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Araranguá - 2009
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS ARARANGUÁ
PRÉ-HISTÓRIA
Podemos definir a pré-história como utilizava e além disso a pele era usada para co-
um período anterior ao aparecimento da escri- brir o corpo com tangas e a carne animal apro-
ta. Portanto, esse período é anterior há 4000 veitada para alimentação.
a.C, pois foi por volta deste ano que os sumé-
rios desenvolveram a escrita cuneiforme. Foi Pelo lado da magia, o uso de alguns
uma importante fase, pois o homem conseguiu objetos representava a aquisição de poderes
vencer as barreiras impostas pela natureza e fora dos normais. Já no tocante à proteção, o
prosseguir com o desenvolvimento da humani- uso de peles permitia a sobrevivência em rela-
dade na Terra. O ser humano foi criando, aos ção às adversidades, especialmente em rela-
poucos, soluções práticas para os problemas ção ao frio. Foram usadas grutas e cavernas
da vida. Com isso, inventando objetos e solu- também com intuito de proteção. Nelas foram
ções a partir de suas necessidades. deixados diversos registros iconográficos (ima-
gens) que sobrevivem até os dias de hoje.
A cobertura corporal humana teve iní-
cio já na Pré-História. O Antigo Testamento da As pinturas rupestres são os mais re-
Bíblia Sagrada conta que o homem inicialmente sistentes registros iconográficos que se fazem
cobriu-se com folhas vegetais e posteriormen- presentes, por terem sido feitos na rocha e por
te de peles de animais. A movimentação para isso sobrevivido por milhares de anos. Elas nos
isso, segundo a bíblia, foi o caráter de pudor, transmitem informações sociais e culturais do
embora existam diversas outras interpretações, grupo que existiu naquele espaço, fornecendo-
que apontam para o caráter de adorno, magia nos dados sobre a forma de vida das comuni-
e também de proteção. dades locais.
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Antiguidade Oriental
Mesopotâmia e Egito
Mesopotâmia
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mesopotâmia. Foram responsáveis por um dos região que hoje pertence ao Iraque.
primeiros códigos de leis que temos conheci-
mento. Baseando-se nas Leis de Talião (“olho Os assírios eram ferozes guerreiros e
por olho, dente por dente “), o imperador de usavam sua grande força militar para expandir
legislador Hamurabi desenvolveu um conjunto seu Império. Libertando-se dos sumérios, con-
de leis para poder organizar e controlar a so- quistaram grande parte do seu território, mas
ciedade. De acordo com o Código de Hamura- logo caíram em poder dos babilônios.
bi, todo criminoso deveria ser punido de uma
forma proporcional ao delito cometido. O Império As-
sírio conheceu seu pe-
Os babilônios também desenvolveram ríodo de maior glória e
um rico e preciso calendário, cujo objetivo prin- prosperidade durante
cipal era conhecer mais sobre as cheias do rio o reinado de Assur-
Eufrates e também obter melhores condições banipal (até 630 a.C).
para o desenvolvimento da agricultura. Exce- Cobravam pesados
lentes observadores dos astros e com grande impostos dos povos
Escrita cuneiforme
conhecimento de astronomia, desenvolveram vencidos, o que os le-
um preciso relógio de sol. vava a revoltarem-se continuamente.
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Localização do Egito
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em especial a influ-
ência romana. O traje
característico da indu-
mentária egípcia era o
Chanti, uma espécie
de tanga masculina, e
o Kalasiris, uma túni-
ca longa que era usa-
da tanto por homens
quanto por mulheres.
De modo geral eram
Pinturas sem perspectiva usados bem próximos
Máscara mortuária de
ao corpo, a cor mais
A sociedade era composta por escra- Tutankamon
usada era o branco e
vos; camponeses, artesãos e pequenos co-
o tecido mais comum era o linho seguido do
merciantes; sacerdotes, militares e escribas;
algodão. Os egípcios não usavam a fibra ani-
e pelo faraó que era a autoridade máxima. A
mal natural, uma vez que essa era considerada
economia egípcia baseava-se na agricultura
impura e proibida pela religião.
feitas às margens do rio Nilo, no comércio de
mercadorias e no artesanato.
Em relação à reli-
gião, os egípcios eram poli-
teístas e cultuavam deuses
com corpo de ser humano
e cabeça de um animal sa-
grado. Cada cidade possuía
um deus protetor e templos
eram construídos em sua
homenagem. Acreditavam
na vida após a morte e fa-
ziam o ritual de mumificação
do faraó, como o objetivo de
Deus do Sol Rá preservar seu corpo para a
vida seguinte.
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e de peças de cerâmica. Portanto não foram escra- O que representa a Esfinge? Esfinges são
vos, embora as condições de vida dos homens livres criaturas mitológicas com corpo de leão, cabeça de
pobres não fossem lá muito melhores que as dos ca- gente e (às vezes) asas de pássaro. São comuns tan-
tivos. E, ao contrário do que afirmam livros e docu- to na cultura egípcia quanto na grega. A Esfinge de
mentários sensacionalistas, as pirâmides certamen- Gizé, a mais conhecida, é um dos símbolos da reale-
te não foram erguidas por extraterrestres - nenhum za egípcia e foi construída pelo faraó Quéfren. Hoje
arqueólogo que se preze vai dizer que visitantes sabemos que a Esfinge tem o rosto dele e teria sido
de outro planeta as construíram. A propósito: elas construída para ser uma espécie de guardiã.
serviam para os faraós aproveitarem a vida após a
morte. Por isso, achamos ali objetos que pertenciam Os faraós eram considerados deuses? Sim.
a uma minoria. No Egito, encontramos muito menos Os faraós eram tidos como descendentes de Rá ou
vestígios arqueológicos que mostrem como viviam Aton, o deus-sol. Os egípcios acreditavam que ele
os pobres, a maioria da população. Isso acontece tinha sido o primeiro governante do Egito. A pró-
porque pobre morava em construções mais precá- pria terra era considerada “filha” de Rá, tendo sido
rias, que não duravam tanto. entregue aos cuidados do “irmão”, o faraó. Para
manterem a “pureza” do sangue real, os faraós ca-
Como foram construídas as pirâmides? savam com as próprias irmãs.A suposta origem di-
Para erguer uma delas, era necessário o trabalho vina legitimava o poder do monarca. Assim, quem
de milhares de homens ao longo de mais ou menos se opusesse ao faraó estaria cometendo sacrilégio,
25 anos. As estimativas variam, mas as pesquisas porque agiria contra os próprios deuses. Hoje, vive-
mais recentes falam de 10 mil a 40 mil trabalhado- mos numa sociedade em que governo e religião são
res (bem menos que as mais antigas, que mencio- coisas separadas. No Egito Antigo, essa distinção
navam até 100 mil). Ao construí-las, era necessário causaria estranheza, pois as duas coisas estavam
investir praticamente todos os recursos do Estado. intimamente ligadas: o faraó era autoridade tanto
Blocos de calcário eram extraídos com martelos e política quanto espiritual, e os templos e sacerdotes
outras ferramentas e transportados de barco pelo se mantinham com o dinheiro dos impostos.
rio Nilo. Depois, eram arrastados até uma rampa
em torno da primeira camada de pedras da pirâ- É verdade que os gatos eram sagrados no
mide. Para isso, usavam-se trenós e rolos feitos de Egito? Sim. Os gatos estavam associados à deusa
troncos. Hoje, investir em obras que tivessem com- Bastet, representada com corpo de mulher e cabeça
parativamente a mesma magnitude levaria qualquer de gato. Era a protetora das grávidas. Também se
país à falência. Donde a expressão “obras faraôni- acreditava que a deusa garantisse as pessoas contra
cas” para indicar coisas construídas com dinheiro doenças e demônios. Pinturas com imagens de ga-
público por políticos que gostam de se promover tos são encontradas principalmente em tumbas. Eles
gastando muito mais do que podem. também são mencionados em vários papiros egíp-
cios, tanto literários quanto místicos. Alguns desses
Como e por que se fazia a mumificação? textos alertam os leitores para que tomem cuidado
Os egípcios acreditavam que preservar o corpo era com demônios que assumem a forma de gato. Uma
necessário para o espírito sobreviver após a morte. explicação possível para a adoração aos gatos está
No início, a mumificação era muito cara, sendo re- no fato de caçarem ratos. Os egípcios dependiam do
servada apenas aos faraós e outros nobres. A partir cultivo do trigo, cujos grãos, armazenados, atraem
da 18ª dinastia (1570-1304 a.C.), o costume esten- os roedores. Ao caçarem os ratos, os gatos ajuda-
deu-se ao resto da população. Os embalsamadores vam a controlar uma praga que podia comprometer
tinham conhecimentos de anatomia e medicina. O toda a produção agrícola.
processo era complicado e levava 70 dias: primeiro,
extraíam-se o cérebro, as vísceras e todos os órgãos (Acesse a matéria completa em http://edu-
internos, para colocá-los em vasos; depois, desidra- cacao.uol.com.br/historia/ult1690u4.jhtm).
tava-se o corpo com várias resinas (entre elas o na-
trão, um composto de sódio); por fim, depois de 40
dias, ele era enfaixado com bandagens embebidas
em óleos aromáticos.
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Antiguidade Clássica
Creta, Grécia e Roma
Creta
Creta é a maior ilha do Mar Mediterrâ- taque para o cultivo de oliva, uva, ameixa, figo,
neo e teve o apogeu de sua cultura entre 1750 trigo, milho e legumes e na indústria: tecidos,
a.C. e 1400 a.C. O território pertence à Grécia ferramentas, utensílios domésticos, vasos e
desde o ano 67 a.C. Até a segunda metade do jóias.
século XIX pouco se sabia sobre sua história;
no entanto as escavações do arqueólogo Sir A arte cretense
Arthur Evans descobriram o sítio arqueológico era riquíssima e chama-
de Creta e permitiram um estudo mais consis- va-se arte minóica. A ce-
tente desta rica civilização. râmica, algumas vezes
apenas um pouco mais
espessa do que a casca
de um ovo, era adorna-
da com desenhos florais
que, embora convencio-
nais, revelavam grande
efeito em fundo colorido
Cerâmica minóica ou preto.
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Indumentária masculina.
Friso do Palácio de Cnossos
Palácio de Cnossos
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Grécia
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A economia grega baseou-se no culti- neo e para a escultura, que imitava a realida-
vo de oliveiras, trigo, vinhedos e também pro- de. A dramaturgia esteve presente em quase
duziam perfumes. O comércio marítimo era todas as cidades gregas, que possuíam seus
intenso e importante canal de trocas, escoa- próprios anfiteatros, onde os atores apresen-
mento de excedente de produção e entrada de tavam peças dramáticas ou comédias, usando
produtos não produzidos ali. Realizavam co- máscaras.
mércio por mar especialmente com as outras
ilhas do Mar Egeu, com o Egito e com a Ásia e Na arquitetura foram construídos pa-
isto gerou grande desenvolvimento para a Gré- lácio e templos de mármore, em geral no topo
cia inclusive permitindo a cunha de moedas de de montanhas. As decisões políticas, principal-
metal. mente em Atenas, cidade onde surgiu a demo-
cracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço
Foi na Grécia Antiga que surgiram os público de debate político).
Jogos Olímpicos. Eram realizados festivais
esportivos em honra a Zeus no santuário de
Olímpia, daí: olimpíada. O evento era tão im-
portante que interrompia até as guerras e eram
praticados atletismo, luta, boxe, corrida de ca-
valo e pentatlo (que incluía luta, corrida, salto
em distância, arremesso de dardo e de disco).
Os vencedores recebiam uma coroa de louros.
Centauro e Gorgona
Nas artes destaque para a cerâmica, Deus Posseidon (Deus dos Mares) e Deusa Afrodite
que teve grande aceitação no Mar Mediterrâ- (Deusa do Amor)
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Roma
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Roma - Google Maps http://maps.google.com.br/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocod...
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Os penteados de-
las eram muito usados e
variavam constantemen-
te, com o tempo foram
tornando-se mais elabora-
dos, tornando-se um sinal
de status. Eram usados
Indumentária romana
coques com mechas, ou o
feminina
rosto emoldurado por pe-
quenos cachos, anelados
com pinças quentes. Usa-
vam jóias como pulseiras,
anéis, colares, brincos e
sandálias nos pés.
Existiam diferen-
tes tipos de túnicas, con-
forme a função social e
Penteados femininos
a idade de quem as ves-
tiam. Como por exemplo,
a separação entre a Viril
e a Pueril. A primeira era
utilizada pelos homens a
partir dos 14 ou 16 anos,
Sandália romana
de tecido branco, mui-
to simples era usada em ocasiões formais. A
Indumentária romana masculina Pueril era igualmente branca, porém mais cur-
ta. Outra Toga de sucesso era a brilhante: era
A civilização romana é considerada
passado sobre o tecido um giz branco que a
a mais rica da Antiguidade e, naturalmente,
deixava brilhando, usada pelos candidatos a
suas vestimentas são elementos que ajudam
cargos públicos para chamar atenção durante
a reforçar essa condição. Os romanos do sexo
seus discursos.
masculino vestiam-se com a túnica e por cima
dela usavam outra bastante drapeada, e esta
A indumentária era muito normatizada
foi a peça que mais caracterizou a indumen-
e quem infringisse suas regras era punido. Por
tária deste povo. A túnica usada por cima era
exemplo um senador romano que não fosse
muito volumosa, e quanto mais volume mais
vestido com a toga corretamente ao senado
nítido era o pertencimento à classe mais alta
poderia ser preso.
da sociedade, mais prestígio tinha seu usuário.
Geralmente era de lã e em formato de semicír-
Curiosidade: A luta entre gladiadores fa-
culo. Pessoas menos favorecidas e soldados
zia parte da política do “pão-e-circo” instituída no
do exército em geral usavam apenas a túnica
Império Romano, cujo objetivo principal era ameni-
simples de baixo.
zar a revolta dos romanos com os problemas sociais.
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Leitura complementar
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Idade Média
POVOS BÁRBAROS, BIZÂNCIO,
EUROPA FEUDAL, EUROPA GÓTICA
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endiam os russos, tchecos, poloneses, sérvios, elhos por bandas de tecido. Por cima de tudo
entre outros. Tártaro-mongóis: eram de origem usavam um manto de couro ou pele de animal,
asiática. Faziam parte deste grupo as tribos para terem uma proteção maior, preso ao cor-
dos hunos, turcos, búlgaros, etc. po por broches ou alfinetes.
A indumentária
feminina era compos-
ta por uma túnica lon-
ga presa ao corpo por
cintos e broches. Por
cima da túnica usavam
um xale preso também
por broches ou fivelas
e por baixo de tudo em
geral usavam uma ca-
misa de linho.
Francos
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Bizâncio
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Europa Feudal
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político nas mãos dos senhores feudais, auto- e linho. As roupas de momentos mais cerimo-
ridades donos das terras. Os empregados do niosos eram inspiradas em Bizâncio e os mais
senhor feudal foram apelidados de vassalos, afortunados usavam cores variadas. Os cam-
que prestavam serviços e obediência aos se- poneses ficavam com as discretas e sóbrias.
nhores feudais em troca de um pedaço de terra A túnica foi muito usada por homens, sendo a
para trabalhar o que lhes significava a sobrevi- dos mais ricos na altura da panturrilha e dos
vência. menos ricos na altura dos joelhos e era presa
ao corpo por um cinto. Por cima dela usavam
uma capa semicircular atada ao ombro por um
broche e era forrada de pele para dias frios.
Usavam os calções por baixo das túnicas que
eram amarrados por tiras de tecido na perna,
quando compridos. Ainda estavam presentes
capas com capuzes e placas metálicas cobrin-
do túnicas para dar proteção nas batalhas.
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merciais; o fim do trabalho servil; o surgimen- tos do que as necessidades de consumo ime-
to da burguesia; a centralização política nas diato), ou seja, do comércio.
mãos dos monarcas; e o crescimento do poder
da Igreja Católica na autoridade do papa. Toda O surgimento da burguesia: O revigo-
a trama histórica levou o sistema feudal ao seu ramento do comércio trans¬formou as villas, as
limite, produzindo uma grave crise que desem- cidades portuárias e as antigas regiões das fei-
bocou na transição para o capitalismo. ras comerciais, que se tornaram permanentes.
Várias cidades desenvolveram-se junto dos
O Papa Urbano II convocou povo e castelos e mosteiros fortificados, em razão da
reis em direção ao Oriente afim de salvar os proteção proporcionada por seus muros. Pro-
lugares santos das mãos dos turcos pagãos. vavelmente surge daí a denominação burgo
Neste momento acontece a primeira Cruzada para as cidades, pois essa palavra significa for-
e na sequência outras aconteceriam. Este pe- taleza e castelo (do latim burgo). Os que habi-
ríodo foi marcado pelo auge do teocentrismo, tavam os burgos, exercendo atividades comer-
com a igreja se sobrepondo a tudo, estando os ciais e manufatureiras, constituíram um novo
monarcas, inclusive, abaixo da figura do Papa segmento social no sistema feudal, conhecido
na escala social. como burguesia.
As Cruzadas
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Outro traço
característico des-
te período é a ilumi-
nura. A iluminura é
a ilustração sobre o
pergaminho de livros
manuscritos. O de-
senvolvimento de tal
gênero está ligado
à difusão dos livros
ilustrados, patrimônio
Iluminúria quase exclusivo dos
mosteiros: no clima
de fervor cultural que caracteriza a arte gótica,
os manuscritos também eram encomendados
por particulares, aristocratas e burgueses.
A pintura gótica desenvolveu-se nos Nossa Senhora do Chanceler Rolin, de Jan Van Eyck
séculos XII, XIV e no início do século XV, quan- Os principais artistas na pintura gótica
do começou a ganhar novas características são os verdadeiros precursores da pintura do
que prenunciam o Renascimento. Sua princi- Renascimento: Giotto com obras destacadas:
pal particularidade foi a procura do realismo Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis
na representação dos seres que compunham (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pasto-
as obras pintadas, quase sempre tratando de res; e Jan Van Eyck com obras destacadas: O
temas religiosos, apresentava personagens de Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler
corpos pouco volumosos, cobertos por muita Rolin.
roupa, com o olhar voltado para cima, em dire-
ção ao plano celeste. Em relação à in-
dumentária, ao mesmo
tempo em que houve cer-
ta unidade visual pela jun-
ção dos povos em ocasião
das Cruzadas, também
começou a haver uma pe-
culiaridade por conta das
diversas cortes européias.
Assim, nos ateremos ao
que foi mais representa-
tivo. As roupas passaram
a delinear mais os corpos
em relação ao período
anterior, especialmente a
parte superior dos vesti-
dos femininos.
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Os homens
usaram meias colo-
ridas, às vezes uma
Indumentária Gótica
perna diferente da
outra. Usaram os calções longos, e o encurta-
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Média, o poder real se encontrava fortalecido e A partir daí, a vida de Joana mudou. Por
a nobreza feudal entrou em declínio. Essa situ- onde andasse, as vozes acompanhavam-na, orde-
ação favoreceu a ascensão da burguesia. nando, sugerindo, encorajando: “É preciso expul-
sar os ingleses da França”. Joana acreditou na voz
Foi neste momento de final da Idade e na ordem. Abismado com a menina que ouvia a
Média e início do Renascimento que surgiu o voz de Deus, Carlos VII, rei francês, nomeou Joana
fenômeno Moda. Os nobres, especialmente da comandante de seu exercito. Era o ano de 1429 e
corte de Borgonha (hoje, França) começaram a Joana D’Arc tinha 18 anos.
mudar com frequência as linhas de seus trajes
para fugirem da imitação dos burgueses. Nes- Os ingleses foram sendo expulsos da
te momento se instituiu um ciclo de criação e França pouco a pouco, no entanto como não tinham
cópia e a cada vez que a roupas dos nobres saído completamente, Joana decidiu continuar a
era copiada, surgiam idéias diferenciadas que guerra, aí se desenhou a tragédia de seu destino. Na
eram colocadas em prática, fazendo surgir a batalha de Compiègue, perto de Paris, adversários
moda como diferenciador social, de sexos, va- franceses de Carlos VII conseguiram prendê-la e
lorizando as individualidades e com caráter de entregaram-na aos ingleses. Organizou-se um tribu-
sazonalidade. nal eclesiástico, que acusou Joana de herege e pra-
ticante de magia negra, disseram que ela era bruxa
Curiosidade: A História de Joana D’ark tomada pelo Diabo. O processo foi longo e penoso.
- A vida de Joana D’Arc é parte da história de da Joana negou todas as acusações dizendo tinha feito
Guerra dos Cem Anos. Entre os franceses que não tudo por ordem de Deus, mas não conseguiu evitar
aceitavam o domínio inglês estava a camponesa Jo- a sentença de morte.
ana. Os pais de Joana criaram-na rigorosamente
segundo os princípios da fé católica e aos 13 anos, Joana D’Arc morreu queimada na foguei-
a menina teria tido sua primeira revelação divina ra na manhã de 30 de Maio de 1431, mas sua curta
quando ouviu de repente uma voz: “Ide e tudo será carreira militar, sua figura fantástica, criaram no
feito segundo as vossas ordens.” povo francês uma consciência nacional. Os poucos
anos em que a humilde camponesa se viu envolvida
em tão longo conflito marcaram o fim das pretensões
territoriais inglesas na França e o começo – a partir
de Carlos VII – de uma longa linhagem de reis fran-
ceses. A donzela de Orléans, movida por inspiração
divina e plena de uma extraordinária coragem, ti-
nha ajudado a criar um Estado nacional, pagando
por isso com o sacrifício da própria vida.
Joana D`Arc
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Leitura complementar
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Idade Moderna
Renascimento, Barroco e Rococó
Renascimento
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Na indumentá-
ria masculina, bastante
colorida, chamativa e
mais expansiva do que
a feminina, o que ca-
racterizou o período foi
o Gibão – que, traduzi-
do para os dias de hoje,
seria o nosso paletó.
Monalisa de Leonardo Da Vinci Era usualmente acol-
Indumentária masculina
choado, com ou sem
harmonia e proporção conheceram o apogeu
nas obras de Rafael, Leonardo da Vinci e Mi-
chelangelo, durante o século XVI.
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mangas. Essas mangas eram presas por cor- mando uma enorme roda em torno do pesco-
dões que eram escondidos por um detalhe al- ço, atingindo proporções inimagináveis com o
mofadado. Sobre o Gibão usavam ainda uma passar do tempo. Este acessório estava ligado
espécie de túnica aberta na frente e confeccio- a um alto status social, uma vez que chegava a
nada com bastante e ornamentado tecido. Na impedir os movimentos que quem a usasse.
parte inferior, usavam um calção bufante.
Arquitetura de arcos
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Embora a
moda feminina tenha
sido muito colorida
como a masculina,
chegava da Espanha,
em meados do sé-
culo XVI, tanto para
homens quanto para
mulheres, o hábito
de usar a roupa toda
preta. Este país sem-
pre manteve certo ri-
gor em sua indumen-
tária, pela tradição
Indumentária masculina (Landsknecht) cultural e religiosa,
e com sua ascensão
As formas,
econômica, passou a
de modo geral, vão
influenciar outros pa-
ficando arredon-
Indumentária masculina íses.
dadas, perdem a
(Espanha)
verticalidade góti-
Com o passar do tempo, mas ainda no
ca, expandindo-se
Renascimento, o Vertugado deixou de ser usa-
lateralmente, bus-
do para dar lugar ao Farthingale. Este vestido
cando horizontali-
cresceu bastante nas laterais dos quadris, sus-
dade. Para as mu-
tentadas por armações de arames, barbatanas
lheres foi comum
de baleia ou madeira.
o uso do vestido
Vertugado. Este
Ainda podemos dar destaque ao Cor-
Indumentária feminina era rígido na par-
pete, peça muito importante para a história da
(Landsknecht) te superior e da
moda e que vai aparecer em diversos períodos
cintura para baixo
históricos. Esta roupa apertava muito a cintura
se abria em formato de cone, sem efeito de
e contribuía para encaminhar o olhar para o ór-
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gão sexual feminino. Já era usado com o Ver- anterior culminado com a Revolução Científica.
tugado, mas com o Farthingale, gerava maior O ser humano tornou-se um grande observa-
atração do olhar, pelo acentuado volume dos dor da natureza, em busca de entender seus
quadris. segredos; passou a sistematizar suas experi-
ências com bastante rigor e transformou inte-
Ainda para as mulheres, o Rufo evoluí lectualmente este século, como nomes como
e se transforma na gola Médici, ainda branca Isaac Newton, Galileu Galilei, René Descartes,
e de renda, formava um espécie de resplendor Francis Bacon, dentre outros.
contornando a parte de trás da cabeça. A gran-
de diferença era que agora a roda já não era
completa, tinha uma abertura frontal que per-
mitia o uso destacado de decotes. Neste mo-
mento vemos a indumentária feminina ganhar
relação com a sedução, somando-se o uso do
corpete com o do decote.
Rufo exagerado
Indumentária feminina (Gola Medici, Corpete e Barroco, uma palavra portuguesa que
Farthingale) significava “pérola irregular, com altibaixos”,
entende-se por um estilo com uma orientação
artística que surgiu em Roma na virada para o
Barroco século XVII. O novo estilo estava comprometi-
do com a emoção genuína, buscava retratar a
O período do Barroco compreende o emoção humana e era muito expressivo, com
século XVII. Este período foi marcado pela importantes efeitos de luz e sombra nas pintu-
evolução do processo de antropocentrismo que ras. Era também ornamental e opulento, efeito
já vinha ocorrendo no Renascimento do século manifesto na arquitetura. O estilo Barroco das
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Em meados
do século, os cabelos
longos viraram moda
para os homens, no en-
tanto como muitos não
os tinham compridos
naturais, passaram a
usar perucas. Esse se
tornou um grande ícone
da moda masculina do
período.
Indumentária masculina (mosqueteiros)
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as mulheres. Por conta de uma influência vin- As palavras de ordem eram razão e liberdade,
da do Oriente, surgiu uma espécie de túnica e se propagaram para os campos político, so-
longa, que foi encurtando com o tempo. Todas cial e econômico.
as peças eram em tecidos sofisticados, como
veludos e brocados. No final do século surge A arte do Rococó também teve seu
para os homens um lenço de renda usado no início na França e foi considerada o exagero
pescoço, uma espécie de gravata. do exagero, com total falta de moderação. Mas
apesar disso, também teve muito requinte,
manifestando-se pela leveza e delicadeza. Foi
uma arte muito aristocrática, trabalhando com
diversos ornamentos.
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Indumentária masculina
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Penteados femininos
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Guilhotina
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Idade Contemporânea:
Século XIX
Império, Romantismo, Era Vitoriana,
La Belle Époque
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do simples, similar a uma camisola solta, com nas que estiveram destacadamente presentes:
decote acentuado, geralmente de cor branca os cabelos intencionalmente despenteados
em tecidos vaporosos e transparentes como (Cabelos à Ventania) e a forte lembrança das
mousseline ou cambraia. Um traço caracterís- vestimentas gregas femininas.
tico desse vestido era o recorte de cintura alta,
logo abaixo dos seios. As mulheres usavam longas luvas
para se protegerem, quando os vestidos eram
de mangas curtas. A questão do frio era real-
mente um problema nesses vestidos de leves
tecidos e profundos decotes que deixavam o
colo todo em evidência (quadrados ou em V).
Assim, entra em moda um acessório que vai
ser usado em todo o século XIX, o xale. Inicial-
mente importado da índia (Caxemira) e poste-
riormente fabricado na própria França.
Indumentária feminina
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França como divulgadora de moda, uma vez tilo denominado de Dandismo, que foi mais do
que a vestimenta masculina era toda influen- que uma moda, avançando para um modo de
ciada pelos ingleses. ser, um estilo de vida. Este movimento surgiu
pelas mãos de George Brummel e teve seus
dias mais gloriosos, efetivamente entre 1800 e
1830.
Romantismo
O modo de ser Dandy impôs-se e di-
O período do Romantismo correspon- tou regras. Propunha sobriedade e distinção e
deu aproximadamente de 1820 a 1840. Antes foi referência para toda a moda masculina do
dele, contamos com o período de Restauração século XIX. As roupas eram justas e não po-
(1815-1820), de pouca identidade na moda fe- diam ter nenhuma ruga. Usavam casaco, co-
minina, que foi uma espécie de transição do lete, calção ou calça comprida, camisas com
Império para o Romântico. Os vestidos come- altas golas e pescoços adornados com o Plas-
çaram a ficar mais ornamentados, com saias tron, um lenço usado com sofisticados nós e
sutilmente cônicas, decotes mais altos, man- que deixavam a cabeça erguida, gerando certo
gas compridas e justas nos punhos, porém bu- ar arrogante, típico Dandy.
fantes nos ombros.
Os homens ainda contavam com um
A moda masculina, no entanto, esta- acessório que ficou marcado com ícone de ele-
va bem aquecida, em plena transformação já gância, status e poder social, a cartola, que foi
desde o período do Império. Surge, na Ingla- usada durante todo o século XIX.
terra, nesse momento de Restauração, um es-
O período Romântico propriamente
dito defendeu as emoções libertas e pôs fim ao
racionalismo típico do Iluminismo. Este ideal
iluminista, em um momento em que a Revo-
lução Industrial estava a pleno vapor, estava
transformando os homens em máquina e fez
despertar o saudosismo. A proposta era um ser
humano espontâneo e emocional. Houve toda
uma influência no processo criativo das artes,
arquitetura, música, literatura e, naturalmente
na moda. A literatura romântica, abarcando a
épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um
movimento de vanguarda e que teve grande
repercussão na formação da sociedade da
época, ao contrário das artes plásticas, que de-
sempenharam um papel menos vanguardista.
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Indumentária Masculina
Elas bus-
caram inspiração
no passado e res- Detalhes do Xale e Chapéu Boneca
gataram os valores
tradicionais. Os te-
cidos listrados e flo-
rais foram comuns Era Vitoriana
e as cores mais
usadas eram tanto O início da segunda metade do sécu-
os coloridos quan- lo XIX foi marcado por Napoleão III (França) e
to o preto. A cintura pela rainha Vitória (Inglaterra). A burguesia es-
volta para seu lugar tava com grande prestígio graças ao processo
Indumentária Feminina e novamente passa da Revolução Industrial que estava caminhan-
a ser marcada pelo do bem e permitindo o trabalho com negócios e
corpete. As saias são usadas com anáguas e comércio e a acumulação de capital dentro da
adquirem volume cônico. As mangas passam sociedade de consumo vigente.
a ser enormemente bufantes e foram denomi-
nadas de Mangas Presunto, preenchidas com O reinado da rainha Vitória é marca-
plumas e fios metálicos para dar o volume de- do pela instalação moral e puritanismo, ela era
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uma figura solene. Em 1840 ela casa-se com O ideal de beleza do início da era vito-
Albert, e este se torna o Príncipe Consorte. riana exigia às mulheres uma constituição pe-
Esta época é tida como o apogeu das atitudes quena e esguia, olhos grandes e escuros, boca
vitorianas, período pudico com um código moral pequenina, ombros caídos e cabelos cachea-
estrito. Isto dura, aproximadamente, até 1890, dos. A mulher deveria ser algo entre as crianças
quando o espirituoso estilo de vida “festeiro e e os anjos: frágeis, tímidas, inocentes e sensí-
expansivo” do príncipe de Gales, Edward, eco- veis. A fraqueza e a inanidade eram conside-
ava na sociedade da época. radas qualidades desejáveis em uma mulher,
era elegante ser pálida e desmaiar facilmente.
Em 1861 morre o príncipe Albert e a “Saúde de ferro” e vigor eram características
rainha mergulha em profunda tristeza, não ti- vulgares das classes baixas, reservadas às
rando o luto até o fim de sua vida (1902). A criadas e operárias.
morte do príncipe Albert marca o início da se-
gunda fase da era vitoriana. As roupas e as mu- Os vestidos femininos eram dotados
lheres começam a mudar, os decotes sobem e de profundos decotes que deixavam o colo em
as cores escurecem. A moda vitoriana do luto evidência. Ombros e braços também ficavam
extremo e elaborado vestiu de preto britânicos aparentes e os tecidos eram muito luxuosos
e americanos por bastante tempo e contribuiu como a seda, o tafetá, o brocado, a crepe, a
para tornar esta cor mais aceita e digna para as mousseline, dentre outros.
mulheres. Mesmo as crianças usavam o preto
por um ano após a morte de um parente próxi-
mo. Uma viúva mantinha o luto por dois anos,
podendo optar – como a rainha Vitória – por
usá-lo permanentemente.
Crinolina
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Masculino
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Mais para o final da Era Vitoriana, por circunferência já vista em toda a história.
volta de 1870/1890, a evolução continua e o
volume passa a ser apenas uma espécie de al-
mofadinha na parte traseira das saias: surge a
Anquinha. Eram feitas de crina de cavalo no iní-
cio e em seguida de arcos de metal unidos por
uma dobradiça que permitia que ela se abrisse
ou se fechasse quando a mulher sentava. O
volume se concentrou, então, só no traseiro fe-
minino. Os tecidos para os vestidos passaram
a ser os de decoração, usados em estofados
e cortinas. Os espartilhos eram indispensáveis
e os detalhes cresciam cada vez mais, com o
uso das rendas em especial e também de laços
e babados. Usavam leques, sapatos de salto
alto, sombrinhas, caudas nos vestidos e pe-
quenos chapéus para o dia.
La Belle Époque
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Tailleur feminino
O banho de mar
também se tornou um
hábito. A roupa para tal
atividade ainda não tinha
nenhuma relação com
as de hoje, uma vez que
eram de malha, em geral
de fios de lã, cobriam o
tronco e atingiam a altura
dos joelhos. Ainda faziam
parte da composição
Roupa de banho meias e sapatos e muitas
vezes uma capa por cima
de tudo com intuito de proteção.
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Roupa Masculina
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Idade Contemporânea:
Século XX
Anos 10 aos Anos 90
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expansão vertical da linha de produto. Em sua outra para limitar o tamanho das passadas.
Maison era possível encontrar, além de suas
roupas, móveis, artigos para decoração e per- As criações de
fumes. Mas certamente, uma de suas maiores Poiret sempre estavam
inovações no mundo da moda foi seu desen- preenchidas por cores
volvimento da técnica de moulage ou draping, vibrantes, um grande
uma radical inovação em um mundo dominado diferencial em relação
pelo método de modelagem da alfaiataria. Esta ao lugar-comum da
técnica permitiu a Poiret criar suas peças com época e sua assinatura
formas retas e alongadas, mas ainda sim flui- era a rosa, a qual apa-
das. tira usada com saia recia periodicamente
afunilada em suas roupas.
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Anos 20
Tailleur feminino
Em 1918 termina a guerra e algumas
novidades se consolidam. A mulher solteira
não mais dependia de marido para sustentá-
la, conseguiu adquirir sua emancipação com a
independência financeira.
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Iorque. De um dia para o outro, os investidores a cor voltou para disputar poder com os homens,
perderam tudo, afetando toda a economia dos nos anos 80. Preocupadas com o sucesso profissio-
Estados Unidos, e, consequentemente, do resto nal, as mulheres precisavam de uma roupa simples
do mundo. Os anos seguintes ficaram conheci- e elegante, que fosse a todos os lugares. Mais uma
dos como a Grande Depressão, marcados por vez, o vestido preto se tornou a melhor opção.
falências, desemprego e muito desespero.
Nos anos 90 ele continuou sendo uma peça
Curisosidade: O surgimento do que hoje básica do guarda-roupa feminino, feito com os mais
chamamos de “pretinho básico” data de 1926, ano diversos tecidos, do modelo mais simples ao mais
em que a revista “Vogue” publicou uma ilustração sofisticado, usado em todas as ocasiões e em todos
do vestido criado por Chanel - o primeiro entre vá- os horários. Por tudo isso o vestido preto se tornou
rios que a estilista iria criar ao longo de sua carrei- o grande clássico do guarda-roupa feminino, aquele
ra. Antes dos anos 20, as jovens não podiam usar que garante as duas características básicas ao mes-
preto e as senhoras o vestiam apenas no período de mo tempo - simplicidade e elegância.
luto.
(Acesse a matéria completa em http://al-
O pretinho tornou-se realmente famoso nos manaque.folha.uol.com.br/pretinho.htm).
anos 60 e início dos 70. Chique, usado por Jacqueli-
ne Kennedy, elegante e feminino no corpo de Audrey
Hepburn, no filme “Bonequinha de Luxo”, de 1961,
cujo figurino foi criado pelo estilista francês Hubert Anos 30
Givenchy, e descontraído, feito de crochê, na pele
da atriz Jane Birkin, em 1969. Com a crise financeira, por conta da
quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, o
mundo se vê diante de problemas financeiros
seriíssimos. No entanto, paradoxalmente, a dé-
cada marcou um período de moda sofisticada.
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como Marlene Dietrich, Mae West, Jean Har- os esportes como tênis, patinação e ciclismo e
low e Greta Garbo influenciaram milhares de ainda os banhos de sol. O short surgiu a partir
pessoas. do uso da bicicleta e também apareceram os
óculos escuros, muito usados pelos astros do
A moda dos anos 30 deixou para trás cinema.
todo o ideal andrógino dos anos 20. Esta déca-
da redescobriu os contornos do corpo da mu-
lher através de uma elegância refinada. Assim
como o corpo feminino voltou a ser valorizado,
os seios também voltaram a ter forma. A mulher
então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou
espartilho flexível. As formas eram marcadas,
porém naturais.
A vida ao ar livre
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Na Alta Costura as
mulheres fizeram mais suces-
so do que os homens. Chanel
Roupa Masculina continuava com grande desta-
que; Madeleine Vionnet surge
com sua moulage; Madame Grés abusava dos
drapeados; Jeanne Lanvin teve seu espaço e
Nina Ricci impôs-se com um estilo clássico e Tempos de guerra
sofisticado.
sons ou se mudaram para outros países, fugin-
do da França.
No entanto, vale dar atenção também
para um homem que, ao mudar-se para Paris
em meados dos anos 30, começou a aparecer
com destaque: Cristóbal Balenciaga. Estava
Curiosidades: Balenciaga – O arquiteto
ainda em início de carreira, mas já mostrava
da Costura
seu grande talento. Balenciaga tem seu grande
sucesso nos anos 50 e se consagra como um
dos nomes de prestígio do século XX.
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com suas pétalas por inúmeros plissados. Este ar- impermeáveis em tecidos sintéticos.
quiteto do feminino, além de grande criador, foi um
indivíduo intrigante. Em 1942, as jaquetas largas e as saias
evasês compunham a chamada “linha tonneau”. O
Cristobal Balenciaga nasceu em Guetaria, primeiro paletó-saco e os redingotes com mangas-
em 21 de janeiro de 1895. De família pobre, era filho quimono surgiram em 1946. Suas coleções de 1947
de um pescador e uma costureira. Em Guetaria, mo- e 1948 tiveram inspiração espanhola, com elegantes
rava a marquesa de Casa Torrès, que foi a grande vestidos e boleros de toureador para a noite.
incentivadora do jovem Balenciaga em sua carreira
como estilista. Seus talentos revelaram-se bem cedo, Seu primeiro perfume, “Fruites des Heu-
sendo que aos 12 anos desenhou, pela primeira vez, res” foi criado em 1948.
um vestido para a marquesa. A partir daí, começou
a freqüentar o ateliê de um alfaiate madrileno, com Em 1949, fez mantôs muito largos e, em
quem aprendeu alfaiataria. 1950, vaporosos e retos, além do vestido-balão. Na
década de 50, Balenciaga apresentou lã tingida de
Em 1915, abriu sua primeira casa de cos- amarelo-vivo e cor-de-rosa.
tura em San Sebastian, cidade próxima à sua. Seu
sucesso não demorou a chegar e, em pouco tempo, Balenciaga viveu o auge de sua fama e
se transferiu para Madri. Em 1936, decidiu se mu- criação durante os anos 50, começando em 1951,
dar para Paris e, em agosto do ano seguinte apre- mudando a silhueta feminina ao eliminar a cintura e
sentou sua primeira coleção. Nesta década de 30, aumentar os ombros, num talhe muito acentuado.
Balenciaga já havia ganhado a fama de melhor cos-
tureiro da Espanha. Entre 1936 e 1937, mudou-se Em 1955, criou o vestido-túnica e,
para Paris. em 1956, subiu as barras dos vestidos e casacos na
frente, deixando-as mais compridas atrás, além do
Dez anos antes do “New Look” de Dior, primeiro vestido-saco. Em 1957, apresentou o vesti-
ainda nos anos 30, as criações de Balenciaga co- do-camisa. A linha “Império” foi criada em 1959 e
meçaram a atrair as damas da sociedade e atrizes veio com a cintura alta para os vestidos e os mantôs
famosas para sua maison, que ficava no número em forma de quimonos.
10 da avenida George 5º, em Paris. A experiência
adquirida em alfaiataria permitia que o espanhol Durante os anos 60, Balenciaga criou ca-
não só desenhasse seus modelos, mas também os sacos soltos, amplos, com mangas-morcego e, em
cortasse, armasse e costurasse, o que não é comum 1965, apresentou os primeiros impermeáveis trans-
aos estilistas, que em geral apenas desenham suas parentes em material plástico. Sua última coleção
criações. foi lançada na primavera de 1968 - ano em que se
aposentou e fechou sua maison - e mostrou jaque-
A perfeição nas proporções conse- tas largas, saias mais curtas, vestidos-tubo e muitas
guida por Balenciaga em seus modelos aproxima- cores.
va sua arte da arquitetura. Considerado o grande
mestre da alta-costura, seu estilo elegante e severo, Balenciaga era considerado purista e
às vezes dramático, tornaram inconfundíveis suas classicista. Seu estilo ainda é lembrado pelos gran-
criações. As cores que usava nesta época eram só- des botões e pela grande gola afastada do pescoço.
brias, como tons de marrom escuro, porém ganhou, Aposentou-se em 1968 e morreu, aos 77 anos, no dia
posteriormente, fama de colorista. 24 de março de 1972, em Javea, na costa espanho-
la do Mediterrâneo. Desde 1997, o francês Nicolas
Em 1939, lançou o corte de manga com Ghesquière cuida da criação da marca, que foi com-
a aplicação de um recorte quadrado e uma linha prada pela poderosa Gucci em julho de 2001.
de ombros caídos, com cintura estreita e quadris
arredondados. No ano seguinte, apresentou o seu (Acesse a matéria completa em http://
primeiro vestidinho preto, com busto ajustado e www.fashionbubbles.com/2008/cristobal-balencia-
quadris marcados por drapeados, além de abrigos ga-o-arquiteto-da-costura/).
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Os sapatos
mais usados foram
Anos 40 os do tipo plataforma
e sua difusão contou
Os anos 40 iniciaram com ares de con- com auxílio de Car-
flito. A Segunda Guerra Mundial, que durou de mem Miranda, que
1939 a 1945 envolveu muitas nações do mun- fez deles sua marca
do e mudou os rumos da história. registrada. As bolsas
em geral eram a tira
Apesar das regras de racionamento, colo, penduradas ao
impostas pelo governo, que também limitava a ombro para andar de
quantidade de tecidos que se podia comprar e bicicleta; ou também
utilizar na fabricação das roupas, a moda so- as grandes, contri-
breviveu à guerra. buindo para carregar
alimentos. Usavam
A palavra ainda a saia-calça que
de ordem era re- favorecia o uso da bi-
cessão. A silhueta cicleta também.
feminina do final
dos anos 30, mas- Os homens
culinizada em esti- viveram um período
lo militar, perdurou de franca estagnação
até o final dos con- na moda no período
flitos. Foi comum o de guerra.
uso de duas peças,
de dia ou de noite, Os turbantes
confeccionadas em
tecidos simples.
Eram saias justas e
casacos que , para
fugir da monotonia
de tempos de crise,
eram detalhados
com debrum, bolsos
e golas em cores di-
ferentes.
A plataforma e a bicicleta
Tempos de guerra
O fim da guerra em 1945, trouxe nova-
A criatividade que se manifestou no
mente a tranqüilidade e a alegria às pessoas.
período de guerra, contribuiu para solucionar
Nos Estados Unidos, que não viveram os con-
os problemas vividos com a escassez. Não ha-
flitos em seu solo, a indústria estava bem es-
via cabeleireiros disponíveis e os artifícios fo-
tabelecida e é quando surge o Read-to-Wear.
ram muitos, como o uso de turbantes, chapéus,
Esta inovação permitia a produção de roupas
redes e lenços. As bicicletas entraram para
me escala industrial, com qualidade, com liga-
substituir os transportes públicos e as meias de
ção com mas novidades da moda e tamanhos
nylon, também escassas, foram trocadas por
variados por um mesmo modelo.
pastas cor da pele detalhadas com um risco na
parte de trás da perna, imitando a costura das
A Alta Costura sofreu forte impacto
meias.
no período de recessão, mas no pós-guerra
a coisa mudou. Paris conseguiu se reerguer e
recuperar seu prestígio, em boa parte graças
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a um projeto de marketing que funcionou. Foi guerra. Esta proposta foi assimilada pelas mu-
criada em Paris uma exposição chamada Le lheres, que ansiavam pela volta do luxo e da
Théâtre de La Mode que passou por diversos sofisticação perdidos. A proposta contava com
lugares do mundo, com intuito de divulgar em saias rodadas e compridas, cintura fina, om-
pequenas bonecas do tipo Barbie, criações de bros e seios naturais, luvas e sapatos de salto
grandes nomes da época como: Balenciaga, alto. Dior estava imortalizado com o seu “New
Balmain, Dior, Givenchy, etc. Look” jovem e alegre. Era a visão da mulher
extremamente feminina, que iria ser o padrão
As meias de nylon dos anos 50.
voltaram ao guarda roupa
das mulheres e seu con-
sumo foi grande. Surge
também o bikini, a roupa Curiosidade: A história do Biquíni
de banho em duas peças,
criado por Louis Réard e O biquíni (originalmente “bikini”) inven-
assim batizado por conta tado por Louis Réard percorreu uma grande trajetó-
do bombardeio atômico ria até se consolidar como roupa de praia favorita
sofrido pela ilha de Bikini, das mulheres brasileiras. Seu lançamento foi em 26
no Pacífico. de junho de 1946 e causou o efeito de uma verda-
New Look original
deira bomba.
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Anos 50
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“Rainha do lar”
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Linha College
Ava Gardner
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Ela já tra-
zia modelos de rou-
pas e acessórios que
podiam ser trocados, Moda jovem
Barbie original
ou seja, tudo o que
Grandes estilistas de Paris influencia-
pudesse identificar o universo jovem do final dos
ram a moda do mundo, como André Courrèges,
anos 50: vestidos rodados, calças cigarrete e luvas.
Pierre Cardin, Yves Saint Laurent e Paco Ra-
bane. Quanto ao prêt-à-porter, sua assimilação
(Acesse a matéria completa em http://al-
já havia se concretizado e a indústria da moda
manaque.folha.uol.com.br/barbie.htm).
estava muito bem estabelecida. As butiques
contribuíram para a difusão e democratização
das criações dos estilistas, e eram cada vez
em maior número.
Anos 60
Courrèges teve de fato grande expres-
Foi uma década de muitas mudanças
sividade na moda do período, com suas cria-
e muitas adaptações. Os anos sessenta foram
ções de minissaias, minivestidos e suas calças
da cultura jovem, dos estilos variados, do rock
compridas. Ele conseguiu empregar dinamismo
and roll, do homem pisando na lua pela primei-
e modernidade à moda. Pierre Cardin inovou
ra vez, dos movimentos pacifistas do final da
focando no futuro, com propostas espaciais em
década. Foi a década também da moda unis-
macacões de malha, calças justas e muito uso
sex, proveniente do ideal jovem, passando a
do zíper. Saint Laurent abriu sua própria mai-
idéia de coletivo e gerando uniformização.
son nos anos 60 e buscou nas artes inspiração
como o tubinho com desenhos de Mondrian e,
Esta década presenciou uma forte cri-
em 1966 lançou o Le Smoking, roupa inspirada
se na Alta Costura. Notadamente havia a ne-
no tradicional traje masculino, para ser usada
cessidade de mudança e logo ocorreu a expan-
pelas mulheres. A criação é revisitada até hoje
são do leque de produtos, incluindo perfumes,
nas passarelas. Já Paco Rabane, foi o mais
cosméticos e acessórios – responsáveis até
inusitado nesta década, ao utilizar materiais
hoje pelo, praticamente, sustento das grandes
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Estampa Pucci
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Twyggy
Movimento hippie
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Movimento hippie
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marido, Malcon McLaren, líder do Sex Pistols anos70 em decorrência da proposta de se ter
foram grandes nomes do movimento. A estilista uma moda mais acessível, porém com uma as-
tinha uma butique chamada Sex, onde vendia sinatura, com estilo.
diversos artigos com a estética dos punks e
acabou sendo considerada como a “mãe dos Quase virando para os anos 80, muito
punks” e se consagrou como criadora de gran- inspirada pelo filme “Os Embalos de Sábado à
de prestígio até os dias de hoje. Noite” e como uma decorrência do movimento
Glam, surge uma moda ligada às discotecas,
onde John Travolta foi o ícone da nova febre
mundial.
Movimento Punk
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Anos 80
Movimento Punk
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Surgiu nesta
década um conceito
novo: vigorava ago-
ra o Supermercado
de Estilos. Não havia
mais uma fidelidade
extrema a determina-
do grupo e sim uma
liberdade maior de
decisão de quando
Mulher no mercado de trabalho e onde ser cada um
deles. A escolha era
Os avanços tecnológicos da área têxtil
livre e cada um podia
trouxeram como inovação a microfibra, permi- Supermercado de Estilos
ser adepto de vários.
tindo a criação de tecidos, leves e resistentes.
“A falta de identidade
Eles não amarrotavam e secavam muito rápi-
passou a ser a identidade, de acordo com Bra-
do, contribuindo para grande praticidade e ade-
ga (2007, p.101).
quação aos novos tempos. Este tecido ainda é
muito utilizado até hoje graças aos benefícios
A década viveu também uma nova e
oferecidos.
influente referência Belga. A proposta era o
“desconstrutivismo” que visava a desconstru-
Braga (2007, p.100) concluí com louvor
ção para em seguida construir novamente. As
o que foi a síntese dos anos 80: “a maneira de
bainhas ficaram desfiadas e as costuras over-
ser igual entre os diferentes e, ao mesmo tempo,
lock aparentes. O grande nome dessa tendên-
diferente entre os iguais de uma outra tribo”.
cia foi Martin Margiela.
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Anos 2000
RAPIDINHAS
Os anos 2000 entram com um forte
movimento de individualização, também mani- Vida do estilista Christian Dior vira
festo na moda (as crescentes customizações musical
são exemplo disso). Há uma tentativa de busca
pelo estilo pessoal, onde ser diferente é a pro- O produtor Malcolm
posta. Vemos também a valorização do confor- McLaren confirmou durante
to, com peças duráveis e práticas. A tecnologia a semana de moda de Paris
têxtil avança e surgem fibras e tecidos inteli- que está trabalhando na cria-
gentes que agregam em sua estrutura inova- ção de um musical sobre a
dores diferenciais. O tecido TAKE® da Santa vida do estilista francês Chris-
Constância é um exemplo disso. Utiliza o bam- tian Dior.
Dior
bu como matéria-prima e possui um bio agen-
te anti bactericida chamado “bambu kun”, que McLaren contou ao site www.wwd.
mesmo após 50 lavagens continua com suas com que deve finalizar o casting nos próximos
características ativas, ou seja, não permite que meses. O projeto está em andamento há mais
Supermodelos de um ano e tem o nome provisório de The Life
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Coco Chanel chega às telonas no fim Além de ser o primeiro filme sobre a
do ano vida da estilista, o figurino promete ser um dos
principais chamarizes para os fashionistas. A
A moda promete dominar as telonas equipe de produção do filme teve acesso total
esse ano. No fim do ano será a vez de assistir à às coleções Chanel na Maison parisiense.
vida de uma das estilistas mais importantes da
história, Coco Chanel. Coco Avant Chanel traz O filme foi rodado na França e deve
Audrey Tautou no papel da estilista antes de estrear em meados de setembro. A data para
tornar-se reconhecida. O filme é baseado em chegar às telas brasileiras ainda não foi con-
uma das biografias da estilista, L´irrégulière, firmada.
escrita por Edmonde Charles-Roux e publica-
da no Brasil pela Cosac Naify sob o título A Era Notícia publicada em http://moda.ter-
Chanel. ra.com.br/interna/0,,OI3481671-EI1119,00-Co
co+Chanel+chega+as+telonas+no+fim+do+an
O roteiro, escrito por Anne e Camille o.html (Terça, 3 de fevereiro de 2009).
Fontaine, mostra a origem humilde, seu apren-
dizado autodidata até o início da sua carreira
como estilista. “Qualquer mulher que deseja
construir um destino para ela irá se identificar
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Ano da França
no Brasil trará exposição
do estilista nos Centros
Culturais Banco do Bra-
sil de SP, Rio de Janeiro
e Brasília, entre maio e
junho.
Yves Saint Larent
Entre as diversas atividades promovi-
das pelo Ano da França no Brasil 2009, está
a exposição com 40 figurinos do estilista Yves
Saint Laurent, que passará pelos Centros Cul-
turais Banco do Brasil de São Paulo, Rio e Bra-
sília.
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Leitura complementar
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