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COMUNIDADES CRIATIVAS E O TERRITÓRIO DO PARQUE NACIONAL


CAVERNAS DO PERUAÇU

Conference Paper · January 2017

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4 authors, including:

Ana Carolina Brugnera


RWTH Aachen University
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Pequi do Cerrado Institute View project

Creative Communities. Interfaces of nature and culture in the sustainable management of cultural landscapes of Peruaçu's river valley View project

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COMUNIDADES CRIATIVAS E O TERRITÓRIO DO PARQUE
NACIONAL CAVERNAS DO PERUAÇU

BRUGNERA, ANA CAROLINA (1); ROCHA, LUCAS BERNALLI F. (2) BRUGNERA,


JOAO MARIO (3); BRUGNERA, CARMEN MARGARET (4).

1. Universidade Presbiteriana Mackenzie. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo


Rua dos Mognos 27, Carapicuíba/SP.
acbrugnera@hotmail.com

2. Fundação Getúlio Vargas. Gestão de Bens Culturais


Rua Antônio Tibúrcio 314, Bocaiuva/MG
luberoco@gmail.com

3. Fach Hoch Schule-Erfurt. University of Applied Sciences


Rua Itapimirum 11, Vila Andrade/SP
jmbrugnera@hotmail.com

4. Instituto de Desenvolvimento Waldorf. Fundamentação Antroposófica


Rua Agatino Esparta, 25. Itapecerica da Serra/SP
jmbrugnera@hotmail.com

RESUMO
Como fruto de um diário de viagem ao norte de Minas Gerais realizado em parceria com o Instituto
Pequi do Cerrado, a soma do embasado teórico em produções científicas recentes – tais como o
projeto de pesquisa de doutorado da primeira autora junto ao Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e, monografia do segundo autor
pelo MBA em Gestão de Bens Culturais da Fundação Getúlio Vargas – neste artigo, buscamos refletir
sobre o conhecimento adquirido através da experiência vivida em visitas a região do entorno do
Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, mantendo, como alicerce dos ideais aqui defendidos, um
referencial teórico derivado do conceito de meio ambiente cultural, onde é intrínseca a análise da
paisagem, os cenários de ocupação, as transformações do território, tanto em seus aspectos físicos
como culturais, e do desenvolvimento sustentável. Defendemos o princípio de que as comunidades
criativas locais devem fazer parte de processos de gestão do território que habitam. Visamos valorizar
o seu conhecimento popular passado de geração em geração através de registros feitos a partir de
narrativas de obtenção do conhecimento do seu patrimônio tangível e intangível. Registro este
realizado através de uma expedição em busca da troca de conhecimento entre ciência e tradição,
onde os atores sociais e representantes das diversas comunidades envolvidas são protagonistas do
trabalho que está sendo desenvolvido. No que se refere as diretrizes acadêmicas, este trabalho tem
cunho de extensão e sustentabilidade, pois permite a interação entre os pesquisadores e as
comunidades envolvidas, uma forma de vivenciar o processo de ensino e de aprendizagem além dos
limites da sala de aula, numa enriquecedora troca de conhecimentos e experiências. Enfim, em
nossos próximos passos, visamos através do conceito de economia criativa, promover o
empoderamento destas sociedades e, formular propostas de aceleração e crescimento de modo a
alavancar o seu potencial intangível, garantindo assim, de forma resiliente, sua sustentabilidade
sociocultural e econômica. Um benefício que está diretamente ligado inclusão social e melhoria da
qualidade de vida das comunidades estudadas. O potencial empregador, produtivo e criativo de
atividades culturais tornaram-se atributos importantes para um país como o Brasil, de diversidade
múltipla – natural, cultural e social – fruto de um território de dimensões continentais e da fusão de
diferentes etnias.

Palavras-chave: Meio Ambiente Cultural, Comunidades Tradicioanis, Peruaçu, Desenvolvimento


Sustentável, Economia Criativa

ABSTRACT

This research project aims to search for alternatives of territorial development with traditional creative
communities inserted in the cultural environment of the mesoregion in the North of Minas Gerais, and
to record its tangible and intangible heritage from narratives to obtain knowledge. This record will be
made through an expedition in search of knowledge exchange between science and tradition, where
social actors and representatives of the various communities involved will be the leading actors of the
work to be developed. Therefore, this project assumes the character of academic extension by
creating the opportunity for interaction between national and international researchers who also
discuss the subject and the communities involved, a way of experiencing the teaching and learning
process beyond the limits of the classroom, thus an enriching exchange of knowledge and experience.
Being so, learning about the different approaches to this theme – cultural heritage - in other countries,
would be of enormous value for the researcher. The territorial area of the field survey was defined by
the researcher as the site and surroundings of the Cavernas do Peruaçu National Park, located in the
Januária region. As a final goal, we will seek, through social inclusion and knowledge extroversion
workshops, to bring the knowledge generated throughout the research to the communities involved.
Furthermore, through the concept of creative economy, promote the empowerment of these societies,
and formulate proposals for their acceleration and growth in order to leverage their intangible potential,
thus ensuring, in a resilient way, their sociocultural and economic sustenance: a sociocultural benefit
that is directly linked to social inclusion and quality of life improvement of the studied communities.
The productive and creative potential of cultural activities have become important attributes for a
country of multiple diversity like Brazil, - natural, cultural and social - resulting from a territory of
continental dimensions and the fusion of different ethnicities.

Key Words: Creative Economy; Traditional Communities; Cultural Environment

VISITAS AO SERTÃO MINEIRO: DIÁRIO DE BORDO E NARRATIVA DE EXPEDIÇÕES


CULTURAIS

O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado
sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo,
terras altas, demais do Urucuia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo,
então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga:
é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze
léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-
jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucuia vem dos montões
oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas,
almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de
mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. O
gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o
que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniões... O
sertão está em toda a parte (ROSA, 2001, p23-24).

A epígrafe, trecho literário de João Guimarães Rosa, serve como breve introdução ao
território norte-mineiro, o sertão e sua gente. Em julho de 2014, saímos de São Paulo e
tínhamos como destino de nossa viagem Bocaiuva/MG, cidade do Senhor do Bonfim.
Percorremos aproximadamente mil quilômetros pelas estradas que levam muitos viajantes
da região sul e sudeste do Brasil para estados do Nordeste, como a Bahia. Depois de
algumas idas e vindas para região, foi durante esta viagem nos despertou a atenção o
cenário acima citado por Guimarães, o sertão mineiro. O seu território, as paisagens
culturais, a formação de vilarejos, e comunidades tradicionais que o compõe. Conforme Art.
3o do Decreto n.º 6.040, de 7 de fevereiro de 2007 Institui a Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais:

“grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que


possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam
territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural,
social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos,
inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”(DECRETO No
6040).

No mesmo ano, na cidade de Bocaiuva, com colegas de diferentes áreas do conhecimento


que também tinham interesse pelo tema e buscavam desenvolver ações em prol do meio
ambiente cultural da região, fundamos uma organização não governamental, o Instituto
Pequi do Cerrado – IPCE, que naquele dado momento recebeu (e recebe até hoje) o apoio
institucional da empresa privada Documento Arqueologia e Antropologia. Por integrarem sua
proposta um modelo estratégico de atuação com comunidades regionais do Brasil, este
instituto foi incluído em um “Projeto Científico em Meio Ambiente Cultural” protocolado no
mesmo ano no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Formado por
um conjunto de manifestações físicas e culturais, o meio ambiente reflete a somatória de
ativos intangíveis, como saberes e práticas tradicionais das comunidades que ali vivem ou
viveram, materializados na paisagem através de edificações, objetos e utensílios, entre
outros. Conceito definido pela arqueóloga Erika Marion Robrahn-Gonzaléz (2013).

Através da aplicação de estratégias apoiadas no conceito de Meio Ambiente


Cultural, o Instituto Pequi do Cerrado busca tornar-se uma referência para iniciativas
regionais que trabalhem de alguma forma com os aspectos naturais, socioculturais e
econômicos por meio da valorização e do envolvimento das populações detentoras de
saberes que nos revelam a história secular dos sertões mineiros. O IPCE funcionaria como
um HUB de iniciativas em Meio Ambiente Cultural. Ou seja, ao funcionar como um HUB, o
Instituto Pequi do Cerrado, seria um centro de importância ou de interesse, tornando-se o
destino para iniciativas que busquem soluções em empreendedorismo social, meio
ambiente, história, cultura incluindo pesquisas cientificas realizadas na região, como no
caso, este projeto de pesquisa. Composto por uma equipe multidisciplinar, o Instituto conta
com profissionais da área da saúde, biologia, educação, geografia, construção civil, design,
marketing e artesões locais. Alguns dos projetos que estão em fase embrionária são
vinculados à educação e contam com professores da rede pública de ensino da Escola
Básica de Resiliência Horizonte Azul, de São Paulo, e professores da rede de ensino
estadual de Minais Gerais. Na área da saúde, contamos com um projeto também em fase
inicial, coordenado pelo Prof. Dr. Aldo Brugnera Junior, Presidente da World Federation for
laser in Dentistry (2012-2016), que propõe o atendimento odontológico local as
comunidades rurais do norte mineiro.

Após fundado o instituto, as visitas à região se tornaram recorrentes. Em julho de


2015 repetimos o repertório do ano anterior; o objetivo desta viagem seria, na medida do
possível, fazer o reconhecimento de paisagens culturais construídas pelo homem em um
processo de longa geração inseridas no território norte-mineiro, e, ao mesmo tempo, mapear
projetos que desenvolvessem atividades vinculadas ao meio ambiente e à cultura. Estes
projetos foram previamente escolhidos e definiram nossa expedição que sairia novamente
de São Paulo rumo a Bocaiuva. Nossa primeira parada foi em Nova Lima/MG, município
próximo a Belo Horizonte; ali conhecemos a escola Waldorf do Instituto Ouro Verde, que,
em seu currículo escolar trabalha a aplicação de conceitos como agrofloresta, permacultura
e agricultura biodinâmica, importantes referências para aqueles que buscam desenvolver
ações em prol do meio ambiente e visam o manejo sustentável da terra. Em seguida
rumamos em direção norte, para região de Lagoa Santa/MG, e visitamos o Parque Estadual
do Sumidoro, uma unidade de conservação gerida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF),
que tem como principal objetivo preservar o patrimônio cultural e regional, além de promover
ações de educação ambiental e ecoturismo. Seguimos para Cordisburgo, visitamos o museu
tecnológico da Casa de Guimarães Rosa. Lugar cativante, trabalha o tangível e o intangível
na exposição do acervo composto por um vasto acervo literário, exposto em texto e mídias,
e, ao mesmo tempo, preserva outros registros da vida de João Guimarães Rosa como
médico e diplomata, objetos de uso pessoal, vestuário, utensílios domésticos, mobiliário e
fragmentos do universo rural presente na literatura roseana. A parada seguinte é o nosso
ponto colocado como destino final da viagem. Ao chegar em Bocaiuva, a cidade está em
festa, “Viva ao Senhor do Bonfim de Bocaiuva”: Santa missa, carreata, mastro – a bandeira,
procissão, cavalgadas e concursos de poesia.

Poucos dias se passaram e recebemos o convite: “Vamos a Januária?”. Com imensa


vontade da maioria de conhecer o médio São Francisco, concordamos de imediato. Como
geógrafo, durante a viagem de carro, meu Lucas Bernalli Fernandes Rocha contava cada pé
de cagaita (Eugenia dysenterica), mangaba (Hancornia speciosa) e pequi (Caryocar
brasiliense) dentre outras espécies do Cerrado. Um bioma com sua característica vegetação
esparsa com árvores baixas, retorcidas e de casca grossa que plantou no imaginário
nacional a falsa ideia de formação monótona e de pouco valor. Ao contrário, é fonte de
culturas e paisagens de surpreendente exotismo e rara beleza, com alto potencial turístico e
econômico. O bioma é palco de uma profusão de campos naturais, savanas, veredas e
florestas pontuadas por rios, córregos e cachoeiras. Logo a paisagem começa a se
transformar e ele diz: “É a transição do Cerrado para Caatinga, está vendo?” Em mais dez
minutos de viagem surge no horizonte um formoso rio, o Rio São Francisco. Chegamos a
Januária.

No Mercado Municipal de Januária, em meio aos produtos que comumente


encontramos em feiras livres e em mercados de todo Brasil – verduras, legumes, frutas,
carnes e cereais – chamou-me a atenção os objetos artesanais de origem regional. O
mercado fazia-se como ponto de escoamento do que se produzia na região. Dentre os
produtos destacavam-se cestarias em bambu, objetos artesanais manufaturados em metal,
carrancas de madeira, dornas, cachaça, farinha, queijo e lindos objetos cerâmicos
decorados com pinturas feitas com o toá, uma tinta produzida com pigmentos do barro.

Figura 1 –Mercado Centralde Januária

Nos dias seguintes percorremos as estradas de terra, com buracos, pedras e outros
obstáculos quase intransponíveis, para conhecer um pouco mais sobre as manifestações
culturais, artísticas e de saberes e fazeres tradicionais.

Chegamos em um vilarejo, que para alguém de fora parece ser fixo, sem mudança
ou movimento, isolado do mundo. Para quem observa o local de dentro da janela do carro, o
lugar feito de casinhas rudimentares, construídas predominantemente de adobe com barro
extraído da própria região, parece ser um local tranquilo, de beleza sutil. Alguns animais se
movimentam, galinhas correm pelo campo e uma linha de fumaça surge de um galpão; ali
uma moça manuseia miniaturas de vasos que estão sendo moldados em argila.

Ela se chama Nilda Maria Muniz e naquele exato momento se ocupa da produção de
lembrancinhas para um casamento que ocorrerá em São Paulo. Este galpão é onde se
prepara a argila para manuseio e modelagem, trabalho dos membros de sua família a
gerações. Na infância, Dona Nilda brincava com o resto da argila que sobrava das peças
cerâmicas que sua avó produzia. Após a massa pronta, ela nos explica a técnica do
“levante”: a partir de uma bola de barro, com as mãos se levanta as paredes e se dá forma
aos objetos a serem produzidos com auxílio do coité, um pedaço de cuia. Depois do
acabamento e da pintura, a cerâmica vai ao forno. Dona Nilda vive na comunidade dos
Oleiros do Candeal, localizada no município de Cônego Marinho, vizinho de Januária. Ela e
outros integrantes desta sociedade produzem potes, vasos, moringas dentre outros objetos
modelados a partir do barro. Os potes, que no dia-a-dia da comunidade armazenam água,
são vendidos nos mercados da região e incorporam em sua forma e decoração uma estética
e um saber tecnológico aprimorados ao longo das gerações.

Figura 2 – Olaria do Candeal. Dona Nilda fabricando peças e Dona Emília no atelier

Seguindo pelas vias de terra, já em outra comunidade, os irmãos Valdivino Campos


e Valdomiro Oliveira Campos aprenderam com seus pais o ofício de traçar cestos e balaios.
Na localidade rural do Lapão, as moitas de bambu são fonte de renda para as famílias. O
bambu verde é usado para tecer o fundo e o corpo do cesto; o bambu amarelo, usado para
acabamento, vide figura 4, canto superior esquerdo.

Em Brejo do Amparo, comunidade localizada a três quilômetros de Januária, se


encontra a maior concentração de produtores de cachaça; principal atividade econômica do
município, destaca-se não só a produção de bebidas, mas também as dornas artesanais de
madeira para seu armazenamento. Januária, com especificidade no bairro em questão,
surgiu a partir da conquista do rio São Francisco pelos bandeirantes, que percorreram no
início do século XVI e XVII as regiões do Alto e Médio São Francisco; procuravam riquezas
minerais e aí se estabeleceram mediante a submissão e o uso da força escrava dos índios.
Longa é a lista das bandeiras e entradas que desbravaram a região (AMARAL,2008). Lá se
diz que, nas suas correrias pelos sertões fugindo de uma ação da justiça real, Borba Gato
atinge a região. Alguns dos locais escolhidos para seu pouso, transformam-se, com o
tempo, em vilarejo. Desta maneira o bandeirante e seus homens chegam no atual Brejo do
Amparo, fundando uma aldeia no sítio onde hoje se ergue a igreja de Nossa Senhora do
Amparo, atualmente tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de
Minas Gerais – IEPHA.
Durante a viagem de 2015, realizamos um diário de bordo, posteriormente publicado
em mídias do Instituto. Ferramenta inovadora, é composto por uma infovia cultural online
que, em tempo real, divulgava as atividades realizadas pela equipe envolvendo os diferentes
stakeholders. Em 2016, fomos novamente a Januária com intuito de fazer uma
reaproximação as comunidades que embasariam este projeto de pesquisa. O registro da
primeira “expedição excelência” promovida pelo Instituto Pequi do Cerrado pode ser visitado
online: Expedição Excelência: "viver é plural"
https://www.google.com/maps/d/viewer?mid=1M_1kU680DbPOz4wDl-lfMuSI5Ms.

Em 2017, recentemente, de fevereiro a maio, realizamos a etapa de campo da


pesquisa de doutorado da primeira autora, Ana Carolina Brugnera, e que embasará projeto
de pesquisa de mestrado do segundo autor, Lucas Bernalli Fernandes Rocha. O recorte
territorial se dá no entorno do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, abrange municípios:
Januária, Itacarambi e São João das Missões, tendo uma relação indireta com outros cinco.
Visitamos instituições públicas e privadas que desenvolvem ações junto as comunidades
tradicionais ali inseridas. Além da aproximação empírica e desenvolvimento de campo junto
a elas. O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (PARNA Peruaçu) foi criado pelo Decreto
s/nº de 21 de setembro de 1999 com objetivos conservacionistas, pautados na proteção
integral do patrimônio natural e cultural. Atualmente o parque é gerido pelo Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com o WWF-Brasil e o
Mosaico Sertão Veredas Peruaçu.

Figura 3 - Área de municípios indiretamente abrangidos nas pesquisas de 2017.

Fonte: adaptada de Google Earth


Através destas expedições registramos, e registraremos, as ações desenvolvidas
através de narrativas, visando recolher fragmentos das histórias vinculadas ao território e
proporcionar em tempo real o acompanhamento das atividades. A narrativa é a exposição
de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos mais ou menos encadeados, reais
ou imaginários, por meio de palavras ou de imagens que vêm sendo usados por autores
contemporâneos como Doug Saunders (2013) em Cidade de chegada e Raquel Rolnik em
Guerra dos lugares (2015). Seguindo os pensamentos do filósofo alemão Walter Benjamin,
que tinha como conceito central de sua filosofia a experiência e, como expressão desta, a
narrativa, esta seria a forma de comunicação que melhor reflete a experiência humana
(BENJAMIN,1944). O narrador não informa sobre a sua experiência, mas conta sobre ela,
sendo assim, pela sua característica oral, a narrativa é aquela que mantém as tradições e as
conserva (DUTRA 2002).

OBJETIVOS

Esta contextualização e aproximação ao tema nos fez refletir sobre possíveis ações
a se desenvolver junto a estas comunidades. Como desenvolver? Qual seriam nossos
objetivos. Até o momento chegamos à conclusão de algo próximo ao que aqui
apresentaremos:

O objetivo geral seria desenvolver ações que busquem uma inovadora alternativa
para o desenvolvimento sustentável do meio ambiente cultural, capazes de promover o
entendimento das transformações culturais, sociais, econômicas e ambientais que têm
afetado o mundo e consequentemente o estado brasileiro. Provocar ações extensionistas de
pesquisa que promovam a interação entre pesquisadores nacionais e internacionais e as
comunidades envolvidas, numa enriquecedora troca de conhecimentos e experiências que
favoreçam a inclusão social, melhoria da qualidade de vida e extroversão do conhecimento.
No que se refere ao detalhamento do projeto, delimito os objetivos específicos em:

1) Estimular e realizar estudos vinculados ao registro da cultura popular de caráter


participativo
2) Gerar sinergias entre os projetos voltados à cultura e suas interfaces: meio ambiente,
cultura, ecoturismo, educação e tecnologia;
3) Desenvolver ações que conscientize e assegure para a conservação do meio ambiente
cultural através da educação patrimonial;
4) Motivar o desenvolvimento de uma política local articulada de forma colaborativa
5) Propor iniciativas vinculadas ao desenvolvimento socioeconômico sustentável através
dos princípios da economia criativa;
6) Apresentar uma reflexão que integre os conceitos teóricos e sua aplicação através de
uma ciência social aplicada, a da arquitetura e urbanismo.

UMA ALTERNATIVA METODOLÓGICA DE ENTENDIMENTO TERRITORIAL UM BUSCA


DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Os processos que permitem a construção metodológica de um movimento cultural,


social e político de fortalecimento das relações entre comunidades tradicionais e o território
apresentam uma possibilidade de nova reflexão que integre os conceitos teóricos e sua
aplicação através de uma ciência social aplicada, a da arquitetura e urbanismo, vinculadas
ao sexto e ultimo item dos objetivos acima elencados. Discussões sobre uma alternativa
mais inclusiva para um desenvolvimento regional sustentável que envolvesse o
conhecimento cientifico mas também uma aproximação empírica fortaleceram a tão
sonhada busca dos autores por alternativas sustentáveis para desenvolvimento regional, e
consequentemente, dos processos que condicionam a melhoria da qualidade de vida das
comunidades tradicionais através da valorização de sua cultura, proteção do meio ambiente
inserido e potencialização das atividades econômicas como fator de geração de renda -
diretrizes vinculados a temática de Meio Ambiente Cultural.

Composto por uma população de origens distintas, o Brasil é formado por múltiplas
identidades culturais presentes em todo o território nacional. Culturas que, em sua história,
registram uma forte relação entre o homem e a natureza, e marcam a paisagem com um
conjunto de manifestações físicas e culturais resultantes da união entre ativos tangíveis e
intangíveis. (BRUGNERA 2015).

A cultura não existe isolada do mundo natural, indefinida, sem contato com
a natureza. E não é apenas o resultado da história, mas também da
geografia. A cultura é produto do meio em que o ser humano está inserido.
Assim como o conhecimento, ela é fruto da realidade e da necessidade de
modificação. A intervenção humana na natureza, intervenção cultural, a
modifica, mas também é profundamente modificada por ela (SOUZA-FILHO,
2008, p.70).

O panorama apresentado neste parágrafo por Carlos Souza Filho vem sendo
discutido por pesquisadores e pensadores do Brasil e do mundo. Com base nestas
premissas, este trabalho se apoia no conceito de meio ambiente cultural, que traz à tona
elementos citados pelo autor e, conforme os pensamentos de Erika Marion Robrahn-
Gonzalez,

Constitui a soma do ambiente físico em sua constituição geológica,


geomorfológica, vegetacional, hidrológica e faunística as paisagens
culturalmente construídas pelos diferentes grupos culturais que se
desenvolveram na região, ao longo do tempo, através de um processo de
longa duração (ROBRAHN-GONZALÉZ, 2013).

Ou seja, a interpretação do território é feita de maneira indissociável dos diferentes


elementos que o constituem e que refletem a estruturação social, econômica e cultural, ou
seja, o meio ambiente físico e as paisagens culturalmente construídas pelos diversos grupos
que ali se desenvolveram através de um processo de longa duração. Assim, o meio é
entendido a partir de um ponto de vista humanista e antropológico, que compreende a
natureza e as suas modificações realizadas pelo homem ao longo do tempo, de suas
primeiras ocupações aos dias de hoje (SOUZA-FILHO, 2008).

Todos os aspectos que organizam um meio ambiente “físico”, unidos ao seu contexto
histórico e cultural, são fundamentais para a sobrevivência da civilização e da cultura dos
povos. Contudo, o território brasileiro veio sendo ocupado de maneira bastante
desordenada, desde a sua colonização. Os incentivos para a ocupação do território geraram
uma degradação dos recursos naturais e a expulsão de povos tradicionais de seu local de
origem, favorecendo a destruição de ecossistemas e a dizimação cultural (LIMA, 2008).
Este desenvolvimento desenfreado e pouco sustentável prejudicou a preservação do
Patrimônio Cultural e de suas respectivas sociedades. Enquanto o Patrimônio Natural
garante a sobrevivência física da humanidade, que necessita do ecossistema para viver, o
Patrimônio Cultural é a garantia de sobrevivência social dos povos.

Convoca-se, então, a citada epistemologia de saberes vividos conforme aparece no


livro Saberes ambientais, de Cassio Hissa. Segundo o autor, há um possível déficit no modo
como a ciência moderna nos apresenta cada disciplina científica e as suas especializações.
Cortam, recortam e isolam fatores, caminham em sentido contrário à necessidade de
inserção das abordagens transdisciplinares discutidas nas últimas décadas. Assim, tais
abordagens sofrem pela falta de um investimento teórico mais consistente, assim como de
experiências mais ricas, originárias da vida cotidiana, que possam incorporar,
progressivamente, as vozes do mundo (HISSA, 2008). Posição também defendida por
Vandana Shiva:

O saber cientifico dominante cria uma monocultura mental ao fazer


desaparecer o espaço das alternativas locais, de forma muito semelhante à
das monoculturas de variedades de plantas importadas, que leva à
substituição e destruição da diversidade local (SHIVA, 2003).

Recentemente, o contexto apresentado possibilitou novos estudos e planos


estratégicos de gestão do território do país. As comunidades tradicionais inseridas no meio
apresentado anteriormente têm tido poucas chances de se sobressair. Aqui denominadas
como comunidades criativas, possuidoras de saberes tradicionais passados de geração em
geração, um patrimônio imaterial exuberante composto por celebrações, formas de
expressão, lugares e saberes.1 Assim, este patrimônio imaterial tem um forte potencial a ser
desenvolvido pelos setores trabalhados pela economia criativa, que é, portanto, a economia
do intangível do simbólico. Ela se alimenta dos talentos criativos, que se organizam
individual ou coletivamente para produzir bens e serviços. Por se caracterizar pela
abundância e não pela escassez, essa nova economia possui dinâmica própria e, por isso,
desconcerta os modelos econômicos tradicionais, pois seus novos modelos de negócio
ainda se encontram em construção, carecendo de marcos legais e de bases conceituais
consentâneas com os novos tempos.

Embasada em discussões no Plano da Secretaria da Economia Criativa, do então


Ministério da Cultura, 2012, Claudia Leitão reafirma a relevância destes saberes tradicionais
dentro da economia nacional e mundial:

As tecnologias sociais produzidas pela imensa criatividade brasileira


tornaram-se realidades irrefutáveis [...]. Em inúmeros países de diversos
continentes (como a Austrália, a Turquia, a China) a criatividade vem sendo
apoiada por políticas públicas e sendo tratada como o insumo por
excelência da inovação. Essa nova economia vem crescendo, graças à
sociedade do conhecimento e às novas tecnologias. É a dimensão simbólica
da produção humana que passa a ser elemento fundamental na definição
do preço desses novos bens e serviços, construindo novas solidariedades,
novas éticas e estéticas, reunindo, enfim, comunidades e indivíduos, desta
feita, a partir de redes e coletivos (MinC, 2013,p.13).

A interação entre as comunidades tradicionais e a economia criativa, que aqui


atribuiremos à economia das culturas pois há tempo existem, poderá ser capaz de produzir
uma sinergia e alavancar um desenvolvimento voltado às raízes culturais do país? Em sua
maioria, as comunidades tradicionais estão inseridas em meio rural, onde a natureza lhes
oferece os elementos fundamentais para sua sobrevivência; então, pergunto: como será
futuramente a relação entre estas comunidades e meio ambiente? Como irá suceder o
manejo da matéria prima diante processos de globalização e de interesses dispares sobre o
território, territórios de conflito sobre a mira de organizações federais ou estaduais, públicos
ou privados, comunitários ou pessoais? Diante destas questões consideramos a seguinte
hipótese: aquela que defende a participação comunitária, bottom up – de baixo para cima,
nos processos de gestão do território de modo a ampliar e garantir a sustentabilidade e a
valorização das éticas e das expressões culturais locais, além de proteger e salvaguardar ao
patrimônio cultural e ambiental através de um grande laboratório de experimentações, onde
novas conexões e redes estratégicas permitam delinear um modelo de gestão resiliente.

1
Quatro principais categorias de registro de bens imateriais postuladas pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.
Figura 4 - Princípios norteadores das atividades vinculadas a economia criativa

Fonte: Embasado em Plano da Secretaria da Economia Criativa, MinC, 2012, p. 33

Com base na análise e compreensão da economia criativa e sua aplicação no meio


ambiente cultural buscaremos desenvolver uma pesquisa, de maneira a envolver os agentes
formadores dos projetos tidos como estudos de caso através de diretrizes estratégicas
voltadas à prática de uma ciência aplicada. Tratamos estas comunidades como detentoras
de conhecimentos e práticas tradicionais, reunindo em caráter de igualdade profissionais de
diversas áreas do conhecimento – arquitetos, engenheiros, arqueólogos, historiadores,
geógrafos entre outros – e, também, atores sociais e representantes das diversas
comunidades envolvidas.

A troca de conhecimento entre diversos agentes de forma colaborativa também está


presente nos trabalhos sobre inteligência coletiva (crow learning) de Pierre Lévy, um dos
principais teóricos do tema. Como o autor cita,

a inteligência coletiva, lembremos, é um conceito que descreve um tipo de


inteligência compartilhada que surge da colaboração de muitos indivíduos
em suas diversidades. É uma inteligência distribuída por toda parte, na qual
todo o saber está na humanidade, já que, ninguém sabe tudo, porém todos
sabem alguma coisa (LÉVY, 2007, p. 30).

Nesse sentido, todos os seres humanos, em suas individualidades e particularidades,


possuem conhecimentos e inteligência. Podemos entender a inteligência, nesse caso, como
todas as faculdades humanas constituídas no decorrer da vida de cada indivíduo, incluindo
suas experiências, capacidade de perceber, lembrar, aprender, imaginar etc. Assim, a
inteligência coletiva é uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente
valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das
competências. Para se produzir conhecimento não é necessário portar diplomas ou títulos,
basta possuir experiências ao longo da vida que possam ser compartilhadas por todos. Todo
ser humano é capaz de produzir conhecimento que através da partilha e cooperação pode
ser constantemente revisto e aperfeiçoado.
Por final, será feita uma análise sistêmica dos projetos estudados através da matriz
SWOT onde aplicaremos aspectos colaborativos da inteligência coletiva para uma gestão
sustentável e resiliente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que as grandes mudanças globais que vêm ocorrendo nos últimos anos têm
exigido um posicionamento cada vez mais complexo para as pesquisas dentro de uma
Ciência Sociail Aplicada, países de diferentes regionalizações e instituições diversas,
incluindo a UNESCO, têm promovido discussões para repensar as necessidades da
sociedade contemporânea sem comprometer as futuras gerações e dirigir ativamente nosso
desenvolvimento em favor da maioria do mundo, os mais pobres. Sem exceção, as
discussões partem de trabalhos em equipes interdisciplinares em busca de caminhos
efetivamente sustentáveis, que não recortem e isole fatores. Neste desafio inclui-se a
integração dos conhecimentos, considerando tanto aqueles derivados de pesquisas
científicas, quanto os conhecimentos das comunidades tradicionais. Os desafios são globais
mas as soluções sempre serão de desenvolvimento regional, local, pois dependem de dos
fatores históricos e ambientais específicos de cada cenário observado. As reflexões
apresentadas ao longo deste artigo vão mostram como as comunidades tradicionais de
nosso pais carecem de um tratamento adequado. Infelizmente, constata-se, por todo o
mundo, um forte movimento de migração rural da população mais pobre para novas
cidades. É uma ironia pensar que o centro urbano, sonho de moradia de muitos,
caracterizem-se como maior agente destruidor do ecossistema e a maior ameaça para a
sobrevivência da humanidade. Assim como a evolução da arquitetura e urbanismo para
projeção de novas cidades, precisamos também entender o meio rural. Sendo assim,
porque não, nós arquitetos e especialistas na gestão do território, olharmos para gestão
territorial da zona rural? Nas andanças pelos sertões é evidente que há potencial, e este é
enorme, basta ser trabalhado de maneira adequada. A oportunidade deve ser trabalhada
onde a população está, para que assim, a população rural consiga se manter em seu local
de origem e não migrar involuntariamente para centros urbanos em busca de oportunidades.
Entendemos que esta proposta metodológica desenvolvida por nós integrantes do Instituto
pequi do Cerrado objetivam, sempre em conjunto com as comunidades, alcançar
alternativas em busca de um desenvolvimento territorial sustentável.

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