Você está na página 1de 15

Educação e Ética

EDUCAÇÃO E ÉTICA
Professor Mestre Márcio Paiva
Supervisor de Ensino pelo Estado de São Paulo
Professor de Física

Licenciado em Matemática, Física e Pedagogia


Docência do Ensino Superior
Pós Graduação em Metodologia do Ensino de Matemática
e Física
Mestre IFABC
Doutorando pela IFSP – Física (2020)

2
Educação e Ética

sumário
Educação e Ética 4

3
Educação e Ética

educação e ética
Ética
Ética vem do grego (ethos), significa modo de ser, caráter, costume.

Filosofia Grega
De acordo com a filosofia grega, significa a morada do homem.
Então os filósofos gregos entendiam que a ética é algo do costume, está dentro
do homem e tem que ser vista do lado de fora, no seu caráter no seu costume, algo
que aprende desde criança com a família e sociedade, e tem que ser transparecido
pra que as pessoas percebam, é o costume, o caráter que para os gregos mora den-
tro do homem, é a questão da ética.

O Ethos – Ética
A ética é o abrigo que confere proteção e segurança aos indivíduos-cidadãos,
aqueles responsáveis pelos destinos da pólis (cidade).
Quando a pessoa tem ética, consequentemente suas ações serão feitas e vis-
tas por todos dentro desta cidade, deste destino chamado pólis.

4
Educação e Ética

Ética

A ética seria produto das Leis exigidas pelos costumes e das virtudes e hábitos
gerados pelo caráter individual dos indivíduos.
Cada indivíduo tem as leis que são de costumes e os hábitos gerados pelo ca-
ráter do individuo e é particular de cada individuo
O mundo do Ethos
• Coletividade (intersubjetividade);
• Indivíduo (subjetividade);
Existem, pois, condicionantes internos (caráter) e externos (costumes) que de-
terminam a conduta do indivíduo.
Sempre tem que ser condicionado a questão do caráter e dos costumes, o ca-
ráter é o interno, o costume é o externo, que nós visualizamos.
A prática do bem e da justiça envolve:

Todavia, a boa conduta poderia ser também determinada pela educação:


• Fornece as regras e ensinamentos morais aos indivíduos;
• Orienta os juízos e decisões dos homens no seio da comunidade;
• Transmite valores acerca do bem e do mal, do justo e do injusto;
• Constitui-se como elemento fundamental para a construção da sociabilidade.

5
Educação e Ética

O indivíduo quando ele tem, ou quando transmite a ética, que ao longo da


jornada da sua vida foi adquirindo por orientação da escola, da família, os valores
agregados é perceptível, pois o seu costume fornece esses ensinamentos, conse-
gue ter essas decisões no meio da sociedade, esses valores acerca do bem e do
mal. Porque hoje trabalhamos essa ideia de ética, porque infelizmente na sociedade
precisa ser desenvolvida essa concepção de ética em todo seio da sociedade, ser
trabalhada para que habilidades e competências do aluno sejam desenvolvidas no
seio da educação.
A educação estaria, por conseguinte, na base do esforço para fazer do homem
um indivíduo um homem bom e do sujeito, um cidadão exemplar.
A formação moral os indivíduos serve também de auxílio à formação do cida-
dão em sua dimensão política.

A ética e a politica fazem parte desse conceito.

Como o homem, em seu agir moral, é, ao mesmo tempo, produto da natureza


e da cultura, e ethos (ou moral), segundo alguns pensadores gregos (Platão, Aristó-
teles, Epicuro), serviria para regular os apetites humanos e controlar as suas inclina-
ções mediante o uso da razão (logos).
A função do ethos é promover a excelência moral, ou seja, a prática das virtudes.
O exercício das virtudes tem como fim último a felicidade (agir com sabedoria
= ser justo e bom).

Hoje podemos dizer que há uma distinção entre ética e moral:

A ética é um estudo, uma reflexão sobre o bem, a justiça, o que é certo e errado;
A moral refere-se às nossas ações e condutas no mundo

6
Educação e Ética

Essa imagem trata um pouco do que se fala, como a moral refere-se às nossas
ações e condutas no mundo, então a concepção do que é moral e ético vem de uma
reflexão sobre nossa ação. Se eu não provar com minhas ações que tenho ética ja-
mais eu terei, não preciso dizer que tenho ética, preciso apenas mostrar com minhas
ações o quanto sou ético, isso é moral.
A ética trata do comportamento do homem, da relação entre sua vontade e a
obrigação de seguir uma norma, do que é o bem e de onde vem o mal, do que é certo
e errado, da liberdade e da necessidade de respeitar o próximo.
Isso é uma questão de ética comportamental do homem, tratando-se de ética é
preciso diferenciar as questões apontadas acima.
A ética revela que nossas ações têm efeitos na sociedade e que cada homem
deve ser livre e responsável por suas atitudes.
A responsabilidade moral exige a necessidade de o homem decidir de forma
livre e autônoma.
A ética revela as ações e efeitos que a sociedade tem entre o homem ser livre
e ser responsável pelas próprias atitudes, de maneira em que ele consiga decidir de
forma livre e autônoma as suas responsabilidades.

Moral
Conjunto de regras, princípios e valores que determinam a conduta do indivíduo.

7
Educação e Ética

Mundo de valores:

Ouvimos pessoas dizer que são éticas, mas suas ações não mostram que ela seja
uma pessoa ética, não precisa dizer, sim provar ser ético através de suas ações, isso
chamamos de moral. Um completa o outro, ética como reflexão e moral como ação, am-
bos atrelados.
• Moral:
- Instrumento fundamental para a instauração de um viver em conjunto;
- Base para a construção do mundo político;
- Condição necessária para a sobrevivência da espécie humana;

• Questão central da ética:


- Como devo agir em relação aos outros?

• A ética revela que:


- Nossos valores têm uma origem histórica;
- A justiça é a principal das virtudes;
- Cada moral é filha do seu tempo;
- Devemos adequar nossas vontades às obrigações sociais;
- A moral envolve a relação entre o particular e o geral;

8
Educação e Ética

A ética transmite, revela, exatamente os valores que nós adquirimos ao longo da


nossa trajetória enquanto vida.
As transformações econômico-sociais, bem como as mudanças que se operam no
seio de uma cultura, impõem desafios aos sujeitos morais, uma vez que fazem surgir o
problema referente à oposição entre relativismo (particular) e universalismo (geral).
Então é necessário pensar nessa situação, nessa transformação econômica so-
cial, como será trabalhada essa ideia, nossa sociedade tem diversas culturas, o que é
moral e ético para um não é para outro. Como respeitar esse cidadão, essa diversidade
cultural? Ficam as questões: qual base fundamental para ser trabalhado a ética? O que
é ética na verdade? É um costume, uma característica? Que ponto é necessário abordar
esse sistema pensando em sociedade e em transformações econômicas e sociais.

• O problema entre universalismo e relativismo se expressa da seguinte forma:


- Como uma norma moral pode adquirir validade universal?
- Por que os valores e os princípios morais variam nas diferentes sociedades?
- Como posso adequar a liberdade da minha vontade às obrigações determina-
das pela lei?
- Como encontrar um equilíbrio entre a responsabilidade moral e os impulsos,
desejos e inclinações que constituem a nossa condição humana?

Ao enfrentar essas questões, a ética se revel como a teoria acerca do comporta-


mento moral dos homens em sociedade, ou seja, ele trata dos fundamentos e da nature-
za das nossas atitudes normativas.
O desenvolvimento moral de uma sociedade, bem como aquele concernente aos
indivíduos, depende não apenas do interesse coletivo, mas igualmente da vontade de
cada um.

9
Educação e Ética

E ética se ocupa também do problema que envolve a relação entre direitos e


deveres, uma vez que a obrigação moral supõe a liberdade de escolha (direitos) e,
ao mesmo tempo, a limitação dessa liberdade (deveres).
Quando trabalhamos a ideia de ética entendemos que temos direitos mas tam-
bém temos deveres, nós queremos só os direitos e não os deveres, se não fazemos
com que cumprimos nosso papel em que ponto esta nossa ética, essa ética que te-
nho que trabalhar e desenvolver nos alunos.

‘ Não existem normas acabadas, definitivas:


• A moral muda de acordo com as sociedades, a história, a cultura.
Tratando sobre ética ou sobre moral temos que entender qual é essa diversi-
dade cultural, porque a moral que são os costumes vão de acordo com a história e
cultura da região, de repente o é que moral e um costume pra nós, pra outros povos
pode ser algo natural, que é outro costume, temos que saber diferenciar a ética e a
moral que fazem parte dentro de um contexto educacional.
A moral de impõe como a condição fundamental para a prática das virtudes e o
exercício da cidadania e do respeito aos direitos fundamentais.
O ethos (moral) é a condição de existência dos valores de liberdade, responsa-
bilidade, justiça, solidariedade, respeito e entendimento mútuos.
O desrespeito a tais direitos por parte do Estado, de Instituições ou pessoas,
gera exclusão, marginalização e violência.

10
Educação e Ética

A violência surge quando o homem é tratado como uma coisa, como algo su-
pérfluo ou sem importância.

“A justiça é aquilo em função do qual se diz que o homem justo pratica, por es-
cola própria, de maneira a dar o que é igual de acordo com a proporção” (Aristóteles).
• Sem o princípio de justiça, não pode haver sociedade;
• Quando a sociedade é regida pela justiça, torna-se possível instituir um cli-
ma de confiança nas instituições e de liberdade entre os indivíduos;
• A justiça é o pressuposto de um viver solidário, responsável, fraterno.
• Quando a justiça deixa de ser praticada, os indivíduos ficam sujeitos à ano-
mia, ao arbítrio, à violência, á barbárie;
• A justiça é, antes de tudo, um valor moral, podendo, ainda, se concebida
como o principal fundamento da vida em sociedade;
• A justiça é, também, uma virtude que deve ser praticada por todo sujeito
moral, já que sem ela torna-se impossível o exercício dos direitos fundamentais e de
cidadania.
Como consequência à cidadania o cidadão precisa ter como prática essa justiça, es-
ses valores morais que são concebidos ao processo de sua vida.

11
Educação e Ética

As pessoas, que têm a responsabilidade de cuidar/educar crian-


ças nesta faixa etária, desempenham um papel fundamental no
processo de desenvolvimento infantil, pois servem de intérpretes
entre elas e o mundo que as cerca. Ao nomearem objetos, orga-
nizarem situações, expressarem sentimentos, os adultos estão
cooperando para que as crianças compreendam o meio em que
vivem e as normas da cultura na qual estão inseridas. Portanto,
os diferentes profissionais envolvidos na Educação Infantil têm
uma importante tarefa a cumprir, na tentativa de contribuir para
um desenvolvimento agradável e sadio. São, portanto, mediado-
res entre a criança e o meio ambiente (FELIPE, 1998, p. 8).

Felipe é um grande pesquisador, fez pesquisas embasadas dentro de uma éti-


ca para uma educação infantil, que demonstra a importância dos professores da edu-
cação infantil, o papel fundamental de desenvolvimento ações que levem a criança
a praticar a justiça, a desenvolver essa ética que foi trabalhada dentro da sua família
colocando em prática essa moral e justiça dentro do ambiente escolar.
Garanhani (2010, p.193-195), fundamentada em Canário, explicita quatro di-
mensões essenciais para o professor da Educação Infantil. São elas: professor “é
um analista simbólico”, o professor “é uma profissional da relação”, o professor “é um
artesão” e o professor “é um construtor de sentido”.

Professor analista simbólico


Além de conhecer as características do aprendizado e desenvolvimento das
crianças e dominar os conteúdos que precisam ser sistematizados com estas, co-
nhece e compreende a prática social em que estas estão inseridas e, a partir disso,
seleciona e trabalha com conteúdos e metodologias adequadas a esta realidade.

Professor profissional da relação


Entende que toda criança tem uma história pessoal, que seu desenvolvimento
ocorre numa dimensão cultural, na qual ele e a criança estão inseridos. Portanto, o
professor deve estar atento e respeitar as individualidades e características de cada
criança nas interações.

Professor artesão
É o que inventa e reinventa práticas que sistematizem os conhecimentos pro-
duzidos e acumulados historicamente, adequadas às características dessa faixa etá-
ria.

12
Educação e Ética

O professor construtor de sentidos


Organiza suas práticas considerando o que a criança expressa, através de
diferentes linguagens, a respeito das situações, práticas e fatos que vivencia. A es-
pecificidade da docência a Educação.
Segundo Garanhani (2010, p.196):

Ser docente na Educação Infantil, com base no perfil apresenta-


do, é ter sempre uma atitude investigativa da própria prática e,
consequentemente, fazer a sua elaboração por meio de um pro-
cesso de contínuo de formação. É ter o compromisso com a pro-
fissão escolhida e consciência de que suas intenções e ações
contribuem na formação humana de nossas crianças ainda pe-
quenas. Formação humana que se faz pelo acesso aos saberes,
conceitos e práticas de nossa sociedade e que se apresentam
como ferramentas de trabalho, pelo respeito às condições de
aprendizagem que se faz pela oferta de possibilidades educa-
cionais e, por fim, a clareza de que a professora da pequena
infância é uma das profissionais responsáveis por proporcionar
a conquista de autonomia e da construção de identidade das
crianças pequenas do nosso país.

Perfil profissional que independe do tipo de docência: multidisciplinar ou es-


pecializada, para crianças, jovens ou adultos (segundo LDB) traça um artigo 13. Os
docentes incumbir-se-ão de:
I. Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III. Zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV. Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendi-
mento;
V. Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar in-
tegralmente dos períodos dedicados ao planejamento;
VI. Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e à
comunidade.

13
Educação e Ética

Avaliação
Ética no cotidiano

Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais, somos


também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; so-
mos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os
impulsos a que cedemos, sem querer (S. Freud).

14
Educação e Ética

15

Você também pode gostar