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PERGUNTA
Nome: Francisco Leiva Neves Carvalho
Enviada em: 29/11/2006
Local: Orós - CE, Brasil
Religião: Católica
Idade: 31 anos
Escolaridade: Superior concluído
Profissão: Professor
RESPOSTA
Prezado Francisco,
Salve Maria,
Ficamos surpresos com sua reduzida mensagem!
O senhor sequer citou a fonte em que baseia sua crítica a uma resposta nossa.
Para quem nos critica de reducionismo, sua reduzida mensagem é no mínimo um paradoxo...
***
Primeiro citemos o trecho que o senhor - que abomina o reducionismo - não copiou em sua
reduzida mensagem:
"17. É por isso de máxima conveniência dispor a celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal
forma que os ministros sagrados e os fiéis, participando cada um conforme sua condição, recebam mais
plenamente aqueles frutos26 que o Cristo Senhor quis prodigalizar, ao instituir o sacrifício eucarístico de
seu Corpo e Sangue, confiando-o à usa dileta esposa, a Igreja, como memorial de sua paixão e
ressurreição27." (http://www.presbiteros.com.br/Liturgia/Missal%20Romano.htm)
Ora, nesse trecho aludido pelo senhor como prova de que a Missa deve ser dita sempre como
ceia e memorial, não há nenhuma imposição, condenação ou anátema àquele que omite uma dessas
características da Missa, como o senhor de maneira espantosa nos atribuiu.
Aliás, há bem poucos documentos pós-conciliares que impõem qualquer obrigação...
Mas, ao contrário, o Concílio de Trento anatematizou àqueles que dissessem que a Missa é só
ceia ou só memorial!
É isso o que mostraremos a seguir.
***
A intenção da resposta ao leitor Peter foi de salientar o caráter propiciatório da Missa.
Pois foi sobre esse ponto principalmente que se deu a polêmica com o omitidor David.
Ninguém discute que na Missa Cristo se faz alimento da alma, e nesse sentido a missa é
também ceia. Mas dizer que a Missa é somente ceia foi expressamente condenado em Trento:
"948. Cân. 1. Se alguém disser que na Missa não se oferece a Deus verdadeiro e próprio sacrifício,
ou que oferecer-se Cristo não é mais que dar-se-nos em alimento — seja excomungado [cfr. n° 938]."
(negritos nossos)
(http://www.montfort.org.br/index.php?
secao=documentos&subsecao=concilios&artigo=trento&lang=bra#sessao22)
2
Viu que grave?
Também não se discute o aspecto memorial da Missa, pois na Missa também se lembra o que
Cristo fez na última ceia e consumou no Calvário. Mas, sobretudo, a Missa é sacrifício real, e é pelo
sacrifício único de Cristo que a Missa nos permite aplacar a ira divina, sendo então propiciatória e
impetratória.
Por isso, também o exagero no aspecto memorial foi condenado em Trento:
"950. Cân. 3. Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de
graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório, ou que só
aproveita ao que comunga, e que não se deve oferecer pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas,
satisfações e outras necessidades — seja excomungado [cfr. n° 940]."(negritos nossos)
(http://www.montfort.org.br/index.php?
secao=documentos&subsecao=concilios&artigo=trento&lang=bra#sessao22)
Que tal? Realçar os aspectos secundários da Missa como ceia e memorial é erro que vai de
encontro aos anátemas de Trento, ou seja, é ir contra as verdades que Deus revelou e que o Concílio
Dogmático exprimiu de maneira inequívoca.
Note que não há nenhum anátema em Trento para quem disser que a Missa é sacrifício
propiciatório e impetratório. O senhor é quem nos anatematizou com sua intolerância pós-conciliar, que
vê num texto comum como o citado motivo de condenação ex-cathedra.
Assim, o aspecto propiciatório da Missa é o mais importante de todos, e é exatamente o que é
negado pelos hereges e atenuado na missa nova de Paulo VI, missa feita pelo maçom Bugnini com a ajuda
de seis pastores protestantes.
Para ficar mais clara nossa ênfase no sacrifício, se estivéssemos debatendo com um
"testemunha de adonai", certamente lhe daríamos as citações bíblicas que provam a divindade de Cristo;
não citaríamos as passagens que mostram a humanidade de Cristo, pois nesse ponto eles concordam. E
nem por isso deveriam nos censurar por não citarmos Cristo dizendo que era menos que o Pai, nos
acusando de reducionismo.
Percebe?
Além do mais, a enorme tentação que se tem hoje é recusar o caráter propiciatório que advém
do sacrifício da Missa, e não os demais. E a missa nova fabricada por Bugnini para Paulo VI contribuiu
dramaticamente para o aumento dessa tendência.
Por isso, convém muito salientar o aspecto de sacrifício propiciatório e impetratório da Missa.
Convinha muito no caso do Peter expor detalhadamente que a Missa é sacrifício, em detrimento de outros
aspectos secundários.
E poderíamos dizer ainda que o senhor foi reducionista, pois a Missa tem quatro fins, que não
aparecem em sua curta mensagem. São fins da Missa: adoração, ação de graças, propiciação e
impetração.
Poderíamos acusá-lo - e com inteira razão - de reducionismo!
E poderíamos também dizer também que só falar em sacrifício é pouco, pois os protestantes
aceitam um nebuloso "sacrifício de louvor"; é preciso esclarecer que o sacrifício da Missa é realmente
propiciatório, o que o senhor não fez, agindo - imagine só - de forma tão reducionista...