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Ação civil ex delicto

Generalidades


1. Em título denominado “da ação civil” o Código estabelece normas para
regulamentar a responsabilidade civil conexa com a criminal, já que, muitas
vezes, os fatos que constituem objeto do processo penal podem embasar
pretensão reparatória do lesado.

2. O legislador classifica certos atos contrários a ordem jurídica somente
ilícitos civis, cominando sanções como indenização,execução forçada,
anulação do ato etc.

3. outros atos, apesar de atingirem os valores fundamentais da sociedade,
não causam danos mensuráveis a indivíduos determinados, razão pela qual
são classificados apenas como ilícitos penais.(infrações de perigo).

4. para aqueles casos em que, além de violar gravemente a ordem jurídica,
a conduta também acarreta prejuízo a alguém, a lei geralmente prevê, ao
lado da sanção penal, uma consequência jurídica de natureza civil.
Sistemas para definir como a
responsabilidade civil será julgada.

1- sistema de identidade(ou dependência solitária) – o juiz
decide sobre o crime e sobre a pretensão reparatória.

2. sistema de independência absoluta – prevê que para
cada tipo de responsabilidade haverá um processo
totalmente autônomo, que não sofrerá influência daquilo
que vier ser decidido na outra esfera.

3. sistema de interdependência(ou da independência
relativa) – estabelece a separação entre as jurisdição
penal e civil, mas prevê mecanismos de influência da ação
penal, que é predominante sobre a civil.

Nota: entre nós, foi adotado o sistema de
interdependência com prevalência da jurisdição penal: “
responsabilidade civil é independente da criminal, não se
podendo questionar sobre a existência do fato ou sobre
quem seja o autor, quando essas questões se acharem
decididas no juízo criminal.” (art. 935 do código civil).
Condições para a primazia do julgamento
penal sobre questões cíveis

1- sentença criminal deve ser anterior à sentença civil;

2. a sentença deve condenar ou absolver o acusado;

3. a sentença não pode está sujeita a recurso
Nota: somente em alguns casos a sentença penal absolutória faz coisa
julgada no cível:

Ato cometido em estado de necessidade;

Em legítima defesa

Em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do
direito.

Obs: não se poderá mais discutir se o autor do fato agiu acobertado por
um dessas excludentes de ilicitudes.
Situações que mesmo com
excludentes de ilicitudes poderá se
indenizar na esfera cível:

Se reconhecido o estado de necessidade, mas o
prejudicado não tiver sido o culpado pela situação de
perigo.

Se reconhecida uma descriminante putativa, a vítima ou
seus herdeiros devem ser ressarcidos;

Se reconhecida a defesa real, mas o autor, por erro de
pontaria causa danos a terceiro, deverá indenizar.
Outros casos que a sentença penal
absolutória faz coisa julgada no cível:

1. reconhecimento categórico da inexistência material do
fato;

2. reconhecimento da existência de prova de que o réu
não concorreu para a infração penal;
Não fazem coisa julgado na cível


1 – a decisão que acolhe a promoção de arquivamento de
inquérito policial ou de peças de informação.

2 – decisão que julga extinta a punibilidade

3 – a sentença absolutória que decide que o fato imputado
não constitui crime;

4 – sentença absolutória por falta de provas que o réu
concorreu para a infração penal.
Ação civil ex delicto x execução
civil da sentença condenatória

1 – apesar de ser-lhe facultado postular no juízo cível seu
direito à indenização, o ofendido não necessita ingressar
com a ação civil de conhecimento para ver reparado o
prejuízo que sofreu, pois a sentença penal condenatória é
título executivo.

O juiz ao proferir a sentença condenatória, deverá fixar
valor mínimo para reparação dos danos causados ao
ofendido pela infração.
Legitimidade ativa


Pode ser ajuizada pelo ofendido

Seu representante legal

Herdeiros

Ministério público quando titular do direito for pobre
Legitimidade passiva


Pode ser proposta contra o autor do crime, se for o caso
contra o responsável civil

A execução direta da sentença só poderá ser ajuizado em
face de quem foi réu no processo criminal, não gerando
efeito em relação a terceiro;
Competência:


Proposta no juízo cível, com observância das regras de
competência estabelecidas pela lei processual civil.

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