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Como o leitor já terá notado, o título deste artigo é existe para acabar em livro é que a produção
uma paráfrase de famosa observação de Mallarmé. bibliográfica tornou-se explosiva e, em meu
Em 1 891, respondendo a uma enquête de Jules entender, mais assustadora do que a explosão
Huret sobre a evolução literária, o autor de Un coup demográfica. Mais assustadora por ser muito mais
de dés teria dito que "le monde est fait pour fácil impedir uma criança de ser gerada que certos
aboutir à un beau livre" (l, p. 362).** Mas, como autores de publicarem os livros "inúteis ou
salienta Jacques Scherer, tudo indica ter sido o estúpidos" de que falava Ortega y Gasset em seu
adjetivo beau acrescentado pelo entrevistador (2, ensaio-conferência Misión del bibliotecário (4, p.
p. XII). Pois em artigo publicado em 1895 na 228).
Revue Blanche, reivindicando a autoria da frase e
acrescentando que ela emanou do mais profundo Citei-a em verbete publicado na Enciclopédia
de si mesmo, Mallarmé reescreveu-a desta maneira: Mirador Internacional (5, p. 1 373), o que fez com
"Tout, au monde, existe pour aboutir à un livre" que seu editor — o insigne Antônio Houaiss —
(3, p. 378). O que não deixa de ser significativo, comentasse entre amigos comuns que eu não sei
tratando-se de poeta e ensaísta geralmente escrever nada sem citar Gilberto Freyre e Mallarmé.
considerado como puro esteticista. E a um puro
esteticista não repugnaria decerto afirmar que "o
Por sinal que, ao prefaciar recente obra de Gilberto
mundo foi feito para acabar num lindo livro".
Freyre — Heróis e vilões no romance brasileiro — ,
a frase de Mallarmé uma vez mais me ocorreu. E
Tenho citado muito esta frase, principalmente ao
citei-a creio que muito a propósito, por ser o
tratar do fenômeno conhecido como explosão
referido livro o produto bibliográfico de um curso de
bibliográfica: justamente porque tudo no mundo
conferências proferidas no Instituto Joaquim
Nabuco de Pesquisas Sociais, hoje Fundação
* Com as indispensáveis alterações, este artigo foi lido Joaquim Nabuco (6, p. 1). A verdade enunciada
em Natal, em 22 de outubro de 1 979, como conferência por Mallarmé decorre exatamente de que tudo o
promovida pela Universidade Federal do Rio Grande do que no mundo não acaba em livro desaparece,
Norte, em comemoração à Semana Nacional do Livro
daquele ano.
torna-se esquecido ou deixa simplesmente de
existir. Tudo: cursos, conferências, congressos
* * Os números em destaque são os das obras
referenciadas no fim do texto. inteiros, exposições e outros acontecimentos. Pois
só o que está escrito permanece, como diziam os de luz, imagem de celulóide, clarão soprado pelas
antigos, embora o provérbio verba volant, scripta antenas" (7, p. 1),
manent nos induza a evitar provas materiais do que
dissermos e não propriamente a convencer-nos de O livro é, assim — e eis aí, talvez, sua melhor
que só a palavra escrita é duradoura. definição —, um dos veículos de comunicação do
pensamento. Já no começo deste século, o belga
Note-se que na minha paráfrase não existe a Paul Otlet anunciava que outros veículos surgiriam
conotação teleolôgica da observação de Mallarmé, para substituir o livro, anúncio ou profecia que
pois a preposição para introduz no verbo acabar a muitos erradamente atribuem a Marshall McLuhan.
idéia de finalidade ou objetivo. Sabe-se que para Tanto Otlet, no passado, como McLuhan, no
Maliarmé o livro era uma entidade ao mesmo tempo presente, só em parte acertaram. Os modernos
física e metafísica. Num dos manuscritos por ele veículos de comunicação surgiram menos para
deixados existem diretrizes, explicações, gráficos e substituir do que para completar o livro. Pois a
cálculos minuciosos sobre a composição e até anunciada morte do livro é tão despropositada
sobre o financiamento e a difusão de um quanto o foi, com o advento do cinema, a também
determinado livro. Mas, como pergunta com razão profetizada morte do teatro. Assim como não
Jacques Scherer — a quem devemos belíssima faltam no mundo neuróticos dispostos a se
edição desse manuscrito —, que livro era esse, tão notabilizarem assassinando ou tentando assassinar
total e tão perfeito que substituiria todos os demais estadistas e o próprio Papa, ou destruindo obras-
livros existentes e o próprio mundo? primas das artes plásticas, são também comuns os
que anunciam o desaparecimento disso ou daquilo:
Apesar de todas as exaustivas indicações deixadas da metafísica — cuja morte foi gritada por Sílvio
por Mallarmé, vê-se que, para ele, o Livro com L Romero aos professores que o examinavam na
maiúsculo era como a dor que Fernando Pessoa, velha Faculdade de Direito do Recife —, do teatro,
em conhecidos versos do seu poema ortônimo do romance, da poesia.
"Autopsicografia", dizia fingir e, ao mesmo tempo,
sentir: "O poeta é um fingidor. / Finge tão O fato é que a ânsia de encontrar meios mais
completamente / Que chega a fingir que é dor / A adequados de comunicação entre pesquisadores fez
dor que deveras sente." com que o livro cedesse lugar à revista e, depois, a
diversas espécies de documentos não
O Livro de Mallarmé — a observação é de Jacques bibliográficos; surgiram, como conseqüência lógica,
Scherer — "existe sans exíster vrairnent, comme os serviços de documentação; no resumo dos
les êtres de littérature" (2, p. IX). É "mais real do documentos procurou-se isolar e fixar a informação
que o real", como diria Novalis. — medida em unidades binárias, isto é, em bits,
para efeitos de armazenagem e recuperação
Em minha paráfrase apenas constato uma computarizadas —, donde a expressão informação
realidade: a de que tudo começa e acaba em livro. científica e institutos com esse nome, como, na
E, portanto — a conseqüência parece lógica —, Filadélfia, o Institute of Scientific Information, que
tudo começa e acaba em biblioteca. Mas não nos publica os importantíssimos periódicos Science
adiantemos, porque é indispensável esclarecer, Citation Index e Social Sciences Citation Index,
preliminarmente, o que entendo por livro. sendo previsível um Humanities Citation Index, com
o qual se completará o ciclo imaginado por Henri
Já me ocorreu dizer uma vez que não consigo levar Lefebvre ao observar que, se pudéssemos
a sério a definição de livro como "reunião de folhas reconstituir as cadeias de citações — os índices de
ou cadernos, soltos, costurados ou por qualquer citações já o conseguem —, perceberíamos quão
outra forma presos por um dos lados, e enfeixados raramente se introduz nos textos uma idéia nova:
ou montados em capa flexível ou rígida". Esta, "encontraríamos onde determinada idéia foi
entretanto, é a definição que está nos dicionários. introduzida, por quem, aquilo em que se
Parece até que foi para satirizá-la que Fernando transformou, quando morreu, onde está seu
Pessoa disse dos livros que "são papéis pintados túmulo" (8, p. 182).
com tinta"; e que "estudar é uma coisa em que
está indistinta / a distinção entre nada e coisa Hoje o interesse dos cientistas da informação se
nenhuma". Como Guilherme Figueiredo em recente dirige mais ao dado — expressão, numérica ou não,
e notável discurso de paraninfo, penso que o livro de fatos, conceitos ou instruções —, donde o
nasceu quando o homem primitivo riscou no muro banco de dados: organização que armazena dados
da caverna o primeiro signo. "Aquele risco — e os organiza de modo a torná-los disponíveis sob
observa Guilherme Figueiredo — era o livro: pedra, múltiplos aspectos, graças ao processamento
papiro, chancela, incunábulo, in fólio, prensa eletrônico e permitindo, por isso, cálculos mais ou
manual, explosão eletrônica, som com velocidade menos complexos operados sobre os dados.
A sabedoria e o bom senso estão em compreender estabelecido numa lei que defina e regulamente os
que o dado não exclui a informação, como esta não serviços nacionais de informação: arquivos,
exclui o documento, nem este exclui o livro em sua bibliotecas e museus.
forma tradicional e em seus diferentes formatos,
todos resultantes, como o próprio Mallarmé fazia Para fins de planejamento, é indispensável
questão de salientar, do número de vezes em que a classificar as bibliotecas em diferentes categorias
folha inconsútil é dobrada e constituídos como que (10, p. 51-52). Historicamente, a primeira
dialeticamente de espaços pretos e brancos, isto é, categoria foi a das bibliotecas reais dos impérios da
de manchas tipográficas e de margens e entrelinhas Antigüidade; na Idade Média, surgiram as
(2, p. XIX e XXII). bibliotecas universitárias, embora seja lícito supor
que a famosa biblioteca de Alexandria deve ser
De qualquer forma, seríamos talvez mais modernos considerada como tal; com a consolidação das
se afirmássemos que tudo o que no mundo existe nações européias, surgiram as bibliotecas
começa e acaba em dado: os dados lançados em nacionais, muitas das quais formadas, como a
livros de registro de nascimento — dos quais os nossa, de antigas bibliotecas reais; com as
cartórios nos fornecem certidões — e! os dados democracias, apareceram as bibliotecas escolares
lançados em livros de registro de óbitos, com os e, depois destas, as bibliotecas públicas; e, com o
respectivos atestados. Lembro, a propósito, que progresso da Ciência e da Tecnologia, vieram as
num dos excelentes ensaios que constituem seu bibliotecas especializadas; as bibliotecas infantis
livro Psicologia do subdesenvolvimento, o surgiram como serviços específicos de bibliotecas
embaixador José Oswaldo de Meira Penna observa escolares e de bibliotecas públicas.
ser o Brasil "o país onde o requerente tem de
provar que está vivo e onde maior crédito é dado Quando funcionam de modo interdependente, essas
ao atestado de óbito do que ao corpo do defunto" diferentes categorias de bibliotecas constituem,
(9, p. 39). Trata-se, evidentemente, de uma juntamente com os arquivos, os serviço de
boutade, já ultrapassada por recente decisão documentação e os bancos de dados, uma rede
governamental de abolir, entre outros, o famigerado sobre a qual se apoia o sistema nacional de
atestado de vida. Pensando bem, não há por que informação, cujo conceito a Unesco exprime pela
estranhar que, como prova, o atestado de óbito abreviatura NATIS (11). De passagem, devo
valha mais do que o cadáver: quando recordar que foi um brasileiro quem primeiro
adequadamente preservado, o atestado pode durar defendeu, em todo o mundo, os conceitos de rede
infinitamente, enquanto do cadáver só restará o pó e sistema de bibliotecas. Refiro-me a Rubens Borba
a que o Senhor condenou o nosso pai Adão: de Moraes, que, em conferência lida e publicada no
"Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que ano de 1943, escreveu estas palavras
voltes à terra de onde foste tirado: porque tu és pó antecipadoras: "Uma biblioteca a mais não resolve
e em pó te hás de tornar" (Gênesis 3:19). o problema de um centro cultural. Do que
necessitamos é de um sistema de bibliotecas,
Considero perfeitamente admissível que o Ministro trabalhando em conjunto, umas suprindo as
Hélio Beltrão complete, um dia, a desburocratização deficiências das outras, cooperando. Estradas de
de que foi em boa hora incumbido, sugerindo que ferro construídas a esmo nada adiantam para os
os dados relativos a nascimentos e óbitos sejam transportes de um país. O que é útil é uma rede
lançados diretamente na memória de um ferroviária. Pois o que precisamos, no nosso caso,
computador, com a conseqüente substituição de é uma rede bibliotecária" (12, p. 60, grifos
certidões e atestados por simples e práticos nossos). Os bibliotecários brasileiros são, de modo
cartões, semelhantes aos de identificação de geral, tão alienados, que nunca reivindicaram essa
contribuintes. Possibilidade que muito me alegra prioridade realmente impressionante de nosso
por implicar a extinção desses inimigos necessários patrício, chegando alguns a pensar que os
que são os cartórios. conceitos de rede e sistema de bibliotecas surgiram
primeiro em língua inglesa. O exame da bibliografia
Se tudo o que no mundo existe começa e acaba em sobre o assunto nessa língua mostra que as
livro — ou em documento, ou em informação, ou expressões library network e library system
em dado —, é evidente que tudo acaba em arquivo, somente surgiram nos anos 60. Para dirimir
biblioteca, serviço de documentação e/ou banco de dúvidas, consultei um dos mais cultos e bem
dados. O limite natural de um artigo me obriga a informados bibliotecários dos Estados Unidos, o
tratar apenas de documentos textuais. Eles professor Lester Asheim, sobre quem acaba de ser
acompanham o homem desde o nascimento até a publicada toda uma obra coletiva (13). Ele me
morte. Os documentos dos cartórios, em espécie respondeu que também não encontrou vestígios
ou microforma, são transferidos para arquivos dos conceitos de rede e sistema de bibliotecas
municipais, estaduais ou federais, conforme fique antes da conferência de Rubens Borba de Moraes.
Para mostrar que o livro e, conseqüentemente, a Mesmo dedicado mais diretamente às bibliotecas
biblioteca acompanham o homem desde seu universitárias e especializadas, Jesse Shera — que
nascimento, seguirei, não a ordem cronológica do é outro notável bibliotecário norte-americano —
aparecimento das diferentes categorias de concorda com sua colega Francês Henne em que a
bibliotecas, mas um critério que denominarei biblioteca infantil é "a mais importante de todas as
fenomenologia etária, sem que a palavra fases da biblioteconomia". Trata-se, acrescenta
fenomenologia tenha relação direta com o sistema ele, de um serviço vital, não apenas para o futuro
de Edmund Husserl, embora a ele não seja da biblioteca, mas também para o bem-estar social.
necessariamente contrário. Isso porque "a criança de hoje é o eleitor de
amanhã". Como poderia esse eleitor votar em
Quando se apreciam as diferentes categorias de legisladores ignorantes dos benefícios que as
bibliotecas não de acordo com a ordem cronológica bibliotecas proporcionam? (15, p. 57).
de seu aparecimento, mas segundo a faixa etária
dos respectivos usuários, parte-se naturalmente de Encontro nas observações e nessa pergunta de
um conceito novo de biblioteca. Esse conceito me Jesse Shera a explicação mais plausível para a
foi sugerido por analogia com o conceito,de Igreja pouca atenção que as autoridades brasileiras — até
que emanou do Concilio Vaticano II: conceito que, mesmo as do Ministério chamado da Educação e
aliás, não é novo, na medida em que restabelece a Cultura — dispensam às nossas bibliotecas: já que
idéia veterotestamentária de Povo de Deus. De delas não se beneficiaram na infância e na
qualquer modo, foi muito bom que o Concilio nos mocidade, como podem, depois de adultos, avaliar
lembrasse que a Igreja é menos uma instituição sua importância, que, no máximo, apenas
hieraticamente sediada em Roma e platonicamente admitem?
autocraticamente governada pelo Romano Pontífice
do que simplesmente isto: Povo de Deus. Povo de Conversando certa vez com o urbanista Lúcio
Deus — diga-se de passagem — hoje conduzido por Costa, perguntei-lhe como se explica tenha ele
um guia magnificamente disposto a arriscar a pensado, ao projetar Brasília, em detalhes tão
própria vida para não renunciar à sua condição de importantes como o das bancas de jornais e até o
peregrino. das sombras propícias aos namorados, esquecendo-
O conceito que venho propondo ultimamente é o de se, porém, de bibliotecas nas chamadas unidades
biblioteca menos como "coleção de livros e de de vizinhança. Sua resposta foi muito franca:
outros documentos, devidamente classificados e esquecera-se das bibliotecas porque nunca as vira
catalogados", do que como assembléia de usuários funcionar em nosso país!
da informação. Conseqüentemente, ao bibliotecário
compete não mais classificar e catalogar livros e Estava, naturalmente, se referindo às bibliotecas
sim orientar usuários, entregando-lhes a informação públicas, cuja omissão, em quase todos os
que seja do interesse de cada um. Note-se que já municípios brasileiros, é o grande escândalo da
não me refiro mais à informação simplesmente biblioteconomia nacional, porque ele deve ser um
solicitada e sim àquela que o perfil do usuário — dos mais freqüentes usuários da biblioteca
perfil elaborado por serviços de disseminação especializada pertencente ao Instituto do
seletiva da informação — indique ser de seu Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tanto
interesse, mesmo que ele eventualmente a quanto da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
desconheça.
Encontra-se no primeiro volume das Obras
Assim, a missão do bibliotecário, que era quase completas de Ortega y Gasset um artigo por ele
exclusivamente bibliocêntrica, passa a ser também publicado em El Imparcial de 21 de fevereiro de
antropocêntrica; ou antes, antropobibliocêntrica: 1908. Manifestando-se contrário à construção de
designação que evidencia ser o elemento humano um teatro, quando Madrid não possuía uma só
ainda mais importante que o documento. biblioteca de livros científicos modernos, depois de
Transferindo o foco da biblioteconomia da afirmar que "o problema espanhol é um problema
informação para o usuário, estamos acompanhando educativo", conclui Ortega: "Puede vivir
a evolução, da teoria literária, que se iniciou com dignamente una nación sin un Teatro Nacional: sin
ênfase no autor, passando ao texto e chegando una biblioteca medianamente prevista, España vive
recentemente ao leitor, com a chamada "estética deshonrada" (16, p. 84-85). Hoje, graças à
da recepção" (14). Se do ponto de vista histórico é competência e ao dinamismo do diretor Hipólito
interessante saber como e quando surgiram as Escolar Sobrino, Madrid possui uma Biblioteca
diferentes categorias de bibliotecas, mais Nacional que junta a seu riquíssimo acervo uma
importante ainda é verificar os diferentes tipos de organização modelar. Quanto a nós, tendo o
usuários para os quais as bibliotecas foram se Governo do Distrito Federal optado por um Teatro
diferenciando. Nacional, Brasília continua sem biblioteca pública.
1
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1
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1
2 MORAES, Rubens Borba de. O problema das bi-
bliotecas brasileiras. Rio de Janeiro, Casa do
Estudante do Brasil, 1 943. 64 p. ABSTRACT
13 LEE, Joel M. & HAMILTON, Beth A., ed. As Rather than being a material entity — stone, clay,
much to learn as to teach; essays in honor of papyrus, parchment or paper — the book is one of
Lester Asheim. Hamden, Conn., Linnet mind's communication means. It can be, as such,
Books, 1979. 273 p. complemented by other means; nevertheless it
could never be superseded by them, as theater was
1
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textos de estética da recepção. Seleção, television. From this dynamic concept of the book
coordenação e tradução de Luis Costa Lima. derives a concept of the library, which is
Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1 979. 21 3 p. considered less "a collection of documents properly
classified and cataloged" and more an assembly of
15
SHERA, Jesse H. Introduction to library science; information users. If everything that exists in the
basic elements of library service. Littleton, world ends in a book, as Mallarmé said, it seems
Co., Libraries Unlimited, 1976. 208 p. right to conclude that everything also ends in a
library. The poet's proposition might be completed
16
ORTEGA Y GASSET, José. Pidiendo una biblio- by this paper's title, of which the most significant
teca, In: —. Obras completas. 7. ed. Madrid, examples are the birth and death registration
Revista de Occidente, 1966. t. l, p. 81-85. records. (J.M.K.)