sistema na Mesa Inercial ........................................................... 82
5.6 Fase 6 - Instalar sensores e cabine ...................................................................... 83
5.7 Fase 7: Preparar o ambiente e configurar Termovisor........................................ 84
5.8 Fase 8 - Coleta de dados ..................................................................................... 86
5.9 Fase 9 - Analisar dados ....................................................................................... 89

CAPÍTULO VI
15

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 90


6.3 RESULTADOS DA ANÁLISE DE VIBRAÇÕES ......................................... 102
6.3.1 Comparação dos resultados experimentais e simulados ................................... 104

CAPÍTULO VII

7 CONCLUSÕES FINAIS .................................................................................. 110


7.1 CONCLUSÃO E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ................. 110
REFERENCIAS.......................................................................................................... 112
APENDICES............................................................................................................... 118
16

CAPITULO I

1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

1.1 INTRODUÇÃO

O rolamento é um dispositivo que permite o movimento controlado entre duas partes,


com a finalidade de sustentar um sistema de transmissão de torque, a qual suporta inúmeros
esforços simples ou combinados (ANDRADE, 2015, p.102). Esses elementos de máquinas são
sucessíveis a falhas, pois, trabalham sob condições severas, tais como choques mecânicos ge-
rado pelo atrito entre os metais, altas temperaturas, erros de montagem e inúmera outras situa-
ções adversas, que podem vir a contribuir para o desgaste do rolamento.
Um dos desgastes mais comuns nos rolamentos decorrentes destas condições severas
são as falhas nas pistas do anel interno e/ou do anel externo (ALMEIDA, 1999, p. 38-63; AF-
FONSO, 2002, p. 107-139; GEITNER, FRED K. 2015, p. 73-103). Isso ocorre em virtude dos
choques mecânicos entre as esferas e as pistas, que atritam durante o movimento cinético e,
consequentemente, há a geração de energia térmica. O calor incidente na região de atrito pro-
paga-se incessantemente na superfície da pista, alterando as propriedades termomecânicas do
material causando o aparecimento de falhas no rolamento.
Com o calor presente, devido à fricção, é possível que técnicas como a Termografia
possa servir para detectá-las. A questão é: a Termografia pode ser utilizada como técnica com-
plementar destinada a verificar e fornecer dados suficientes e necessários para a tomada de
decisão sobre o estado de funcionamento de um rolamento? Se sim, quais seriam as variáveis a
manipular e em que instante o termografista poderia registar os melhores dados para a tomada
de decisão?
Buscar a resposta para tais questões é oferecer ao campo da manutenção industrial uma
ferramenta de apoio e de inspeção rápida, eficiente e segura operacionalmente para o dia a dia
da manutenção industrial.
17

A hipótese para o desenvolvimento deste trabalho surgiu em razão do atrito gerado por
uma falha mecânica emitir calor em maior intensidade numa determinada região se comparada
com outras áreas do rolamento ausentes de falhas. Se isso se confirma busca-se, então, que
variáveis a manipular e qual o melhor instante para obter tais dados.

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar se a técnica da Termografia pode auxiliar no diagnóstico de falhas mecânicas


previamente inseridas nas pistas internas e externas dos rolamentos rígidos de uma carreira de
esferas sem blindagem.

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para que o objetivo geral seja atingindo se faz necessário, o desenvolvimento dos se-
guintes objetivos específicos:

 Inserir falhas na pista interna e externa do rolamento escolhido;


 Monitorar a falha do rolamento por meio da análise termográfica;
 Monitorar falha em rolamento pela análise de vibrações;
 Comprovar a existência de falhas nas pistas internas e externas dos rolamentos por
meio da Termografia e compará-los aos resultados de vibrações.

1.3 JUSTIFICATIVA

Este trabalho se faz importante por diversos aspectos, mas destacar-se-ão três aspectos
à saber: 1) Redução dos custos de manutenção; 2) Rapidez no diagnóstico de falhas mecânicas
e, 3) segurança dos operadores.
Com relação a redução de custos de manutenção pode-se afirmar que o uso de câmeras
termográficas é menores dispendiosa em diagnostico quando comparado com outras técnicas,
aja vista que o seu diagnostico se faz por meio de imagens obtidas de forma similar a obtenção
de fotografias. A quantidade de registros termográficos e o baixo tempo de obtenção dos mes-
mos facilitam as tomadas de decisão e, consequentemente na redução dos custos envolvidos na
manutenção industrial.
18

Quanto a segurança dos operadores, o registro termográfico não necessita contato físico
entre o termografista e o objeto em análise, reduzindo, portanto, o perigo de acidente nos locais
de trabalho.

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.

Para a realização desta pesquisa se fez necessário delimitar os seguintes aspectos: o tipo
de rolamento, os tipos de falhas, a caracterização do ambiente, os equipamentos de coleta de
dados, a montagem do sistema e o comparativo dos resultados entre os termogramas e as aná-
lises de vibração.
Com relação ao tipo de rolamento foi adotado o rolamento rígido de uma carreira de
esferas sem blindagem, modelo C4DDUC4 da NSK. A escolha deste tipo de rolamento se deu
em função do trabalho de outro pesquisador que realizou trabalho semelhante ao que se desen-
volveu nesta pesquisa, servindo de parâmetro para comparação dos resultados obtidos. (Ver
ALEGRANZI, 2012, p. 37).
Quanto às falhas adotou-se as mesmas do trabalho de referência, a saber: raspagem das
pistas dos anéis internos e externos dos rolamentos com dimensões de 35 mm, 30 mm, 20mm
e 10 mm (Ver ALEGRANZI, 2012, p. 37).
O ambiente onde foram realizadas as experiência compreende uma área de 32 m2 , com
pé direito de 2.50 m, contendo bancadas inercial, janelas em vidro nas laterais, climatizado e
bem iluminado.
Quanto aos equipamentos utilizados para a coleta de dados se fez uso de um termovisor,
modelo FLIR E 60, com leitura na faixa espectral de 7.5 a 13 µm, a sonda AMIR 300 da Ins-
trutemp contendo sonda de fio quente e anemômetro de pás, uma bancada inercial, uma bancada
de ensaio, martelo de impacto (impulse force test Hammer) modelo 086C03, os sensores de
vibração (acelerômetros) modelo 352B10, modelo 352C68, o medidor de vibrações modelo
GK291D (ICP) e softwares MATLAB® para análise de vibrações e FLIR TOOS® para a aná-
lise dos termogramas.
Para a montagem do sistema se fez uso da mesa inercial, da bancada experimental, dos
rolamentos, dos sensores de vibração e do termovisor. As amostras foram montadas no mancal
interligado ao motor de indução de ½ CV de 1.740 rpm de 60 Hz, por um eixo, todos posicio-
nados sobre a mesa inercial, alinhados horizontalmente e isolados termicamente por invólucro.
19

Por fim, o comparativo entre os termogramas e os envelopes de vibração foram realizados ob-
servando o registro de frequência e a amplitude no tempo, os quais geraram as TTF´s que au-
xiliaram a confirmar as temperaturas obtidas nos termogramas.

1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO.

Este trabalho de pesquisa está estruturado em sete capítulos, a saber:


No Capítulo I contextualiza-se o problema, apresentam-se os objetivos geral e específi-
cos, as justificativas, a delimitação e a estruturação do mesmo.
Nos Capítulos II e III se faz a revisão da literatura. O Capítulo II é composto por infor-
mações relacionadas ao elemento de estudo, o rolamento, abordando os temas referentes as suas
características, mecanismos de falhas e tipo de manutenções.
No Capítulo III comenta-se sobre a ciência da radiação térmica dando ênfase aos seus
princípios básicos, estudo do corpo negro, superfícies cinza e emissividade.
No Capítulo IV aborda-se contempla a técnica da Termografia, os tipos de ensaios ter-
mográficos e as principais variáveis envolvidas na obtenção dos termogramas e por fim, os
princípios básicos da análise de vibrações.
No Capítulo V apresentam-se os procedimentos metodológicos utilizados para a reali-
zação dos experimentos termográficos e de análise de vibrações, como também o detalhamento
de manipulação dos instrumentos utilizados para o ensaio.
No capítulo VI apresentam-se os resultados e as sugestões para trabalhos futuros.
No capítulo VII apresentam-se as conclusões. Por fim, apresentam-se as referências, os
Apêndices e os Anexos.
20

CAPITULO II

2 ELEMENTOS MECÂNICOS DE BAIXA ROTAÇÃO: definição, tipos de falhas


e manutenções.

O objetivo desse Capítulo foi efetuar uma revisão da literatura destacando os tópicos
sobre o rolamento utilizado neste estudo, em especial o rolamento de uma carreira de esfera,
suas principais falhas e os principais tipos de manutenção atualmente existente no mercado.

2.1 O ELEMENTO DE ESTUDO: o rolamento de uma carreira de esfera sem blin-


dagem.

Segundo a SKF (2016) e Silva (2016, p. 21), os rolamentos são elementos de máquina
de precisão, sendo assim, precisam ser tratados com cuidado. Já Alegranzi (2012, p. 11), define
rolamento como um dispositivo que permite o movimento relativo controlado entre duas ou
mais partes, suportando cargas estáticas, dinâmicas em diversas aplicações. A Fig. 1 ilustra os
elementos que compõem um rolamento de uma carreira de esfera sem blindagem. O termo “sem
blindagem” está relacionado a possibilidade de retirar a tampa que protege as esferas e as pistas
dos anéis interno e externo do rolamento, com facilidade.

Figura 1- Estrutura do rolamento

Fonte - Ctkbrasil (2016)


21

Geitner e Block (2015, p.74), são de acordo que, os rolamentos estão entre os compo-
nentes de máquina mais importantes. No que tanger a elementos transitórios os rolamentos su-
portam movimentos de transmissão, desalinhamentos, altas cargas e forças mecânicas, que em
excesso contribuem para alterações termomecânicas no material.
O material utilizado na fabricação dos rolamentos são aços ligados. Estes devem possuir
alta dureza e elevada resistência ao desgaste para suportar os esforços aos quais estes elementos
de máquinas são submetidos. Entre os materiais comumente utilizados no mercado cita-se o aço
martensítico AISI 440C. No entanto, para algumas industrias este material apresenta alguns
problemas relacionados à resistência, corrosão e desempenho e por essa razão utilizam o aço
ES11 , o qual possui propriedades melhores para a fabricação de rolamentos. (NSK, 2003, p. 8).
Já os rolamentos da SKF por sua vez, são confeccionados em aço, cuja composição
martensítia ou bainita2 é obtida por meio de tratamento térmico o que proporciona aos metais
dureza da superfície, ductilidade e tenacidade do núcleo. (SKF, 2005 e MASSOTI, 2011, p.24-
25). Segundo Tschiptschin, (2014, p. 24- 26), os tratamentos térmicos influenciam na longevi-
dade dos elementos de máquina fazendo com que a vida útil do rolamento seja maior.
Outro aspecto importante a destacar é que os rolamentos são confeccionados em mate-
rial de extrema difusibilidade térmica e tendem a ter sua resistência alterada em função da tem-
peratura, a exemplo do aço, que facilita a propagação de calor, devido as suas propriedades
altamente condutoras. (HARRIS, KOTZALAS, 1984, p. 197 - 200 e NORTON, 2000, p. 40-
45).
A alta condutividade térmica desses materiais pode ser percebida durante o funciona-
mento através da emissão de calor pela superfície. O aumento ou redução da temperatura se-
guida de choques mecânicos e fricções poderão reduzir a resistência do material, pois afeta
diretamente as suas propriedades mecânicas. (SMITH e HASHEMI, 2012, p. 260-280). Para
Athanasopoulos e Botsaris (2014, p. 172) há a possibilidade de utilizar diferentes métodos a
fim de detectar e diagnosticar os defeitos em rolamento; eles podem ser percebidos nas vibração
e medições acústicas, desgaste análise de resíduos e medições de temperatura.
Por exemplo, se um sistema mecânico em operação aquece demasiadamente há um prin-
cípio de instabilidade que é preciso quantificar e qualificá-lo. No caso de aquecimentos em

1 Liga de aço acrescida de nitrogênio para garantir resistência à corrosão, fadiga na pista de rolagem. Em testes o ES1 apre-
sentou um rendimento superior aos aço AISI 440C. O ES1 demonstrou superioridade em ambientes aquosos a 5% de cloreto
de sódio, testes com spray de solução salina, solução de ácido sulfúrico e ácido clorídrico em testes de imersão, além de tes te
de vida em ambientes submersos em água, apresentando uma vida até 5 vezes superior ao aços convencionais. (NSK, p.8,
2003).
2 M artensítia Transformação por difusão, por cisalhamento e uma expansão da rede da austenita (estrutura em forma de agu-
lhas obtidas no resfriamento no metal durante a austenita entre a faixa de temperaturas entre 200 e 540°C).
22

rolamentos o contato das camadas superficiais e adjacentes da pista com outros componentes
internos do mesmo pode nuclear trincas, que correspondem as tensões de cisalhamento cíclico
comuns nestes tipos de elementos de máquina. (HARRIS, KOTZALAS, 1984, p. 197 – 248, e
MASSOTI, 2012, p. 24 - 32).
No entanto, é preciso perceber quais situações realmente contribuem para o surgimento
dessas falhas, a saber: falha de manutenção, desgaste das partes e componente do rolamento,
regime cíclico de carregamento, excesso de carga para rolagem estática ou dinâmica, falha de
lubrificação ou ainda impurezas no interior dos rolamentos. Todos esses fatorem contribuem
para o surgimento de falhas e, consequentemente, superaquecimento, podendo gerar as falhas.
(ARAÚJO, 2011, p.29-34; SKF, 2014, p.7-9; WEIDLICH, 2009, p. 46-51).

2.2 ROLAMENTOS E SUAS FALHAS

As falhas em pistas de rolamentos são estudadas na engenharia mecânica com a finali-


dade de detectar, minimizar e reduzir sua nucleação. No entanto, há uma gama significativa de
anomalias causadas por fatores internos e externos. Os primeiros estudos e análises de falhas
em rolamentos foram realizados por Harris e Kotzalas (1984), com o intuito de indicar e prever
o comportamento de uma falha por fadiga.
O contato de rolagem puro e a tensão de cisalhamento causam o que o autor nomeia de
fadiga sub-superficial, pois o fenômeno inicia-se de uma trinca e amplia-se em decorrência da
rotação, esforço e carregamento, o que dá origem as fretting, (fricção - tradução nossa) termo
utilizado pelas literaturas especializadas que abordam o assunto, ver Fig. 2.

Figura 2- Precipitação e choque das esferas na pista

Fonte - Elétrica suas dúvidas (2015)

A Figura 2, exemplifica o surgimento de falhas mecânicas, devido a concentração de


energia e contato entre as esferas e a pista. Mediante o funcionamento a Fig. 2, mostra o acú-
mulo de forças e tensões na região onde se inicia a falha. Esse contato gera calor e em conse-
quência alteram as características mecânicas da superfície do material e dá-se início ao surgi-
mento das primeiras e minúsculas deformações.
23

Medeiros, Tanaka e Sinatora (2000, p. 8-9), afirmam que as trincas são ativadas devido
as tensões térmicas cíclicas atuando em regiões mecanicamente confinadas tais como aquela
apresentada na Fig. 2. Isso explica como as falhas ou defeitos do material induzem a um acú-
mulo local de discordâncias nos corpos em contato, provocando o início de micro trincas, que
pode surgir na superfície ou na subsuperfície, a uma profundidade rasa ou profunda. (MEDEI-
ROS, TANAKA e SINATORA, 2000, p. 8-9).
Nos casos mais comuns essas trincas vão se propagando abaixo da superfície até causa-
rem as primeiras raspagens ou cisalhamento nas pistas, internas ou externas dos anéis dos rola-
mentos, ver Fig. 3.

Figura 3 - Distribuição de tensões em superfície.

Fonte - INGENIA RE (2009, p. 444)

Este tipo de defeito mostrado na Figura - 3, pode reduzir a vida de um rolamento de 4 a


5 vezes, e nos casos de maior severidade tais como sobrecarga e/ou pequenos resíduos, a dura-
bilidade desse elemento pode vir a cair de 8 a 10 vezes no seu tempo médio de uso. Em resumo,
as falhas descritas propiciam uma redução total de até 20 vezes a vida útil do rolamento. (AF-
FONSO, 2002, p. 114-115).
O surgimento de defeitos e falhas em rolamentos são problemas constantes na manuten-
ção de uma máquina, muitos são também provenientes da lubrificação. Sabe-se que o rolamento
é um componente vital para o funcionamento das máquinas e deve operar sob condições e lu-
brificação adequadas para a produção fabril. (AFFONSO, 2002, p. 46-47; HARRIS e KOTZA-
LAS, 2007, p. 173 -180; GEITNER, 2015, p. 75-137).
24

Em rolamentos os lubrificantes tem um papel fundamental, pois os mesmos trabalham


em contato com as superfícies das pistas internas e externas e com as esferas que desempenham
o papel de facilitar o movimento de um das pistas. A lubrificação deve evitar o contato metal-
metal, o qual eleva a temperatura na zona de fricção.
Segundo a SKF (2015), a lubrificação em excesso, ou a sua falta, assim como a conta-
minação do lubrificante são responsáveis por até 36% das falhas prematuras em rolamentos. Se
esses elementos estiverem presentes iniciam-se uma zona de acúmulo de energia, gerando calor
afetando as estruturas mecânicas dos rolamentos originando os processos de trincas.
Segundo Amaral (2002, p. 1-10), as falhas em rolamentos e elementos de máquina ocor-
rem durante o processo de concepção. A falta de critérios durante as etapas do processo de
projeto termina por formular um produto que pode contribuir para o surgimento de falhas du-
rante o processo de fabricação, montagem, teste e uso.
No Quadro -1 apresentam-se as etapas de projeto definidas por Amaral que são indis-
pensáveis para a concepção de um rolamento.

Quadro 1 - Tipos de anomalias decorrentes da concepção de projeto

Falhas de projeto
• Compreendem os entalhes mecânicos que originam as fraturas e
fadigas, as mudanças de projeto muitas vezes feitas sem os devidos
cuidados técnicos e critérios de projeto inadequado devido há
imprecisões não previstas no projeto.

Falha por seleção de material


• Compreendem os entalhes inadequação na seleção do material na
construção devido a alguma imprecisão física.

Imperfeição do material
• Relacionado às falhas internas e externas a qual reduzem a resistência
mecânica do material.

Deficiência de fabricação
• Oriundas do processo de fabricação dos componentes, má injeção, má
conformação, má usinagem entre outros.

Erros de montagem ou instalação


• Comuns de ocorrer, pois trata-se muitas vezes de erros humanos
decorrentes da má instalações.
25

Continuação do Quadro 1.

Condições de operação ou manutenção inadequadas.


• Está relacionada às mais variadas condições, que vão da má lubrificação,
falta de inspeção, erros de operação e etc.

Fonte - Autoria própria

As condições citadas por Amaral são abrangentes e podem ser observadas em qualquer
elemento de máquinas. Todas as incertezas decorrentes da concepção de um projeto são refle-
tidas no produto final e contribui para reduzir a sua vida útil do equipamento.
Apesar de falhas projetuais, quando se tratar de rolamentos se tem inúmeras possibili-
dade de falhas que vão desde a lubrificação até a instalação. No manual da SKF (2015) estão
listadas 26 defeitos e anomalias que podem ser encontrada nos rolamentos. Para este trabalho
listam-se 14. Vide Quadro - 2.

Quadro 2 - Tipos de falhas em rolamentos

Tipo da falha Rep. esquemática

Carga radial unidirecional (pista externa fixa e interna girando).

Carga radial unidirecional (pista externa fixa e interna girando).

Carga radial girante em fase com o anel interno (pista externa


fixa e interna girando).
Carga radial girante em fase com o anel externo (pista externa
girando e interna fixa).

Carga unidirecional axial (pista externa fixa interna girando).

Combinação de cargas radiais e axiais (pista interna girando).

Carga unidirecional radial anel de vedação do eixo girante.

Carregamento radial + desbalanceamento


26

Continuação do Quadro 2.

Pré-carrega anel interno, interferência excessiva (pista externa


fixa interna girando).
Compensação oval do anel externo (pista externa fixa interna gi-
rando).

Desalinhamento do anel externo (pista externa fixa interna gi-


rando).

Desalinhamento do anel externo (pista externa fixa interna gi-


rando).

Desalinhamento do anel de vedação posicionado


excentricamente em relação ao anel do eixo.

Desalinhamento aneis de vedação externos.

Fonte - Adaptado de SKF (2005, p. 1-2) e ALEGRANZI (2012, p. 16)

Há também casos de falhas prematuras dos rolamentos ligadas a procedimentos de ins-


talação, lubrificação e vedação inadequados (HAND, 2015 p. 198). As Figs. 4 e 5 mostram as
ocorrências de falhas reais provenientes de má instalação.

Figura- 4: Exemplo de uma falha nas pistas internas de um rolamentos proveniente de má lubrificação

a) b)
Fonte – Bezerra (2004, p.109)

Na Figura 4(a), à esquerda percebem-se o desgaste na pista interna com presença de


desgaste em todo o perímetro circunferencial da pista causado pelo atrito das esferas, devido à
defeitos e má lubrificação (ARAÚJO, 2004, p.109).
27

Esse desgaste é caracterizado como falha do tipo intermediária sofridas das alterações
termomecânicas dos rolamentos, em alguns casos as falhas são leves e ocasionam pequenos
pontos na superfície das pistas. No caso do defeito ser na pista externa Fig. 4(b) a presença de
marca significativa de desgaste são percebidas conforme podem ser observadas na imagem, a
deterioração ocorrida é devido à fricção dos metais e as variações térmicas existentes entres as
partes.
Quando ocorre a fricção desses metais a energia dissipada é em forma de calor, isso
ajuda a alterar as propriedades do material proporcionando degradação nas pistas e nas esferas
como mostra a Fig. 5. As falhas presentes podem aparecer na forma de desgaste na pista interna
e nos seus elementos rolantes. Bezerra (2004) apresenta um experimento realizado que com-
prova esta afirmação.

Figura 5 - Desgaste na pista e esfera de um rolamento causado por problemas de lubrificação

Fonte - Bezerra (2004, p.113-114)

Hand (2015,p. 33), Heinz e Geitner (2013, p.73-76), SKF (2005, p.1-2), NSK (2015,
p.14-15), em seus trabalhos e estudos citam a fadiga superficial como uma deformidade comum
aos rolamentos devido às marcas de trabalho (Vide Fig. 6). Nas situações onde observa-se mar-
gas de degradação no perímetro das pistas do rolamento, é provável que as esferas estejam
danificadas, com isso, as tensões e acúmulos de energia se ampliam e terminam por propagar
as trincas e imperfeições iniciadas.

Figura 6- Falhas nas pistas do rolamento

Fonte - NENNA (2007, p.41)


28

Estes fatos associados a outros tipos de falhas, tais como: falhas nas pistas, nas esferas
ou decorrentes de assentamentos defeituosos no eixo ou caixa de rotação, desalinhamentos,
procedimentos de montagens incorretos, ajustes incorretos no eixo ou na caixa, aquecimentos
térmicos, lubrificação inadequada, selagem ineficaz, também contribui para ocasionar o surgi-
mento e potencializar os defeitos.
Para as ocasiões em que ocorrem falhas devido à lubrificação seja por falta ou excesso,
o primeiro sinal é o aumento da rugosidade da superfície das pistas (Ver Figs. 6 e 7). Em teoria
a função da lubrificação é de promover um filme de óleo entre as superfícies em atrito do lu-
brificante e reduzir o contato metal-metal, removendo o calor gerado pela rotação. (AMARAL,
2002, p.70-80).

Figura 7- Excesso de lubrificação

Fonte - Adaptado de NENNA (2007, p.44)

Nestes casos, a aplicação de uma manutenção atuante, pode reduzir estas falhas e am-
pliar a vida útil dos equipamentos contribuindo para o aumento da produção fabril. Entre as
manutenções existentes e comentadas na literatura especializada destaca-se, a manutenção cor-
retiva e a preventiva. No tópico, que se segue, comentar-se-á sobre elas.

2.3 TIPOS DE MANUTENÇÃO

A palavra manutenção vem do latim manus terene, e significa “manter o que se tem”.
Atualizando o termo para os dias atuais, a manutenção é um método de prevenir “doenças” em
maquinários industriais. É através da mesma que se tornam possível um planejamento e gestão
de como se deve proceder para manter a confiabilidade e a eficiência dos sistemas mecânicos
operantes.
A manutenção tem como definição, o melhor estudo em firmar as combinações em ações
de gestão, técnicas de economia aplicada aos bens, como também o intuito de aperfeiçoar os
29

ciclos de vida dos elementos de máquinas e garantir seu funcionamento (PARREIRA, 2011,
p.5-13). Os tipos de manutenção foram definidas e caracterizadas seguindo as suas aplicações
e atribuições, conforme a evolução dos defeitos e paradas bruscas dos equipamentos.
Moubray (1997, p. 3) historiou evolução das etapas da manutenção, e com base na de-
manda ocorrida no processo fabril. A evolução defendida por Moubray é dividida em três ge-
rações e apresenta-se segundo as necessidades industriais de cada época, vide Fig. 8.

Figura 8 - Técnicas de manutenção e evolução

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Ano

Fonte - Adaptado de Moubray (1997, p. 3-6) e Trojan (2013, p.345-356)

Os conceitos e as novas terminologias para solucionar problemas de ordem mecânica


em manutenção são expressos na Fig. 8. A primeira geração era focada em corrigir a anomalia
durante uma parada brusca inviabilizando a produção. Em meados da década de 60 a 80, deu-
se início a sistematização e aos primeiros controles e registros de falhas de um equipamento. E
no ano de 1990 até os dias atuais, estudos e pesquisas são voltados aos tipos e características
da manutenção e ao controle da sua gestão, a fim de garantir a longevidade do parque fabril.
Tojan, Marçal e Baran (2013, p. 345 -346), ABRAMAN (Associação Brasileira de Ma-
nutenção), (2015); Parreira (2011, p.10); Fernandes (2015, p. 2-4), Couto (2011, p. 41) listam
os tipos de manutenção com base em suas características e terminologia a serem aplicadas em
sistemas mecânicos, a saber:

a) Manutenção corretiva:
Manutenção corretiva não planejada: é caracterizada pela atuação das equipes de
manutenção em fatos que já ocorreram, sejam estes fatos desempenhos inferiores ao
almejado ou uma falha. Não há tempo para a preparação de componentes e nem de
planejar o serviço; isto é, manutenção corretiva não planejada é a correção da falha
30

de modo aleatório a fim de evitar outras consequências. (WILLIANS, 1994 apud CAS-
TELLA, 2001).
Manutenção corretiva planejada: A falha ou condição anormal de operação do equi-
pamento e a correção depende de decisão gerencial, em função de acompanhamento
preditivo ou pela decisão de operar até a quebra. (FERNANDES, 2015 p.5).
b) Manutenção preventiva:
Trata-se de atuação realizada de maneira a reduzir ou evitar a falha ou a queda no
desempenho do equipamento, obedecendo a um plano de manutenção preventiva pre-
viamente elaborada, baseado em intervalos definidos de tempo, isso é, manutenção
baseada no tempo. (FERNANDES, 2015, p.5).
c) Manutenção preditiva:
Esse tipo de manutenção caracteriza-se pela previsibilidade da deterioração do equi-
pamento, é a manutenção preditiva é a execução da manutenção no momento ade-
quado, antes que o equipamento apresente falha, e tem a finalidade de evitar a falha
funcional ou evitar as consequências desta. (MOUBRAY, 1997, p. 133-134).
d) Manutenção detectiva:
É um tipo de manutenção efetuada em sistemas de proteção buscando detectar falhas
ocultas ou não perceptíveis às equipes de operação e manutenção (PINTO, 2001 apud
CASTELLA, 2001).

Dos cinco tipos de manutenção expostos anteriormente, Tojan, Marçal e Baran (2013,
p. 345 -346) fizeram um comparativo para melhor identifica-las e delimitá-la. Entre os pontos
apresentados destacam-se a divergência de conceitos. Vide Qdr. 2.
Em estudo publicado por Tojan, Marçal e Baran (2013, p. 344 -347) há nomenclaturas
e tipologias defendidas por vários autores com a finalidade de caracterizar cada tipo de manu-
tenção. Em seu trabalho, fez-se um comparativo entre os períodos de publicações, classificação
da ação adotada para correção do defeito e uso de tecnologias como o uso do software o ELEC-
TRE TRI 2.0a, disponibilizado pela Lamsade (Paris-Dauphine University, Paris, France) onde
mesmo expõe os resultados conforme medidas de decisões tomadas pelos operadores.

Quadro 3 - Tipos de Manutenção

Classificação conforme ação adotada


Autores
Não Planejar Planejar Monitorar Destinar
Corretiva; Preven-
ONU, (1975) Quebra
tiva;
AFNOR,
Corretiva
(1985)
MONCHY, Corretiva Cura- Preventiva Sistemá-
(1989) tiva; tica;
31

Corretiva Palia- Preventiva de Con-


tiva; dição;

Preventiva Sistemá-
tica;
MIRSHAWKA, Corretiva;
Preventiva de Con-
(1993) Melhoramento;
dição;
Preditiva
No campo Fora
Corretiva
Preventiva do Local
ABNT, (1994) Não-Progra- Preditiva
Programada Remota Auto-
mada
mática
Preventiva
Corretiva;
TPM
VIANA, (2002) Planejada; Preditiva
Autônoma
Não-Planejada;
MCC
Preditiva;
Preventiva;
Acompa-
Corretiva; Sistemática;
nhada;
ABRAMAN, Preventiva Reconstruções;
Monitora-
(2005) Não-Progra- Oportunidade;
ção;
mada. Reparos;
Medição;
Lubrificação.
Inspeção;
PINTO & XA- Corretiva; Preditiva; Engenharia e
VIER, Planejada; Preventiva Detectiva; manutenção.
(2007) Não-Planejada;
Fonte - Adaptado de Tojan, Marçal e Baran (2013, p. 352)

As informações presentes no Quadro -3 e Figura - 8, mostram uma síntese dos tipos de


manutenção. Percebe-se que a partir da década de 90, iniciou-se os cuidados com relação a
prevenção das falhas de equipamentos e deu-se o início das manutenções preditiva e detectiva.
Manutenções essas, aplicadas aos sistemas ainda vivo, sem a ocorrência de paradas indesejadas.
Couto (2011, p. 14) informa que:

Esta política de manutenção é adequada para componentes cujo desempenho possa


ser monitorizado pela análise dos atributos do produto resultante da sua operação
ou pela sua análise por parte do seu operador. Desta forma, com o recurso a uma
política de Manutenção Preditiva, o tempo de vida útil de componentes cuja substi-
tuição seja muito dispendiosa pode ser prolongado, resultando numa minimização
dos custos com manutenção.

Ao diferenciar os tipos de manutenção e como elas evoluíram no decorrer dos anos,


percebe-se, também, a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias para a gestão da
mesma. Nos casos que envolvem a manutenção preditiva, as técnicas de inspeção END (ensaios
32

não destrutíveis), tornaram-se viável e valiosa para o auxílio ao diagnóstico de análise de falhas
mecânicas.
Para Sousa (2008, p. 15), a periocidade da prática da manutenção preditiva, é condicio-
nada a três etapas; a primeira está relacionada à detecção do defeito, ou seja, avaliar e observar
se os valores medidos nos parâmetro de controle do equipamento registram desgaste acelerado
em relação à degradação normal dos elementos de máquina.
A segunda etapa visa estabelecer um diagnóstico, um resultado qualitativo e quantitativo
da severidade do desgaste decorrente no equipamento. Tendo como base levantamentos de da-
dos e informações pertinentes ao comportamento do equipamento. Por fim, a terceira etapa tem
como objetivo um prognóstico a prever o período para a troca do elemento defeituoso, tomando
como base cálculos estatísticos e medidas preventivas que determinam se o equipamento poderá
falhar (vide Fig. 9), com isso, a indústria ganha mais confiança para produzir.

Figura 9- Fases da manutenção preditiva

Fonte – Sousa (2008, p.16)

Na Figura 9, mostra como é feita a distribuição das etapas da manutenção preditiva. O


objetivo dessa manutenção é tornar viável e confiável os reparos dos equipamentos prezando
sempre pela segurança, menor custo e maior produtividade. É importante destacar que este tipo
de monitoramento faz uso de equipamentos e técnicas para o auxílio a inspeção e assim garantir
a eficiência final dos elementos de máquina.
A manutenção preditiva é realizada por técnicas não destrutíveis a exemplo da análise
de Vibração e Ferrografia. Atualmente, a técnica da Termografia vem sendo empregada para a
manutenção devido a sua rapidez no auxílio ao diagnóstico das anomalias. A mesma baseia-se
na leitura da radiação térmica emitida através de ondas eletromagnéticas pela superfície do ob-
33

jeto. Estas ondas eletromagnéticas são então captadas pelo equipamento, a câmera termográ-
fica, a qual converte o calor em temperatura e a forma de visualizá-la se dá por meio de paletas
de cores, as quais auxiliam a distinguir as variações térmicas presentes na superfície do objeto
em análise. No próximo capítulo maiores informações serão apresentadas sobre este assunto.

2.4 Considerações finais

O fato do rolamento ser um elemento de baixa rotação, componente chave em inúmeros


maquinário e ter de receber, transmitir movimentos e suportar cargas os torna de fácil sucessão
a defeitos, principalmente nas pistas internas e externas. Este componente precisa ser monito-
rado constantemente e a periocidade de suas inspeções devem ser contínuas com diagnósticos
rápidos e imediatos, a fim de auxiliar na tomada de decisões durante a manutenção, já que o
mesmo quando está com falhas aquece excessivamente e altera suas propriedades mecânicas.
Quando um sistema apresenta alterações térmicas isso indica uma provável instabili-
dade, sendo necessário o uso de técnicas apropriadas que registrem e tornem possível diagnos-
ticar as falhas presente no objeto em estudo. Diante do que foi exposto percebe-se, claramente,
a emissão de calor pelos elementos girantes do rolamento, principalmente, quando uma falha
está presente. E se há calor e calor em desequilíbrio é possível por meio da técnica da Termo-
grafia visualizá-lo. Para tanto, se faz necessário desenvolver o método que melhor auxilie a
efetuar tal diagnóstico a fim de obter dados confiáveis para a tomada de decisão na gestão da
manutenção do sistema mecânico.
34

CAPITULO III

3 RADIAÇÃO TÉRMICA E A TÉCNICA DA TERMOGRAFIA

O objetivo desse Capítulo é destacar aspectos relacionados à ciência da radiação térmica


e sua aplicação tecnológica por meio da Termografia. Estas informações ajudam a fundamentar
a compreensão e a interpretação dos termogramas. Para tanto, estrutura-se este capítulo nos
seguintes tópicos: Raios infravermelhos, princípios da radiação térmica, radiação do corpo ne-
gro, emissividade e superfícies cinza.

3.1 RAIO INFRAVERMELHO

O raio infravermelho foi descoberto em 1.800, pelo astrônomo britânico Friedrich Wil-
helm Herschel. Sua descoberta ocorreu ao observar filtros de diferentes cores deixando passar
quantidades distintas de calor (Vide Fig. 10). Em experimento, Herschel observou o comporta-
mento da luz solar, o mesmo, percebeu variações térmicas entre os filtros, pois o calor nas faixas
espectrais variam do violeta até o vermelho com respectivo aumento da temperatura. (CARA-
MALHO, 2012, p. 8-9).

Figura 10- Experimento de Herschel

Fonte – CARRAMALHO (2012, p. 20)


35

Percebendo a variação de cor entre os filtros Herschel, quis calcular a quantidade de


calor presente em cada filtro buscando indicar um ponto onde o efeito térmico atingia um valor
máximo durante o experimento, mas por falta de avanços tecnológicos suas medições ficaram
limitadas à porção visível do espectro humano.
Só em 1840, foi possível registrar as primeiras imagens térmicas, a qual se baseava na
evaporação de uma película fina de petróleo exposta a um padrão térmico. Mesmo sendo um
registro rudimentar a imagem foi chamada de Termógrafo por Sir John Herschel. (CARRA-
MALHO, 2012, p.8-9).
Até os dias de hoje, os avanços científicos tornaram o infravermelho uma fonte de in-
formação térmica para diversas atividades. Primeiramente o IR (radiação infravermelho) foi
utilizado como instrumento de defesa por militares, de 1900 a 1920. Após duas décadas e meia,
percebeu-se avanços significativos nos instrumentos de registros infravermelhos, estudos e in-
vestigações passando a ser comuns nas áreas da engenharia, saúde, indústria, veterinária entre
outros.
A aplicação da Termografia consiste em registro de imagens térmicas, denominada ter-
mogramas. Para melhor compreender como tais equipamentos registram as “fotografias”, co-
mentar-se-á no próximo tópico sobre os princípios da radiação térmica.

3.2 PRINCÍPIOS DA RADIAÇÃO TÉRMICA.

A radiação térmica é um fenômeno do meio. Ela se propaga a partir da emissão pela


matéria e seu transporte não requer a presença de nenhum meio físico e não sofre interferência
no vácuo. A propagação da radiação consiste de um conjunto de partículas denominada fótons
ou quanta.
Vários autores ao comentarem sobre o tema concentram seus estudos nos fenômenos de
superfícies. Isto se dá devido aos termogramas serem obtidos a partir da emissão dos raios in-
fravermelhos que saem de uma dada superfície acima do zero absoluto e emitem radiação tér-
mica, seja ela refletida, absorvida e/ou transmitida. (Vide. Fig. 11).
Este fenômeno é assim considerado de superfície em virtude da radiação emitida pelas
moléculas internas serem fortemente absorvida pelas moléculas adjacentes. Assim sendo, a ra-
diação emitida de um sólido se origina das moléculas e encontram-se a uma distância não su-
perior a 1µm metro da superfície exposta. (INCROPERA e DEWITT, 2003, p. 494).
36

Figura 11- Radiação emitida, refletida, absorvida e transmitida

Fonte – Autoria própria

A Figura 11 mostra o processo de propagação da radiação, ela é emitida pela fonte ge-
radora, exemplo o sol, ou outra fonte de calor. Esta onda eletromagnética ela irá propaga-se no
vácuo sem qualquer interferência e chegará a superfície. Seja o material metal, madeira, rocha
ou vitral irá emitir, refletir, absorver e transmitir o infravermelho de maneira diferente devido
às características termofísicas de cada material.
Outro aspecto importante a destacar é a propagação da radiação. Para esta se propagar
faz-se necessário compreender a relação entre duas propriedades, a saber: a frequência (v) e o
comprimento da onda (λ), ver Eq.1 e C representa a velocidade da luz no meio.
Para a propagação no vácuo, C0 = 2,998 x 108 m/s, por sua fez o comprimento de onda
eletromagnética é definida pela grandeza física, mícron (µm), onde 1µm =10-6 mm. (INCRO-
PERA e DEWITT, 2003, p. 495).

𝐶
𝜆= (1)
𝑣

As ondas eletromagnéticas são divididas em regiões distintas. A banda intermediária


que vai de 0,1 a 100µm e inclui o UV (ultra-violeta) e as faixas visíveis e infravermelha IV, são
denominadas áreas de estudo da transferência de calor, Fig.12. (INCROPERA e DEWITT,
2003, p, 495; ÇENGEL e GHAJA, 2013, p.600-773).
37

Figura 12- Espectro de radiação eletromagnética

Fonte - CEA, (2015)

Na Figura 12 o comprimento de onda para o estudo da radiação térmica está entre as


ondas do espectro eletromagnético da luz visível a micro-ondas. Essa radiação incide sobre uma
superfície, parte é absorvida α, outra refletida ρ, e a restante é transmitida τ. Portanto, a radiação
emitida consiste em uma distribuição contínua e não-uniforme de componentes monocromáti-
cos em um comprimento de onda único, a qual são divididas em várias frequências, ver Tab. 1.

Tabela 1 - Valores de Frequência

Muito baixa Frequência < 30 KHZ


Baixa Frequência < 30 KHZ – 650 KHZ
Média Frequência 650 KHZ – 1700KHZ
Onda Curta 1,7KHZ – 30MHZ
Muito Alta Frequência 30MHZ -300MHZ
Ultra Alta Frequência 300MHZ – 3000MHZ
Micro Ondas 3GHZ – GHZ

Fonte - Adaptado de CARAMALHO (2012, p.16)

As bandas de radiação infravermelha são energias eletromagnéticas idênticas à radiação


visível, ondas rádio e raios-X. Elas se deslocam na velocidade da luz sob a forma de onda
sinusoidal diferindo apenas no comprimento de onda, ou seja, λ será diferente em todas as di-
visões do espectro infravermelho (ver Tab. 3), pois, todos os corpos com temperatura acima do
zero absoluto emitem e absorvem calor. (CHRZANOWSKI, 2001, p.20, INCROPERA e DE-
WITT, 2003, p. 495, SOUSA, 2010, p.28-31, CARAMALHO, 2012, p.17, CARUSO e OGURI,
2006 p. 310, DA SILVA, 2014, p.17).
38

Tabela 2- Espectro infravermelho

Banda de Infravermelho Faixa de λ


Infravermelho muito próximo 0,75µm – 1,1µm
Infravermelho próximo 1,1µm – 3µm
Infravermelho médio 3µm - 6µm
Infravermelho distante 6µm - 15µm
Infravermelho longínquo/ muito 15µm - 100µm
distante.

Fonte - Adaptado de CHRZANOWSKI (2001, p.20)

A Tabela- 2 apresenta as faixas do infravermelho médio a distante, elas são definidas


como regiões de interesse, em particular, para as tarefas de detecção e reconhecimento de alte-
rações térmicas por possuírem condições de propagação mais favorável. Esses tipos de compri-
mento de ondas são empregados nos equipamentos termográficos por encontrar o pico de emis-
são de radiação infravermelha de qualquer corpo com uma temperatura compreendida entre -
50 °C e 50 °C (Sousa, 2010, p. 5). Vale salientar que a temperatura aferida em termômetros
sem contato depende do tipo de onda eletromagnética captada pelo equipamento. (CHRZANO-
WSKI, 2001, p.20).
O comprimento de onda é dado em λ e a sua frequência em v, sabendo essas variáveis é
possível definir como a onda eletromagnética se propaga e o comportamento da radiação tér-
mica em uma superfície. Pois, a radiação incide no vácuo e a mesma irá difundisse em todas as
direções variando a sua intensidade (ver Fig.13).

Figura 13 - Comportamento da intensidade da radiação

Fonte - Adaptado de INCROPERA e DEWITT (2003, p. 495)


39

A Figura 13 é a exemplificação do comportamento da radiação no espaço tridimensio-


nal. Sua representação matemática é feita por coordenadas esféricas, onde dA1 é o pequeno
ângulo sólido formado com a superfície direcional dAn é nele que a radiação passa e é repre-
sentada por dω. dA1 tem um ângulo paralelo ao plano que juntos formam uma razão e dα será o
plano direcional que irá corresponder a dl\r (ver Fig. 14(a)).
Se uma pequena superfície diferencial no espaço dAn , passa a submeter o ângulo do
sólido dω, quando visto por um ponto dA1 , então o ângulo do plano diferencial dα definido pela
região entre o raio de um círculo é medido pela razão do comprimento do arco dl no círculo e
o raio r do círculo. Fig. 14. (INCROPERA e DEWITT, 2003, p. 496-497).
Então, quando uma área dA e suas direções pertencem aos ângulos zênite (0 a π\2) e
azimutal (0 a 2π), o ângulo sólido associado com todo o hemisférico pode ser obtido pela inte-
gração nos limites de θ e ϕ. (CHRZANOWSKI, 2001, p. 20; INCROPERA e DEWITT, 2003,
p. 495; ÇENGEL e GHAJA, 2013, p. 85-86 e 773-774).

Figura 14: a) ângulo do plano, b) ângulo sólido, c) Emissão da radiação a partir de A, d) Sistema de coordenadas
esféricas

Fonte- Adaptado de Castro (2013, p. 10)

A radiação emitida está relacionada a vários fluxos e a emissão ocorre a partir de qual-
quer superfície que se encontra em temperatura finita. É denominado poder emissivo, a quan-
tidade de radiação emitida por uma unidade de área da superfície, onde o poder emissivo he-
misférico espectral é dado por: Eλ em W/m².µm, (ver Eq. 2).

2𝜋 𝜋/2
𝐸𝜆 (𝜆) = ∫0 ∫0 𝐼𝜆,𝑒 (𝜆, 𝜃, 𝜙)𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝑑𝜃. 𝑑𝜙 (2)

Conforme a Eq. 2 e a Figura 13, dω é a região entre os rádios e uma esfera são medido
como a razão entre a área d𝐴𝑛 = 𝑟2 . sen θd .θd . dϕ (dAn é a direção θ, ϕ), dada pela Eq.3.
40

𝑑𝐴𝑛
dω ≡ (3)
𝑟2

E a mesma equação pode ser reescrita para uma superfície esférica na forma apresentada
na Eq. 4.

dω = sen θ. dθ . dϕ (4)

O termo dA1 é utilizado para definir a intensidade da radiação perpendicular em dAn ,


então dA1 é normal a direção de dA1 cosθ e a intensidade espectral é dada por w/m². sr.µm, a
qual irá resultar na Eq. 5.

𝑑𝑞
I𝜆,𝑒 (𝜆, 𝜃, 𝜙) ≡ 𝑑𝐴 (5)
1 𝑐𝑜𝑠𝜃 .𝑑𝜔.𝑑𝜆

Com a intensidade da radiação definida, o próximo passo é relacionar a superfície cinza


com as características da radiação do corpo negro. Tal comparativo descreve como seria o com-
portamento de um objeto real e o conceito de corpo negro, mas para isso é preciso entender as
propriedades do mesmo no item a seguir.

3.3 RADIAÇÃO DO CORPO NEGRO

A definição de corpo negro está relacionada ao seu equilíbrio térmico. É uma aceitação
matemática que descreve o comportamento ideal de absorção da radiação incidente nele, em
qualquer comprimento de onda eletromagnética. Por possuir a capacidade de absorver toda a
radiação incidente e ser emissor perfeito, o corpo negro serve como padrão, para os estudos em
superfícies reais, devido as suas propriedades radioativas (INCROPERA e DEWITT 2003, p.
501).
O corpo negro tem como propriedades adsorver toda a radiação incidente, Figura 14,
desprezando o comprimento e direção da onda eletromagnética, independente da temperatura e
comprimento de onda. Nenhuma superfície emite mais energia que o mesmo. Embora, a radia-
ção emitida seja uma função do comprimento de onda e da temperatura, ela é independente da
direção. Então, o corpo negro é um emissor difuso. (INCROPERA e DEWITT 2003, p. 501,
NINKIRA e DUDZIK 2009, p. 16).
41

Figura 15 - Modelo de absorção e emissão do corpo negro

Fonte – LIMA (2013, p. 8)

A Figura 14 mostra a radiação térmica absorvida e emitida sobre a superfície de um


corpo negro, independente da sua espessura o coeficiente de absorção será α = 1; Enquanto o
de transmissividade (t) e reflexão (ρ) serão iguais a 0. Isso ocorre devido a radiação existente
no interior do corpo negro ser inteiramente absorvida pelas concavidades e a emissão será di-
fusa.
Para os estudos em radiação tomam-se como base leis físicas, entre elas, a Lei de Planck
(distribuição espectral), Lei do deslocamento de Wien (deslocamento do poder emissivo espec-
tral) e a Lei de Stefan-Boltzmann (poder emissivo total integrado a sua Temperatura), dão base
para compreender a radiação térmica e como a mesma se propaga. (INCROPERA e DEWITT,
2003, p. 502-503, NINKIRA e DUDZIK, 2009, p. 17-20 e CHRZANOWSKI, 2001, p. 22-26).

3.3.1 Lei ou distribuição de Planck

A distribuição espectral da radiação emitida pelo corpo negro foi definida por Max
Planck em 1.900, através de interpolação, cujos limites eram da expressão de Rayleinh para
baixas frequências e Wien para altas potências. A fórmula de Planck para a densidade espectral
de energia sintetizou todas as leis e fórmulas previamente estabelecidas para a radiação do corpo
negro, ver Eq. 6. (CARUSO e OGURI, 2007, p.321- 329; INCROPERA e DEWITT, 2003, p.
502 e CARAMALHO, 2012, p. 19).

𝐶1
𝐼𝜆,𝑏 (𝜆, 𝑇) = 5 (6)
𝜆 exp 𝐶2 /𝜆𝑇) −1]
[ (

Na equação de Planck, definida pela Equação 6 a primeira constante 𝐶1 = 2𝜋ℎ𝐶02 =


ℎ𝐶0
3,742 𝑥108 𝑊. 𝜇𝑚4 /𝑚2 e a segunda constante é 𝐶2 = ( ) = 1,439 𝑥104 𝜇𝑚4 𝐾. T é a tem-
𝑘

peratura absoluta da superfície, 𝜆 é o comprimento de onda da radiação emitida, K = 1,38065 x


42

10−23 J/k é a constante de Planck. Quando representada graficamente para várias temperaturas,
produz várias curvas (Fig.16).Segundo Planck a emitância do espectral do corpo negro têm
diversas características, ao serem observadas, uma delas é a variação emitida continuamente
com o comprimento de onda, isso indica que a cada aumento de temperatura, qualquer onda
eletromagnética será mais intensa e conseguintemente emitirá mais radiação, conforme a região
espectral. Observa-se na Figura 16 a distribuição espectral do poder emissivo da radiação em
relação a onda eletromagnética. Sabe-se que a radiância dependente de valores térmicos, ou
seja, quanto maior a temperatura (°K) menor o comprimento de onda e assim o inverso. (IN-
CROPERA e DEWITT, 2003, p. 502).

Figura 16 - Poder emissivo do corpo negro

Fonte - INCROPERA e DEWITT (2003 p. 502)

A faixa cinza variante de 0,4 a 0,6 são as faixas espectrais visíveis ao olho humano é
uma fração significativa da radiação emitida pelo sol, fora desse intervalo não se percebe os
corpos. Outra característica a destacar é o comprimento de onda e a sua intensidade da radiação
emitida que irá aumentar com a elevação da temperatura e a mesma irá variar continuamente
com o comprimento de onda. (INCROPERA e DEWITT, 2003, p. 502).

3.3.2 Lei do deslocamento de Wien

Segundo a Lei do deslocamento de Wien, a distribuição espectral do corpo negro está re-
lacionada ao comprimento de onda máxima (λmax). Quando a temperatura em Kelvin sobe, o
comprimento de onda da radiação máxima emitida diminui, na mesma proporção e quando a
43

temperatura em Kelvin diminui, o comprimento de onda da radiação máxima emitida aumenta,


também, na mesma proporção. (ALMEIDA 2012, p.1).
Segundo Almeida (2012, p. 1-2) e Incropera e Dewitt (2003, p. 502) ao analisar a Lei
de Wien, no comprimento de onda da radiação máxima emitida λ máx , se tem a constante de
Dispersão de Wien representa por um valor constante, resultado do produto da Temperatura em
Kelvin pelo comprimento de onda da radiação máxima emitida pelo corpo negro. Assim, a
temperatura de um corpo negro, em Kelvin, multiplicada pelo comprimento de onda da radiação
máxima emitida, em metros, o valor será constante e igual a 2.897,768 µm K valor esse que
corresponde a Constante de Dispersão de Wien e formula a Eq. (7)

𝜆 𝑚𝑎𝑥 𝑇 = 𝐶3 (7)

Onde, λmax é o comprimento de onda máximo correspondente ao corpo negro; T é a


temperatura e C3 a terceira constante de radiação = 2.897,8 µm K. Na Figura 16 a linha tracejada
em diagonal é o resultado encontrado quando aplica-se a Eq. 7. Veja que o poder emissivo
espectral máximo é deslocado para menores comprimentos de onda devido ao aumento da tem-
peratura em casos de ondas menores se tornam mais proeminentes, até a emissão ocorrer sobre
o espectro visível. (INCROPERA e DEWITT, 2003, p. 503).

3.3.3 Lei de Stefan-Boltzmann

A lei de Stefan-Boltzmann afirma que a densidade de energia total de um corpo negro é


proporcional a quarta potência da temperatura: u = α 𝑇 4 . A constante α não é determinada por
argumentos clássicos. Ao integrar a fórmula de Planck (Eq. 6) em 𝜆 = 0 𝑎 𝜆 = ∞, obtém-se a
emitância radiante total para o corpo negro, expressa na Eq. 8

𝐸𝜆 = 𝜎𝑇 4 (8)

Onde: 𝐸𝜆 : Radiação total emitida pelo corpo negro [W/m2]; σ – constante de Stefan-
Boltzmann = 5,670x108 [W\m². K 4]; 𝑇 4 – temperatura absoluta do corpo negro [K] e o termo
σ é uma constante, que permite o cálculo da quantidade de radiação emitida.
O simples resultado da integração da Eq. 6, resulta na definição matematicamente para
a Lei de Stefan-Boltzmann. Empregada para calcular qualquer radiação total emitida em dife-
rentes direções e comprimentos de onda a partir do conhecimento da temperatura do corpo
44

negro. Por essa emissão ser difusa o corpo negro tem a intensidade da sua radiação medida e
definida pela Eq. 9.

𝐼𝑏 = 𝐸𝑏 /𝜋 (9)

Em que Eb é a energia total radiada pelo corpo negro dividido pelo ângulo de incidência.
O conceito de corpo negro é utilizado como base para os estudos da radiação térmica e desem-
penha papel fundamental para as medições termográficas. No entanto, todas as superfícies emi-
tem menor quantidade de radiação quando comparadas aos corpos negros, mesmo assim exis-
tem corpos, cujo comportamento se assemelha aos mesmos, devido a sua superfície de emissão
e são chamados de corpos cinzentos ou superfícies emissoras (MINKINA, 2009, p. 20 e FILHO,
2004, p. 306-307).

3.3.4 Emissão em superfícies.

Por definição a emissividade do corpo negro é igual a 1, isso ocorre devido ao princípio
da Lei da conservação de energia e o balanço energético radiante, a Eq. 10 mostra a existência
de três possibilidades de interação para uma onda eletromagnética incidir sobre uma superfície.
(CHRZANOWSKI, 2001, p. 31 e CARUSO, 2012, p.21-22).

𝛼𝜆 + 𝜌𝜆 + 𝜏𝜆 = 1 (10)

Onde; αλ= É a radiação espectral absorvida pelo meio; ρλ = É a reflexão espectral, ou


seja, a energia refletida por um objeto que incide sobre si; τλ = É a radiação transmitida dada
pela energia radiante transmitida através de um objeto cujo incide sobre si.
Uma superfície real jamais terá emissividade igual a 1 (um) pois, esse valor de emissi-
vidade é o conceito referencial para o corpo negro. Nos estudos para a superfície a emissividade
é denotada por Ɛ, e pode variar entre zero e um, 0 ≤ Ɛ ≤ 1, mas nunca igual a 1. Afinal a emis-
sividade é um valor de quanto uma superfície real pode se aproximar as propriedades do corpo
negro. (ÇENGEL, 2009, p. 285).
A emissividade um material está correlacionada com a capacidade de absorção da su-
perfície. De acordo com a lei de Kirchhoff (Eq.11), a emissividade (ε) de uma superfície a uma
temperatura T é igual a sua absortividade (α) para uma radiação incidente originada de um
45

corpo à mesma temperatura, ou seja, toda a energia que o material absorveu será emitida para
o ambiente. Então, para qualquer material de quaisquer temperatura e comprimento de onda
especificada, (ver Fig.18) será percebida na Eq. 12. (NENNA, BITENCOURT, TIBA, SILVA,
2014, p. 22-23, INCROPERA e DEWITT, 2003 p. 502 e CARAMALHO, 2012, p. 22).

ε = αλ (11)

𝜀 + 𝜌𝜆 + 𝜏𝜆 = 1 (12)

Para as situações em que os materiais forem opacos onde τλ=0, pois o corpo opaco não
transmite radiação, isso indica que nenhuma parte de energia incidente irá passar pelo objeto.
Para materiais polidos ε aproximar-se de zero, de maneira que esse material seja perfeitamente
refletor, então ρλ = 1.

Figura 17 - Relação entre energia absorvida, refletiva e transmitida

Fonte – CARRAMALHO (2012, p.22)

Na Figura 17, observa-se que a emissividade depende das características da superfície


do material. Tendo em vista que a mesma irá variar com os tipos de acabamentos e tratamentos
superficiais, tais como; pinturas, reação química com o ambiente, superfícies polidas, espelha-
das, rugosas entre outras inúmeras situações, além da temperatura. Por essa razão é preciso
saber quais as propriedades de cada superfície, se ela absorve, reflete e/ou transmite muita ou
pouca radiação.
46

3.3.5 Absorvidade.

A absorção em superfícies está relacionada à interação da radiação eletromagnética com


partículas eletricamente carregadas nos átomos e ligações dentro de um retículo cristalino ou
moléculas. A radiação absorvida torna-se energia térmica no interior do material e poderá ser
reemitida posteriormente por outro comprimento de onda. (NETO, 2009, p. 12).
A radiação incidida depende das fontes de energia incidente. Pode-se dizer que a direção
espectral da radiação independe da temperatura ou natureza física da superfície absorvente.
Então, só haverá dependência da radiação emitida se a mesma for refletida por igual em uma
superfície. Em termos de absorvidade hemisférica total onde αλ é definida como fração da ir-
radiação total absorvida, em uma superfície total, é preciso definir a absorção e irradiação do
objeto de estudo e o corpo negro. A Eq. 13 define essa totalidade de absorção nas diferentes
radiações (𝜆, 𝜃, 𝜙).

𝐼𝜆 ,𝑖,𝑎𝑏𝑠 (𝜆,𝜃,𝜙)
𝛼𝜆,𝜃 (𝜆, 𝜃, 𝜙) ≡ (13)
𝐼𝜆 ,𝑖 (𝜆,𝜃,𝜙)

Onde, os termos empregados na equação 13, 𝛼𝜆,𝜃 é a intensidade total absorvida e para
a intensidade de radiação espectral incidente o termo correspondente é 𝐼𝜆,𝑖 . Segundo Incropera
e Dewitt (2003, p. 512) é possível desprezar a relação de dependência da absorção em relação
a temperatura da superfície. Na engenharia, entretanto, o foco é trabalhar com propriedades
superficiais que representam médias direcionais com o foco de definir a absorção hemisférica
espectral, Eq. 14.

𝐺𝜆 ,𝑎𝑏𝑠 (𝜆)
𝛼𝜆 (𝜆) ≡ (14)
𝐺𝜆 (𝜆)

A absorção hemisférica espectral total α, representa a média integrada para a direção e


o comprimento de onda, definida como uma fração de irradiação absorvida pela superfície,
Eq.15.

𝐺𝑎𝑏𝑠
𝛼𝜆 (𝜆) ≡ (15)
𝐺

Sendo α dependente da distribuição espectral da radiação incidente, assim como a sua


distribuição direcional e natureza da superfície absorvida.
47

3.3.5 Refletividade.

A refletividade é uma propriedade que determina a fração incidente refletida por uma
superfície, nos casos de refletividade, o primeiro passo é compreender como é definida a fração
de energia incidente. Segundo Perin (2009, p. 89), a refletividade é a radiação incidente na
superfície do objeto refletida uniformemente em ângulo oposto da radiação refletida Fig. 18.

Figura 18: Ângulo de incidência e refletivo

Fonte - INCROPERA E DEWITT (2003, p. 523)

A Figura 18 apresenta a representação esquemática da reflexão difusa e especular. Ob-


serve que a radiação incidente em 𝜃1 , tem a mesma intensidade que ao ser projetada em 𝜃2 . A
refletividade de uma superfície 𝜌𝜆𝜃 (𝜆, 𝜃, 𝜙) é a fração da radiação espectral incidente nas dire-
ções θ e Φ. Esta relação é expressa em termos matemáticos pela Eq. 15. (INCROPERA e DE-
WITT, 2003, p. 512-513).

𝐼𝜆 ,𝑖,𝑟𝑒𝑓 ( 𝜆,𝜃,𝜙)
(15)
𝐼𝜆 ,𝑖(𝜆,𝜃,𝜙)

Onde o termo, Iλ ,i,ref corresponde à radiação espectral na direção de θ e Φ que é refletida.


Já a refletividade hemisférica espectral ρλ (λ) é dada como uma parte da radiação e é definida
pela Eq. 16.

𝐺𝜆 ,𝑟𝑒𝑓 (𝜆)
𝜌𝜆 (𝜆) ≡ (16)
𝐺𝜆 (𝜆)

O termo 𝐺𝜆,𝑟𝑒𝑓, refere-se a parte da irradiação hemisférica espectral refletida pela super-
fície. E a refletividade total 𝜌𝑡 é uma parcela da energia irradiante definida pela eq. 17.

𝐺 𝑟𝑒𝑓
𝜌𝑇 ≡ (17)
𝐺
48

Pode-se idealizar superfícies difusas ou especulares devido ao método de como elas


refletem a radiação, tomando como base a reflexibilidade do corpo negro igual a 0, (ÇENGEL,
2009, p. 285,). No caso dos metais a refletividade incidente é igual a refletida, e não é possível
perceber a variação térmica real, devido aos tratamentos superficiais polidos ou espelhados, no
caso de leituras termográficas pode-se fazer uma acabamento superficial com tinta preta fosca
tornando o objeto de estudo um corpo cinza.

3.3.6 Transmissividade

A Transmissividade ocorre em materiais semitransparentes devido a incidência de radi-


ação que atravessa o material, isso quer dizer 0 < 𝜏 <1, diferente dos materiais opacos que
possuem 𝜏 = 0 e quando τ=1, os corpos serão transparentes. CARAMALHO (2012, p. 22-23).
Os materiais semitransparentes à radiação incidente é um problema complicado, devido
a materiais como o vidro e água serem semitransparentes em pequenos comprimentos de onda,
e se torna opaco em comprimentos de ondas maiores. Mas, segundo Segundo Incropera e De-
witt (2003, p. 513) resultados razoáveis pode-se ser frequentemente obtidos através do uso da
equação da transmitância hemisférica Eq. 18 e 19.

𝐺𝜆 ,𝑡𝑟𝑎 (𝜆)
𝑇𝜆 (𝜆) ≡ (18)
𝐺𝜆 (𝜆)

𝐺𝑡𝑟𝑎
𝑇𝑇 ≡ (19)
𝐺

Onde, a transmissividade total Tτ, é relacionada a componente espectral τλ dado pela

Eq. 20.


∫0 𝐺𝜆𝑡𝑟 ( 𝜆) 𝑑𝜆 𝜏 𝜆 ( 𝜆) 𝐺𝜆 ( 𝜆) 𝑑𝜆
𝜏= ∞ = ∞ (20)
∫0 𝐺𝜆 (𝜆) 𝑑𝜆 ∫0 𝐺𝜆 ( 𝜆) 𝑑𝜆

Sabendo das propriedades da radiação fica fácil compreender os fenômenos que ocor-
rem quando se precisa fazer estudos envolvendo a radiação térmica. Afinal, cada analisada pos-
sui propriedades diferentes, tratamentos e acabamentos superficiais distintos, por essa razão, as
características superficiais de cada material irão influenciar nos resultados obtidos, tendo em
vista o aumento ou redução da temperatura.
49

3.4 Emissividade

A emissividade (ε) é definida como uma razão entre a radiação emitida pela superfície
do objeto e a radiação emitida pelo corpo negro. Essa relação busca equalizar os parâmetros de
medição de uma superfície real em termos de valores quantitativos, ou seja, o quanto de radia-
ção pode ser emitida pela superfície do objeto. No entanto, o corpo negro é uma referência
devido ao limite máximo de radiação que um corpo real pode emitir em um determinado com-
primento de onda, para uma dada temperatura.
Essa relação de emissão do objeto (superfície real) e o corpo negro é dado pela equação
da emissividade hemisférica total, Eq. 21.

𝐸
𝜀= (21)
𝐸𝑏

Onde, os termos E = poder emissivo (energia) da superfície real e 𝐸𝑏 = poder emissivo


(energia) total do corpo negro. Ninkira e Dudzik (2009, p. 21-25), descrevem a emissividade
real como monocromática (ελ) e define-a como uma relação da radiação emitida ελ (λ,T) de um
determinado comprimento de onda λ para emitâncias de radiação monocromáticas ελb (λ,T) de
um corpo negro, ao mesmo comprimento de onda, à mesma temperatura e observada pelo
mesmo ângulo. A equação que satisfaz essa afirmativa é a Eq. 22, da emissividade espectral
hemisférica.

𝜀𝑇 (𝜆,𝑇)
𝜀𝜆 (𝜆, 𝑇) = (22)
𝜀 𝑏,𝜆 (𝜆,𝑇)

No entanto, a radiação é um fenômeno de superfície e corpos físicos e têm propriedades


emissivas distintas, para Minkina, Sawicki e Sosiński (2002, p. 15) e Minkina e Dudzik (2009,
p. 21) em termos de propriedades relacionadas a radiação em superfície, os corpos físicos são
divididos da seguinte forma: (et al. Kreith 2000, Minkina 2004).
 Nas situações em 𝜀𝑏 (α) = 1, 𝜀𝑏 (λT) = 1, será definido como corpos negros, se α for o
ângulo de observação.
 Para os corpos 0 < ε (λ,T) < 1, os objetos são definidos como corpo não-negros
 Se ε(α) = constante, e ε (α) < 1, os corpos são dissipativos.
E para os corpos não-negros a sua divisão é assim apresentada:
 0 < ε (λ, T) < 1, ε (λ, T) = constante ε (α)= a uma variável dos corpos cinzentos.
50

 0 < ε (λ, T) <1, ε (λ,T) = variável ε (α)= variável os corpos serão não- cinza (ou seja,
corpos emissores seletivos).
Sendo assim, um corpo de dissipação cuja emissividade seja independente do ângulo de
observação α, a sua superfície irá satisfazer as condições da lei de Lambert. Em contexto geral,
pode-se definir a refletividade do objeto como um corpo cujo poder emissivo R seja indepen-
dente do ângulo de observação α. Para isso, a lei de Lambert determina a intensidade da radia-
ção emitida por um elemento de superfície de um corpo negro versus o ângulo de distribuição
α (Ver Eq. 23). (MINKINA e DUDZIK, 2009, p. 21).

𝐼𝑏𝛼 = 𝐼𝑏 ⊥ 𝑐𝑜𝑠𝛼, 𝑊 . 𝑟𝑠 −1 (23)

Onde, o termo 𝐼𝑏⊥ corresponde a radiação emitida na direção normal de uma superfície
e 𝐼𝑏𝛼 é a intensidade da radiação emitida pelo ângulo em relação a superfície normal. Esta
equação indica que a emissividade de uma superfície radiante Lambertiana é diretamente pro-
porcional ao cosseno do ângulo α, entre a linha de visão do observador e a normal à superfície.
Então, a intensidade da radiação de uma superfície de corpo negro em direção normal à uma
superfície 𝐼𝑏⊥ é π vezes menor do que a intensidade de radiação total de 𝐼𝑏 emitida a partir dessa
superfície. (MICHALSKI, et al. 1991).
Nos casos que a emissão de uma superfície for conhecida, é possível calculara a sua
emissão, se e somente se, 𝜀𝜆 (𝜆, 𝑇) for conhecido, então, utilizará a equação de Planck (Eq. 6),
já para os cálculos de poder emissivo espectral de quaisquer comprimento de onda e tempera-
tura a Eq. 22 atenderá essas ocorrências. Contudo, é preciso perceber de maneira geral, a radi-
ação emitida entre as superfícies reais e o corpo negro (Fig.-19 (a)).

Figura 19 - a) Distribuição espectral, b) Distribuição espectral

a) b)

Fonte - USP-2015
51

A figura 18(a) mostra a relação emissiva entre a radiação do corpo negro e da superfície
real. Onde, T corresponde a 𝜀𝑏,𝜆 (𝜆, 𝑇), e para a superfície real ou cinza têm-se 𝜀𝑏,𝜆 (𝜆, 𝑇 ) =
𝜀𝜆 𝜀𝑏,𝜆 (𝜆, 𝑇). A diferença da distribuição da emissão isso ocorre devido a superfície real dife-
renciar da distribuição de Planck, devido a distribuição dos ângulos direcional ser diferente,
Fig. 19(b).
Além do ângulo de observação, a emissividade de uma superfície também depende do
tempo de observação. Principalmente em estruturas metálicas que tentem a variar sua emissi-
vidade em decorrência da variação da temperatura e acabamentos superficiais. Para os materiais
condutores em que 𝜀𝑏 apresenta-se aproximadamente constante em faixas de temperatura de
θ~ <40°, e pode crescer com o aumento de θ e pode decair a zero. Já os materiais não-condu-
tores 𝜀𝑏 a emissividade é aproximadamente constante para θ~ < e perto de 70° abaixo do α
descresse e acentua quando o mesmo aumenta o α. Isto ocorre devido às variações da emissivi-
dade ao longo do tempo em relação à temperatura. (MADURA et al, 2001).
A emissividade de uma superfície corporal, administrada é uma função do ângulo de
observação α, de comprimento de onda λ, a temperatura corporal T e o tempo t está relacionada
conforme Eq. 24. (INCROPERA e DEWITT, 2003, p. 507).

𝜀 = 𝑓(𝛼, 𝜆, 𝑇, 𝜏) (24)

Não só os termos α, λ, T,τ são variáveis a serem observadas para estipular a emissivi-
dade. Avaliar a condição de uma superfície ou objeto, considerada a sua homogeneidade, em
outras palavras, suas características estruturais e a composição. Portanto com relação à avalia-
ção de uma dada superfície deve-se ser o mais preciso possível na determinação da emissivi-
dade para garantir dados confiáveis nas etapas de medições termográficas. (CARAMALHO,
2012, p. 67 - 68, MINKINA e DUDZIK, 2009, p. 22 e CHRZANOWSKI, 2001, p. 30 - 40).
Orlove (1982, p. 72-81) propõe vários métodos para a medição da emissividade em su-
perfícies reais. Alguns desses métodos serão listados e apresentados a seguir.

a) Um dos primeiros procedimentos consiste em abrir um orifício na superfície do objeto


e comparar com um material (fita adesiva) de alta emissividade (ε = 0.95) e de boa
condutividade térmica, ou parte do objeto ser pintada com uma tinta especial de emis-
sividade conhecida e alta.
b) Aquecer o objeto a uma temperatura pelo menos 50°C, superior à temperatura ambiente.
Segundo Orlove, fica mais perceptível a emissividade do próprio objeto, se levado em
52

consideração o ponto de vista da câmera (SP) por parte do objeto com uso de adesivo
(ou previamente pintadas).
c) Definir o tipo de configuração do equipamento (Termovisor), a emissividade conhecida,
no caso de uso de etiquetas (ou tintas) e os valores das medições de temperatura atmos-
férica, temperatura refletida, a distância da câmera com o objeto e umidade atmosférica
e aferir a temperatura do ponto de vista da área de emissividade conhecida.
d) Alterar o ponto de foco fora da área de emissividade conhecida para alterar os parâme-
tros da emissividade na câmera para a do objeto, ler a temperatura no ponto observado,
até que o mesmo seja a área "limpa" de emissividade conhecida.

Também é apresentada na NBR 15572:2013, a mesma lista vários parâmetros a serem


seguidos para realização de medições termográficas. Além da NBR existem normas para a me-
dição da emissividade em metais, a exemplo da ASTN E1933 – 99 (americana) e a A1423-1983
de origem japonesa onde, especifica os cuidados e atenções para a medição da emissividade,
principalmente em estruturas metálicas, com base e uso da Eq. 25.

𝜌
𝜀 = 𝑘√𝜆 (25)

Onde K= 0,365Ω-1/2 é uma constante e ρ é a resistividade (Ωm). A emissividade de uma


superfície de metal perfeitamente lisa e dada em uma função do comprimento de onda λ (a
relação é válida para λ > 2µm) e a emissividade de uma superfície metálica real e dada em
função do comprimento da onda λ, conforme Eq. 26.

1
𝜀= (26)
𝑏 1√𝜆+𝑏 2

Onde o termo b1 corresponde a µm1/2 e b2 são coeficientes constantes. Diante de todas


as notações listadas, é importante saber o valor real da emissividade para a análise Termográfica
a fim de melhor obter os resultados, tanto qualitativo como quantitativo em experimentos e
ambientes de produção industrial.
Verificando os fenômenos térmicos ultra-rápidos, os mesmos são acompanhados por
mudanças significativas de emissividade. Este efeito pode resultar na deterioração da precisão
dos métodos da Termografia aplicadas a esses processos térmicos, como por exemplo: a Ter-
mografia dinâmica (ativa). (MINKINA e DUDZIK, 2009, p. 22).
53

3.4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Diante das informações apresentadas, sobre a radiação térmica e seu comportamento é


preciso compreender o balanço da radiação e suas características, tais como: a transmissividade,
absorvidade e refletividade. Pois, as mesmas influenciam nas medições dos objetos estudados,
afinal a emissividade dos materiais estudados depende de dessas variáveis e do comportamento
das superfícies analisadas e das equações que descrevem esse fenômeno.
Mediante este foco, a radiação térmica de faz necessária para compreender o funciona-
mento de sistemas de medição térmica, e saber comumente empregados na técnica da Termo-
grafia.
54

CAPITULO IV

4 TERMOGRÁFICA E ANÁLISE DE VIBRAÇÃO.

O objetivo deste Capítulo é destacar aspectos relacionados a aplicação da técnica da


Termografia, os requisitos e parâmetros para melhor otimizá-la na manutenção preditiva em
falhas de rolamentos com uma carreira de esfera. Como também, listar os tipos de análises
termográficas e comentar sobre a técnica de Análise de Vibrações, pois a mesma servirá para
validar os resultados termográficos comprovando a existência de falhas nas pistas do rolamento.

4.1 TERMOGRAFIA

A Termografia é uma técnica de ensaio não destrutivo que registra a radiação infraver-
melha emitida pela superfície de um corpo por meio da conversão de calor em temperatura.
Permitindo aferir medidas à distância, sem contato com o objeto inspecionado. Os equipamen-
tos destinados a este fim são denominados: câmeras térmicas, termográficas ou termovisores,
exemplificados na Fig. 20.

Figura 20 - Tipos de Termovisores

Fonte - FLIR SYSTEMS (2016)

Para obter registros de radiação térmica se faz necessário que o objeto de análise tenha
temperatura superior ao zero absoluto, ou seja, -275,15 o C. A partir deste ponto o objeto tanto
55

pode absorver como emitir radiação térmica, a qual capta-se pelo Termovisor. (FLIR, 2015, p.
73-88, CARRAMALHO, 2012, p. 13; NINKIRA e DUDZIK, 2009, p. 41).
Os dados obtidos por este equipamento podem auxiliar no diagnóstico de falhas em
elementos mecânicos por descontinuidade térmica. Em outras palavras, pode-se fazer uso des-
sas informações em questões que envolvam desde a área de saúde, veterinária até os campos de
estudo passando das engenharias. (OLARTE, 2011, p.253-255 e OLIVEIRA, 2012, p. 50-55).
Também é possível destacar a aplicação da Termografia para ensaios de calorimetria e
validação em testes experimentais, tais como ligas de SMA (Shape Memory Alloys), auxiliar
na caracterização de materiais metálicos e compósitos, perdas térmicas de energia, simulação,
inspeção de soldas, engenharia aeroespacial entre outros estudos. (QIRT, 2015, 2016).
Em quaisquer dessas situações há de se perguntar sobre a qualidade da informação a ser
avaliada, ou seja, se deseja uma informação qualitativa ou quantitativa, Fig. 21. É importante
fazer tal questionamento, pois quando a Termografia é qualitativa se examinam, por compara-
ção de paletas de cores, as imagens dos termogramas, a Termografia quantitativa, deve fornecer
um número confiável para a tomada de decisão.

Figura 21 – a) Termografia qualitativa; b) Termografia quantitativa

a) b)
Fonte – Acervo próprio

Por exemplo, o termografista pode visualizar dois rolamentos, Figura 21, a fim de veri-
ficar se existe algum problema de alteração térmica em uma área específica. Caso exista, é
possível perceber por comparação e variação da coloração da paleta de cores, entre os elemen-
tos, que um deles precisa ser reparado e assim, sanar o problema.
Com relação a Figura 21(b) deseja-se saber se determinada temperatura foi ultrapassada,
nesta situação o rigor da análise exigirá a obtenção de outros dados, a exemplo da velocidade
do ar e da umidade, para ser inserido no termovisor a fim do termografista efetue um diagnós-
tico seguro e confiável. Para auxiliar nos procedimentos das ações em busca de um diagnóstico
56

confiável foram publicadas normas na área. A ABNT, por exemplo, publicou as seguintes nor-
mas: NBR 15718, NBR 15572, NBR 16292, NBR 15424, NBR 15866 (Vide Fig. 22). Por meio
delas é possível efetuar levantamento de dados mais confiáveis.

Figura 22 - Normas sobre Termografia publicadas pela ABNT

ABNT NBR 15424:2016 ABNT NBR 15572:2013 ABNT NBR 15718:2009 ABNT NBR 15763:2009

Ensaios não destrutivos -


Ensaios não destrutivos -
Ensaios não destrutivos - Termografia - Critérios de
Ensaios não destrutivos - Termografia – Guia para
Termografia – Guia de definição de periodicidade de
Termografia -Terminologia. inspeção de equipamentos
verificação de termovisores. inspeção em sistemas
elétricos e mecânicos.
elétricos de potência.

Esta norma fornece diretrizes


para garantir a confiabilidade
Esta norma constitui um guia
das medições dos
para inspeção de Ensaios não destrutivos -
Esta norma define os termos termovisores, através de
equipamentos elétricos e Termografia - Critérios de
utilizados no método de procedimentos seguidos pelo
mecânicos, indicando as definição de periodicidade de
ensaio não destrutivo de usuário final para a
responsabilidades do usuário inspeção em sistemas
termografia. verificação dos termovisores
final e do inspetor elétricos de potência.
durante o intervalo da
termografista.
calibração definido pelo
próprio usuário.

ABNT NBR 15866:2010 ABNT NBR 16292:2014 ABNT NBR 16485:2016

Ensaios não destrutivos - Ensaios não destrutivos - Ensaios não destrutivos -


Termografia – Metodologia Termografia – Medição e Termografia - Medição e
de avaliação de temperatura compensação da temperatura compensação da emissividade
de trabalho de equipamentos aparente utilizando câmeras utilizando câmeras
em sistemas elétricos. termográficas. termográficas ou radiômetros

Esta norma se destina a


orientar a metodologia de Esta norma descreve os
Esta Norma descreve os
avaliação térmica, qualitativa procedimentos para a medição
métodos para realizar a
e/ou quantitativa a ser e compensação da
medição e compensação da
realizada pelo responsável da temperatura aparente refletida
emissividade da temperatura
análise termográfica, de quando da medição da
da superfície de um objeto
acordo com as diversas temperatura da superfície de
utilizando câmeras
situações e contextos em que um objeto utilizando câmeras
termográficas ou radiômetros.
os diferentes equipamentos termográficas.
elétricos estão submetidos.

Fonte – LEEST- UFCG (2016)

Outro aspecto importante na análise termográfica é com relação à fonte de emissão de


calor. Explica-se: pode o objeto emitir calor ou ser induzido calor na superfície do objeto. No
primeiro caso, se tem caracterizada a análise termográfica do tipo passiva e, no segundo caso,
caracteriza-se a análise termográfica do tipo ativa. Para autores como, Oliveira (2010, p. 28-
29), Santos (2010, p. 21), Ninkira e Dudzik (2009, p. 20), Chrzanowski (2001, p.30-40) essas
são as melhor tipologia para a análise Termografica.
57

Por sua vez, existem dois tipos de métodos de coleta de dados: o método direto e o
método indireto (refletor). No método direto posiciona-se o termovisor com sua lente voltada
para a superfície do objeto em estudo. Já no método indireto o termovisor é posicionado de
forma que a sua lente fique oposta ao objeto em análise. A coleta de dados, neste caso, se dá
por meio da leitura da reflexão da radiação térmica do objeto num anteparo de emissividade
conhecida. Além desses aspectos é de suma importância conhecer as variáveis a serem mani-
puladas para auxiliar no diagnóstico termográfico quantitativo. No tópico a seguir comentar-
se-á em maiores detalhes sobre as mesmas.

4.2 MÉTODOS E APLICAÇÕES DA TERMOGRAFIA.

O método de ensaio aplicados a Termografia estão relacionados a medição da tempera-


tura aparente refletida de uma superfície. Pois a temperatura refletida é igual a intensidade da
radiação emitida em onda eletromagnética (ver Eq. 7). Então, a NBR 16292 (2014, p. 1-5) e
Caramalho (2013, p.71 – 73), descrevem dois métodos o indireto e o direto.
O método Indireto assume que a refletância do refletor de infravermelho utilizado é
igual a 1, ou seja, a refletância do corpo negro. A Fig. 23 mostra o esquema de como deve-se
estimar ou medir o ângulo de reflexão e o ângulo de incidência a partir da posição da qual a
câmara termográfica visualiza o objeto.

Figura 23 - Método refletor (ângulo de reflexão e ângulo de incidência)

Fonte - NBR 16292 (2014, p. 4)

Onde, A é o ângulo de reflexão; B o ângulo de incidência; Ângulo A é igual ao ângulo


B. Para os ensaios com o método direto, deve-se posicionar a câmara contrária ao objeto e na
mesma direção do ângulo da fonte de reflexão e utilizar uma função de medição apropriada
58

como área, para notar a temperatura aparente da fonte de reflexão, conforme esquema na Fig.
21.
Figura 24 - Método direto

Fonte - NBR 16292 (2014, p. 5)

Onde, A é o ângulo de reflexão, B o ângulo de incidência e o Ângulo A é igual ao ângulo


B. A escolha do método pode influenciar no registro termográfico, pois as emissividades dos
materiais podem não serem registradas com veracidade e ocorrer acúmulo de erros em conjunto
com o uso de variáveis.

4.3 VARIÁVEIS A SEREM MANIPULADAS EM ENSAIOS.

Quando se está para desenvolver um ensaio seja em laboratório ou no campo é necessá-


rio definir que variáveis são importantes manusear para a obtenção dos dados. Em Termografia
as principais variáveis são: Emissividade, temperatura atmosférica, umidade relativa do ar, ve-
locidade do ar, distância do termovisor ao objeto em estudo, temperatura refletida, ambiente de
coleta dos dados e as especificações técnicas do termovisor. (CARAMALHO, 2012, p. 53-69,
NBR 15572:2013, p. 20, AHMADIPOUR e NEMATOLLAHI, 2015, p. 1-7).
A emissividade (ε) é a variável mais importante na obtenção de dados termográficos
quantitativos. Depende do tipo de material e da qualidade da superfície analisada. Quanto mais
brilhante for a superfície do objeto maior será a sua refletância e menor será a sua emissividade.
Nestes casos, deve-se preparar a superfície com um material de emissividade conhecida a exem-
plo de pintá-lo com tinta a óleo fosca, cuja emissividade é 0,95. Não ter conhecimento desta
variável impossibilita a leitura quantitativa do objeto em estudo. (CARAMALHO, 2012, p. 53
- 69, AHMADIPOUR e NEMATOLLAHI, 2015, p. 1-7).
59

A temperatura ambiente (Tamb) corresponde ao grau de aquecimento do ar da atmosfera.


Geralmente esta variável é obtida através de sondas específicas posicionadas próximas ao ob-
jeto de estudo.
A umidade relativa do ar (UR%) compreende a quantidade de vapor de água contida no
ar, pode-se afirmar que é porcentagem de água que está formulando os gases no ambiente. Ou
seja, quanto mais saturado de vapor de água o ambiente estiver mais ele amortecerá as ondas
eletromagnética emitidas pelo corpo em estudo. Em outras palavras, ambientes com alta umi-
dade relativa influenciam nos dados termográficos, e podem tornar os dados imprecisos.
A velocidade do ar (Var) compreende o deslocamento de uma massa de gases em re-
pouso. Nos ensaios termográficos com velocidades do ar acima de 20 km/h tornam os mesmos
inviáveis com relação a sua coleta de dados, em função do fluxo de ar facilitar a troca de calor
entre o objeto e o ambiente. Em ambientes construídos e controlados deseja-se velocidades
menores não superiores a 0,2 m/s, a fim de minimizar os problemas de convecção promovidos
por tal velocidade. (NBR 15572 2013, p. 20).
A distância do objeto (d) compreende o comprimento entre a lente do termovisor e o
objeto em estudo. Quanto menor a distância mais precisa são as medições. Nestes casos a menor
distância depende das especificações técnicas do equipamento.
A temperatura refletiva (Tref) compreende as diversas emissões de calor proveniente de
outros objetos ou superfícies presentes no local do ensaio que não pertencem à superfície do
objeto em estudo. Quanto maior a presença de temperatura refletida nos ensaios menos confiá-
veis são os resultados obtidos. Portanto, quando se está para coletar dados termográficos quan-
titativos deve-se proteger o objeto deste tipo de temperatura por meio de enclausuramento ou
anteparos das temperaturas refletidas do ambiente.
As especificações do termovisor compreendem aquelas relacionadas às características
comuns e das imagens do equipamento: faixa de temperatura que o termovisor opera, sensibi-
lidade térmica, resolução infravermelha, campo de visão por distância de foco, tipo de foco,
tipo do detector (faixa espectral), frequência da imagem, precisão do termovisor, correção de
medição, ferramentas de análise.
O ambiente de coleta de dados compreende o lugar onde são registrados os termogra-
mas. Caso o ambiente seja um laboratório há necessidade da área construída ser livre de janelas,
a fim de isolar as radiações térmicas proveniente das mesmas e de outras fontes de emissão
térmica além de controlar as demais variáveis já mencionadas. Caso o ambiente seja externo há
necessidade de preparar a superfície do objeto a ser analisado, enclausurando-o com o intuito
60

de minimizar a influência das temperaturas refletidas do ambiente. Além disso as demais vari-
áveis devem ser manipuladas e obtidas por meio de equipamentos adequados e calibrados.
Para que esse processo de obtenção dos termogramas seja melhor compreendido comen-
tar-se-á, no próximo tópico, sobre a forma como o equipamento capta as ondas eletromagnéticas
e apresentam suas imagens térmicas.

4.4 EQUIPAMENTOS TERMOGRÁFICOS OU TERMOVISÓRES.

Os equipamentos termográficos, termovisores também conhecidos como câmeras de in-


fravermelho, captam a radiação que resulta em uma dada temperatura e possibilita a câmera de
calcular e mostrar determinado coeficiente térmico do objeto.
Quando um termovisor é direcionado para o objeto de estudo a energia infravermelha é
focada por um conjunto de lentes sobre um detector de IR que envia a informação eletrônica
para um sensor processar e gerar a imagem em aproximadamente 5µs para os equipamentos de
sistemas de varrimento e de 15ms para os sistemas FPA (Focal Plane Array – Matriz de plano
focal).
Caramalho (2012, p. 33), descreve uma equação com base na potência da radiação re-
cebida (W) da fonte de temperatura do corpo negro (Tfonte) a uma distância curta de sinal de
saída (Ufonte) proporcional a entrada da potência. (Ver Eq. 27).

Ufonte= CW (Tfonte) (27)

Onde, Ufonte será igual a CWfonte e C é uma constante. A captação da imagem ocorre da
seguinte forma (Ver Fig. 25):

Figura 25- Representação esquemática da situação da medição termográfica geral

Fonte – FLIR SYSTEMS (1999, p.13)


61

Na Figura 25, apresenta-se o esquema de como são captados e convertidos os dados do


ambiente para o termovisor. Cada termo expresso tem uma relação matemática, onde ετWobj é
a emissão a partir do objeto, sendo ε a emitância e τ a transmitância da atmosfera e Tobj a tem-
peratura do objeto.
Para a emissão refletida = (1-ε)τWrefl, sendo (1-ε) a reflexão do objeto e Trefl são as
fontes ambientais de temperatura; a emissão a partir da atmosfera = (1-τ)τWatm, sendo (1-τ) a
emitância da atmosfera e Tatm a temperatura da atmosfera. Sobre posse desses dados é formu-
lada a Eq. 28.

Wtot = ετWobj + (1-ε) τWreft + (1-τ) Watm (28)

Com algumas manipulações matemáticas, pode-se multiplicar a Equação 29, por C e


substituir os produtos pelo U correspondente a qual, ficará:

Utot = ετUobj + (1- ε) τUrefl + (1-τ) Uatm (29)

Resolvendo a Equação 30 em função de Uobj, é possível obter a fórmula de medição


geral utilizada em equipamentos termográficos da empresa Flir Systems.

1 1−𝜀 1−𝜏
𝑈𝑜𝑏𝑗 = 𝜀𝜏
𝑈𝑡𝑜𝑡 − 𝜀
𝑈𝑟𝑒𝑓𝑙 − 𝜀𝜏
𝑈𝑎𝑡𝑚 (30)

Onde, os termos da equação Uobj é a tensão de saída calculada pela câmera para o corpo
negro em temperatura Tobj; Utot é a tensão de saída medida do equipamento para o caso real,
Ureft é a tensão de saída teórica da câmera para corpo negro de temperatura Tref conforme cali-
bragem e Uatm corresponde a tensão de saída teórica da câmera o corpo negro de temperatura
Tatm segundo sua calibração.
O modelo matemático descrito na Equação 30, representa como são geradas as imagens
térmicas utilizadas para a inspeção termográfica. Contudo, os testes que envolvem Termografia
devem seguir inúmeros cuidados e restrições para uma leitura realmente confiável do espectro
da radiação.
62

4.5 COMPOSIÇÃO DE LAUDOS

A composição de laudos se faz após a análise de uma determinada situação a qual é


preciso diagnosticar as verdadeiras condições de determinados equipamentos ou situações. Os
laudos são relatórios emitidos que traduzem as constatações captadas pelo técnico ou especia-
lista em torno do objeto analisado, por meios dos conhecimentos específicos de quem o relatou
e analisou.
Em resumo, o laudo trata-se de um relatório que propõe e reportam falhas, melhorias e
intervenções, sejam elas imediatas, meio ou longo prazo. Nele também deve está descrito uma
breve introdução constando as datas, locais e identificação da empresa onde o trabalho foi rea-
lizado, membros responsáveis internos (funcionários) e externos (especialistas contratados para
gerenciar e analisar as situações problema). Além dos objetivos, metodologia, descrição da ati-
vidade a ser realizadas, bem como organograma e ferramental necessário para a inspeção e
aquisição dos dados e realização do laudo.
Os laudos são aplicados em vários momentos, cada qual se destina para uma determi-
nada finalidade. Alguns laudos mais comuns são os de ergonomia, normativos, perícias, laudos
de vibração, manutenções, inspeções, termográficos entre outros. Cada relatório redigido é fun-
damentado com base em normas e conhecimento específico por determinada área e especialista.
Em análises de manutenções é comum ao término de uma inspeção a formulação de um
relatório que estipule os níveis de severidade dos equipamentos. Principalmente os comporta-
mentos térmicos. Na análise termográfica, o intuito principal é a possibilidade de recolher in-
formações referentes ao aquecimento das máquinas e indicar com maior confiabilidade os re-
paros necessários.
Para tanto, em casos de uso da Termografia o registro e o processo de fundamentação
fornece o laudo, e o mesmo depende de vários fatores, entre eles, estipular qual o tipo da ins-
peção termográfica qualitativa ou qualitativa, variáveis ambientais, conhecimento prévio do
equipamento inspecionado, atenção as normas, limitação do equipamento e conhecimento do
software Flir Systems. A Fig. 26 tem um exemplo de uma ficha de inspeção para a montagem
do laudo termográfico utilizando a Termografia (passiva).

Figura 26 - Exemplo de ficha de avaliação termográfica


63

Fonte - OLIVEIRA (2012, p.31)

A Figura 26 mostra no quadro parâmetros do termograma, a especificação das variá-


veis, tipo da inspeção termográfica, a quantitativa, e fornece um pequeno resumo informando
o tipo da falha e as recomendações necessárias. Os laudos técnicos termográficos são montados
com o auxílio do software (vide Fig. 27) do fabricante do equipamento, nesta pesquisa fez-se
uso do Termovisor E - 60 fabricado pela Flir Systems.

Figura 27 - Layout do software Flir Systems

Fonte - Acervo próprio

A partir do registro de informações é aceitável a importação de imagens da câmera para


a área de trabalho do software, a Fig. 27 dá um exemplo. A esquerda está a barra de ferramenta
para edição de regiões térmicas, na parte superior as edições de imagens e a direita a régua
64

térmica e a caixa de diálogo contendo todas as informações referentes às vistorias e as variáveis


a serem inseridas durante o experimento.
Diante das argumentações pré-escritas, nesta pesquisa se fez a análise de 8 (oito) amos-
tras com o uso da Termografia respeitando as normas e variáveis citadas e em seguida a análise
de dados juntamente com os espectros de vibração, a qual é também e necessário atenção as
rotinas registradas para cada rolamento estudado. Por esse motivo o item a seguir traz informa-
ções pertinentes aos registros de vibração.

4.6 CONCEITOS DE ANÁLISE DE VIBRAÇÕES

A análise de vibração é dita como um processo pelo qual as falhas em componentes


móveis de um equipamento, são descobertas pela taxa de variação das forças dinâmicas geradas,
onde são registradas a leitura da frequência espectral e amplitude do defeito (NBR 10273:2013).
Para alguns pesquisadores como Harris e Kotzalas (2007, p. 198), Barilli (2013, p. 20),
Athanasopoulos e Botsaris (2014, p. 171), a análise de vibração é uma das principais técnicas
aplicadas para detectar falhas em elementos rotativos, como por exemplo, os rolamentos.
O uso da vibração em mancais de rolamentos parte a princípio do registo das frequências
de defeitos percebidas e repetidas ao longo do tempo. Cada falha de um componente do rola-
mento têm uma frequência característica que pode ser modulada no espectro, com base na am-
plitude da frequência oscilatória. Essa variação de picos percebida ao longo do tempo e fre-
quência pode identificar qual componente está defeituoso.
No entanto, quando se monitora os componentes dos rolamentos os quais são têm a
seguinte nomenclatura: a BPFI (Ball Pass Frequency Inner Race) que refere-se aos termos para
cada componente de cada frequência de passagem dos elementos rolantes por um ponto da pista
interna associada a defeitos na pista interna. BPFO (Ball Pass Frequency Outer Race) é a fre-
quência de passagem dos elementos rolantes por um ponto ou defeitos da pista externa. BSF
(Ball Spin Frequency) são as frequências de giros dos elementos, associada a defeitos nos com-
ponentes rolantes os rolos e/ou esferas e a FTF (Fundamental Train Frequency) estão relacio-
nados às frequências de giro da gaiola ou do conjunto de elementos rolantes, associada a defei-
tos na gaiola e a outros elementos rolantes.
Cada componente citado detém uma equação tomada como base para encontrar a fre-
quência de um possível defeito. Para este estudo, deteve-se atenção as falhas incipientes que
ocorrem nas pistas internas e externas, as quais pela análise de vibrações se faz uso das Eq(s).
31 e 32 para modelar os defeitos na pista interna e pista externa, respectivamente.
65

𝑛.𝑓𝑟 𝐵
𝐷𝑃𝐹𝐼 = (1 + cos 𝜃) (31)
120 𝐷𝑃

𝑛.𝑓𝑟 𝐵
𝐷𝑃𝐹𝑂 = (1 − cos 𝜃) (32)
120 𝐷𝑃

Onde, DP é o diâmetro “pitch”, B será o diâmetro da esfera, fr é a frequência de rotação,


 ângulo de contato, n corresponde ao número de esferas e o termo DPFI e BPFO (são equa-
ções para as frequências características de defeito).
A análise de vibração pode ser empregada para diagnosticar a falha, como por exemplo,
situações que envolvam o atrito causado pelo contato metal-metal gerado pelas esferas em ro-
lamento na pista com defeito. Esta fricção produz energia que se acumula com o movimento e
terminam por dissipar calor e ruído. A Fig. 28 mostra um exemplo de uma falha causada por
meio de lubrificação inadequada e as formas de planejamento para detectá-la.

Figura 28- Surgimento e comportamento de uma falha e os meios de planejar seu diagnóstico

Fonte – EU Systems (2015)

Na Figura 28 percebem-se os melhores momentos de se fazer uso da análise de vibração


(ponto P2) e da Termografia (ponto P4). O uso regular de uma ou ambas as técnicas no campo
pode contribuir para reduzir gastos com manutenções corretivas em função do diagnóstico pre-
coce da falha, quando a falha está presente, no momento inicial. (ATHANASOPOULOS e
BOTSARIS, 2014, p. 171 - 172).
A sua detecção se faz de acordo com a grandeza física usada para aquisição de sinais,
segundo Tandon (1999, p. 469 - 480), elas são medidas a partir da vibração, pressão acústica,
66

temperatura e análise de desgaste e essas medições relacionadas à vibração são realizadas por
meio de três métodos: o domínio do tempo, frequência e domínio tempo-frequência.

4.6.1 DOMÍNIO DO TEMPO.

O domínio do tempo é um método de detecção de falhas por sinal, nele é mostrado as


mudanças de amplitude em relação ao tempo, onde consiste em comparar os níveis de RMS
(Root Mean Square) potência eficaz ou média quadrática do fator de crista, em razão aos picos
e valores de RMS da aceleração (ALEGRANZI, 2013, p.28; BEZERRA, 2004, p. 2 - 6).
Neste método trata-se de uma descrição a fim de analisar funções matemáticas com re-
lação ao tempo. Isso quer dizer que, a variável tempo (t) é conhecida em cada instante de um
tempo contínuo, ou em situações de vários instantes separados (quando o tempo é discretizado).
(THOMAS, p. 201).
Uma das transformações matemáticas que auxiliam a definir o domínio do tempo é a
Transformada de Fourier. Segundo o francês Jean-Baptiste Joseph Fourrier (1.768 - 1.830) um
movimento periódico desde que se limitasse por uma série de senos e cossenos tidos como
movimentos harmônicos poderiam ser facilmente representados, como mostra a Eq. 33.
Uma das transformações matemáticas que auxiliam a definir o domínio do tempo é a
Transformada de Fourier. Segundo o francês Jean-Baptiste Joseph Fourrier (1.768 - 1.830) um
movimento periódico desde que se limitasse por uma série de senos e cossenos tidos como
movimentos harmônicos poderiam ser facilmente representados, como mostra a Eq. 33.

𝑎0 𝑛𝜋 𝑛𝜋
𝑓(𝑥) = + ∑∞
𝑛=1 ( 𝑎𝑛 cos( 𝑋) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 ( 𝑋) (33)
2 𝐿 𝐿

𝑛𝜋
Onde, o termo ( 𝐿 𝑋) pode ser a frequência angular w sendo uma função do período ou

frequência, substituindo w na Eq. 33 obtém-se a Eq. 34.

𝑎0
𝑓(𝑥) = + ∑∞
𝑛=1 ( 𝑎𝑛 cos(𝑤𝑥) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛 (𝑤𝑥) (34)
2

Ao expandir a equação para n termos cada valor encontrado terá a sua derivada corres-
pondente a cada w1, w2, w3, w4... e suas respectivas amplitudes apropriadas aos coeficientes
a1 e b1, a2 e b2, a3 e b3, a4 e b4... e assim i nfinitamente, o que mostrará ao final um gráfico
denominado espectro de Fourrier.
67

Figura 29 - Espectro de Fourier módulo “Cn”

Fonte – Vieira (p. 1-5)

As Figuras 29 e 30 mostram os tipos harmónicos de frequencia registrada. Quando um


sistema rotativo apresenta alguma falha, seja defeito de fabricação e ou instalação essas
frequencias apresentaram ocilações ao longo do espectro. (SENKO, 2013, p. 24; ALMEIDA,
1999, p. 38-63 e VIEIRA, p.1- 5).

Figura 30 - Fase φn

Fonte - Vieira (p.1-5)

Após a montagem do espectro de Fourrier, Segundo Vieira (2016, p. 4 - 5) a análise


harmônica de qualquer tipo de sinal tornou-se fácil. E após a formulação da Transformada
Rápida de Fourier (Fast Fourrier Transform - FFT) os sinais são filtrados em faixas de
frequência em acordo com o tipo de análise a ser feita, tais como a de deslocamento, velocidade
ou aceleração. (ALMEIDA, 1999, p. 24-25; ATHANASOPOULOS e BOTSARIS, 2014, p.
172).

4.6.2 DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA

No domínio da frequência são aplicados os algoritmos da FFT que após sua aplicação
são separados conceitualmente todas as senóides, ou seja, a amplitude de cada frequência é a
mesma amplitude em forma de onda em função do tempo, para cada termo da frequência. Com
68

isso, é possível representar o domínio da frequência em termos dos seus componentes indivi-
duais dados pelo sinal, a aplicação do mesmo, irá mostrar apenas o valor máximo de cada fre-
quência, ver Fig. 31. (ALMEIDA, 1999, p. 24 – 25; ALEGRANZI, 2012, p. 20 - 25).
A Figura 31 mostra o que ocorre quando se aplica a FFT na análise de um sinal. Em a)
é percebido o registro no domínio do tempo, a qual os picos registrados mostras apenas as
mudanças de amplitude da frequência, e b) é uma parte do sinal discretizado, já em c) nota-se
apenas as ondas de frequência máxima obtida após a aplicação da FFT.

Figura 31- Sinal registrado

Fonte - Adaptado de Rolim (2015, p. 25)

Contudo, a representação do domínio da frequência fornece mais detalhes sobre o sinal


do sistema analisado a partir do qual foi gerado. Isso ocorre devido à comparação dos espectros.
Nos casos de estudos com rolamentos é obtido um espectro quando o mesmo encontra-se em
boas condições e comparado com os espectros tirados posteriormente. (BARILLI, 2013, p. 21).
Na ocorrência de defeitos, seja ele ocorre na pista externa, os sinais gerados por vibração
têm amplitudes e direções com níveis constantes. Isso se deve ao fato da posição do defeito
manter-se constante em relação ao acelerômetro utilizado para a detecção dos dados. (BA-
RILLI, 2013, p.20).
Para as situações de defeitos localizados na pista interna ou elementos rolantes esses
apresentam uma tendência de geração de sinais de vibração mais complexos, com modulações
quando comparados com os sinais referentes à pista externa, ver Fig. 32. (ALMEIDA 1999,
p.24, BARILLI, 2013, p.20, HARRIS e KOTZALAS, 2007, p. 195 – 249).
69

Figura 32 - Onda e respectivo espectro de rolamento com falha

Fonte - Barilli ( 2013, p. 13)

A Figura 32 ilustra o sinal obtido quando um rolamento está com defeito em suas pistas
externa ou interna. Seja um defeito existente no rolamento, onde a passagem dos elementos
defeituosos pelas zonas de carregamento irá causar uma mudança contínua na carga de trans-
missão dos impactos gerados durante a fricção dos componentes, a exemplo, a esfera passará
sobre as falhas na pista e será gerado um pico oscilatório captado pelo sensor durante a análise.
Esses sinais registrados no espectro muitas vezes precisam de uma melhor percepção,
pois segundo Barrili (2013, p.14), Almeida (1999, p.24), Osuagwu e Thomas (1982, p. 109) em
seus estudos questionam as dificuldades para captarem falhas em rolamentos com apenas o uso
do espectro direto da FFT principalmente quando os defeitos são na pista interna, gaiola e/ou
elementos rolantes devido às frequências relacionadas aos defeitos ocorrerem em baixas fre-
quências, geralmente até 500 Hz e por essa razão se faz uso da técnica de detecção por envelope.

4.6.3 TÉCNICA DO ENVELOPE

A detecção por envelope HFRT (High Frequency Ressonance Technique) comprova a


identificação de falhas em pistas de rolamentos, através da extração das frequências caracterís-
ticas de cada defeito com base no sinal vibratório medido por um analisador de sinais dinâmi-
cos, com registros na faixa de altas frequências de aproximadamente 5 kHz a 20 kHz. (AL-
MEIDA 1999, p. 24).
A filtragem dos sinais para o envelope pode ser feita pela transformada de Hilbert, ela
realiza uma demodulação em amplitude de sinais e faz gerar uma resposta causada pelos picos
das amplitudes do sinal modulado. Esses sinais são os impulsos de vibração gerados pelos de-
feitos excitados periodicamente nas ressonâncias dos elementos rotativos, como o rolamento.
Cada pico registrado no espectro é proveniente da passagem dos elementos rolantes sobre a
70

falha, tendo as amplitudes dos sinais moduladas pelas frequências características relacionadas
aos defeitos. (ALMEIDA, 1999, p.24, ALEGRANZI, 2013, p.24).
É através da demodulação de um sinal, na ressonância, que surge as primeiras indicações
da condição do rolamento. Um sinal portador transporta as variações em sua amplitude e fre-
quência com o tempo. As oscilações de defeitos são percebidas nas frequências características
de uma falha, onde as informações das colisões são contidas na frequência de repetição dos
impactos, modulada no sinal ao redor das frequências ressonantes do sistema excitadas pelos
defeitos no rolamento, ver Fig. 33. (FILHO, 2016, p. 2).

Figura 33- Exemplo Sinal de rolamento defeituoso

Fonte - Filho (2016, p. 12)

Ao aplicar o envelope HFRT, em uma faixa de ressonância encontrada experimental-


mente o sinal registrado será filtrado (Alegranzi 2013, p.25). A Fig. 33 exemplifica uma fre-
quência portadora de dois defeitos, o desbalanceamento e a falha no rolamento. Apesar da ilus-
tração não especificar as frequências características de cada defeito, observa-se as oscilações
periódicas ao longo do registro do sinal, evidenciada pela aplicação do envelope. Este tipo de
análise auxilia a caracterizar qual o defeito de um rolamento Fig. 34.

Figura 34 - Procedimento adotado na técnica do envelope

Fonte - Bezerra (2004, p. 43)


71

No procedimento de “envelopamento,” o sinal irá passar pelo filtro passa banda (ver
Fig. 34), boa parte do ruído captado será eliminado, mas para não perder informações pertinen-
tes referentes ao sinal experimental, o sinal pode ser minimizado e filtrando mais uma vez antes
da aplicação da transformada de Hilbert e assim obter a frequência do defeito. (BEZERRA,
2004, p. 44).

4.6.4 DOMÍNIO TEMPO-FREQUÊNCIA

O método do domínio tempo-frequência é uma análise conjunta entre o tempo-frequên-


cia-amplitude, aplicada nas situações onde o sinal captado não é estacionário, é o caso dos
rolamentos. Para Boashash (1992, p. 70) as distribuições para este método vêm sendo desen-
volvidas, com melhores resultado da escolha de uma função arbitrária denominada Kernel.
O sinal dos elementos rotativos em casos que ocorrem deslizamento, fricção nos ele-
mentos rolantes, inicia-se o surgimento de componentes não estacionárias no sinal. Então, os
registros dos espectros captam sinais transientes, esses sinais obtidos em detecções de máquinas
rotativas com rotação variável, torna-se mais adequada a análise da variação das componentes
presentes no espectro, no do domínio do tempo. (BARILLI, 2013, p. 21).
Alguns autores como Barilli (2013, p. 21) e Silva (1999, p. 27) questionam como melhor
perceber o registro de defeitos em elementos rotativos envolvendo apenas o emprego de técni-
cas como a FFT, que para muitos pesquisadores a FFT conduz o desenvolvimento de técnicas
de processamento de sinais capazes de fornecer representações tempo-frequência do sinal ex-
perimental.
A distribuição tempo-frequência pode ser expressa a partir da equação deduzida por
Cohen (Eq. 35), foram criadas novas distribuição com propriedades desejáveis para perceber
com maior facilidade as falhas em elementos rotativos. Então, se fez o uso de distribuições
como por exemplo Choi-Williams, Zao-Atlas-Marks e Cohen Posch. (LOUGHLIN, BER-
NARD, 1997, p. 562 – 570).

𝜌 = (𝑛, 𝑘) = ∑𝑀 𝑀 ∗
𝑚=−𝑀 ∑𝑝=−𝑀 𝐺 ( 𝑝, 𝑚) 𝑧( 𝑛 + 𝑝 + 𝑚) 𝑍 (𝑛 + 𝑝 − 𝑚)𝑒
−𝑗4𝜋𝑚𝑘 /𝑁
(35)

Onde, o termo n e k serão as variáveis tempo e frequência, m e p serão os intervalos de


–M a M dos pontos discretizados e a mesma equação pode ser reduzida para Eq. 36.
72

𝜌 = (𝑛, 𝑘) = 𝐹𝑚 →𝑀 [𝐺 (𝑛, 𝑚) ∗ 𝐾 = (𝑛, 𝑚)] (36)

O termo 𝐹𝑚→𝑀 corresponde à transformada de Fourier discreta no instante de tempo m


para a frequência k, e o símbolo * denota a convolação discreta no tempo. (SILVA e MUCHE-
RONI 2000, p. 4).
No entanto, também é possível aplicar a transformada de Fourier de curta duração
(STFT) para os sinais não estacionários. A STFT irá fracionar o sinal em intervalos pequenos,
visando reduzir suas características não estacionárias. Sendo assim, o sinal filtrado assume a
estacionalidade em cada intervalo da aplicação da FFT. Com isso, novos espectros são obtidos
e os sinais adquiridos aparecem as frequências do sinal variando com o tempo. (BARILLI,
2013, p. 22).

4.6.5 REGISTRO E AQUISIÇÃO DE SINAIS

A aquisição dos sinais é feita por sensores de aceleração “acelerômetro” que é um dos
instrumentos para medir a aceleração de um corpo vibratório. Pelo registro dos mesmos conse-
guimos obter as velocidades e os deslocamentos por integração, ver Fig. 35. (RAO 2009, p.
349).

Figura 35 - Registro de sinais (acelerômetro)

Fonte - Bezerra (2004, p 71)

A imagem 35(a) mostra como é o esquema para a aquisição de sinais em um rolamento.


Como a frequência de cada defeito tem suas características (fc= Frequência central no espectro),
ao percorrer o diâmetro da pista do rolamento, os elementos rolantes irão excitar a estrutura e
73

consequentemente irá provocar uma diferença na frequência que está relacionada ao defeito
captado pelo sensor.
O funcionamento dos sensores de vibração que utilizam acelerômetros está relacionado
ao uso de discos cerâmicos piezoeléctricos, que por sua vez possuem a propriedade física de
gerarem tensões elétricas quando solicitados a esforços. (BEZERRA 2004, p.71).
Quando um sensor é projetado, os elementos piezoelétricos são arranjados de tal forma
que sejam submetidos a uma carga na forma de massa em uma mola pré-tensionada (sistema
massa-mola), e um amortecedor onde todo este conjunto é montado fixado em uma base. Com
esse arranjo as extremidades inferiores da mola e do amortecedor terão o mesmo movimento
sendo que o sistema fica preso no topo e protegido por um invólucro resistente. (RAO, 2009,
p. 349 e BEZERRA, 2004, p. 72). São através desses componentes que as informações são
passadas para coletores ou analisadores de vibração.
Os Analisadores de Vibração ou sinais dinâmicos são equipamentos de uso simplificado
que recebe os dados de vibrações do tipo deslocamento, velocidade e aceleração (ver Fig. 36),
e permite uma pré-análise nos espectros obtidos. (BEZERRA, 2004, p.73).

Figura 36 - Analisador de sinais dinâmicos (Lab. Vibrações e instrumentação – UFCG)

Fonte - Senko (2013, p.45)

O analisador de sinais dinâmicos registra as medições de espectros de sinais provenien-


tes de vibrações mecânicas ou elétricas, pela análise de sinais por FFT. Há também o uso de
software para simular e analisar as frequências dos espectros de vibração, tais como MASTER-
TREND, ANYS e MATLAB são empregados para auxiliar nos registros de sinais. Dos progra-
mas citados para este trabalho teve como ferramenta a aplicação do Matlab e uma rotina expe-
rimental montada para comparar os espectro experimentais com os simulados.
74

4.6.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Diante do exposto, percebe-se que para analisar anomalias em objetos por meio da Ter-
mografia se faz necessária a manipulação de variáveis de forma criteriosas a fim de obter um
diagnóstico confiável. Sob este aspecto a escolha do equipamento, o controle do ambiente onde
será realizada a análise, assim como o tratamento da superfície do objeto é de suma importância
para este diagnóstico e a elaboração do laudo termográfico. Nos casos de pesquisa é também
importante ter outra técnica que auxilie a comprovar os dados obtidos por meio da Termografia.
Fazer isso é garantir a veracidade das informações obtidas.
Por essa razão na análise de vibração os métodos e equipamentos são cruciais para a
aquisição de sinais. Como também entender como se comporta um sinal estacionário ou não,
quais suas influencias e diferenças para serem percebidos em um ensaio. A junção de vários
métodos para registrar o desgaste e as medições relacionadas a vibração é preciso relacionar a
oscilação presente no sinal com os métodos do domínio do tempo, frequência e domínio tempo-
frequência, que irá nortear um caminho a ser seguido para a leitura dos espectros.
75

CAPITULO V

5 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O objetivo deste capítulo é apresentar ao leitor as atividades e os meios utilizados para


o desenvolvimento da pesquisa. Para tanto, elaborou-se o fluxograma mostrado na Fig. 37.

Figura 37- Fluxograma metodológico

NECESSIDADE: Verificar se a
INÍCIO DA Termografia pode ser utilizada para
PESQUISA diagnósticar falhas em rolamentos de uma
carreira de esferas sem blindagem.

Sites: Periódicos Capes, Elsevier, Qirt.


Palavras-chave: Termografia, rolamento, falhas, vibrações, domínio no
FASE 1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
tempo, domínio na frequência, domínio tempo-frequência,
Trabalho publicado por Alegranzi (2012, p 1-77)

Não
Informações sobre as variáveis a manipular para
realizar análise qualitativa e quantitativa em
São suficientes? Termografia, os tipos de falhas em rolamentos,
os principias métodos de detecção desta falhas e
os rolamentos utilizados na pesquisa
Sim

Chave de fenda, Dremel com esmeril cônico, Aplicação manual de


FASE 2 PREPARAR AS AMOSTRAS pressão, Flanela e tinta spray a óleo da cor preta fosco da marca
Sherwin-Willians
Não

Rolamentos preparados para os testes


Adequados?
termográficos

Sim
Mesa de corte, Solda por eletrodo revestido, Furadeira de bancada,
CONFECCIONAR BASE DO EXPERIMENTO Chapas de isopor, estilete, papel alumínio e tinta a base de água preto
FASE 3
E CABINE DE PROTEÇÃO fosco
Não

Base e cabine de proteção prontas para


Adequada?
o experimento

Sim

MONTAR COMPONENTES DO
FASE 4 Parafusos M10 e chaves allen, Parafusos M8.
EXPERIMENTO NA BASE

Não

Sistema montado em base


Adequado?
experimental

Sim

FASE 5 INSTALAR SISTEMA NA MESA INERCIAL Parafusos M10 e chaves allen

Não

Adequado? Sistema montado para o experimento

Sim

Continuação do Fluxograma 1.
76

Acelerômetros modelo 086C03, 352b10,352c68


FASE 6 INSTALAR SENSORES E CABINE
3 480E09

Não

Adequado? Sistema pronto para ser monitorado

Sim

PREPARAR O AMBIENTE E CONFIGURAR Sonda Ami 300 Instrutep, Termorvispor Flir E-


FASE 7
TERMOVISOR 60

Não

Ambiente e termovisor pronto para o


Adequado?
ensaio termográfico

Sim

Câmera termográfica, analisador de sinais


FASE 8 COLETAR DADOS
dinâmmicos.
Não

Adequado? Termogramas e espectros de vibração

Sim

FASE 9 ANALISAR DADOS Software Flir systems e matlab 13.

Não

Apresentação e discussão dos


Adequado?
resultados

Sim
Redigir
Fim dos
dissertação
experimentos

Fonte – Autoria própria

A necessidade que norteou esta pesquisa foi a de verificar se a técnica da Termografia


pode auxiliar no diagnóstico de falhas mecânicas em rolamentos de uma carreira de esferas sem
blindagem. A partir deste ponto deu-se início as atividades de pesquisa.
Para tanto, foram elaboradas nove estágios para a realização deste trabalho denominados
de fases, a saber: FASE 1 – Definição do problema; Fase 2 – Preparar as amostras; Fase 3 –
Confeccionar base do experimento e cabine de proteção; Fase 4 – Montar componentes do ex-
perimento na base; Fase 5 – Instalar sistema na mesa inercial; Fase 6 – Instalar sensores e ca-
bine; Fase 7 – Preparar o ambiente e configurar o termovisor; Fase 8 – Coletar dados e Fase 9
– Analisar dados.
Para cada uma destas fases apresentadas etapas foram desdobradas com o objetivo de
reduzir a complexidade da atividade e melhor esclarecer a maneira de como desenvolver o pro-
cesso metodológico deste trabalho. Nos tópicos que se seguem são melhor detalhadas estas
atividades.
77

5.1 A Fase 1 – Definição do problema.

Esta fase tem por objetivo esclarecer a necessidade que norteou a pesquisa. A intenção
é aprofundar os conhecimentos com relação ao tema do trabalho. Dentro deste contexto, quatro
etapas foram estabelecidas: Etapa 1.1 – Pesquisar informações sobre Termografia; Etapa 1.2 –
Pesquisar informações sobre os tipos de falhas em rolamentos; Etapa 1.3 – Pesquisar informa-
ções sobre os métodos de detecção de falhas em rolamentos e Etapa 1.4 – Definir o tipo e a
quantidade de rolamentos a serem utilizados na pesquisa. Vide Fig. 38.

Figura 38 - Procedimento metodológico para a Fase 1

NECESSIDADE: Verificar se a Termografia


INÍCIO DA pode ser utilizada para diagnósticar falhas em
PESQUISA rolamentos de uma carreira de esferas sem
blindagem.

FASE 1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

ETAPA 1.1 Pesquisar informações sobre Termografia Sites: Periódicos Capes, Elsevier, Qirt.
Palavras-chave: Termografia, rolamento,
Pesquisar informações sobre os tipos de falhas em
ETAPA 1.2 falhas, vibrações, domínio no tempo, domínio
rolamentos
na frequência, domínio tempo-frequência,
Pesquisar informações sobre os métodos de
ETAPA 1.3
Não detecção de falhas em rolamentos
Definir o tipo e a quantidade de rolamentos a Trabalho publicado por Alegranzi (2012, p 1-
ETAPA 1.4
serem utilizados na pesquisa 77)

Informações sobre as variáveis a manipular


para realizar análise qualitativa e quantitativa
em Termografia, os tipos de falhas em
São suficientes?
rolamentos, os principias métodos de detecção
desta falhas e os rolamentos utilizados na
pesquisa
Sim

Fonte – Autoria própria

Para o desenvolvimento das três primeiras etapas apresentadas na Figura 38 se fez uso
do Quadro 3 destinado a sistematizar as informações pesquisadas sobre cada assunto, a saber:
Termografia e as principais variáveis a manipular na elaboração de ensaios qualitativos e quan-
titativos nesta área e os principais tipos de falhas que ocorrem em rolamentos e seus principais
métodos de detecção.
O quadro é composto por cinco colunas destinadas a informar os sítios de busca da
informação, as palavras-chaves utilizadas para esta busca, o número de trabalhos encontrados
em cada sítio, um filtro destinado a selecionar os trabalhos apresentados nos últimos cinco anos
e, por fim, depois de lê-los e analisa-los informar quais autores foram selecionados para alicer-
çar esta pesquisa.
78

Quadro 3- Quadro de informações pesquisadas sobre Termografia

Trabalhos Autores sele-


Sítios de No de traba-
Palavras-chave utiliza- apresentados cionados
busca Utili- lhos encontra-
das. nos últimos 5 para compor
zados. dos nos sites
anos a pesquisa.
Termografia, rolamento,
Periódicos falhas, vibrações.
Capes, Else-
vier, Qirt. Domínio no tempo, do-
mínio na frequência, do-
mínio tempo-frequência.
Fonte – Autoria própria

Por fim, na última etapa, Etapa 1.4, apoiado no trabalho publicado por Alegranzi (2012,
p. 11-17), definiu-se o tipo e a quantidade de rolamentos a serem utilizados nesta pesquisa. Fez
uso deste trabalho pela similaridade entre os estudos realizados.
Juntas, tais informações permitiram uma melhor compreensão do problema a ser pes-
quisado. Passou-se para a fase seguinte: preparar as amostras.

5.2 Fase 2 - Preparar as amostras

A fase de preparação das amostras a serem utilizadas nos testes de laboratório foi des-
dobrada em quatro etapas, a saber: Etapa 2.1 – desmontar rolamentos; Etapa 2.2 - Inserir falhas
nas pistas internas e externas dos rolamentos; Etapa 2.3 – montar rolamentos; Etapa 2.4 preparar
as superfícies dos rolamentos. Vide Fig. 39.

Figura 39 - Procedimentos metodológico para Fase 2

FASE 2 PREPARAR AS AMOSTRAS

ETAPA 2.1 Desmontar rolamentos Chave de fenda

Inserir falhas nas pistas internas e externas dos


ETAPA 2.2 Dremel com esmeril cônico
rolamentos
Não
ETAPA 2.3 Montar rolamentos Aplicação manual de pressão

Flanela e tinta spray a óleo da cor preta fosco da


ETAPA 2.4 Preparar as superfícies dos rolamentos
marca Sherwin-Willians

Rolamentos preparados para os testes


Adequados?
termográficos

Sim

Fonte – Autoria própria


79

Nesta fase foram adquiridos 9 (nove) rolamento da marca NSK C4DDUC4. Destes
nove, foram separadas 8 (oito) amostras para inserir as falhas e uma foi mantida em estado de
novo a ser utilizada como referência para os experimentos. Os rolamentos são do tipo de uma
carreira de esferas sem blindagem, confeccionados em aço, contendo tampa metálica com aca-
bamento superficial em elastômero.
Na Etapa 2.1 foram desmontados os rolamentos e, em seguida, foram inseridas as falhas
mecânicas nas pistas internas e externas por meio de uma micro retífica Dremel com ponta
abrasiva tipo cone de aproximadamente 2 mm. As falhas inseridas nas pistas internas foram
denominadas de “A”. Como foram realizadas quatro falhas, foram assim denominadas: C1
(amostra de referência), A1, A2, A3 e A4. Já as falhas inseridas nas pistas externas foram de-
nominadas de “B”. Como foram realizadas quatro falhas, foram assim denominadas: B1, B2,
B3 e B4. Vide Fig. 40.

Figura 40- Vista da ponta abrasiva utilizada para inserir as falhas nos rolamentos

Fonte - Autoria própria

Os comprimentos das falhas foram assim estabelecidos: 3,5 mm, 3 mm, 2 mm e 1mm,
respectivamente, para cada amostra do tipo A e B. Um dos rolamentos foi mantido nas suas
condições iniciais, sem falhas e em perfeito funcionamento, para servir de parâmetro de com-
paração com estas amostras produzidas, o mesmo foi nomeado de Amostra C1.
Na Etapa 2.4 foram preparadas as faces externas dos rolamentos. Isto foi preciso, pois
o material e o tipo de acabamento da superfície do objeto eram muito reflexivos o que dificulta
o registro de emissões de calor. Assim, as faces dos rolamentos foram pintadas com tinta a óleo
de cor preto fosco da marca Sherwin-Willians (Fig.41). Fez-se uso desta tinta por ela ter alta
emissividade e emissividade conhecida.
80

Figura 41 - Rolamentos pintados com tinta preta fosca de emissividade conhecida

Fonte - Autoria própria

5.3 Fase 3 - Confeccionar base do experimento e cabine de proteção

A Fase 3 compreende a confecção da base do experimento e gabinete de proteção ne-


cessários para a montagem, instalação e realização do experimento (Fig. 42). Esta fase foi di-
vidida em quatro etapas, a saber: 3.1 – Corta chapas de aço; 3.2 – Soldar peças; 3.3 – Efetuar
furação de fixação dos parafusos; 3.4 – Cortas, pintar e montar estrutura da cabine de proteção.

Figura 42 - Procedimento metodológico referente a Fase 3


CONFECCIONAR BASE DO EXPERIMENTO
FASE 3
E CABINE DE PROTEÇÃO

ETAPA 3.1 Cortar chapas de aço Mesa de corte

ETAPA 3.2 Soldar peças Solda por eletrodo revestido

Não
ETAPA 3.3 Efetuar furações de fixação dos parafusos Furadeira de bancada

Cortar, pintar e montar estrutura da cabine de Chapas de isopor, estilete, papel alumínio e tinta
ETAPA 3.4
proteção a base de água preto fosco

Base e cabine de proteção prontas para o


Adequada?
experimento

Sim

Fonte - Autoria própria

O corte da chapa de aço para a confecção da base do experimento, Etapa 3.1, foi reali-
zado utilizando uma mesa de corte seguindo as especificações do desenho técnico (ver Anexo
p. 121- 122).
Para a soldagem das peças, Etapa 3.2, se fez uso de eletrodos revestidos do tipo OK®
46.00. Em seguida, na Etapa 3.3, foram confeccionados os furos de fixação do motor utilizando
furadeira de coluna e brocas para aços de 10 mm.
Na Etapa 3.4 foi confeccionada a proteção do objeto de estudo por meio de chapas de
isopor de espessura de 15 mm, papel alumínio e tinta fosca de emissividade conhecida. A tinta
81

foi colocada na parte interna para evitar reflexões de calor provenientes do objeto de estudo e
o papel alumínio na parte externa para proteger as amostras da incidência de calor provenientes
de outras fontes de calor existentes no ambiente, vide Fig. 43, finalizando esta fase.

Figura 43 - Cabine de proteção

Fonte- Autoria própria

5.4 Fase 4 - Montar componentes do experimento na base.

A Fase 4 denominada: montar componentes do experimento na base foi dividida em três


etapas, a saber: Etapa 4.1 - Instalar motor; Etapa - 4.2 Instalar o mancal com o rolamento no
eixo e a Etapa 4.3 - Instalar o mancal com o rolamento no eixo. Ver Fig. 44.

Figura 44 - Procedimento metodológico da Fase 4


MONTAR COMPONENTES DO
FASE 4
EXPERIMENTO NA BASE

ETAPA 4.1 Instalar motor Parafusos M10 e chaves allen

ETAPA 4.2 Instalar o eixo no motor Parafusos M8 e chaves allen


Não
ETAPA 4.3 Instalar o mancal com o rolamento no eixo Parafusos M10 e chaves allen

Adequado? Sistema montado em base experimental

Sim

Fonte - Autoria própria

A instalação do motor (Etapa 4.1) na base foi realizada com auxílio de parafusos do tipo
allen M10. A instalação do eixo no motor (Etapa 4.2) foi realizada por meio de chaveta e do
mancal com rolamento na mesa inercial (Etapa 4.3) por meio de parafusos do tipo allen M10.
Cada amostra de rolamento foi inserida individualmente no mancal interligando ao motor de
indução de ½ CV de 1740 rpm e 29 Hz.
82

Figura 45 - Montagem do sistema de estudo

Fonte- Autoria própria

5.5 Fase 5- Instalar sistema na Mesa Inercial

O objetivo desta etapa foi instalar o experimento, mancal, eixo, motor e mesa na bancada
inercial. Para tanto, esta atividade necessitou apenas da Etapa 5.1 – Parafusar sistema na mesa
inercial Fig. 46.

Figura 46- Procedimento metodológico referente a Etapa 5

FASE 5 INSTALAR SISTEMA NA MESA INERCIAL

ETAPA 5.1 Parafusar sistema na mesa inercial Parafusos M10 e chaves allen
Não

Adequado? Sistema montado para o experimento

Sim

Fonte- Autoria própria

A instalação foi feita com uso de ferramentas manuais, chave de boca de 10 mm e pa-
rafusos do tipo allen M10. A Fig. 47 mostra o posicionamento da base na mesa inercial.
83

Figura 47 - Fixação e montagem da base na mesa inercial

Fonte - Autoria própria

5.6 Fase 6 - Instalar sensores e cabine

Com as fases anteriores concluídas, foi realizada a montagem e acoplamento dos senso-
res (acelerômetros) no mancal e no motor (Etapa 6.1) destinado a captar os espectros de vibra-
ções do funcionamento do sistema (Vide Fig. 48).

Figura 48 - Procedimento metodológico Fase 6

FASE 6 INSTALAR SENSORES E CABINE

Montagem e instalação de sensores de vibração Acelerômetros modelo 086C03, 352b10,352c68


ETAPA 6.1
Não e cabine. 3 480E09

Adequado? Sistema pronto para ser monitorado

Sim

Fonte - Autoria própria

Na Figura 49 visualizam-se os sensores (modelo 352B10 para o motor e modelo 352C68


para o mancal de rolamento) e seus respectivos posicionamentos.
84

Figura 49 - Sensores para aquisição de dados

Fonte - Arquivo próprio

5.7 Fase 7: Preparar o ambiente e configurar Termovisor

A Fase 7 foi dividida em duas etapas, a saber: Etapa 7.1 – Aferir medidas de temperatura
atmosférica, refletida, velocidade do ar e transmissividade das janelas e a Etapa 7.2 – Inserir
variáveis ambientas e emissividade no equipamento, Fig. 51.

Figura 50 - Procedimento metodológico Fase 7

PREPARAR O AMBIENTE E CONFIGURAR


FASE 7
TERMOVISOR
Aferir medidas de temperatura atmosférica,
ETAPA 7.1 refletida, velocidade do ar, transmissividade da Sonda Ami 300 Instrutep
janela.
Não Inserir variáveis ambientais e a emissividade no
ETAPA 7.2 Termorvispor Flir E-60
equipamento

Ambiente e termovisor pronto para o ensaio


Adequado?
termográfico

Sim

Fonte – Autoria própria

Para aferir as medidas de temperatura atmosférica, velocidade do ar e umidade relativa


se fez uso da Sonda AMI 300 da Instrutemp. As medidas foram realizadas ao lado da cabine de
proteção das amostras. Foi aguardado o tempo de equalização de 5 minutos após o que foram
coletadas e registradas as variáveis mencionadas. Posteriormente, por meio de medição direta,
foi realizada a coleta de dados referente à temperatura ambiente refletida e transmissividade das
janelas. O equipamento utilizado foi a câmera térmica E60 da FLIR SYSTEMS. Os procedi-
mentos de medição destas variáveis seguiram a norma ABNT NBR 16292. A emissividade
85

utilizada foi a de 0.95 de acordo com o tipo e o fabricante da tinta utilizada para preparar a
superfície do objeto em estudo. Para melhor compreensão apresenta-se a Fig. 52.

Figura 51 – Posicionamento do equipamento utilizado nas medições de temperatura ambiente, umidade e


velocidade do ar

Fonte - Autoria própria

Na Etapa 7.2 foi realizada a configuração do equipamento termográfico (Fig. 53), inse-
rindo os valores das variáveis obtidas na etapa anterior. Para o registro térmico das imagens
utilizou-se o termovisor E60 da FLIR SYSTEMS com leitura na faixa espectral de 7.5 a 13 µm
a uma distância focal de 400 mm.

Figura 52- Registro dos termogramas por meio de câmera termográfica modelo E60 da FLIR SYSTEMS

Fonte - Autoria própria

Todos os experimentos seguiram as especificações das normas da ABNT (Associação


Brasileira de Normas Técnicas) NBRs 15718:2009; 15572:2013; 15572:2003; 16292:2014;
15424:2006.
86

5.8 Fase 8 - Coleta de dados

Para a obtenção da Fase 8 – Coleta de dados se fez necessário à realização da Etapa 8.1:
registrar termogramas, Tack e FFT. Vide fluxograma apresentado na Fig. 53.

Figura 53 - Procedimento metodológico da Fase 8


FASE 8 COLETAR DADOS
Câmera termográfica, analisador de sinais
ETAPA 8.1 Registar termograma, Tack e FRF.
dinâmmicos.
Não

Adequado? Termogramas e espectros de vibração

Sim

Fonte - Autoria própria

Para esta etapa foi necessário todos os equipamentos estarem devidamente posicionados
para o registro dos termogramas e dos sinais dinâmicos conforme mostra a Fig. 54.

Figura 54 - Esquema experimental

Fonte – Autoria própria


87

Os registros de dados foram realizados no período da manhã entre 8:00 h e 12:00 h, o


monitoramento dos termogramas ocorreu durante um tempo total 30 minutos para cada amostra
ensaiada e a cada 5 minutos registrava-se um termograma (Ver Fig. 55).

Figura 55 - Registro de termogramas

Fonte - Autoria própria

A coleta dos dados de vibrações foi realizada em intervalos de tempo de 10 segundos,


com taxa de aquisição até 800 Hz. A intenção foi observar a temperatura que o objeto emitia
devido ao atrito gerado pelas falhas inseridas e confirmar a sua localização por meio da análise
de vibrações (ver Fig. 56).

Figura 56 - Registro de termogramas e FRF

Fonte - Autoria própria

Estas por sua vez, eram observadas a partir das frequências, encontrada utilizando como
referência os dados da Tab. 4. Com isso foi observado a identificação de amplitude de 144,8
Hz nas pistas internas e de 87,5 Hz nas pistas externas.
88

Tabela 3 - Dados para calcúlo das frequências

Dados de entrada
Frequência do motor 29 HZ
Número de esferas 8 -
Diâmetro das esferas 7,938 mm
Diâmetro primitivo 33,5 mm
Ângulo de folga (β) 0 Rad.

Fonte – Autoria própria

Para iniciar a análise de vibrações utilizou-se o martelo de impacto modelo 086C03


(impulse force test Hammer), com o intuito de excitar os componentes experimentais (eixo e
mancal) de forma precisa a reproduzir e medir a força de excitação do sistema. O martelo de
impacto tem sensibilidades que vai de 1 até 100mV/ lbf e, massas de 0,1 a 5,5 Kg, com ampli-
tude de gama até 22 KN. O objetivo é registrar através do analisador de dados a frequência
natural dos elementos mecânicos, vide Fig.57.

Figura 57- . Excitação do Sistema (esquerda). Impulse force test Hamme (direita)

Fonte - Autoria própria

Os procedimentos de análise de vibrações foram baseados nas normas brasileiras NBR


15928:2011, 10272:2013; 10273:2013; 15928:2011 e 10082:2011. Com os acelerômetros ins-
talados e interligados ao analisador de sinais dinâmicos, iniciaram-se os testes experimentais.
A cada 5 minutos foram registrados um track e um registro de termograma. Ao todo foram sete
track por amostra e uma FRF ao final de cada teste. Seguindo este procedimento foi possível
fazer o registro dos dados termográficos e sinais de vibração.
89

5.9 Fase 9 - Analisar dados

A Fase 9 denominada: analisar dados foi desmembrada em uma única etapa (Etapa 9.10)
- Montagem de gráficos e edição de laudos termográficos (vide Fig.58).

Figura 58 - Procedimento metodológico Fase 9

FASE 9 ANALISAR DADOS

Montagem de gráficos e edição de laudos


ETAPA 9.1 Software Flir systems e matlab 13.
térmicos.
Não

Adequado? Apresentação e discussão dos resultados

Sim

Redigir
Fim dos
dissertação
experimentos

Fonte – Autoria própria

Na Etapa 9.1 foram analisados e discutidos os resultados obtidos através dos termogra-
mas, da análise de vibrações e dos registros de sinais.
Para a análise de vibrações as frequências foram tratadas no Matlab 13, onde se cons-
truiu as rotinas para a montagem dos gráficos de sinal no tempo; espectro do sinal das pistas
internas e externas do rolamento; frequências (central de ressonância, FFT) e geração de enve-
lope na transformada de Hilbert.
Para os termogramas utilizou-se o software Flir Tools e suas ferramentas line, point,
paleta de cor arco-íris para indicar as zonas de aquecimento e enquadramento das imagens tipo
paisagem. Após as análises no software foram montados os gráficos das curvas de aquecimento
dos rolamentos na Planilha do Excell para observar o comportamento térmico em cada sistema
monitorado.
90

CAPITULO VI

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste capítulo é apresentar, de acordo com a metodologia estabelecida no


capítulo anterior, os resultados e suas discussões envolvendo a técnica da Termografia e da
análise de vibrações.

6.2 TRABALHOS PESQUISADOS NA ÁREA DE ESTUDO


Com a necessidade estabelecida e fazendo uso do Quadro 3 (Quadro de informações
pesquisadas sobre Termografia) foram sistematizadas as informações necessárias ao esclareci-
mento da tarefa e detalhadas as quantidade de obras obtidas envolvendo o tema:

Quatro 3 - Quadro de informações pesquisadas sobre Termografia

No de traba- Trabalhos Autores sele-


Sítios de
Palavras-chave utiliza- lhos encon- apresentados cionados para
busca Utili-
das. trados nos si- nos últimos 5 compor a pes-
zados.
tes anos quisa.
Termografia, rolamento,
Periódicos 328 230 58
falhas, vibrações.
Capes, Else-
vier, Qirt. Domínio no tempo, do-
mínio na frequência, do- 77 33 7
mínio tempo-frequência.

Fonte – Autoria própria

A partir dessas obras selecionadas foram determinadas as variáveis a manipular no


campo da Termografia, a saber: emissividade, velocidade do ar, umidade relativa do ar, tempe-
ratura ambiente, temperatura refletida, enquadramento de imagem tipo retrato, distância focal,
foco e isolamento do objeto de análise de outras fontes de calor. Quanto às falhas no rolamento
91

trabalhou-se com o defeito por desgaste nas pistas internas e externas. Quanto à forma de de-
tecção desses defeitos trabalhou com duas técnicas: a termográfica e a de análise de vibrações.

6.2 RESULTADOS DAS ANÁLISES TERMOGRÁFICAS


Montado todo o aparato descrito na metodologia obteve-se os seguintes resultados rela-
tivos às amostras A e B. Vide Tab. 4.
Percebe-se pela Tabela 4 que a variação da temperatura refletida para os ensaios com a
amostra A foram de 0,5 o C enquanto para a amostra B foram de 3,7 o C. Já a variação ambiental
para os ensaios foram de 2,9 o C para os testes com a amostra A enquanto para a amostra B foi
de 2 o C. A umidade relativa do ar também mostrou variação ficando para os testes da amostra
A em 5,8 % e para as amostras do tipo B de 4,2 % e, por fim, a variação da transmissividade
das janelas do ambiente do laboratório ficou para as amostras do tipo A em 2 o C e para as amos-
tras do tipo B em 1o C. Apesar de constatar estas variações elas não influenciam significativa-
mente nos resultados das análises termográficas em função do campo de variação de tempera-
tura aceitável para o elemento de máquina rolamento, que podem oscilar em até 14 o C.

Tabela 4 - Dados do experimento


Velocidade do
da falha (mm)

dade da janela
Comprimento

Transmissivi-
∆T.refletida

T. ambiente

∆ Umidade
Amostras

Distância

Relativa

(m/s)
(cm)
(o C)

(o C)

(o C)
(%)
ε=

ar

B1 3,5 26,5 22 50,2 21


B2 3,0 24,5 20 42,6 20
B3 2,0 22,8 21,9 52,0 21
B4 1,0 24,4 21,9 54,4 21
0,95 40 0,0
A1 3,5 23 23,7 48,8 20
A2 3,0 23,1 22 54,9 22
A3 2,0 23 24,9 47,2 20
A4 1,0 23,5 22 53,0 21
Fonte- Autoria própria

Analisando qualitativamente os termogramas obtidos no experimento percebem-se va-


riações de cores o que indica variações de emissão de calor e, consequentemente, de tempera-
tura. Vide Fig. 59.
Na Figura 59a se tem o termograma do rolamento sem defeito e na Figura 59b o termo-
grama do rolamento com defeito. A seta indica o local da variação na cor da imagem o que
92

representa, neste caso, um aquecimento em razão do tipo de cor (amarela) em relação às demais
partes do rolamento (azul).

Figura 59- Termograma de rolamento sem falhas (a) e com falhas (b)

a) b)
Fonte- Autoria própria

Com esta informação qualitativa passou-se a coletar os dados de forma quantitativa.


Neste momento, os dados apresentados na Tab. 4 foram alimentados na câmera termográfica e,
posteriormente, no software Flir Tools. Os termogramas foram obtidos conforme esquema re-
presentado na Fig. 60.

Figura 60 - Esquema de registro termográfico

Fonte – Autoria própria

Em paralelo a análise termográfica registrou-se os sinais experimentais de vibração uti-


lizados para a validação do experimento. Os resultados obtidos foram mediante instalação e
93

montagem dos acelerômetros e analisador de sinais dinâmicos, conforme mostra o esquema na


Fig. 61.

Figura 61 - Esquema de aquisição de sinais dinâmicos

Fonte – Autoria própria

Antes do registro dos sinais experimentais foram calculadas as frequências com base
nos dados da Tab.5. Para os sinais analíticos simulados usou-se o software Matlab. Os parâme-
tros utilizados para a simulação estão na Tab. 5. A simulação indicou as frequências de ruído
referentes às falhas dos rolamentos a ser registrada nos sinais experimentais, onde serão anali-
sados e filtrados os espectros de vibração.

Tabela 5 - Resultado dos cálculos de frequência

Dados de entrada
Frequência do motor 29 HZ
Número de esferas 8 -
Diâmetro das esferas 7,938 mm
Ângulo de folga (β) 0 Rad.
Diâmetro primitivo 33,5 mm

Continuação da Tabela 5.
Frequência da pista externa (B) 87,5 HZ
94

Frequência da pista interna (A) 144,8 HZ


Frequência da mesa inercial 2 Hz

Fonte – Autoria própria

A Figura 62 mostra os termogramas obtidos referentes à amostra A1. Para facilitar a


análise definiram-se duas áreas denominadas Sp1 (áreas com defeito inserido) e Sp2 (área livre
de defeito), para tanto, se fez uso da ferramenta Line (Li) do software Flir.

Figura 62- Termograma da amostra A SP1 e SP2 respectivamente (Amostra A1 pista interna)

Fonte – Próprio autor

Os termogramas foram registrados a cada intervalo de 5 minutos, de posse dos mesmos,


plotou-se os gráficos referentes aos resultados térmicos. A Fig. 63 mostra o gráfico das curvas
de aquecimentos das amostras do tipo A obtidos em experimento e a amostra de referência C1
que é o rolamento livre de defeitos.
95

Figura 63 - Gráfico das Amostras A (Zona SP1)

A m o s t ras A ( re gi ão P s 1)

A1 A2 A3 A4 C1

76,6
71,6 69,9 70
62 64,8
60,9 61,7 63,2
Temperatura °C

55,1 58,5
53,2 60,3 61,1 62,1
58,9
55,6 47 47,1
49,7 43,3 47,5
32,9 36 38,6 47,1
45,9 46,1
41,8
29,9 35,2
25
25,3 32
24

1 5 10 15 20 25 30
Tempo (M IN)

Fonte – Autoria própria

O gráfico da Figura 63 mostra os resultados referentes à região Sp1 das amostras A1,
A2, A3, A4 e C1, as quais se notam variações térmicas diferenciadas. Partindo de um referen-
cial, a amostra C1, mostrou o aquecimento típico de um elemento mecânico em funcionamento.
Ao observar as demais amostras foi possível perceber as oscilações térmicas diferenciadas
quando comparamos com a amostra C1.
As amostras A2, A3, A4 apresentaram pequenas alterações térmicas conforme indicada
no gráfico. As temperaturas registradas foram similares, mas todas tiveram aquecimento maior
em comparado com a C1. Isso indica que conforme as falhas foram maiores mais energia tér-
mica se concentrava nessas regiões, causando a elevação da temperatura. Dentre as amostras
analisadas percebeu-se que um dos rolamentos teve o registro térmico significativo, a amostra
A1 (ver termogramas na Fig. 64). Em sua região Ps1 evidenciou-se fortes picos de temperatura
e o mesmo foi percebido em Ps2, onde a energia gerada nos impactos, também foi propagada
nas demais regiões do rolamento em menor quantidade.
A mesma marcou picos de 76,6°C aos 15 minutos de funcionamento enquanto a amostra
C1 registrava 46,2 °C no mesmo instante de tempo. Comparando os valores há uma diferença
de 30,4 °C, e média entre todas as temperaturas a amostra A1 e C1 obtém-se 62 °C para A1e
36,5°C para C1, resultando em uma variação térmica de 19,5 °C entre ambas, esta alteração em
A1 é devido à falha inserida na pista interna do rolamento.
96

Figura 64 - Termogramas da Amostra A1

Fonte - Acervo próprio

A variação térmica percebida em A1 ocorre principalmente aos instantes iniciais, onde


a curva de aquecimento se destaca das demais. Isso ocorre devido a falha inserida na pista do
rolamento ser de aproximadamente 3,5 mm de espessura, por ser de maior dimensão que as
demais a fricção e o contato metal-metal entre as esferas e a pista geram um acúmulo de calor
na região analisada.
Também se percebe que o melhor momento para a detecção da falha nesta pesquisa foi
observado nos primeiros vinte (20) minutos de funcionamento do equipamento, isto é, na fase
de pré-aquecimento (vide Fig(s). 63 e 64). Ao passar desse tempo, a falha presente no rolamento
distribui o calor acumulado da zona Sp1 devido à distribuição de calor por todo o perímetro da
pista aos demais componentes do rolamento pelo processo de condução térmica, fazendo com
que a temperatura diminua e conseguintemente estabilize o sistema.
A redução da temperatura do sistema também é feita ao mesmo tempo pelo lubrificante
que irá funcionar como um agente resfriador, a fim de manter o rolamento em equilíbrio térmico
e evitar o colapso do elemento mecânico. Esse resfriamento pode ser percebido após 30 minutos
de funcionamento. Mesmo o sistema estabilizando os locais onde existem as falhas continuaram
com valores térmicos maiores em comparação as demais regiões e com a amostra de referência
C1.
97

A região mais quente sempre apresentará maior concentração de calor, pois é o local de
atrito e fricção entre a falha e as esferas. Essas esferas distribuíram o calor concentrado em Sp1
para as demais regiões do rolamento, como a Sp2 (ver Fig. 65), mas em menor quantidade, já
que parte dessa energia é absorvida, conduzida para os demais componentes e perdida para o
ambiente.
Em relação à zona do SP2 (Zona livre de defeitos), perceber-se que há mudanças de
temperatura em comparação a C1. O calor em Sp2 é em menor quantidade justamente por não
ocorrer falhas nesta região. Dos resultados obtidos no gráfico da Fig. 65, têm-se situações de
coerência entre as amostras A4 e C1, isso ocorreu devido a falha presente no rolamento ser
mínima e superficial de aproximadamente 1 mm, sendo assim, a quantidade de energia dissi-
pada durante o choque é mínima assemelhando-se a temperatura do rolamento C1, a média de
aquecimento entre as amostras A4 e C1 foram de 3,5 e 3,63°C bastante próximas.
Como a falha da amostra A4 é pequena existem duas possibilidades para esse resultado;
a primeira seria limitação do equipamento, sendo preciso um termovisor de melhor resolução e
a segunda a falha ser muito superficial e não profunda e não causa atrito suficientes sendo ne-
cessárias melhores câmeras infravermelhas e mais estudos para comprovar este tipo de defeito
pela Termografia.

Figura 65 - Gráfico das Amostras A (Zona SP2)

A mo s t ras A ( re gi ão P s 2)

A1 A2 A3 A4 C1

71,3
68 67,4 67,3
59,9 60,3 61,1 62,2
61
Temperatura °C

53,5 55,6
58,2 59,2 59,9
49,7 56,9
52,5 43,9 44,4 46,5
47,1 40,8
34,9 44,2 46,3
34,4 42,3
25,3
29,9 37,7
25 33,2
25,4 28
24,5

1 5 10 15 20 25 30
Tempo (M IN)

Fonte- Acervo próprio


98

Para as demais amostras A2 e A3 os comportamentos das curvas de aquecimento mos-


traram uma média de elevação da temperatura de 5,8°C e 7,1°C respectivamente, para A2 e A3.
Apesar da média de A3 ser maior, devido ao rápido aquecimento nos 15 minutos iniciais, se-
guido de rápida estabilização após esse tempo, mesmo assim, os valores térmicos aferidos no
experimento mostraram um aquecimento diferenciado da amostra C1, conforme mostra a ocor-
rência de alguma irregularidade térmica.
Nos resultados referentes às amostras do tipo B também foi analisado os termogramas
delimitando duas áreas nominadas Sp1 (áreas com defeito inserido) e Sp2 (área livre de defeito),
para tanto, se fez uso da ferramenta Line (Li) do software Flir (Ver Fig. 66).

Figura 66- Termograma das Amostras B

Fonte - Autoria própria

Os experimentos realizados nas amostras B tiveram resultados diferentes de A, algo já


esperado por tratar-se de falhas na pista externa, as oscilações térmicas deveriam ser menores,
principalmente devido a distância percorrida pelas esferas durante o funcionamento do rola-
mento, os resultados mais expressivos em valores térmicos foram em B1 (ver Fig. 67).

Figura 67 – Termograma da amostra B1


99

Fonte- Acervo próprio

Na Figura 68 têm-se ao rolamento em perfeito estado, sem falhas (C1). A Fig. 68 a


esquerda é referente ao instante de aquecimento aos 15 minutos de funcionamento e a direita o
rolamento após 30 minutos de funcionamento.

Figura 68 - Rolamentos sem defeito Amostra C1

Fonte – Autoria própria

Em B1 a falha na pista externa de aproximadamente 3,5 mm foi possível perceber alte-


rações térmicas nos espectros de radiação. Quando comparada as amostras B1 e C1 notou-se
disparidade entre as curvas térmicas. O aquecimento presente em B1 teve média de 53,51 °C e
em C1 de 39,1 °C a diferença entre ambas foram de 14,5 °C, algo significativo para um sistema
testado sem cargas e livre de qualquer esforço (ver Fig. 69).
100

Figura 69- Gráfico das Amostras B (Zona SP1)

A m o s t ra B ( re g i ã o P s 1 )
B1 B2 B3 B4 C1

57,9 59 58
56,5 56,5
51,2 52,4 53,8 53,4 51,8 54,8
49,5 50 53,5
48 53,6
45,4 53,6
44,3 50,9
Temperatura °c

48,5 47,1
35,5 41,7 44,7 45,9 46,1
32 34,7 41,8
31 35,2
23,3 32
24

1 5 10 15 20 25 30
Time (min)

Fonte- Acervo próprio

Tendo como objetivo usar a Termografia para identificar com maior rapidez as falhas
em rolamentos, a amostra B1 apresentou sua curva de aquecimento incoerente nos primeiros
20 minutos de aquecimento seguindo de estabilização após esse tempo. Das medidas aferidas
nas zonas Sp1 todas mostram algum tipo de irregularidade diferente as B2, B3 e B4 também
tiveram curvas de aquecimento diferentes de C1.
Em B2 ocorreu elevação da temperatura coerente sem com uma média de variação de
aproximadamente 6,01 °C entre cada instante de tempo. Quando comparado B2 e C1 as dife-
renças térmicas foram bem semelhante próximo a 6 °C. Esta mudança de temperatura é menor
quando comparamos as amostras A2 com B2, pode-se dizer que a energia retida nos choque
mecânicos nas regiões Sp1 em A2 são maiores que B2.
Já o rolamento B3 apresentou um pico de 44,3 °C nos primeiros 5 minutos seguido de
leve aquecimento em Sp1 e após 15 minutos a variação térmica foi de 2 °C a cada instante de
tempo, isso reflete na dimensão da falha inserida na pista do rolamento menor quantidade de
energia consequentemente menor o calor emitido pelo sistema.
Por sua vez, a B4 apresentou alterações que coincidiram com B3 após os 10 minutos de
aquecimento, algo incoerente para uma falha de 1 mm, isso pode indicar alguma limitação do
equipamento ou até mesmo erro de medição do termograma, sendo necessário estudos mais
101

elaborados futuramente. Mas, de todas as amostras testadas pode-se verificar que o rolamento
C1 funciona em um regime de temperatura inferior as demais amostras inspecionadas.
Das regiões inspecionas Sp1(B) e Sp2 (B) têm-se resultados equivalentes ente ambas as
zonas, a Fig. 70 mostra como são semelhantes os resultados das amostras do tipo B e suas
respectivas regiões analisadas.

Figura 70 - Gráfico das Amostras B (Zona SP2)

A m o s t ra B ( R E GIÃO P s 2 )

B1 B2 B3 B4 C1

55 56,3
53,5 54,7 53,2
48,2 50 50,4 50,1 51,3
46,3 45,9 47,3 48,5
42,8 48,9
Temperatura °c

39 48,7 50,2
45,7 47,2 46,3
33,6 39 44,2
30,5 42,3
40,1
37,7
30,7 32,8 33,2
28
24,5 23,4

1 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)

Fonte - Acervo próprio

Um aspecto importante a destacar sobre as diferenças entre as curvas de aquecimento


mostrada na Fig. 69 e 70 diz respeito ao tamanho do defeito inserido e o caminho percorrido
pelas esferas do rolamento. A falha 1 mm (B4) na pista externa permitir que os elementos ro-
lantes passem por ela sem causar impacto significativo, e assim, registrando temperaturas de
aquecimento mais baixos em comparação as amostra A.
Diante de uma segunda situação, onde as esferas passam por falha de 3,5 mm (A1 e B1)
comprimento da falha é maior e em consequência maior impacto traduzindo em aquecimento
na região de análise, ver Figs. 64 e 69.
Contudo, pode-se tirar uma sintese dos resultados referente aos gráficos das Fig(s). 64
]e 65 relacionados as alterações das curvas de aquecimento das zonas Sp1 e Sp2. À medida que
102

a falha foi inserida nas amostras A1, A2, A3 e A4 registou-se picos em Sp1 de 3,1 °C para a
amostra A1 a variação foi de 5,1 °C entre as regiões Sp1 e Sp2 estudadas termicas.
Para as amostras B1, B2 a variação máximo registradas entre as regiões Sp1 e Sp2 dos
respectivos gráficos (ver Fig 69 e 70) foi de 3 °C e a média de 2,7 °C, as amostras do tipo B3 e
B4 conforme já mencionado foram as que apresentaram menores variações, conforme demostra
a Fig. (s) 69 e 70. Pode-se afirmar que a termografia apresentou resultados significativos para
esta pesquisa, mesmo assim, é preciso mais estudos quando se trabalha com falha mínimas
como a de 1 mm e um equipamento de melhor resolusão, bem como manter um controle rígido
das variáres e parâmetros estabelecidos para a inspeção.
No entanto, deve-se estar atento ao fato de comparar, quantificar e qualificar a
temperatura dos elementos rotativos. Uma vez que, ao ar livre existem inúmeras interferências,
o que torna o processo de inspeção mais rigoroso. È fundamental que a análise termográfica
busque o uso das variáveis adequadas, ou seja, o especialista em termografia deve está atento a
todas as variáveis a serem manipuladas no equipamento termográfico. Sem o conhecimento das
mesmas os termogramas gerados são errôneos, pois não registra a emissão real do calor, que
por sua fez quando defeituoso, o mesmo, também gera ruído. Por essa razão se fez necessário
à análise de vibrações para conprovar os resultados das falhas nas pistas internas e externas.

6.3 RESULTADOS DA ANÁLISE DE VIBRAÇÕES

Antes do registro dos sinais experimentais, montou-se uma rotina no software Matlab
para comprovar o cálculo da frequência (ver Eq. 31 e 32 no item 4.6) corresponde de cada
defeito da pista interna e externa do rolamento.
A Figura 71 trata-se de sinais simulados das frequências dos defeitos nas pistas internas
e externas. Para tanto, a rotina programada utilizou os resultados da Tab. 5, onde foi possível
encontrar analiticamente as frequências de 143,56 Hz e 88,5 Hz para pista interna e externa
respectivamente.
Essas frequências quando simuladas mostram apenas os picos de amplitude do sinal
característico sem a interferência de ruído, ou seja, expressam unicamente as ressonâncias das
falhas nos rolamentos, a qual serve de referencial para a aquisição dos sinais dinâmicos expe-
rimentais.

Figura 71 - Sinal simulado da pista externa (esquerda), pista interna (direita)


103

Fonte – Autoria própria

Na rotina montada pode-se observar nos respectivos espectros, que aparecem as fre-
quências características de cada defeito simulado. Neles percebem-se os picos de variação os
quais são repetidos ao longo do tempo. É importante focar que nos espectros da Fig. 71 não se
encontram outros sinais de ruído, as únicas bandas laterais presentes são os das frequências
simuladas. Já em análises de sinais experimentais estão presentes inúmeros ruídos externos
provenientes da vibração de máquinas, outros elementos mecânicos, motores e inúmeras inter-
ferências.
Já os sinais experimentais as análises são mais detalhadas, pois além da frequência ca-
racterística e seus múltiplos do defeito estão outras frequências provenientes de ruídos. As Figs.
72 e 73 mostram sinais reais captados pelos acelerômetros referentes a falhas em mancais de
rolamento.

Figura 72 - Sinal (esquerda) e espectro de vibração (direita) da Amostra A1

Fonte- Acervo próprio

Como já informado, os rolamentos definidos como amostra do tipo A, tiveram falhas


inseridas na pista interna a Fig. 72 mostra o resultado obtido em um experimento ou análise de
vibração em mancal de rolamento. No sinal captado observam-se inúmeras frequências também
104

registradas em paralelo a frequências pesquisadas (sinal experimental à esquerda). A direita


tem-se o espectro de vibração referente à amostra A1 gerado a partir da FFT, nele percebem-se
algumas frequências de defeito que serão melhor analisadas a seguir.

Figura 73 - Espectro de vibração Amostra B1

Fonte- Acervo próprio

A Figura 73 mostra o sinal captado referente a uma amostra B. As falhas presentes neste
rolamento foram inseridas na pista externa e o sinal adquirido também mostra várias interfe-
rências de ruídos. Como os ruídos captados acabam por atrapalhar as informações registradas
na análise de vibração a aplicação da FFT auxilia no espectro de vibração a mostra as várias
frequências captadas e seus múltiplos conforme ver-se a direita da Fig. 73. Com os sinais e
respectivos espectros de vibração é possível analisar e comparar os resultados dos experimentos
com a simulação analítica.

6.3.1 Comparação dos resultados experimentais e simulados

As falhas na DPFO e DPFI surgem nos espectros devido a uma modulação do sinal.
Estas bandas laterais ("bandas laterais") sobre os sinais de vibração decorrentes rolamentos
defeituosos em torno de uma frequência de ressonância (Fc “frequencias caracteristicas dos
defeitos”). Para tanto, montou-se um comparativo entre os espectros para verificar as ∆f = Fd .
Onde, ∆f indicada em todos os gráficos corresponde a variação das bardas largas
moduladas dentro da frequencia caracteristica elas são iguais a Fd , que por sua vez, é a
frequencia em do defeito na pista interna (Fi) ou externa (Fi).
Em todos os sinais analíticos e experimentais foram aplicando a FFT com suas rotinas
programadas no software Matlab®. Observa-se que, no sinal simulado as áreas de defeito são
evidentes e demostram acúmulo de energia e torna-se evidente cada frequência registrada. No
105

expectro após a FFT torna-se mais fácil identificar a frequência caracteristica do defeito por
não haver outros sinais de baixa freqência na mesma intensidade. No comparativo dos sinais
captados utilizaram-se os analíticos e os experimentais referentes aos rolamentos do tipo A1 e
B1 respectivamente. As amostras tinham falhas de aproximadamente 3,5 mm e foram as que
melhor mostraram a energia das vibações representadas nos sinais.
Para analisar se realmente os rolamentos apresentavam os defeitos inseridos, comparou-
se os espectros de vibração analítico referente a pista interna com o resultado experimental de
A1, nas Fig(s). 74 e 75 respectivamente, para todos os espectros foram delimitados a frequência
de 0 (zero) Hz a 800 Hz para o registro dos sinais, aplicação da FFT e aquisição dos espectros.

Figura 74 - Espectro simulado pista interna

Fonte – Autoria própria

Figura 75 - Espectro de vibração Amostra A1

Fonte – Autoria própria

Nas Figuras 74 e 75 apresentam-se os espectros de vibração simulado e experimental


referente à amostra A1 (falha na pista interna). Quando comparado ambos os espectros, nota-
se que, no analítico percebem-se com maior rapidez as frequências caracteristicas do defeito
principalmente por não existirem outras frequências semelhantes ao simulado. Já no
experimental (Fig. 75) há vários picos oscilaórios de baixa frequência próximos das bandas
laterais do defeito da pista do rolamento.
106

Isso ocorre defido a existência de inúmeras interferências captadas pelos acelerômetros,


tendo em vista, o sistema analizado, e a intensidade do choque entre as esferas e a pista, e as
várias outras vibrações que ocorrem em um sistema. Como a modulação do sinal de falha se
repete ao longo do tempo, as Figs. 74 e 75 mostram Fc indidadas em alguns dos seus multiplos.
A mesma é possível separar uma frequência menor (Fc), para ser analisado e aplicado o
envelope.
Para os espectros referentes às falhas na pista externa a Figura 76 e 77 tem-se os seus
respectivos espectros de simulação e experimental. No entanto, quando se considera um
elemento rotativo como o rolamento, a periodicidade, a ressonância e as amplitudes de
frequência gravadas no espectro FFT, podem auxiliar na comprovação de falhas na análise de
vibração, mas também depende da quantidade de sinais captados pelos acelerômetros durante
a aquisição de dados.

Figura 76 - Espectro simulado pista externa

Fonte – Autoria própria

Figura 77 - Espectro de vibração Amostra B1

Fonte – Autoria própria

Ambas as figuras são resultados de frequências referentes às falhas na pista externa. Ao


compará-los se vê algumas pequenas frequências muito próxima da f e. Como já mencionado
107

anteriormente muitos dos ruídos captados são provenientes do motor, da mesa inercial, bancada
experimental, ou seja, do conjunto de elementos que formam o sistema estudado. Na Figs. 76 e
77 têm-se a modulação do sinal de falha, o mesmo se repete ao longo do tempo, ∆f = Fd que
corresponde a f e (frequência da falha na pista externa), onde estão centrados os multiplos do
defeito em Fc.
Na frequência de ressonância (Fc) apresentada nos espectros experimentais nota-se a
necesidade mais detalhes. Tendo em vista a indicação doas frequências encontradas para cada
defeito. Para os defeitos da pista interna foi confirmada a oscilação na faixa de 148 Hz próximo
do cáculo de 143,8 Hz, e a externa à frequência esperada era 88,3 Hz, e o resultado experimental
foi de 89 Hz. Sendo assim, esses valores são melhor expressos quando aplicado o envelope.
Também se utilizou para a comparação entre os espectros das amostras A1 e B1 o
espectro de envelope da amostra C1, onde mostra um referencial de envelope sem o registro de
falha ( Fig. 78). Nas Figs. 79 e 80 estão os envelopes referentes às amostra A1 e B1. Entretanto,
para a aquisição dos mesmos foi montada a rotina no Matlab®, onde se delimitou o envelope
filtrado na frequência Fc de 0 (zero) a 600 Hz, para a análise.

Figura 78 - Envelope da amostra C1

Fonte – Autoria própria

Observando o espectro referente a amostra C1 percebe-se que as frequência de


ressonância encontradas são de 2 Hz, a qual coincide com a mesa inercial, 30 Hz a frequência
do motor, mesmo o cálculo informando que seria 29 Hz, a diferença pode ocorre devido a
alguma instalilidade de rotação do mesmo, como por exemplo instalação na bancada
experimental e/ou variação da corrente elétrica.
Percebe-se no envelope da amostra C1 uma modulação do sinal, onde seus multiplos
correspondem às bandas largas sobre os picos registrados no envelope. Sendo assim, possível
108

utilizá-lo para comparar aos resultados dos demais envelopes e comprovar a indicação da
frequência de cada defeito para as pistas internas e externas.
A Figura 79 mostra o gráfico resultante da técnica de envelope aplicada aos sinais de
um rolamento com falha na pista interna. No espectro da amostra A1 estão presentes as
frequências de 4 Hz, que pode ser referente a um defeito nas esferas (utilizando a equação
correspondente para esse defeito onde é possível encontrar o valor 3,63 Hz). As respectivas
frequências de 30 Hz e 148 Hz são correspondentes ao motor e a falha na pista interna.

Figura 79- Espectro de vibração Amostra A1

Fonte- Acervo próprio

Figura 80- Envelope da Amostra B1

Fonte - Acervo próprio

No envelope da amostra B1 a técnica de envelopamento mostra-se eficiente na detecção


de falhas incipientes, pois apesar do registro de vários ruídos a possível encontrar a frequência
do defeito referente à falha. Neste caso, a frequência de 89 Hz corresponde à falha externa da
pista do rolamento e é bem identificada na Fig. 80, em que as frequências estão espaçadas deste
mesmo valor, caracterizando assim o defeito.
109

As demais amostras A2, A3, A4 e B2, B3, B4 também foram possível identificar
mudanças no espectro de vibração, mas sobre a aquisição de dados da análise de vibração e
termográfica as amostra A1 e B1 foram às de maior estaque para este estudo, onde foram
confrontadas ambas as técnicas de inpeção por ensaio NDE (Ensaio não destrutível).
Diante dos resultados acima é possível provar que a termografia pode auxiliar no
diagnóstico de análise de falhas em rolamentos, mas com algumas limitações em determinadas
situações, onde é preciso equipamentos mais precisos para inspecionar falhas menores.
110

CAPITULO VII

7 CONCLUSÕES FINAIS

O Capítulo de conclusões comtempla a confirmação argumentativa da hipótese questi-


onada, a qual deu início a esta pesquisa científica e os ganhos de conhecimento, bem como
sugestões de novos trabalhos a serem realizados.

7.1 CONCLUSÃO E SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Diante dos resultados e das discussões efetuadas é possível concluir que a Termografia
pode ser utilizada no auxílio ao diagnóstico de falhas desde que as superfícies do objeto estejam
preparadas, livres de poeiras, gravas, óleos e que os demais parâmetros definidos nos experi-
mentos possam ser manipulados durante a inspeção termográfica. Em casos contrários, no
campo, os dados obtidos não representaram informações quantitativas confiáveis. Nestes casos,
o uso de outra técnica de auxílio ao diagnóstico das falhas deve ser utilizado para garantir a
confiabilidade dos resultados.
O estudo comprova que a Termografia é uma técnica viável para qualificar e quantificar
as falhas nas pistas internas e externas dos rolamentos, onde foi possível indicar as áreas defei-
tuosas e sua variação térmica caracterizada na análise térmica. Vale salientar também a impor-
tância do tipo de resolução do equipamento, pois para falhas minuciosas se faz necessários
câmeras de infravermelho mais eficiente. Por fim, a FFT mostrou a frequência em relação ao
tempo dos registros de picos de amplitude na área defeituosa seguido da aplicação da técnica
do envelope a fim de melhor apresentar as falhas nas pistas internas e externas validando a
análise termográfica com as informações térmicas obtidas pelos espectros de radiação junta-
mente com os espectros de envelope de vibração. E, como o trabalho não se encerra neste su-
gerem-se os seguintes trabalhos futuros:

 Efetuar este mesmo estudo, mas com o defeito nas esferas do rolamento;
 Efetuar este mesmo estudo, mas com falhas nas pistas internas, externas e nas
esferas;
111

 Efetuar este mesmo estudo e com as variações acima mencionadas só que com
aplicação de carga.
112

REFERENCIAS

ANDRADE, Alan Sulato. Elementos orgânicos de máquinas ii at-102. Universidade Federal


do Paraná Curso de Engenharia Industrial Madeireira. Paraná, 2015.

FOGLIATO, Flávio, RIBEIRO. Confiabilidade e Manutenção Industrial. Cap. 1, 3-6. Rio de


janeiro. Elsevier: ABEPRO, 2011.

RODRIGUES, M. V. Qualidade de vida no trabalho. 1989. 180 f. Dissertação (Mestrado em


Administração) - Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 1989.

ALMEIRA S. Antônio. Detecção e análise dinâmica de falhas em rolamentos. Cap. 1- 3, pp


4-5, 38-63. Tese de Doutorado, USP, São Carlos, São Paulo, 1999.

PACHOLOK, M. Uso da termografia para avaliação do desalinhamento de máquinas rotati-


vas: uma ferramenta auxiliar à análise de vibrações. Dissertação de Mestrado, PUC- PR,
2004.

CARAMALHO Alberto. 25 anos em termografia. Cap. 7-8, pp 67-87. Ed. 1°, Portugal, 2012.

SANTOS Gilnete Leite. Análise e extração de características de imagens termográficas utili-


zando componentes principais. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de
Ilha Solteira. Ilha Solteira : [s.n.], 2010 112 f. : il.
SOBRINHO M. Pedro, MATHIAS M. Hugo, SOUZA G. S. Victor. Methodology for failure
analysis integrating of vibration analysis and themography. Cobem, 2015. Rio de Janeiro,
2015.

AHMADIPOUR, Foroughi, NEMATOLLAHI, SotoudehBahreini. Detection of Pillow Block


Bearings Defect Using Infrared Thermography: A Case Study in Golgohar Mining and Indus-
trial Co. Quantitative InfraRed Thermography Journal, pp 1-7, 2015.

ARAÚJO, Romero de Souza. Desgaste Prematuro e Falhas Recorrentes em Rolamentos de


Motores de Indução Alimentados por Inversores: Análise e Proposta de Solução. Cap. 2, pp.
29-34, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Minas Gerais, UFMG. Belo Horizonte,
MG, 2011.

SKF. High temperature Bearings For operating temperatures up to 350 °C (660 °F). pp. 7-9.
PUB BU/P2 14961 EN, SKF Group, December, 2014.

WEIDLICH, Felipe. Avaliação de lubrificação de rolamentos de motores elétricos por ultras-


som. Cap. 3, pp. 46-51. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
UFRGS. Porto Alegre, RS; 2009.

HARRIS, T. A.; KOTZALAS, M. N. Essential Concepts of Bearing Technology, Fifth Edi-


tion. Cap. 11, pp.195 – 249. Ed. 5°; Taylon & Francis, London, New York; 2007.

VANEGAS Nelson M., ÁLVAREZ John R, SOUZA Gilberto F. M. de. Teoria da confiabili-
dade aplicada na avaliação da vida em fadiga-de-contato. Ingeniare. Revista chilena de inge-
niería, vol. 17 Nº 3, pp. 423-43, 2009.
113

CABRAL, J. Organização e Gestão da Manutenção. 3ª edição, Lidel, edições Técnicas Lda. Lis-
boa, Portugal, 1998.

PARREIRA Xavier Fernandes. Gestão da Manutenção Aplicada a Linhas Especializadas em


Corte de Aço. Cap.2; pp.20-30. Dissertação. Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universi-
dade Nova de Lisboa. Portugal, 2011.

INCROPERA, F. P e DEWITT, D. P. Fundamentals of Heat and Mass Transfer. Cap. 12, pp.
495-521, 5ª Edição, ed. Copyrights, John Wiley & Sons, 2002.

CARUSO, Francisco e OGURI Vitor. Física Moderna: Origens clássicas e fundamentos quân-
ticos. p.310, 2ª Edição, ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

SOUSA, Luís Filipe Rodrigues. Aplicação de Termografia no Estudo do Isolamento Térmico


de Edifícios. Cap. 2, pp. 5. Dissertação. Universidade de Aveiro, Departamento de engenharia
mecânica, Aveio, Portugal. 2010.

DA SILVA, Tadeu Castro. Concepção, projeto, construção e teste de um aparato com memória de
forma. Cap. 3, pp. 17. Dissertação de iii DA SILVA. (ENM/FT/UnB, Mestre, Sistemas Mecatrônicos,
2014). Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia, DF.

____________ e SKF. Linha 1 SKF : Tecnologia de rolamentos. Treinamento SKF Organizacion.


Março. 2016.

CHRZANOWSKI, krzysztof. NON-CONTACT THERMOMETRY Measurement Errors. Cap.


2, pp. 18-20. Research & Development Chapter, Treatises SPIE Polish Chapter, Vol. 7, War-
saw. Poland. 2001.

NSK. Novas tecnologias: Soluções inteligentes. p. 7 – 8. Catálogo NSK. São Paulo. SP.

GEITNER, Fred k. e BLOCK, Heinz P. Análises e solução de falhas em sistemas mecânicos:


gerenciamento prático de equipamentos mecânicos para indústria de processos. Cap. 1.
Pp.74-138. Tradução Eduardo Kraszczuk. -1º. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015, 74.

NORTON, Robert L. PROJETO DE MÁQUINAS: Uma abordagem integrada. Cap. 11, pp.
623 – 680. 4º. Ed. 2013.

TSCHIPTSCHIN, André Paulo. Tratamento térmico de aços. EPUSP. Engenharia metalúr-


gica e de materiais. Disponível em: http://www.pmt.usp.br/pmt2402/TRATA-
MENTO%20T%C3%89RMICO%20DE%20A%C3%87OS.pdf. Acesso em: 10/03/2016.

SMITH, William F. e HASHEMI, Javad. Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Materi-


ais. Cap. 6-9, pp. 149-260. Ed.5°. São Paulo, SP. 2012.

MEDEIROS João Telésforo; TANAKA Deniol Katsuki Nóbrega; SINATORA Amilton. Me-
canismos de fadiga de contato em discos de aço aisi 52100. 1° Congresso Nacional de Enge-
nharia Mecânica. Conem. Natal, RN. 2000.
http://www.abcm.org.br/app/webroot/anais/conem/2000/OC8752.pdf. Acesso em 05/06/2016.

MOUBRAY, J. Reliability-centred Maintenance (RCM): Manutenção Centrada em Confiabi-


lidade, p. 3. Tradução de Kleber Siqueira, Aladon, Grã Bretanha. 1997.
114

COUTO, Luís Filipe Neves. Gestão Lean da Manutenção Aplicada a Equipamentos de


Transporte de Granéis Sólidos. Dissertação. Faculdade de Ciência e Tecnologia – Universi-
dade Nova de Lisboa. Lisboa, Portugal. 2011.

MINKINA, W. SAWICKI, A. SOSIŃSKI, R. Wyznaczanie rozkładu temperatury narzędzi


lutowniczych z wykorzystaniem termografii komputerowej. Część I: Pomiary termowizyjne
rezystancyjnych narzędzi lutowniczych . Pomiary Automatyka Kontrola, Vol. 48, p. 13-16,
2002.

MINKINA W. Thermovision measurements – methods and instruments. Publishing Office of


Czeçstochowa University of Technology, Czeçstochowa in Polish. (2004).

KREITH F. The CRC handbook of thermal engineering. CRC Press, Boca Raton, FL. (2000)

ORLOVE G.L. Practical thermal measurement techniques, Proceedings of the SPIE, Vol.
371, 1982. p. 72–81

ASMT (2010). Standard Test Methods for Measuring and Compensating for Emissivity Using
Infrared Imaging Radiometers. Designation: E1933 – 99.

QIRT. http://qirt.gel.ulaval.ca/dynamique/index.php?idD=72&Lang=0 . Acessado em 15 de


dezembro de 2015.

QIRT. http://www.qirt2016.gda.pl/program.html. Acessado em 15 de dezembro de 2015.

ATHANASOPOULOS Nikolaos G; BOTSARIS Pantelis N. A Comparative Analysis of De-


tecting Bearing Fault, Using Infrared Thermography, Vibration Analysis and Air-Borne
Sound. Acessado em 16 de junho de 2016.
<https://www.researchgate.net/publication/297731444>.

OLARTE Y. William, BOTERO A. Marcela, ZABALETA Cañón Benhur.Aplicación de la


termografia em elmanteniemientopredictivo. ScientiaetTecnicaAño XVI, p. 253-255. N° 48,
agosto de 2011.Universidad Tecnológica Pereira. ISSN 0122-1701.
<http://revistas.utp.edu.co/index.php/revistaciencia/article/view/1303> em: 02 mar. 2014

OLIVEIRA, Davi Borges. Manutenção preditiva com ênfase em termografia: um estudo de


caso em uma indústria sucroalcooleira. Centro Universidade de Formiga. Formiga, 2012.
<http://bibliotecadigital.uniformg.edu.br:21015/jspui/handle/123456789/148>. Acesso em: 04
may.2014.

A. Krenzinger. Aplicações da termografia na análise térmica de sistemas de conversão de


energia solar. AvancesenEnergíasRenovables y Medio Ambiente Vol. 10, 2006. Impresoenla
Argentina. ISSN 0329-5184 <htto://www.asades.org.ar/averma/trajajos/2006/2006-t008-
a011.pdf.> Acesso em: 10 may. 2014.

OLIVEIRA, Jonarhan H. Efigênio. Inspeção autorizada utilizando termografia. Cap. 3, p. 28


– 29. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2010. <http://hdl.han-
dle.net/10183/29989>Acessoem: 04 may. 2014.
115

OTAMI Mario, MACHADO Waltair. A proposta de desenvolvimento de gestão da manuten-


ção industrial na busca da excelência ou classe mundial. Revista Gestão Industrial, v.04, n02:
p. 01-16, Paraná, 2008 < htto://revista.utfpr.edu.br/index.php/revistagi/arti-
cle/viewFile/17/14>. Acesso em: 02 mar. 2014.

SANTOS, Gilnete Leite dos. Análise e extração de características de imagens termográficas


utilizando componentes principais. Cap. 1-2, p. 20-25. Ilha Solteira. Dissertação (mestrado
em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha
Solteira, 2010.

ATHANASOPOULOS, Nikolaos G. e BOTSARIS Pantelis N. A Comparative Analysis of


Detecting Bearing Fault, Using Infrared Thermography, Vibration Analysis and Air-Borne
Sound. p. 171-181. Springer-Verlag, Berlin Heidelberg 2014.

NELSON, Vanegas M., JOHN Álvarez R., GILBERTO F. M. de Souza. Theory of reliability
applied in the evaluation of the life in contact fatigue. Ingeniare. Revista chilena de ingenie-
ría, Vol. 17 Nº 3, 2009, p. 423-431.

BEZERRA, Roberto de Araújo. Detecção de Falhas em Rolamentos por Análise de Vibração.


2004. Cap. 6, p. 109-115. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campina. Campinas,
São Paulo. S.P. Brasil.

CASTRO, Douglas Aquino. Projeto de estruturas sujeitas a radiação térmica no interior de


confinamentos utilizado o método da otimização topológica. 2013. Cap. 1, p. 8-25. Disserta-
ção de mestrado. Escola politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP.

ALMEIDA. Luiz Carlos de. Determinação matemática da lei de wien, seu significado físico e
suas relações com a lei de planck na determinação da radiação espectral. Gsjournal. p. 1 -29.

CTK BRASIL. Construção e componentes do rolamento. Acessado em 15 de junho 2016.


http://www.ctkbrasil.com.br/construcao.asp

M. M. M. Novo, C. S. Bitencourt, P. R. T. Tiba, D. G. M. Silva, V. C. Pandolfelli. Funda-


mentals on emissivity and its correlation with the refractory materials, energy saving and the
environment. 2014, p. 22-33.< http://www.scielo.br/pdf/ce/v60n353/04.pdf >. Acessado em
16 dez. 2015.

TANDON, N. and CHOUDHURY, A., A Review of Vibration and Acoustic Measurement


Methods for the Detection of Defects in Rolling Element Bearings, Tribology International.
Vol. 32, pp. 469-480, 1999.

VIEIRA, Fabiano Vieira. MÉTODOS E TÉCNICAS DE ANÁLISE DE VIBRAÇÃO. Grupo


Moura. P. 1-5. Acessado em 16 dez. 2015.

ROLIM, Carlos Oberdan. Redes de computadores redes de computadores e camada física .


2015. p. 1-102. <http://www.if.ufrgs.br/oei/stars/espectro.htm>. Acessado em 16 dez. 2015.

FILHO, Júlio de Mesquita. FERRAMENTAS DE DIAGNÓSTICO DE MÁQUINAS: Avaliação


de falhas com o uso de técnicas no domínio da frequência. 2016, p. 1-19. UNESP. Campus de
Guaratinguetá. SP.
116

NENNA, Alexandre Ribeiro. DETECÇÃO DE FALHAS EM MANCAIS DE ROLAMENTO


POR ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM BANDA LARGA: Um caso prático de aplicação em uma
população de equipamentos rotativos. 2007, p.40-50. Dissertação. UFRS, Porto Alegre. RS.

LOUGHLIN, P. J, BERNARD, G.D. COHEN–POSCH (POSITIVE) TIME–FREQUENCY


DISTRIBUTIONS AND THEIR APPLICATION TO MACHINE VIBRATION ANALYSIS. Me-
chanical Systems and Signal Processing, Volume 11, Issue 4, July 1997, p. 561 - 576.

BARILLI, Rodrigo Jorge de Castilho. Análise de Falhas em Mancais de Rolamento Utili-


zando a Técnica do Envelope. 2013. Cap. 3, p. 8-23. POLI-UFRJ, Universidade Federal do
Rio de Janeiro Escola Politécnica Engenharia Naval e Oceânica. Rio de janeiro, RJ.

SENKO Richard. Implementação de sistema especialista para o monitoramento e diagnóstico


de desbalanceamento em sistema mecânico rotativo por análise de vibrações. Cap. 2, p. 24-
30. Dissertação, UFCG, Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, Paraíba,
PB.

ABNT NBR 15424:2016. Ensaios não destrutivos - Termografia -Terminologia. p. 1-9. 2016

ABNT NBR 15572:2013. Ensaios não destrutivos - Termografia – Guia para inspeção de
equipamentos elétricos e mecânicos. p. 1-9. 2016.

ABNT NBR 15718:2009. Ensaios não destrutivos - Termografia – Guia para inspeção de
equipamentos elétricos e mecânicos. p. 1-5. 2016.

ABNT NBR 15763:2009. Ensaios não destrutivos - Termografia - Critérios de definição de


periodicidade de inspeção em sistemas elétricos de potência. p. 1-3. 2016.

ABNT NBR 15866:2010. Ensaio não destrutivo — Termografia — Metodologia de avaliação


de temperatura de trabalho de equipamentos em sistemas elétricos. p. 1-6, 2016.

ABNT NBR 16292:2014. Ensaios não destrutivos — Termografia — Medição e compensa-


ção da temperatura aparente refletida utilizando câmeras termográficas. p. 1-5, 2016.

ABNT NBR 16485:2016. Ensaios não destrutivos - Termografia - Medição e compensação


da emissividade utilizando câmeras termográficas ou radiômetros. p. 1-4. 2016.

ABNT NBR 10082:2011. Ensaio não destrutivo — Análise de vibrações — Avaliação da vi-
bração mecânica de máquinas com velocidades de operação de 600 rpm a 15 000 rpm. p. 1-
9. 2016.

ABNT NBR 10272:2013. Ensaios não destrutivos — Análise de vibrações — Medição e ava-
liação da severidade das vibrações mecânicas de máquinas elétricas rotativas. p. 1-6. 2016.

ABNT NBR 10273:2013. Ensaios não destrutivos — Análise de vibrações — Requisitos para
instrumentos de medição de severidade de vibração de máquinas. p. 1-9. 2016.
ABNT NBR 15928:2011. Ensaio não destrutivo – Análise de vibrações – Terminologia. p. 1-
22. 2016.
117

ABNT NBR 10273:2013. Ensaios não destrutivos — Análise de vibrações — Requisitos para
instrumentos de medição de severidade de vibração de máquinas. p. 1-9.2016.

LEEST. Normas sobre Termografia publicadas pela ABNT. Laboratório de engenharia ergo-
nomia e segurança do trabalho. UFCG, 2016.
118

APENDICES

Segue Checklist realizado durante os experimentos.


Universidade Federal de Campina Grande –
UFCG
Departamento de engenharia mecânica- UAEM
Programa de pós-graduação em Engenharia Mecânica - PPGEM
Experi-
Número do experimento: 01 / Amostra / teste
mento:
Local: Horário: Data:
Mestranda:
OBS:
Orientador:
Informações para iniciar experimentos
Temperatura do ambiente: Umidade: EPI’s ( ) sim ( )não *Caso sim quais?
Equipamentos 01 Mesa vibração Modelo: Fabricante:
Equipamentos 02 Câmera termográfica E-60 System FLIR
Equipamentos 03 Fita métrica Starrett 5m Starrett

Equipamentos 04 Instrutemp
Sonda Ami 300
Equipamentos 05 Mancal 20-30
Motor de indução
Equipamentos 06 48/56 Kohlbach
monofásico de gaiola
Modelo:
Rolamento blindado Fabricante:
Equipamentos 07 Explorer 6205-
eixo interno NSK
2Z/C3
Equipamentos 08 Shappe Vibrações
Acelerômetro e sen-
Equipamentos 09
sores de vibração.
Variáveis do experimento
Emissividade E = 98 Sala (a= m²) Umidade relativa
Temperatura re- Velocidade Temperatura atmosférica
0,0m/s²
fletida °C do ar °C
Compensação da janela
Distância (m) 0,40 m
Temperatura da janela °C
Metodologia
119

Descrição do experimento:
Tempo para leitura das sondas 5 (min).
Fazer cálculo de frequência da falha para saber a amplificação.
Seleção do sinal intervalo de 10s taxa de aquisição de 500 ou 800Hz.
Pista interna 144 Hz
Pista externa 87.5 Hz

Registro de temperatura (Termografia) Horário Confirmação


T0 Amostra A1. 8:45 ok
T1 Amostra A1. 8:50 ok
T2 Amostra A1. 8:55 ok
T3 Amostra A1. 9:00 ok
T4 Amostra A1. 9:05 ok
T5 Amostra A1. 9:10 ok
T6 Amostra A1. 9:15 ok
Registro de temperatura (Termografia) Horário Confirmação
Amostra A2
T0 Amostra A2 9:55 ok
T1 Amostra A2 10:00 ok
T2 Amostra A2 10:05 ok
T3 Amostra A2 10:10 ok
T4 Amostra A2 10:15 ok
T5 Amostra A2 10:20 ok
T6 Amostra A2 10:25 ok
Registro de temperatura (Termografia) Horário Confirmação
Amostra A3
T0 Amostra A3 11:00 ok
T1 Amostra A3 11:05 ok
T2 Amostra A3 11:10 ok
T3 Amostra A3 11:15 ok
T4 Amostra A3 11:20 ok
T5 Amostra A3 11:25 ok
120

T6 Amostra A3 11:30 ok
Registro de temperatura (Termografia) Horário Confirmação
Amostra A4
T0 Amostra A4 8:15 ok
T1 Amostra A4 8:20 ok
T2 Amostra A4 8:25 ok
T3 Amostra A4 8:30 ok
T4 Amostra A4 8:35 ok
T5 Amostra A4 8:40 ok
T6 Amostra A4 8:45 ok
Registro de temperatura (Termografia) Horário Confirmação
Amostra B1
T0 Amostra B1 9:00 ok
T1 Amostra B1 9:05 ok
T2 Amostra B1 9:10 ok
T3 Amostra B1 9:15 ok
T4 Amostra B1 9:20 ok
T5 Amostra B1 9:25 ok
T6 Amostra B1 9:30 ok
Registro de temperatura (Termografia)
Amostra B2
T0 Amostra B2 9:45 ok
T1 Amostra B2 9:50 ok
T2 Amostra B2 9:55 ok
T3 Amostra B2 10:00 ok
T4 Amostra B2 10:05 ok
T5 Amostra B2 10:10 ok
T6 Amostra B2 10:15 ok
Registro de temperatura (Termografia)
Horário Confirmação
Amostra B3
T0 Amostra B3 10:30 ok
T1 Amostra B3 10:35 ok
T2 Amostra B3 10:40 ok
121

T3 Amostra B3 10:45 ok
T4 Amostra B3 10:50 ok
T5 Amostra B3 10:55 ok
T6 Amostra B3 11:00 ok
T7 Amostra B3 11:05 ok
Registro de temperatura (Termografia) Horário Confirmação
Amostra B4
T0 Amostra B4 11:25 ok
T1 Amostra B4 11:30 ok
T2 Amostra B4 11:35 ok
T3 Amostra B4 11:40 ok
T4 Amostra B4 11:45 ok
T5 Amostra B4 11:50 ok
T6 Amostra B4 11:55 ok
1
2

PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

ESCALA..............................1:10

PERSPECTIVA EXPLODIDA

1 – Base em aço

- Suporte
ESCALA..............................1:10

Universidade Federal de Campina Grande DATA: AGOSTO/2016


Desenho técnico ESCALA: 1/10
Bancada para experimento PRANCHA: 2/2
Designer: Cibele Silva
P
Perspectiva isométrica e explodida

Você também pode gostar