Você está na página 1de 19

Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade

Unidade 1: Empreendedorismo

Empreendedorismo e
Sustentabilidade
Unidade 1 : Empreendedorismo

1
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

Empreendedorismo e Sustentabilidade

Autor (a):
Jácomo Chiaratto Jr
capa por: kjpargeter/ Kues / Freepik

2
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

Sumário
Introdução................................................................4
1. O que é empreendedorismo...................................5
2. Empreendedorismo e suas Implicações..................8
3. Empreendedorismo no Brasil.................................9
4. O perfil empreendedor.........................................12
5. Tipos de empreendedores....................................13
6. Tipos de empreendimentos..................................15
Síntese da unidade..................................................18
Referência Bibliográfica...........................................19

3
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

Empreendedorismo
Introdução
Nesta unidade você dará início ao aprendizado sobre
empreendedorismo. Você vai saber como surgiu o con-
ceito de empreendedorismo e sua importância para
a evolução do desenvolvimento econômico, desde os
primórdios da Revolução Industrial até sua influência
nos mais modernos setores empresariais de hoje.

Também ficará sabendo o que é preciso ter como ha-


bilidade pessoal para iniciar e manter um empreendi-
mento e quais os principais tipos de atividades empre-
endedoras.

4
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

1. O que é empreendedorismo
Empreender é pôr em prática uma ideia, aceitando o reverter em benefício próprio. Para isso, assume risco
risco de realizá-la, ou seja, significa realizar algo de e tem êxito no enfrentamento da incerteza.
forma diferente e arcar com as consequências do ato.
O sentido mais comum da palavra está associado à Na virada do século 19 para o 20, quando os grandes
criação ou à inovação de negócios que visam lucro, mas conglomerados empresariais começam a se formar e
também pode se aplicar a projetos culturais e organi- a dinâmica econômica torna-se cada vez mais ágil, o
zações sociais filantrópicas. Pode-se dizer que pessoas empreendedorismo passa a ser associado à noção de
que se propõem resolver problemas antigos ou novos inovação. Sob essa conotação, o empreendedor é visto
de uma forma inédita ou inusitada estão empreenden- como desconstrutor de processos antigos, responsá-
do. vel por tornar obsoletos padrões de produção e fontes
de mercadorias que são paulatinamente substituídos
O significado de empreendedorismo sofreu mudanças por padrões mais eficazes e produtivos. Um exemplo
ao longo do tempo, evoluindo conforme o período his- prático desse processo são as inovações introduzidas
tórico. No início da revolução industrial, o economista por Henry Ford no sistema de produção de carros, or-
Jean Baptiste Say (1767-1832) considerava a atividade ganizando sequencialmente a montagem dos veículos,
do empreendedor como aquela que permeia todas as dando origem ao conceito de linha de produção, o que
classes de produtores e entre estes e os consumidores. provocou uma expansão considerável da escala de pro-
É o que faz mover as relações de produção, pois o em- dução.
preendedor tem a habilidade de realizar coisas, apro-
priando-se do que é ignorado ou sabido pelos outros, O economista Joseph Schumpeter sintetiza muito bem
criando ou recriando ideias, processos e produtos para a função transformadora que o empreendedor assume

5
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

na sociedade, formulando o termo agente da destrui- iniciantes, mais conhecidas como startups, estão na
ção criativa. O livro Capitalismo, Socialismo e Demo- vanguarda da criação de funcionalidades virtuais dos
cracia, de sua autoria, traz a seguinte definição: mais variados tipos. O Quadro 1 a seguir resume o pa-
norama geral do significado do termo empreendedo-
O impulso fundamental que inicia e mantém o movimento da
rismo no decorrer da história.
máquina capitalista decorre dos novos bens de consumo, dos
novos métodos de produção ou transporte, dos novos mercados,
das novas formas de organização industrial que a organização
capitalista cria. (...) ilustram o mesmo processo de mutação in-
dustrial – usando um termo biológico – que incessantemente
revoluciona a estrutura econômica por dentro, incessantemente
destruindo a antiga, incessantemente criando a nova. Este pro-
cesso de Destruição Criativa é o fato essencial sobre o capitalis-
mo (SCHUMPETER, 1942, p. 83, in: MARIANO E MAYER, 2011.
Tradução livre)1

Na sociedade contemporânea – com a revolução tec-


nológica dos computadores e os equipamentos pesso-
ais “inteligentes”, como os smartphones –, houve uma
disseminação massiva de informação através da inter-
net: a possibilidade ilimitada de acesso à informação
alastra conhecimento de modo rápido, ágil e colabora-
tivo. Nesse ambiente, as atividades econômicas do se-
tor terciário passam a predominar, e, dessa maneira,
o empreendedorismo volta-se ao desenvolvimento de
novos serviços. Na chamada nova economia, empresas

1 MARIANO, Sandra Holanda, MAYER, Verônica Feder. Empreendedorismo – Fundamento e Técnicas para Criatividade. Pág. 21. LTC,
6 12/2010. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-216-1967-3/pageid/37
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

Quadro 1 – Significado de empreendedorismo em três momentos da história 2

Revolução Industrial Fordista Tecnologia da Informação


- Empreendedor é caracterizado por - Surgimento das grandes corpora- - Inovações em tecnologia da infor-
uma iniciativa individual visando o ções. mação, que possibilitam o desen-
lucro - Ampliação dos limites da firma, que volvimento de redes, favorecendo o
- Ação empreendedora é associada ao gera novas oportunidades de negó- incremento no número de empreen-
risco cios. dedores coletivos e sociais.
- Diferenciação do papel do investidor - Inovação e importância de quem a - Emergência do empreendedor
e do empreendedor implementa no mercado (empreende- social, contrapondo-se à lógica de
dor). acumulação de riqueza capitalista.
- Surgimento do intraempreendedor.
- Diferenciação do papel do gerente e
do empreendedor.

Fonte: Zen e Fracasso (2008).3

2 Ibidem. Pág. 23
3 ZEN, A. C.; FRACASSO, E. M. Quem é o empreendedor? As implicações de três revoluções tecnológicas na construção do termo empre-
7
endedor. Revista de Administração. São Paulo: Mackenzie, v. 9, n. 8, 2008.
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

2. Empreendedorismo e suas
Implicações
Podemos dizer que empreender é fazer o novo, reno- Como se pode perceber, o empreendedorismo exerce
var. O empreendedor propõe o novo como superação uma função estratégica chave para a evolução do siste-
do que já existe, dando contornos diferentes ao estabe- ma econômico. Porém, nem sempre o agente empreen-
lecido. Boa parte dos capitalistas tende a seguir o que dedor é aquela pessoa destemida com sentido aguçado
já se sedimentou no mercado, limitando-se a reprodu- para identificar uma oportunidade. Levantamentos
zir o caminho que se mostra mais prudente. Portanto, realizados por entidades dedicadas à investigação do
é importante frisar que nem sempre administrar um empreendedorismo como fenômeno de estímulo ao
negócio pode ser considerado empreender. desenvolvimento econômico consideram que há basi-
camente duas categorias de empreendedorismo, que
Dessa maneira, é fácil pressupor que a atividade em- variam de acordo com o estágio de desenvolvimento
preendedora não é uma coisa simples. Muitas vezes dos países: em nações mais avançadas economicamen-
temos ideias que nos parecem excelentes – e talvez te, o empreendedorismo é movido por oportunidades
possam até realmente ser geniais –, mas concretizá-las de exploração de novos nichos tecnológicos, enquanto
requer olhar aguçado para oportunidades que se mos- nos países em que a renda média da população ainda
tram promissoras e postura disciplinada para pô-las não atingiu um patamar capaz de proporcionar uma
em prática. Determinação é um requisito primordial, boa condição de vida, muitas das ações empreende-
assim como a motivação, que deve sempre impulsio- doras surgem pela necessidade de gerar renda para a
nar o empreendedor na direção de seu objetivo. subsistência.

8
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

3. Empreendedorismo no Brasil
O interesse pelo empreendedorismo é algo recente.
Pode-se dizer que houve um crescimento acentuado
da atividade empreendedora a partir de 1990. A onda
da globalização que tomou conta do mundo nesse pe- das ideias liberais, representantes das princi-
ríodo repercutiu nos mercados europeu, americano e pais entidades multilaterais de financiamento,
asiático. O chamado Consenso de Washington disse- como o Fundo Monetário Internacional – FMI,
minou ideias, cujos princípios liberalizantes nortea- o Banco Mundial, o Banco Interamericano de
ram a condução de linhas de política econômica vol- Desenvolvimento – BID e também o governo dos
tadas ao incentivo dos mecanismos da “mão invisível” Estados Unidos.
atuando na regulação do mercado. Com isso, governos O tema da reunião era discutir possibilidades de
do mundo inteiro foram estimulados a dar prioridade reformas e ajustes a ser aplicados nas economias
à iniciativa privada como solução aos gargalos de de- latino-americanas, com o intuito de sanar seus
senvolvimento e passaram a promover programas de gargalos financeiros, e torná-las aptas a cumprir
incentivos a empreendedorismo. os pagamentos da dívida externa já acumulada,
assim como se requalificar para tomar novos
empréstimos. Em linhas gerais, as recomenda-
Para saber mais... ções propostas tinham como receituário a re-
dução das restrições comerciais com o mercado
O Consenso de Washington foi o nome dado internacional, incentivo à economia de mercado
a um encontro promovido em 1989 pelo Insti- com menos intervenção do Estado e rígido con-
tute for International Economics que reuniu trole fiscal das contas públicas.
economistas latino-americanos defensores

9
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

No Brasil não foi diferente. O movimento do empreen- O efeito da abertura econômica brasileira e a globaliza-
dedorismo brasileiro ganhou força no início da década ção fizeram com que as empresas nacionais procuras-
de 90, quando algumas entidades, como o Sebrae (Ser- sem alternativas para aumentar a competitividade e
viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) reduzir os custos para se manterem no mercado. A con-
e a Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Sof- sequência direta da ânsia empresarial pela produtivida-
tware), foram criadas. de foi o aumento do índice de desemprego no País, prin-
cipalmente devido à eliminação dos postos de trabalho
regidos pelas regras da CLT, substituídos pelas contra-
Para saber mais... tações terceirizadas de mão de obra como forma de re-
duzir ou eliminar as despesas com encargos sociais.

O SEBRAE vem capacitando empreendedores Com isso, ex-funcionários das empresas se viram “per-
há mais de 40 anos. Se você quer saber mais, suadidos” a procurar alternativas de subsistência e co-
acesse www.sebrae.com.br. A SOFTEX pro- meçaram a criar seus próprios negócios dentro das con-
move e apoia, desde 1996, o desenvolvimento dições em mãos naquele momento. O despreparo para o
tecnológico no País. Confira acessando www. enfrentamento dessa nova situação se evidenciou pela
softex.br. maneira não muito planejada na montagem do negócio
A Associação Nacional de Entidades Promo- e, em muitos casos, pela precariedade da estrutura fi-
toras de Empreendimentos Inovadores – nanceira disponível, uma vez que lançavam mão de to-
ANPROTEC – é uma entidade que desenvol- dos os recursos financeiros de que dispunham.
ve programas para incubadoras de empresas
Por outro lado, a burocracia para registro e escritura-
e parques tecnológicos em várias regiões do ção das empresas contribuiu para que a maioria desses
Brasil. Acesse o site http://anprotec.org.br e novos “empresários” acabasse optando pela economia
descubra as possibilidades de apoio a empre- informal, por causa de uma série de barreiras impostas
sas nascentes. pela complexidade administrativa, como: dificuldade

10
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

em obter crédito, altas taxas de juros, excesso de impos-


tos, falta de políticas públicas de apoio, entre outras.

A falta de planejamento e políticas erradas de gestão le- chamadas telefônicas, mas a infinidades de
varam uma grande parte dessas empresas a fechar suas interação com processos coletivos de trocas
portas. Sabe-se que, de cada três empresas formadas,
de informação. O sucesso do aplicativo WAZE
duas fechavam suas portas em até cinco anos, sobretudo
ilustra bem como opera esse segmento: o pro-
as pequenas e as microempresas.
grama, desenvolvido para plataformas An-
Atualmente, tais índices têm diminuído, graças a uma droid e IOS, fornece gratuitamente aos usu-
política de incentivo mais eficaz e, principalmente, aos ários caminhos alternativos para se livrar do
vários programas que auxiliam empreendedores a abrir trânsito das grandes cidades.
seus novos negócios de forma planejada.
Outros aplicativos, como Facebook e Twiter,
também possuem grande popularidade pela
Redes colaborativas e capacidade de interface de opiniões e notícias,
exemplos de sucesso estampadas através do que se convencionou
Atualmente, assistimos despontar empresas chamar de redes sociais. Sua utilização massi-
desenvolvedoras de aplicativos para smar- va tem conseguido transformar mobilizações
tphones que exploram o potencial de conectivi- virtuais em ações de impactos reais na socie-
dade desses aparelhos à internet, combinando dade, funcionando como catalizadores na for-
de forma criativa e inovadora funcionalidades mação de grandes manifestações de rua.
da fácil portabilidade e as diferentes modali-
dades de comunicação, não mais limitadas a

11
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

4. O perfil empreendedor
O empreendedor é motivado pela autorrealização, pelo a) Disciplina.
desejo de assumir responsabilidades e pela indepen- b) Capacidade para assumir riscos.
dência. Embora busque ter satisfação financeira, con- c) Ser inovador.
sidera inerente assumir novos desafios, mantendo-se d) Ser orientado a mudanças.
atento a novas oportunidades ou formulando novas e) Ser persistente.
ideias para ser transformadas em negócios. Deve ter f) Ser um líder visionário.
uma postura de constante autoavaliação, analisando
criticamente o contexto onde está inserido e aferindo
seu desempenho em relação a outros players do merca-
do.

Para tornar-se um empreendedor de sucesso, é desejá-


vel exercitar as seguintes habilidades: imaginação, de-
terminação, capacidade de organizar, liderar pessoas e
de conhecer tecnicamente etapas e processos.
Uma pessoa empreendedora deve moldar seu perfil ca-
pacitando-se para lidar com os desafios de criar o novo
e encarar as incertezas do mercado. Para isso, algu-
mas aptidões serão exigidas em maior ou menor grau,
como, por exemplo:

12
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

5. Tipos de empreendedores
A atividade empreendedora pode variar ao longo da internos, produtos e serviços da empresa. É um
trajetória profissional. Nem sempre empreender é profissional desejado em empresas que também
uma iniciativa solitária e independente, por isso é im- possuem perfil inovador, mas em ambientes cor-
portante que o empreendedor identifique o contexto porativos conservadores pode se tornar um gera-
em que irá atuar. dor de conflitos.
c) Pseudoempreendedor – imagina-se
Especialistas no assunto apontam os principais tipos um empreendedor audaz e criativo, mas na prá-
de empreendedores4 : tica suas ideias não se mostram inovadoras ou
inusitadas. Pode também almejar se tornar um
a) Empreendedor externo ou indepen- empreendedor externo, porém lhe faltam as capa-
dente – aquele que realiza todo o processo de cidades necessárias. Para alguém assim, é impor-
empreendedorismo de forma autônoma, desde a tante frisar que o empreendedorismo não é um
concepção até a consolidação do negócio. É um caminho garantido para a realização profissional,
empreendedor visionário que sabe aonde quer lembrando que outros percursos profissionais
chegar. Cria uma empresa com planejamento podem ser até mais tranquilos e compensatórios.
prévio, tem em mente o crescimento que quer d) Empreendedor por iniciativa – aquele
buscar para a empresa e visa geração de lucros, que age por impulso e se arrisca sem antes fazer
empregos e riquezas. uma análise balizada da sua ideia, o que, muitas
b) Empreendedor interno – é vinculado vezes, leva-o ao fracasso.
a uma empresa, mas sempre está em busca de e) Empreendedor por necessidade –
soluções inovadoras. Usa sua inteligência e au- candidato a empreendedor que se aventura por
toiniciativa em prol da melhoria dos processos falta de opção, por estar desempregado e não ter

4 Oliveira, Djalma de Pinho Rebouças de. Empreendedorismo: vocação, capacitação e atuação direcionadas para o plano de negócios.
Pág. 18 a 20. Atlas, 02/2014. 13
[Minha Bilbioteca]. Retirado de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486748/pageid/42
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

alternativas de trabalho. O Brasil é um dos países f) Empreendedor de renovação é quem conse-


com maiores índices de empreendedorismo do gue reinventar a utilidade de um produto ou ser-
mundo, porém grande parte dos nossos empre- viço oferecendo novos benefícios ou dando maior
endedores se caracteriza pelo empreendedoris- praticidade ao que já existe.
mo de necessidade. São vendedores ambulantes,
donas de casas que produzem doces e salgados
para complementar a renda familiar, sacoleiros
e tantos outros que de alguma forma lutam pela
sua sobrevivência e ficam à margem dos registros
estatísticos oficiais, mas são compelidos pela ne-
cessidade a empreender.

Conheça essa história!

Em muitos lugares do Brasil pessoas conse-


guem lançar mão de uma incrível criatividade
para aproveitar, de maneira engenhosa, seus
recursos escassos, criando negócios de suces-
so. Acesse http://istoe.com.br/as-meninas-da-
-laje/ e conheça a história de Érika Bronze.

14
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

6. Tipos de empreendimentos
Além da tipificação por categorias de empreendedores, meta promover melhorias para o bem-estar cole-
também é útil reconhecer o tipo de empreendimento tivo da sociedade. Por isso, o resultado financeiro
de acordo com a estrutura e a função a que se propõe. está em segundo plano, ou é sobrepujado perante
Isso ajuda o empreendedor que se prepara para gerir a função humanitária que dá razão à criação des-
ou superar desafios a maximizar oportunidades, con- se tipo de empreendimento.
forme as peculiaridades de cada empreendimento. Outra diferenciação relevante se refere ao meio
Os principais tipos de empreendimentos são:5 de financiamento dessa modalidade de organiza-
ção, que muitas vezes exige atenção redobrada e
a) Empreendimento familiar – trata-se empenho especial, pois, em geral, a fonte de re-
de atividades iniciadas por grupos de pessoas cursos se constitui de entidades patrocinadoras
com laços de família. Há, portanto, uma super- que precisam estar muito bem esclarecidas quan-
posição entre funções administrativas e relações to aos benefícios sociais que o empreendimento
parentais que não deve ser negligenciada, pois é objetiva alcançar. Consequentemente, é comum
muito comum haver confusão quando as atribui- a necessidade de se elaborar relatórios de acom-
ções designadas não correspondem às demandas panhamento dos resultados obtidos e da ampli-
exigidas pelo empreendimento, podendo gerar tude da divulgação das ações concretizadas. Ad-
conflitos com uma dose excessiva de passionali- miração e reconhecimento pela sociedade são os
dade. principais valores desse grupo.
Existem consultorias especializadas para lidar c) Empreendimento Inovador diz res-
com esse tipo de empreendimento, o que é bas- peito às iniciativas que estão na vanguarda tec-
tante aconselhável para esse tipo de estrutura. nológica dos negócios. Tem como diferencial a
b) Empreendimento Social – tem como busca de novas formas de realizar negócios, seja

5 Ibidem. Pág. 26 a 29.


15
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

pela criação de um produto ou serviço inédito, possui um padrão predefinido, que deve ser aca-
seja por meio da melhoria ou otimização do que tado sem possibilidade de contestação.
já existe no mercado. Como qualquer outro empreendimento, a fran-
O serviço de transporte que utiliza o aplicativo quia não está livre de riscos, e alguns cuidados
UBER é um exemplo de inovação que vem cau- devem ser tomados na hora da escolha do fran-
sando grande impacto no modo de locomoção queador, como:
das grandes cidades.
d) Empreendedorismo Corporativo – Fazer um levantamento bem abrangente com
origina-se de empresas que criam novos negó- os franqueados para verificar como é operar
cios, produtos ou serviços como decorrência dos com a marca selecionada;]
segmentos em que já atuam ou investem em ou- Analisar em detalhes a COF (Circular de Ofer-
tros ramos em busca do inusitado. A ramificação ta da Franquia), em particular no que se refere
de negócios das grandes empreiteiras brasileiras aos compromissos com resultados financeiros
ilustra bem esse tipo de empreendimento. assumidos pelos franqueadores;
e) Empreendimento com franquia – um Checar o índice de sucesso dos franqueados
dos modos mais populares de empreendimento e os eventuais casos de fracassos, verificando
no Brasil, o sistema de franquia tem a comodi- quais fatores contribuem nos dois casos.
dade de já ter toda a formatação do negócio pre- Apurar se o franqueador tem registro de pro-
viamente configurada. De fato, a adesão a uma cessos jurídicos envolvendo contestações das
franquia significa tornar-se parte da rede de dis- condições estabelecidas pela franquia;
tribuição dos produtos e serviços franqueados. Obter informações sobre os fornecedores da
Por outro lado, neste tipo de empreendimento as franquia;
regras a ser seguidas na forma de operação são Verificar se a marca de franquia está com re-
quase sempre bem rígidas e o modelo de negócio gistro regular;

16
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

Levantar informações sobre o número de uni-


dades fechadas nos últimos cinco anos e com-
parar com a taxa de crescimento da rede em
igual período;
Verificar se a marca tem certificação de quali-
dade pela Associação Brasileira de Franchising
(ABF).

17
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

Síntese da unidade
Com a unidade 1 você aprendeu o significado de empreendedorismo, definido dentro de seu contexto histórico e
da sua relevância estratégica como fator de dinamização do progresso econômico. Com isso, foi possível perceber
que empreender exige técnica e habilidades pessoais que devem ser exercitadas para aumentar as chances de êxi-
to na montagem do empreendimento e na sua manutenção.
Você notará mais adiante que as características apresentadas aqui formam um conjunto de informações que lhe
serão muito úteis, não só no caso de você resolver se tornar um empreendedor, mas também para organizar suas
ideias para pôr em prática suas ambições pessoais.

18
Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade
Unidade 1: Empreendedorismo

Referência Bibliográfica
Principal

MARIANO, Sandra Holanda; MAYER, Verônica Feder. Empreendedorismo – Fundamento e Técnicas para
Criatividade. Rio de Janeiro: LTC, 2010, p. 21. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
books/978-85-216-1967-3/pageid/37>. Acesso em: 27/12/2016.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Empreendedorismo: vocação, capacitação e atuação direcionadas para
o plano de negócios. São Paulo: Atlas, 2014, p. 18 a 20. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788522486748/pageid/42>. Acesso em: 27/12/2016.
SCHUMPETER, Joseph A..Capitalism, Socialism and Democracy, Nova York: Harper & Brothers, 1950.
ZEN, A. C.; FRACASSO, E. M. Quem é o empreendedor? As implicações de três revoluções tecnológicas na constru-
ção do termo empreendedor. Revista de Administração. São Paulo: Mackenzie, v. 9, n. 8, 2008.

Alternativa

TAJRA, Sanmya Feitosa. Empreendedorismo - Conceitos e Práticas Inovadoras. São Paulo: Érica, 2014. Disponível
em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513218/>. Acesso em: 27/12/2016.
BESSANT, John; TIDD, Joe. Inovação e Empreendedorismo - Administração. Porto Alegre: Bookman, 2009. Dis-
ponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577805112/>. Acesso em: 27/12/2016.

Sites

http://www.sebrae.com.br
https://endeavor.org.br
http://www.certi.org.br/pt/competencias-economia-verde - Fundação CERTI
http://anprotec.org.br
19

Você também pode gostar