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TRANSCRIÇÕES PARA

UKULELE SOLO

Quatro Cordas e Inúmeras Possibilidades 

 
Aline Kelly Guimarães‐Silva 
Orientação: Tabajara Sant’Anna Belo e Vinícius de Moura Vivas 
 
Este material refere‐se ao Trabalho de Conclusão do Curso de Música – 
Licenciatura,  do  Departamento  de  Música,  do  Ins tuto  de  Filosofia, 
Artes e Cultural, DEMUS‐IFAC‐UFOP, apresenta a transcrição de peças 
para ukulele solo.     
                       
                        Ouro Preto | 2017 
   
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

 
 

TRANSCRIÇÕES PARA
UKULELE SOLO 
 

Aline Kelly Guimarães‐Silva 

  ukemaniak@gmail.com  

Orientação 

Prof. Tabajara Sant’Anna Belo  (DEMUS/UFOP) 
 
Prof. Vinícius Moura Vivas (CAp/UFRJ) 
 
 

Trabalho  submetido  ao  Departamento  de 


Música,  do  Instituto  de  Filosofia,  Artes  e 
Cultura  da  UFOP,  como  requisito  parcial  para 
conclusão do curso de graduação em Música – 
 
Licenciatura.  
 
 
  Este material não deve ser vendido.  

Autorizo a cópia deste material para fins didáticos.  

   
http://www.facebook.com/ukemaniak   

http://www.youtube.com/ukemaniak    

   

Ouro Preto (2017) 

 

TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO


QUATRO CORDAS E INÚMERAS POSSIBILIDADES

Sobre Mim 
 
   
 
Estudei piano quando criança, me interessei ainda mais na adolescência. Por algum motivo desta vida, fui 
estudar Química. Mas algumas alquimias antigas não nos abandonam, e a promessa de antes ficou assim: 
“ainda compro um piano!”. Nas voltas que o mundo dá, o universo costuma conspirar a nosso favor, um 
ajuste aqui outro acolá, um esforço para algumas coisas acontecerem, e nessa química musical, cá estou 
eu com um trabalho de conclusão de curso que tem sido, pra mim, o começo de algo novo.  

O piano tem todas as possibilidades de redução de uma orquestra inteira, toda a elegância de um piano 
por  si  só.  Meu  primeiro  instrumento  e  o  fio  condutor.  Mas  eu  sempre  quis  ter  um  instrumento  que 
pudesse levar comigo e que pudesse tocar onde quer que eu fosse. E daí veio a segunda paixão musical – 
o  ukulele.  Instrumento  bastante  versátil  em  vários  aspectos:  pequeno,  leve,  fácil  transporte,  preço 
acessível (o lema é: só mais um!1), bastante interessante para se utilizar com crianças nos processos de 
musicalização,  um  instrumento  harmônico  e  melódico.  A  veia  de  pesquisadora  me  fez  buscar  mais 
informações  sobre  o  instrumento  e  neste  caminho  a  gente  esbarra  em  pérolas  como  James  Hill,  Jake 
Shimabukuro, Herb Ohta‐San, Kimo Hussey, Tobias Elof, Sarah Maisel, Kalei Gamiao, só pra citar alguns 
que venho acompanhando, e no Brasil destacam‐se Vinícius Vivas e João Tostes (ver Anexo). Arranjos e 
transcrições desses músicos me fizeram perceber que assim como piano, apesar de ter apenas quatro 
cordas,  o  ukulele  é  um  instrumento  com  possibilidades  incalculáveis.  E  a  curiosidade  e  interesse  pelo 
instrumento aumentava a cada dia. Conduzindo a este trabalho! 

Durante  os  primeiros  meses  com  o  instrumento  recebi  do  Prof. 


Guilherme  Paoliello2  (DEMUS/IFAC/UFOP)  algumas  transcrições  e 
adaptações feitas por ele para ukulele solo e duo, que me ajudaram 
muito  no  processo  de  introdução  da  linguagem  instrumental  no 
ukulele, digitação, posicionamento de mão, sonoridade, como eram 
construídas as transcrições. Afinal de contas, era e tem sido o caso 
de uma pianista se aventurando no mundo das cordas dedilhadas. 
Assim,  quando  resolvi  reunir  o  material  recebido,  considerei  a 
possibilidade  de  contribuir  de  maneira  ativa  com  a  produção  de 
transcrições  originais  para  o  instrumento,  propondo,  no  âmbito 
brasileiro,  uma  iniciativa  pioneira  na  elaboração  de  um  material 
voltado para o ensino e performance do ukulele. 

                                                            
1
 “Só mais um!” Lema comumente utilizado entre os ukulelistas, vem do inglês “Just One More!” 
2
 Guilherme Paoliello professor associado do Departamento de Música, Instituto de Filosofia Artes e 
Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto. 

 
 

Proposta do Material 
 
   
 
A  transcrição  musical  é  uma  prática  recorrente  na  música,  refere‐se  ao  processo  de 
“reelaboração musical”,  assim como as práticas de arranjo, orquestração, redução e adaptação, 
onde desenvolve‐se uma composição a partir de um material pré‐existente, procurando guardar 
maior ou menor grau de interferência em relação ao material original. (Pereira, 2011; Ribeiro, 
2014) 

É comum o processo de utilização do repertório para fins didáticos e aquisição de habilidades 
técnico‐musicais. Vários compositores abordam diversos aspectos da execução instrumental a 
partir de peças didáticas, introduzindo fundamentos técnicos e interpretativos.  

A  proposta  é  reunir  transcrições  para  ukulele  solo,  apresentando  a  tablatura  e  a  partitura, 


contendo ainda um material suplementar, que pontue acerca de ferramentas e eventos musicais 
relativos à prática instrumental do ukulele solo.  Sendo assim, o presente trabalho apresenta 
uma  abordagem  em  que  o  repertório  atua  como  mediador  para  questões  técnicas  e 
interpretativas na prática instrumental.  

Pessoalmente,  o  processo  de  elaboração  das  transcrições  demonstrou  ser  um  ótimo 
aprendizado musical com o ukulele e por meio dele, demandando etapas de análise musical com 
reflexões  de  aspectos  relevantes  de  cada  obra  estudada:  reconhecimento  de  questões 
estilísticas, idiomáticas, formais e desdobramentos didáticos. Além das transcrições, pensei no 
processo de estudo de cada peça, tendo como ponto de partida a minha vivência instrumental. 
Busquei  um  estudo  que  me  permitisse  gravar  vídeos  executando  as  peças  após  algumas 
semanas de envolvimento com cada uma delas, e também a identificação de elementos musicais 
necessários na construção da linguagem instrumental de uma forma geral. Uma abordagem que 
promovesse a sustentação de novos horizontes musicais,  viabilizando um aprendizado técnico 
a partir do repertório, tanto para mim quanto para outros interessados nesse conteúdo. 

As  partituras  foram  preparadas  no  MuseScore3,    software  gratuito  de  notação  musical  com 
ferramentas  para composição e reprodução de partituras. 

   

                                                            
3
 MuseScore 2 – software de notação musical gratuito, disponível em : https://musescore.org/pt‐br  

 

TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

Agradecimentos 
 
   
 
Agradeço a Deus e ao Universo, a esta força interior que nos impulsiona em busca 
de nossos sonhos. Agradeço minha família por todo apoio e carinho, todo amor e 
confiança,  meus  pais  Ana  Maria  e  Manoel  Carlos  (in  memorian)  e  meus  irmãos 
Daiane Celly e Alysson Levy, ao meu marido em especial agradeço por todo amor 
e paciência, acho que estou me tornando mesmo uma musicista, e este perfil não 
necessariamente fazia parte do pacote inicial. Ao professor Guilherme Paoliello por 
ter plantado esta semente, aos professores Tabajara Belo, Teresa Castro e Vinícius 
Vivas  por  terem  me  auxiliado  neste  processo.  Aos  amigos  e  incentivadores 
João Tostes,  Mateus  Augusto,  Fernando  Novais,  Fernando  Ramires,  Samer  Ali, 
Anderson  Daher,  Rodrigo  Lana,  Adriana  Trópia,  Michele  Freitas,  Laura  Arashiro, 
Décio Rocha, Altamir Kzma, João Daniel e muitos outros.  

Muito obrigada! À toda comunidade do ukulele – Aloha! 

“mas é preciso ter manha

é preciso ter graça

é preciso ter sonho sempre

quem traz na pele essa marca

possui a estranha mania de ter fé na vida”

Fernando Brant
 

   

 

 

Sumário 
 
   
 
 

 
 

Sobre Mim ..................................................................................................................................... 1 
Proposta do Material .................................................................................................................... 2 
Agradecimentos ............................................................................................................................ 3 
Sumário ......................................................................................................................................... 4 
Ukulele e a Literatura em Português ............................................................................................ 5 
Notação ......................................................................................................................................... 8 
Transcrições para Ukulele Solo ................................................................................................... 10 
Valsa Carulli, Opus 241 – F. Carulli | Manuscrito G. Paoliello................................................ 10 
Andantino (M. Carcassi) ......................................................................................................... 13 
Game – Jeux – Jogo , Opus 39, n° 5 (D. Kabalevsky) .............................................................. 18 
Zangou‐se o Cravo com a Rosa, Cirandinhas n° 1 (Heitor Villa‐Lobos) .................................. 22 
Valsa (F. Carulli) – p. 11 .......................................................................................................... 28 
Estudo em Mi Menor – Transposto para Cm (F. Tárrega) – p.27 ........................................... 28 
Lições com Schumann, baseado na melodia do Op 68, n° 6 (R. Schumann) – p. 28 ............. 28 
Träumarei Opus 15, n° 7 (R. Schumann) – p. 31 .................................................................... 28 
Considerações Finais ................................................................................................................... 36 
Anexos ......................................................................................................................................... 38 
Referência Bibliográfica .............................................................................................................. 52 
  

   

 

TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

Ukulele e a Literatura em Português 
 
 
O ukulele é instrumento bastante versátil e tem sido cada vez mais difundido. No entanto, ainda 
há  pouco  material  sobre  ukulele  disponível  no  Brasil,  não  é  fácil  encontrar  referências  em 
português,  tanto  no  que  diz  respeito  a  informações  gerais  quanto  material  didático  ou 
publicações acadêmicas. Existem opções interessantes no exterior, mas não são de fácil acesso 
no  Brasil,  algumas  apenas  por  importação  e  em  muitos  casos  com  preços  elevados  quando 
chegam  até  aqui,  outras  em  formato  de  ebook,  mas  também  não  estão  disponíveis  em 
português.  

Figura 1 – Ukulele: informação geral ‐ tamanhos, afinação e tessitura. 

Os  primeiros  trabalhos  acadêmicos,  abordando  o  ukulele,  publicados  no  Brasil  foram 
desenvolvidos por João Daniel da Costa4 e Vinícius de Moura Vivas5 (ver Anexo). Ambos tratam 
principalmente do ukulele no ensino de música coletivo e aprendizagem de acompanhamento 
harmônico.  

                                                            
4 João Daniel – http://www.joaodaniel.com.br   
5 Vinícius Vivas ‐ https://www.facebook.com/AulaDeUkuleleViniciusVivas/   
  High G – Sol Agudo; Low G – Sol Grave 


 
 

João  Daniel  desenvolveu  uma  pesquisa  sobre  as  possibilidades  e  desafios  do 
ensino coletivo de música através do ukulele em seu trabalho de conclusão do curso 
da  graduação  (Costa,  2013;  Costa  e  Adeodato,  2013).  Atualmente,  realiza  seu 
projeto de Mestrado em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 
onde  continua  a  investigação  do  uso  ukulele  como  ferramenta  para  o  ensino 
coletivo de música, a partir de um estudo de caso no ensino fundamental da rede 
municipal de Guarapari‐ES (Costa e Álvares, 2015) 

Vinícius  Vivas  é  autor  da  Dissertação  de  Mestrado  “O  uso  do  ukulele  na 
aprendizagem  de  acompanhamentos  harmônicos  no  processo  de  musicalização: 
estudo de casos com alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do 
Rio  de  Janeiro”.  Possui  diversos  vídeos  publicados  no  Youtube,  Facebook  e 
Instagram:  performances,  aulas,  vlogs  e  demonstrações  de  instrumentos  e 
encordoamentos. Idealizador da Semana do Ukulele6 e do Curso Online de Levadas 
Brasileiras para Ukulele7. 

Outras publicações encontradas: 

Dedilhando o Ukulele (Delneri, 2011) método desenvolvido durante o projeto 
“Valiosos  Sons  Brasileiros”,  contemplado  pela  FUNARTE  /  Ministério  da  Cultura. 
Material  idealizado  por  Sheyla  Yatsugafu  em  uma  parceria  com  o  violonista 
Celso Delneri, que foi responsável pelo desenvolvimento didático do material. 

Ukulele  para  Iniciantes  (Moura,  2015),  material  compilado  e  elaborado  por 


Tadeu Moura, o foco principal do material são acordes no ukulele. 

Ukulele para Leigos, disponível em português pela Editora AltaBooks, tradução 
do livro Ukulele for Dummies (Wood, 2011), apesar de haver considerações quanto 
a  tradução  de  alguns  termos,  o  livro  apresenta  um  conteúdo  relevante  para 
iniciantes. 
Existem também algumas apostilas digitais, sites e canais no YouTube que disponibilizam 
material para ukulele, tutoriais e informações gerais sobre instrumento (ver Anexo). 

                                                            
6
 Semana do Ukulele – Disponível em : http://www.semanadoukulele.com.br     
7
 Curso Online de Levadas Brasileiras para Ukulele – Disponível em : http://uketo.ca/ukelevadasbr  


 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

 

Notação 
Noções Básicas 

Optamos pela tablatura pois esta auxilia na leitura e digitação da mão esquerda, além disso, os 
editores de partituras atualmente permitem também a identificação do ritmo. A questão da digitação 
da mão direita ainda é uma questão a ser melhor abordada.   

 

TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

   

 

Transcrições para Ukulele Solo 
Valsa Carulli, Opus 241 – F. Carulli | Manuscrito G. Paoliello8 

                                                            
8
  Primeira transcrição que estudei e foi elaborada pelo Prof. Guilherme Paoliello (DEMUS‐UFOP).  

10 
 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

Reflexões sobre o processo de transcrição 

Barbeitas  (2000)  cita  três  acepções  da  palavra  transcrição:  (1)   o  processo  de  alteração  de 
instrumentação, reescrever uma música utilizando outro ou outros instrumentos; (2) a reescrita 
de  obras  em  notações  antigas  para  notações  modernas;  (3)  como  também,  pode  estar 
relacionada a notação de obras que ainda não foram escritas.    

Dentro desta concepção o ato da transcrição se justifica em busca de uma expansão de repertório 
instrumental, ou mesmo  experimentação  de outras roupagens sonoras que acrescentem uma 
nova interpretação a determinada obra. Em outros casos, transcrições são necessárias em função 
da  instrumentação  disponível  para  se  trabalhar.  Pode  ser  amplamente  utilizada  no 
desenvolvimento de material didático para educação musical – adaptação de peças para alunos 
ou  propostas  de  novos  materiais.  Temos  ainda  o  registro  de  músicas  da  tradição  oral  ou  de 
interpretações de músicos renomados, nos casos de materiais que ainda não foram escritos. A 
transcrição não serve apenas à “música clássica”, serve a música de forma geral, tanto na prática 
como no registro textual. 

O  processo  de  transcrição  pode  ser  associado  à  tradução  de  uma  língua  estrangeira, 
Barbeitas (2000) apresenta esta reflexão em seu artigo da Per Musi e a definição do Dicionário 
Grove de Música também considera esta analogia. Uma boa tradução exige conhecimento do 
idioma  e  suas  expressões  idiomáticas,  contexto  geral  do  texto,  contextos  sociais  e  culturais, 
período  histórico,  entre  outros  detalhes  específicos  da  área.  A  partir  de  toda  esta  bagagem  é 
possível interpretar um texto e realizar uma tradução que condiz com o sentido original. 

O mesmo ocorre no processo de transcrição musical – não devemos transferir nota a nota de um 
instrumento para o outro. É preciso compreender o discurso musical – a música é uma forma de 
linguagem – , onde cada instrumento, cada estilo musical, período, apresenta seus idiomatismos 
que precisam ser levados em consideração.  

Cada  transcrição  tem  um  propósito  em  si.  Para  respeitá‐lo  precisamos  entender  também  o 
propósito da obra original que será transcrita. Logo, uma das primeiras etapas de uma transcrição 
é  uma  avaliação  de  aspectos  relevantes  da  música  que  será  transcrita:  analisar,  entender  e 
interpretá‐la – saber como reorganizá‐la em uma nova proposta.  

Reflexão ‐ Análise da obra musical é o elemento chave do processo de transcrição. 

Duas características do ukulele que devemos considerar antes de iniciar uma transcrição: 

B afinação (no caso da afinação tradicional GCEA – High G, afinação reentrante); 
B tessitura.  
 
Afinação reentrante onde a 4ª corda é mais aguda que a 3ª corda, penso como aproveitar desta condição, a 
possibilidade de usar campanella,  melodia na 1ª e 4ª corda, nota pedal na corda superior usando polegar, 
etc. Não é uma afinação linear como no violão, por exemplo, segundo a lógica de Jake Shimabukuro9, é como 
se pudéssemos pensar em um ukulele com 3 cordas e duas oitavas de extensão (Tessitura).  
 

                                                            
9
 Bach & Friends, Jake Shimabukuro – Michael Lawrence Films: https://youtu.be/qMKgIBBVDBA  

11   
Alguns dos parâmetros observados durante as transcrições foram: tessitura, tonalidade, forma, 
textura, harmonia, aspectos relevantes do ponto vista melódico, harmônico e rítmico. A partir desta 
avaliação alguns dos recursos adotados na transcrição para ukulele são:  
Alteração de oitava (parcial ou total) 
Alteração de tonalidade 
Ajustes melódico‐rítmicos 
Reorganização harmônica 
Adaptação de articulação (staccato, ligados, etc) 

Transcrição implica em interpretação e seleção, escolha de qual mensagem e como ela será transmitida. 

Análise  musical  proporciona  um  entendimento  da  obra  com  a  qual  estamos  lidando, 
reconhecendo suas características principais, o que deve ser preservado, o que pode ser omitido, 
não  comprometendo  a  mensagem  musical  a  ser  transmitida.  Por  vezes,  em  função  de  um 
propósito  específico  de  uma  dada  transcrição,  parte  de  uma  informação  musical  precisa  ser 
reconsiderada, seja por idiomatismos instrumentais ou mesmo por preferência estética pessoal. 
Assim, deve ser estabelecido um parâmetro de escolha e seleção de material, que será baseado 
nesta avaliação prévia e conhecimento da música. 
 
Gontarski (2008)10 :  Toda e qualquer mudança que  façamos nesse tipo de repertório imprime nele um 
pouco  de  nossa  bagagem  musical  e  sentimentos  aumentando  assim  nossa  cumplicidade  com  o 
repertório. Mesmo que ao fazer nossa adaptação decidamos por mudanças de tom, de abertura de 
acordes ou qualquer outra alteração, o importante é que saibamos o porque de termos tomado tal 
decisão. 
 
Gloeden  e  Morais  (2008)  :  Uma  transcrição,  por  mais  idiomática  que  seja,  apresenta  um  dilema  de 
interpretação ao constituir‐se em uma forte intervenção do intérprete em uma obra musical, muitas 
vezes de maneiras não imaginadas pelo seu autor. Acreditamos que a tensão estabelecida por esse 
dilema seja a própria fonte da riqueza do procedimento, que explicaria a longevidade da transcrição.  
 
Mammi  (1999)11  :    (...)  toda  transcrição  comporta  a  seleção  de  elementos  sonoros  considerados 
significativos, e a exclusão de outros considerados irrelevantes, seleção que, em grande parte, não 
é anterior a escrita. A partir de um único evento sonoro é possível escrever partituras diferentes, e 
cada  uma  representa  uma  forma  musical  diferente,  não  apenas  uma  transcrição  diferente  da 
mesma forma. A notação, portanto, é um elemento formante das obras, influi sobre ela e é por ela 
influenciada. 

Serão  apresentadas  algumas  das  transcrições  elaboradas,  onde  foram  selecionadas  três 
transcrições  para  apresentar  um  relato  sucinto  e  objetivo  de  alguns  aspectos  relevantes  que 
foram  observados.  A  ideia  é  que  aproveitar  elementos  de  cada  peça  em  um  estudo 
complementar para criar uma linguagem instrumental a partir de um repertório escrito. Os vídeos 
com execução preliminar destas peças estão disponíveis no YouTube12 .

                                                            
10
  Apesar  de  sua  citação  estar  relacionada  a  um  repertório  específico  (transcrições  de  alaúde  para  violão),  esta 
afirmativa é válida para qualquer processo de transcrição musical. 
11
  Artigo sobre notação musical e transcrição de obras antigas ‐ a citação apresentada mostra a opinião do autor 
sobre transcrição, abordando a questão da seleção e escolha de material relevante pelo músico transcritor. 
12
  Ukemaniak – YouTube: http://www.youtube.com/ukemaniak  
Playlist com transcrições para ukulele solo  ‐ http://uketo.ca/ukeaktranscr   12 

 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

Andantino (M. Carcassi) 
 

Matteo Carcassi, compositor e violonista italiano (1792 ‐ 1853) 

Peça  composta originalmente para violão, trabalha  a condução  melódica em terças, sextas e 


décimas no violão tendo o sol (G) como nota pedal na tonalidade de C maior. Esta digitação é 
construída a partir da alternância do polegar (p) e do par indicador‐médio (i m) – Figura 2. 

 
Figura 2 – Digitação da mão direita nos primeiros compassos – estudo aplicado nas cordas soltas. 

    Forma – Andantino em C maior (Carcassi) 
Seção  Compassos  Distribuição dos Intervalos   
1  1 – 4  Sexta 
5 – 8  Décima 
9 – 12  Sexta 
13 – 16  Décima 
2  17 – 20  Terça 
21 – 24  Variado 
25 – 28  Sexta 
29 – 32  Décima 
 

A transcrição desta peça exige uma decisão: manter a tonalidade de C maior aproveitando a 
nota sol (G) como corda solta, mas alterar os intervalos de décimas por intervalos de terças;  
alterar  a  tonalidade  ou  ainda  explorar  outra  afinação  na  4ª  corda  em  busca  de  uma  melhor 
digitação.  No  ukulele,  o  aproveitamento  da  corda  solta  (G)  como  nota  pedal  se  mostra  um 
recurso apropriado para este tipo de peça. Nesse caso, optamos pela alteração do intervalo de 
décima e a manutenção da tonalidade original. 

Uma  breve  avaliação  da  peça  mostra  que  podemos  focar  nos  elementos:  movimentação 
alternada (p) x (i m); intervalos de terça e sexta no ukulele; condução de frases; diferenciação 
de vozes – a repetição da nota sol das notas responsáveis pela condução melódica.  Com relação 
a forma (A A B A), os compassos 1‐8 (A) representam 75% da peça, os outros 25 % estão nos 
compassos 17‐24 (B). Recomenda‐se um estudo seccionado de 4 em 4 compassos, considerando 
a  forma  da  peça.  Trabalhando  dinâmica  para  contraste  das  repetições  de  A,  temos  mais  um 
elemento a ser considerado. 

 
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O  material  suplementar  mostra  intervalos  de  terça  e  sexta  no  ukulele  em  diferentes 
combinações das cordas, na tonalidade de C maior.  Como sugestão, este estudo de intervalos 
de terça e sexta pode ser explorado em outras tonalidades. É muito importante saber identificar 
os  intervalos  com  tranquilidade  no  instrumento,  isto  faz  parte  da  construção  da  linguagem 
instrumental. 

 
Figura 3 – Exemplo de música que pode ser executada com intervalos de terças e sextas em sua introdução. 

 
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Game – Jeux – Jogo , Opus 39, n° 5 (D. Kabalevsky) 
 

Dmitriv Kabalevky, compositor e pianista russo (1904 – 1987) 

Esta peça, composta originalmente para piano, apresenta um movimento contínuo em um fluxo 
de  uma  nota  por  tempo  (em  semínimas)  com  arpejos  ascendentes  e  descendentes,  na 
tonalidade de Bb maior. Quanto à sua forma, inicialmente podemos senti‐la como sendo apenas 
uma única seção, mas uma investigação em sua construção, observando o padrão dos arpejos e 
harmonia,  podemos  identificar  3  seções  e  suas  subdivisões,  que  podem  nos  orientar  nos 
estudos, usando destas divisões para segmentar o estudo da peça. 

Forma – Opus 39, n. 5 (Kabalevsky) 
Seção  Compassos  Formação dos arpejos 
1  1 ‐ 4  Arpejos descendentes 
5 ‐ 8  Arpejos ascendentes concluindo com um arpejo descendente 
2  9 ‐ 10  Arpejo ascendente + Arpejo descendente (a cada dois compassos) 
11 ‐ 12  o ponto culminante da melodia nota Lá no compasso 13  
13 ‐ 14  (Corda A, Casa 12) 
3  15 ‐ 18  Arpejos ascendentes 
19 ‐ 22 
 

Nesta transcrição para ukulele focamos nos arpejos, onde optamos por uma reinterpretação a 
partir do arpejo harmônico, deixando que haja uma sobreposição das notas, que permita uma 
percepção harmônica, ao invés de utilizar a articulação do staccato como na partitura original. 

Arpejo: notas de um acorde tocadas separadamente. 

O material suplementar mostra o campo harmônico de Bb maior (em tríades e tétrades). Uma 
sugestão  de  estudo  a  partir  da  peça  de  Kabalevsky,  é  montar  arpejos  de  outras  progressões 
harmônicas, onde apresento um exemplo de arpejos em C maior (I ‐ IV ‐ V) .  

Outras progressões básicas: 

║: C | Dm |  G  |  C  :║ 

║: C |  F  |  G  |  C   :║ 

║: G |  Em  |  D  |   G  :║ 

║: G |  C  |  D  |   G   :║ 

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Zangou‐se o Cravo com a Rosa, Cirandinhas n° 1 (Heitor Villa‐Lobos) 
 

Heitor Villa‐Lobos, compositor brasileiro (1887 – 1959) 

Villa‐Lobos  escreveu  uma  série  de  Cirandas  e  Cirandinhas  para  piano,  baseadas  em  temas 
populares  brasileiros.  Zangou‐se  o  Cravo  com  a  Rosa  é  a  Cirandinha  nº  1.  Uma  peça  que 
apresenta  elementos  rítmicos,  líricos,  alterações  de  compasso,  tonalidade  e  andamento, 
contraste  na  dinâmica.  Muitos  elementos  a  serem  trabalhados  em  uma  interpretação  e 
considerados durante uma transcrição. 

Forma – Cirandinha nº 1 (Villa Lobos) 
Seção  Compassos  Aspecto Predominante    Tonalidade  Andamento 
1  1 ‐ 8  Rítmico e dinâmica mF  
Pouco Animado
9 ‐ 16  Rítmico e dinâmica O 
2  Lírico/Cantábile – Tema 
17 ‐ 28    Andantino
Dinâmica P 

3  Movimentação em terças na 
voz superior, 
acompanhamento com 
29 ‐ 42  Moderado
arpejos em semicolcheias 
com acentuação em função 
da variação de frequência. 
4  43 ‐ 50  Rítmico e dinâmica  F 
Animado
51 ‐ 60  Rítmico e dinâmica P 
 

A transcrição desta peça passa, principalmente, pela observação dos elementos relevantes de 
cada seção e como transportá‐los para ukulele mantendo a identidade da peça. A tonalidade de 
C maior / F maior e extensão melódica são adequadas para se trabalhar no ukulele. Novamente 
lidamos com a repetição da nota sol e possibilidade de usar corda solta (parte A), mas, desta 
vez, a repetição da nota sol configura a construção de um motivo rítmico identificado com a 
clave característica do maxixe.  

O  material  suplementar  mostra:  (i)  escalas  e  campo  harmônico  de  C  maior  e  F  maior;  (ii) 
identificação do motivo rítmico da parte A e sua respectiva digitação da mão direita; (iii) terças 
em  Fá  maior  e  identificação  dos  padrões  de  deslocamento  descendente  que  acontecem  na 
parte C.  

 
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Valsa (F. Carulli) – p. 11 
Transcrição de Guilherme Paoliello 

Esta  peça  desenvolve  a  digitação  da  mão  esquerda  e  posicionamento  da  mão,  toda  a  sua 
condução acontece na primeira região do braço, mantendo o dedo 1 como guia, consegue‐se 
uma boa digitação. Demanda um trabalho técnico de alternância entre arpejos e fragmentos 
escalares, o que acarreta mudanças constantes de posicionamento da mão direita.  Valsa para 
violão originalmente em A maior, transcrição para ukulele em D maior. 

Estudo em Mi Menor – Transposto para Cm (F. Tárrega) – p.29 
 

Peça escrita para violão por Francisco Tárrega, estudo de arpejos descendentes em tercinas na 
tonalidade  de  Mi  menor  e  em  compasso  ternário,  melodia  acompanha  onde  a  condução 
melódica se faz com a primeira nota de cada tercina que é a nota mais aguda de cada arpejo. Ao 
estudar, recomenda‐se pensar na forma da mão esquerda em cada compasso e na condução 
entre  cada  mudança,  com  a  menor  movimentação  possível  ao  invés  de  pensar  nas  notas 
individualmente.  

Lições com Schumann, baseado na melodia do Op 68, n° 6  
(R. Schumann) – p. 30 
 

Esta peça desenvolve o dedilhado da mão direita para digitação polegar e indicador, polegar 
com a nota pedal sol (corda solta) e indicador tocando a voz principal. Este estudo foi elaborado 
a partir de uma adaptação da melodia de Schumann do Álbum para Juventude (Opus 68, n° 6), 
a melodia percorre a escala de Dó Maior em diferentes regiões do braço do ukulele. 

Träumarei Opus 15, n° 7 (R. Schumann) – p. 33 
 

Esta  peça  faz  parte  do  Opus  15  –  Cenas  Infantis,  de  Robert  Schumann.  Tem  forma  AABA, 
tonalidade de F maior (mesma tonalidade da peça original para piano). A principal consideração 
é  manter  a  clareza  da  melodia  em  relação  ao  acompanhamento  e  contraponto.  Para  isso  é 
preciso  trabalhar  dinâmica  e  variação  de  timbre  com  toque  da  mão  direita.  Entre  as  peças 
apresentadas, já exige maior habilidade de digitação ao longo de todo braço do instrumento. 

 
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Considerações Finais 
...  “PRÓXIMOS PASSOS” 
 

O ukulele é um instrumento apto a desempenhar funções harmônicas e melódicas e apresenta 
inúmeras possibilidades texturais. Seu timbre, marcado pela peculiaridade de um registro agudo 
emitido  em  cordas  de  nylon  –  que  geram  mais  ‘doçura’  que  cordas  de  aço  –,  se  aplica  ao 
repertório renascentista e barroco, clássico de uma forma geral e a vários gêneros da canção 
popular contemporânea. Por esta razão e por outras características ergonômicas e idiomáticas, 
como a relativa facilidade técnica em se realizar um acompanhamento de canções após poucos 
dias de contato inicial com o instrumento, o ukulele vem se difundindo em vários países, em 
diferentes culturas. Sua aplicação na educação musical começa a ser explorada no Brasil e tem 
nomes  como  João Daniel,  Vinícius  Vivas,  Fernando  Novais,  Shauan  Bencks,  e  possivelmente, 
outros que ainda não temos notícias. 

Um ponto importante a ser considerado é que o ukulele é, de certa forma, estigmatizado por 
seu  tamanho  e  por  suas  4  cordas,  sendo  considerado  por  muitos  como  um  instrumento  de 
brinquedo  e  restrito  à  utilização  em  gêneros  musicais  específicos.  Trabalhos  envolvendo 
transcrições  e  arranjos  instrumentais,  além  de  contribuir  com  a  difusão  ainda  maior  do 
instrumento,  colaboram  positivamente  na  desconstrução  deste  estigma,  mostrando  que  o 
ukulele não apenas é um brinquedo e também não é apenas um instrumento acompanhador.  

Tive essa experiência a partir do retorno de alguns dos vídeos publicados ou mesmo após tocar 
algum  arranjo  instrumental  no  ukulele.  É  recorrente  que  parte  do  público  ainda  não 
familiarizado  com  o  instrumento  revele  surpresa  ao  ouvir  certos  eventos  musicais  sendo 
apresentados nesses vídeos (“não sabia que dava para fazer isso no ukulele!”). 

A partir de uma avaliação de elementos relevantes de uma peça em estudo (formas, estruturas 
musicais,  harmonia,  elementos  rítmicos,  tonalidade  –  escalas,  questões  técnicas,  etc.), 
confirmamos  a  possibilidade  de  aproveitar  o  estudo  do  repertório  como  fator  mediador  na 
implementação  de  questões  musicais  e  técnicas.  Introduzindo  esta  abordagem,  podemos 
aproveitar muito mais a partir de cada repertório escolhido, diversificando ainda mais o estudo, 
e associando a outros elementos da linguagem musical.  

O retorno que tive dos vídeos no YouTube tem demonstrado que há um interesse crescente 
tanto de músicos profissionais das áreas de performance e educação musical quanto daqueles 
que mantém relação diletante com o instrumento por este tipo de material. Portanto, as etapas 
posteriores  desse  trabalho  prevêem  a  avaliação  regular  do  retorno  do  público,  bem  como  a 
continuidade da produção dos vídeos, transcrições e divulgação de novos materiais escritos.  

    

 
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Anexos 
 
Orientadores | p. 39 
Referências Relacionadas à Transcrição para Ukulele | p.41 
Publicações em Português (citadas no texto) | p.43 
Partituras | p. 45 
 

   

 
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O R I E N TA D O R E S   –   TA B A J A R A   B E L O  

Tabajara  Belo  é  Bacharel  em  Violão  pela 


Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 
Master  of  Guitar  pela  University  of  Arizona, 
Doutorando em Composição pela University of 
Florida.  Professor  efetivo  de  violão  da 
Universidade Federal de Ouro Preto. Violonista 
de  destaque  na  cena  musical  de  Minas,  com 
sólida  formação  erudita  e  grande  fluência  na 
música popular. Trabalhos com Trio Amaranto, 
Marina  Machado,  Paula  Santoro,  Déa 
   
Trancoso,  Marcus  Viana,  Vander  Lee,  Paulo 
Bellinati, Claudio Nucci e Wagner Tiso. É integrante, ao lado de Geraldo Vianna, Juarez Moreira, Weber 
Lopes e Fernando Araújo, do Projeto “Violões de Minas”, que reúne os mais destacados violonistas de 
Minas Gerais. Tem se apresentado em importantes festivais e projetos de música instrumental no Brasil 
e no exterior. Já atuou como solista junto à Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e à Orquestra Sesi Minas. 
Conquistou o prêmio de Melhor Instrumentista do BDMG Instrumental 2008. No mesmo ano, fez turnê 
pela  Europa  –  Itália,  França  e  Portugal  –  com  a  cantora  Déa  Trancoso.  Aclamado  pela  imprensa 
especializada (Revista Violão Pro, Revista Guitar Player), seu CD de estreia recria, em arranjos vigorosos, 
pérolas da canção brasileira de ontem e de hoje. Lançou, em 2009, seu segundo disco “Suíte Brasil”, em 
parceria  com  o  flautista  Bruno  Pimenta.  No  primeiro  semestre  de  2011,  esteve  em  turnê  nos  Estados 
Unidos,  percorrendo  cinco  estados  americanos  realizando  concertos  e  workshops.  Também  em  2011, 
recebeu  prêmio  de  artista  revelação  internacional  pela  revista  virtual  Guitar  International  Magazine. 
Trabalha  atualmente  na  produção  de  seu  terceiro  álbum,  que  privilegia  sua  produção  autoral. 
Recentemente, obteve o 2º Lugar no Concurso Nacional de Composição para Violão Novas 3, concorrendo 
com cerca de 200 obras de todo o país. 

  https://www.facebook.com/tabajarabelomusic/  

                    http://www.youtube.com/user/tababelo1   

     

   

 
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O R I E N TA D O R E S   –   V I N Í C I U S   V I V A S    

 
 
Vinícius Vivas possui Mestrado em Música e 
Licenciatura  em  Educação  Artística  – 
habilitação:  Música  (ambos  os  títulos 
concedidos  pela  UNIRIO  –  Universidade 
Federal do Estado do Rio de Janeiro). Artista 
endorser  da  Marquês  Musical  e  Aquila 
Corde  Armoniche  S.r.l.  É  regente  da 
Orquestra  de  Ukuleles  da  UFRJ  e 
coordenador  do  Projeto  de  extensão 
  “Toque e... se toque!”, onde ministra aulas 
de  desde  2014.  Responsável  pela  primeira 
Semana do Ukulele, que aconteceu em julho 
de 2016, um evento online que disponibilizou gratuitamente, palestras sobre variados temas (técnicas, 
história do instrumento, ukulele na educação musical, composição, notação por tablatura, gravação, etc.), 
envolvendo  diversos  integrantes  da  comunidade  de  ukulele  do  Brasil.  Recentemente,  disponibilizou  o 
Curso Online de Levadas Brasileiras no Ukulele, primeiro material neste assunto disponível para ukulele e 
a II Semana do Ukulele já foi confirmada para Julho/2017. 

 http://www.youtube.com/viniciusvivasukulele?sub_confirmation=1  

    https://m.facebook.com/AulaDeUkuleleViniciusVivas/  

Semana do Ukulele: http://semanadoukulele.com.br/    

Curso de Levadas Brasileiras para Ukulele: http://uketo.ca/ukelevadasbr  

Dissertação de Mestrado*: http://www.unirio.br/ppgm/arquivos/dissertacoes/vinicius‐vivas  

*Seu mestrado abordou o ensino de acompanhamentos harmônicos através do ukulele em sua 
dissertação  de  Mestrado  pela  Universidade  Federal  do  Estado  do  Rio  de  Janeiro  (UNIRIO), 
demonstrando  a  relevância  do  uso  do  ukulele  como  instrumento  acompanhador  em  aulas  de 
Música.  (Vivas,  2015)  Este  trabalho  foi  realizado  com  alunos  do  quarto  ano  do  ensino 
fundamental  do  Colégio  de  Aplicação  da  Universidade  Federal  do  Rio  de  Janeiro  (CAp  UFRJ), 
instituição na qual é professor da disciplina Música desde 2011. 

 
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TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

G U I L H E R M E   PA O L I E L L O  

Prof. Dr. Guilherme Paoliello (DEMUS‐IFAC‐UFOP)  

Nasceu  em  Governador  Valadares  onde  iniciou  estudos  em  música.  Transferiu‐se  para  Belo  Horizonte 
onde estudou violão com Teodomiro Goulart e composição pela Escola de Música da UFMG, tendo sido 
aluno de H. J. Koellreutter e César Guerra‐Peixe. Também frequentou cursos livres de composição com 
Dante Grela e Eduardo Bértola. Concluiu doutorado em Educação defendendo tese sobre a Fundação de 
Educação  Artística,  escola  onde  foi  professor  durante  vinte  anos.  É  professor  do  curso  de  música  da 
Universidade Federal de Ouro Preto onde coordena projetos de extensão, como o Programa de Iniciação 
Musical e o Grupo de Estudos em Música Contemporânea (GEMC). Desenvolve pesquisa em torno das 
relações  entre  educação  musical,  no  âmbito  da  formação  de  professores,  e  criação  artística 
contemporânea. Foi curador do Festival de Inverno de Ouro Preto/Mariana e diretor do IFAC (Instituto de 
Filosofia, artes e Cultura). 

Prof. Guilherme Paoliello utilizou ukulele em alguns trabalhos do GEMC, e também tem trabalhado com 
transcrições para ukulele solo e duo. Este trabalho contou com seu apoio e incentivo.  

REFERÊNCIAS INTERESSANTES RELACIONADAS A 
T R A N S C R I Ç Ã O   PA R A   U K U L E L E  

 Ukulele Space traz uma lista com métodos antigos de ukulele das décadas de 1910 e 
1920  disponíveis  para  download  em  PDF,  além  de  informações  sobre  história  do 
ukulele. 

http://ukulele.space/doku.php?id=en:buch  

 Samantha Muir 

http://www.samanthamuir.com/ukulele‐2/     

 John King 

http://nalu‐music.com/   

 Thomas Preece 

https://preecemusic.com/ 

 
41 
 Ken Middleton 

http://www.kenmiddleton.co.uk/  

 Ukulele Go! 

http://ukulelego.com/category/tab/   

 Ukulele Hunt ‐  Alistair Wood 

http://ukulelehunt.com/  

 The Ukulele Review – Transcrições de Bertrand Le Nistour  

http://www.theukulelereview.com/sheet‐music‐for‐instrumental‐ukulele/  

 Roger Ruthen ‐ PDF Minstrel 

https://pdfminstrel.wordpress.com/  

 R. J. Putter ‐ UkeFever 

https://sites.google.com/site/tabs4ukes/home‐1  

  Tony Mizen  

Livros com transcrições de diferentes compositores e período da música. 
From Lute to Uke: Early Music for Ukulele (Mizen, 2011)

The Baroque Ukulele (Mizen, 2012) 

The Romantic Ukulele (Mizen, 2015) 

  Jim Beloff – autor, co‐autor e editor de vários livros sobre ukulele e inúmeras 
transcrições. 

https://www.fleamarketmusic.com/ukuleles/about_beloff.asp  

  Fred Sokolow – multi‐instrumentista e autor de vários livros para ukulele 
(transcrições e métodos) 

http://www.sokolowmusic.com/instructional/other  

   

 
42 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

PUBLICAÇÕES EM PORTUGUÊS 
 

João Tostes é administrador do canal Toca Ukulele, vem produzindo vídeos tutorias sobre ukulele e foi 
um dos primeiros canais que tive acesso quando comecei com o ukulele, com vídeos interessantes sobre 
primeiros  acordes,  batidas  para  iniciantes  e  apresentação  da  escala  do  ukulele,  para  este  último  ele 
disponibiliza um arquivo de texto digital muito interessante, vem trablhando também com transcrições 
para ukulele, entre outros assuntos. Conteúdo que tem sido permanentemente atualizado.  

B http://www.youtube.com/tocaukulele 
B http://www.facebook.com/tocaukulele  

 
João  Daniel  cursou  graduação  em  Música  (Licenciatura)  na  Faculdade  de  Música  do  Espírito  Santo 
(FAMES)  e  como  trabalho  de  conclusão  do  curso  desenvolveu  uma  pesquisa  sobre  as  possibilidades  e 
desafios  do  ensino  coletivo  de  música  através  do  ukulele  (Costa,  2013;  Costa  e  Adeodato,  2013). 
Atualmente, João Daniel realiza seu projeto de Mestrado em Música pela Universidade Federal do Rio de 
Janeiro (UFRJ), dando continuidade ao uso do ukulele como uma ferramenta para o Ensino Coletivo de 
Música. Este trabalho já foi apresentado no 14º Colóquio de Pesquisa do Programa de Pós‐Graduação em 
Música da UFRJ, realizado em dezembro de 2015, no Rio de Janeiro – RJ (Costa e Álvares, 2015). 

B http://www.joaodaniel.com 
B https://www.youtube.com/user/jdmusician   
Publicações sobre uso do ukulele na Educação Musical: 
http://www.abemeducacaomusical.com.br/sistemas/anais/congressos/ABEM_2013_p.pdf 
https://ppgmufrj.files.wordpress.com/2016/12/02‐a‐utilizac3a7c3a3o‐do‐ukulele.pdf  
Trabalho de Conclusão de Curso: O Ensino Coletivo de Música através do Ukulele: Possibilidades e Desafios 
https://drive.google.com/open?id=0B6YpQ4EtF16mZGpuNlhwYmVCOUE 

 
Fernando Novais é instrumentista, produtor cultural e professor. Desde o ano 2000 atua na escola Síntese 
Psicologia Arte e Cultura, ministrando aulas de instrumentos de cordas e promovendo saraus mensais e 
shows musicais diversos. Em 2015 criou o grupo Ukulele Mogi que consiste em uma Orquestra de Ukulele 
da cidade de Mogi das Cruzes (SP), vem trabalhando da divulgação da Orquestra Brasileira de Ukulele, 
disponibilizando arranjos para esta formação. 
B  https://www.facebook.com/fernando.novais.92  

 
 
 
 
 

 
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Apostilas na internet com conteúdo para iniciantes 
 

Raimundo França e Eliézer França – Método Livre para Ukulele 

http://www.cliqueapostilas.com.br/instrumentos/metodo‐livre‐para‐ukulele  

Apostila Tocar e Cantar (autor desconhecido) 

www.aluzdonovodia.com.br/baixar.php?arquivo=pdfs/curso‐ukulele.pdf  

Prof. Henrique Felipe – Curso Prático de Ukulele 

http://www.youblisher.com/p/1143904‐Curso‐pratico‐de‐ukulele/  

Fernando Anselmo – Tutorial de Ukulele: Textos compilados por Fernando Anselmo 

http://www.slideshare.net/fernandoans74/tutorial‐para‐ukulele  

Marco L Souza – Ukulele para Iniciantes (EBook) 

http://www.cliqueapostilas.com.br/teoria‐musical/ukelele‐para‐iniciantes 
 

   

 
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TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

PA R T I T U R A S  

Valsa – Carulli 13 

 
Jeux – Game, Opus 39, nº 5 – D. Kabalevsky 

                                                            
13
 Disponível em IMSLP/Petrucci Music Library ( http://imslp.org/ ) 
 
45 
 
Andantino – M. Carcassi (Pinto, 1978) 

 
46 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

Cirandinha nº 1 (Villa‐Lobos, 2011) 

 
47 
 
 

 
48 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

Estudo – F. Tárrega (Pinto, 1978) 

 
 

 
49 
Opus 68, n. 5 ‐ R. Schumann  (Schumann, 1977) 

 
 

 
50 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

Opus 15, n.7 ‐ R. Schumann (Schumann, 1977) 

 
   

 
51 
Referência Bibliográfica 
 
 

Referências  
BARBEITAS, F. T. Reflexões sobre a prática da transcrição: as suas relações com a interpretação na 
música e na poesia. Per Musi, v. 1, p. 89‐97,  2000.    

 
COSTA, J. D. C. O Ensino Coletivo de Música através do Ukulele: Possibilidades e Desafios. 2013. 52 f. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Música). Faculdade de Música do Espírito Santo 
“Maurício de Oliveira”, Vitória, ES. 

 
COSTA, J. D. C.; ADEODATO, A. O ensino coletivo do ukulele como uma possibilidade de inovação no 
contexto da educação musical. In: UFPB, E. D., XXI Congresso Nacional da Associação Brasileira de 
Educação Musical ‐ Ciência, tecnologia e inovação: perspectivas para pesquisa e ações em educação 
musical, 2013, Pirenópolis, GO.  Associação Brasileira de Educação Musical ‐ ABEM. p.2453‐2460. 

 
COSTA, J. D. C.; ÁLVARES, S. L. D. A. A utilização do ukulele como ferramenta para o ensino coletivo de 
música: um estudo de caso no ensino fundamental da rede municipal de Guarapari‐ES. 14º Colóquio de 
Pesquisa do PPGM‐UFRJ, 2015, Rio de Janeiro, RJ.  Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de 
Música, Programa de Pós‐Graduação em Música. p.13‐19. 

 
DELNERI, C. Dedilhando o Ukulele. Valiosos Sons Brasileiros. YATSUGAFU, S.: FUNARTE / Ministério da 
Cultura no Prêmio Interações Estéticas ‐ Residências Artísticas em Pontos de Cultura: 38 p. 2011. 

 
GLOEDEN, E.; MORAIS, L. Intertextualidade e transcrição musical: novas possibilidades a partir de 
antigas propostas Opus, v. 14, n. 2, p. 72‐86, Dezembro 2008.    

 
GONTARSKI, L. C. Transcrições: Considerações para uma transcrição coerente. Anais do II Simpósio de 
Violão da Embap, 2008, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Curitiba/PR. p.192‐202. 

 
MAMMI, L. A Notação Gregoriana: Gênese e Significado. Revista Música, v. Dez., p. 21‐50,  1999.    

 
MIZEN, T. From Lute to Uke: Early Music for Ukulele.   Flea Market Music, Incorporated, 2011. 48 p. 

 
______. The Baroque Ukulele.   Flea Market Music, Inc., 2012. 48 p. 

 
______. The Romantic Ukulele.   Flea Market Music, Inc., 2015. 48 p. 

 
MOURA, T. Ukulele para Iniciantes. 2ª Ed. Santa Catarina: Toque Musical Editora e Distribuidora, 2015. 
38 p. 

 
RIBEIRO, S. V. S. Reelaborações para Violão da Obra de J. S. Bach: Análise de Versões de Francisco 
Tárrega e Pablo Marquez da Fuga BWV1001 2014. 157 f. Dissertação (Mestrado em Música ). Centro de 
Letras e Artes, Programa de Pós‐Graduação em Música, Universidade Federal do Estado do Rio de 
Janeiro, Rio de Janeiro. 

 
52 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

VIVAS, V. M. O uso do ukulele na aprendizagem de acompanhamentos harmônicos no processo de 
musicalização: um estudo de caso com alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal Rio de 
Janeiro. 2015. 92 f. Dissertação (Mestrado em Música). Pós‐Graduação em Música do Centro de Letras e 
Artes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ‐ UNIRIO, Rio de Janeiro, RJ. 

 
WOOD, A. Ukulele For Dummies.  Chichester, West Sussex, England: John Wile & Sons, 2011. 38 p. 

 
Partituras 
PINTO, H. Iniciação ao Violão ‐ Princípios Básicos e Elementares para Principantes.  São Paulo, Brasil: 
Ricordi Brasileira S.A., 1978. 53 p. 

 
SCHUMANN, R. Kinderszenen op. 15 und Album für die Jugend op. 68.  Germany: G. Henle Verlag, 
1977. 77 p. 

 
VILLA‐LOBOS, H. O Piano e a Criança.  São Paulo, SP: Irmãos Vitale, 2011. 95 p. 

 
Uncategorized References 
PEREIRA, F. V. As Práticas de Reelaboração Musical. 2011. 302 f. Tese (Doutorado). Escola de 
Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. 

 
53 
 

 
54 
 

Ukulele e Suas Manias 
 
http://www.youtube.com/ukemaniak
http://www.facebook.com/ukemaniak
http://www.instagram.com/ukemaniak

Grupo – Facebook: BRASUKE Ukulele Instrumental


http://facebook.com/groups/brasuke

Playlist – Transcrições para Ukulele Solo por Aline Kelly


http://bit.ly/transcricaouke  

 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

 
 

 
TRANSCRIÇÕES PARA UKULELE SOLO 
 

   

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