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Andreia Seabra
(Nº2019568)
Marta Soares
(Nº 2019016)
2019-2020
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 2
1-CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO SÓCIOEDUCATIVO 4
2-PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS 7
3-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9
4-PLANO DE AÇÃO 12
5-AVALIAÇÃO 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16
ANEXOS 17
Anexo A – Caracterização - Potencialidades e Fragilidades da turma
registadas durante a observação 0
Anexo B – Plano de Intervenção - Desenvolvido a partir dos documentos
orientadores – Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória
(2017), Aprendizagens Essenciais (2018) 7
1
INTRODUÇÃO
2
negociando a planificação. Procuramos, deste modo, ir incluindo os conteúdos curriculares
e Projetos (de turma e escola) que nos vão sendo indicados, adaptando-os às estratégias
que possibilitam as aprendizagens desejadas pela professora e à prossecução dos
objetivos definidos neste Projeto.
Por último apresentamos a Avaliação. A definição desta dimensão teve em conta a
avaliação feita informalmente durante o período de observação e a reflexão que esta
suscitou. Procuramos, assim, modelos e instrumentos de avaliação que permitam comparar
a situação inicial (as semanas de observação e as primeiras intervenções de diagnóstico),
o processo ao longo do plano de ação e a situação final.
Para a construção deste Plano de intervenção foi fulcral o recurso a algumas
técnicas de recolha de dados: entrevista realizada à professora cooperante, observação
direta e análise documental.
3
1-CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO SÓCIOEDUCATIVO
4
permissão para se levantarem sem pedir e procurarem ajuda junto à professora. É através
desta atribuição de trabalho/fichas e da acessibilidade de apoio das alunas com maior
dificuldade que é feita a diferenciação pedagógica. Nestes dois casos em particular, há uma
articulação a nível de conteúdos, entre a professora cooperante e a professora que dá o
apoio (2h semanais).
Nas atividades em que há uma conversa coletiva, a professora tenta dar a vez de
falar a todos os que têm o braço no ar, de modo aleatório. A comunicação é feita de modo
dialógico, entre o aluno e a professora, não sendo fomentada a interação e discussão entre
os alunos. Os trabalhos são corrigidos oralmente ou no quadro, sendo chamados, na
maioria das vezes, os alunos que se voluntariam (e que pensam saber a resposta correta).
Os restantes alunos têm a responsabilidade de corrigirem o seu próprio trabalho. As
dificuldades ou dúvidas que possam surgir ficam, por isso, por detetar.
Quando os alunos são chamados a intervir (oralmente ou escrevendo a resposta no
quadro), o processo de comunicação é, muitas vezes, substituído pela intervenção da
professora, que explicita por eles o seu raciocínio e clarifica ou traduz a informação. Quando
os alunos revelam dificuldade ou dão uma resposta errada recebem feedback negativo ou
perdem a vez. Quando a professora fala com o aluno para corrigir/explicar a resposta, a
comunicação é feita entre os dois, não sendo fomentado o envolvimento dos restantes
alunos.
As atividades propostas são bem geridas a nível de tempo, com o cuidado de serem
terminadas. É sempre feita uma introdução ao tema (recuperando ou enquadrando o
conteúdo) e no final, muitas vezes, é feita uma articulação com outras áreas
(nomeadamente entre o português e o estudo do meio). Quanto a recursos educativos, os
poucos utilizados serviram como exemplificação/ilustração, não tendo sido explorados
pelos alunos (como o material Multibásico ou o computador). As áreas das expressões
acabam por ser relegadas para segundo plano, já que a escola tem uma boa oferta
complementar (em projetos contemplados no horário da professora titular e nas AECs) e
porque a professora, segundo a própria, não tem muito tempo ou aptidão para as dar –
embora vá fazendo alguns projetos ou dinamize alguns momentos de expressões, que
ajudam a motivar e descontrair a turma.
É de salientar duas atividades em pequeno grupo observadas: escrita a pares e
Trabalho por Projeto. Em ambas foi sublinhada a importância de trabalhar em grupo, como
modo de preparação para a vida futura e como exercício de respeito pelo outro. Foi neste
contexto, de discussão sobre o funcionamento do trabalho em grupo, que os alunos foram
chamados a se auto-avaliar, sendo estas ocasiões as únicas em que o fizeram. Salvo estes
dois casos, não houve, portanto, uma clarificação dos objetivos específicos das atividades
e respetiva auto-avaliação dos alunos (sobre os conteúdos e competências a desenvolver).
5
É de notar ainda que estes momentos de auto-avaliação sobre a dinâmica do trabalho em
grupo se revelaram fonte de conflito e de culpabilização (por parte dos alunos e da
professora). No trabalho de Projeto, que engloba 4 ou 5 alunos, as tarefas/conteúdos foram
divididas entre cada um dos elementos, não havendo, efetivamente, um trabalho
colaborativo.
Apesar do cenário favorável descrito acima, com uma turma muito motivada e
participativa, é na interação entre pares que descobrimos a maior fragilidade da turma.
As tipologias de atividades e dinâmicas pedagógicas descritas refletem-se num
comportamento pouco cooperativo e numa interação focada na professora. Os alunos
acabam por não se envolver nas intervenções dirigidas aos colegas ou por estes realizadas,
exceto para corrigir, sublinhar regras ou criticar (feedback negativo). Não há, portanto, a
compreensão e apropriação das ideias ou dificuldades dos seus pares. O trabalho
colaborativo acaba por originar, muitas vezes, conflito, já que os alunos demonstram muita
preocupação em dividir e equilibrar o trabalho entre os elementos do grupo.
Quanto a fragilidades específicas, ligadas aos conteúdos abordados, são difíceis de
detetar, já que os processos pedagógicos acabam por fomentar a participação dos alunos
que sabem a resposta. As dificuldades não são explicitadas ou desconstruídas em grupo,
as dúvidas são resolvidas pela correção (através da resposta correta) ou numa interação à
parte com a professora, que diz se a resposta está ou não correta. Ainda assim, os alunos
mostram assimilar rapidamente os conteúdos, não havendo muita diferença nos ritmos de
trabalho de cada um.
Ressalva feita, pudemos discriminar algumas potencialidades e fragilidades por
áreas disciplinares (cf. Anexo A), através da observação da dinâmica e do trabalho
autónomo dos alunos.
É ainda de destacar o gosto e aptidão que os alunos demonstram nas áreas das
expressões (muitos deles têm atividades fora da escola, como o canto).
6
2-PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS
Identificadas as potencialidades da turma, nomeadamente o gosto em partilhar as
suas ideias e opiniões, e as fragilidades relacionadas com a socialização e interação,
procuramos uma problemática capaz de relacionar estes aspetos e que se focasse em
competências transversais às várias áreas disciplinares (dando resposta a dificuldades
específicas ligadas a conteúdos e potencializando a motivação que os alunos têm por cada
uma delas).
Assim a problemática definida centra-se no tópico Discussão Coletiva, e na questão-
problema “Que competências desenvolver para promover a discussão coletiva?”.
Decorrem, então as seguintes questões:
a) Como promover a cooperação e entreajuda entre pares/grupo?
b) Como redirecionar a comunicação, de modo a que os alunos se envolvam no
raciocínio dos colegas?
c) Como desenvolver as competências de justificação, argumentação e discussão
entre alunos?
d) Como integrar e promover a discussão coletiva, numa abordagem globalizante
e integrada no currículo?
e) Como quebrar dinâmicas enraizadas, colocando os alunos em zonas de
desconforto, sem perderam a motivação.
7
ii) Pensamento crítico: Pensar de modo abrangente e em profundidade, de forma
lógica, observando, analisando informação, experiências ou ideias, argumentando com
recurso a critérios implícitos ou explícitos, com vista à tomada de posição fundamentada;
(Perfil dos alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, 2017)
8
3-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como enfatiza Cano (2005), da discussão surge a luz. Esta constitui-se como um
ponto de encontro social de opiniões, experiências e conhecimentos que, articulados
harmonicamente, podem dar lugar a novos saberes ou decisões para atuar (p.20). Para tal,
os intervenientes têm de aceitar a diversidade como complementaridade, numa atitude de
respeito e aceitação. É nesta perspetiva que estabelecemos como objetivo primeiro a
cooperação e partilha entre os alunos, de modo a que se estabeleça um contrato de
comunicação implícito que pressupõem que os alunos se escutem e se engajem na
participação dos colegas (redirecionando assim o interlocutor da sua comunicação) e
entendam que podem aprender uns com os outros, em vez de competir.
Sutton (1992) valoriza as atividades baseadas em linguagem, mesmo nas
disciplinas das ciências, já que as palavras são ferramentas para formar novo pensamento
– de acordo também com a visão de Piaget e Vygotsky, que encaram os processos de
reflexão e pensamento e as formas argumentativas de comunicação como estando
intimamente ligados (Leitão, 2007). Sutton (1992) sublinha, também, as dificuldades
sentidas pelos alunos (e por nós testemunhadas neste contexto) em reformular ideias pelas
suas próprias palavras, em apreender ideias ouvidas que contrariem as suas expetativas
(que interpretam com parcialidade ou integram apenas parcialmente). Também Erduran &
Jiménez-Aleixandre (2008) referem as dificuldades dos alunos em engajar com as
afirmações dos outros e como se precipitam para conclusões antes de terem factos
suficientes. É neste contexto que pensamos ser essencial registar e organizar previamente
o seu pensamento/ideias. Esta organização permite estruturar o discurso, a argumentação
e justificação, de modo a distinguir, por exemplo, factos, opiniões, juízos de valor ou
informação relevante, o que clarificará e facilitará a comunicação entre pares. Assim
procuramos desenvolver o pensamento reflexivo e uma convivência social mais saudável.
Não nos podemos esquecer, contudo, que as crianças estão numa fase de transição
que era antes dominada pelo egocentrismo (e que, segundo a professora cooperante, é
uma das causas da dificuldade de cooperação entre os alunos). Neste sentido Silva (2013)
relembra que, olhando para o desenvolvimento infantil, “a discussão de ideias foi
considerada por Piaget como um dos elementos que permitem ao sujeito evoluir do
egocentrismo para a descentração, permitindo-lhe desenvolver o seu pensamento” (p.45).
Contudo, Leitão & Damianovic (2011) alertam que “mesmo que se reconheça que as
crianças argumentam desde muito cedo (2-3 anos) (…) um longo caminho de
desenvolvimento há de ser percorrido até que o façam com níveis de articulação e
qualidade que caracterizam um pensamento crítico-reflexivo sobre a realidade.” O
9
professor, neste caso a nossa intervenção, tem um papel fundamental que teremos de ter
em conta nas nossas dinamizações:
[É importante] que o professor assuma a posição de moderador; que
tenha o cuidado de vigiar e intervir quando necessário, de forma a recentrar a
discussão no assunto abordado, de ressalvar os argumentos desenvolvidos por
alguns alunos e a discuti-los com os restantes colegas, para a evitar que o debate
se cinja a uma exposição de palavras. Toda a turma deve estar envolvida neste
tipo de exercício para que o professor consiga garantir a ligação entre um
discurso de um aluno e o de outro. Todos os alunos devem participar, fazer
perguntas, mas também é importante que saibam ouvir-se e respeitar-se
mutuamente.
(Brenifier, citado por Silva, 2013, p.46)
Cano (2005) refere que a conversação é a forma mais antiga de organização dos
intercâmbios comunicativos. A conversa (discussão) em contexto escolar tem
características específicas (em oposição à discussão espontânea), tendo em conta os
conteúdos, a organização e as competências pragmáticas da oralidade. Segundo Sousa &
Cardoso (2010, p.15) “saber escutar e falar significa ser capaz de compreender e de
selecionar informação; ser capaz de antecipar, de memorizar, de planificar, de produzir e
de autorregular ou corrigir a própria mensagem, de acordo com diferentes registos e com
as propriedades dos textos”. Pretendemos, de acordo com estes pressupostos, explicitá-
los junto dos alunos, de acordo com cada atividade/disciplina, caminhando para uma
discussão mais estruturada e produtiva, de modo a desenvolver as competências de
planificação e registo, as competências comunicativas e o pensamento crítico e
argumentação.
Embora cada disciplina tenha a sua epistemologia e proporcione, por isso, uma
discussão coletiva de natureza diferente nas diversas áreas (desenvolvendo estas
competências com a sua linguagem própria), esta estabelece-se como um ponto de partida
e chegada transversal, um ponto de encontro entre todas as áreas. Assim, cada disciplina
deve contribuir para a aquisição das competências já referidas. Se o domínio da oralidade
(compreensão e expressão) são evidentes, não menos importantes são os contributos das
outras áreas. Erduran & Jiménez-Aleixandre (2008) referem a importância do discurso na
construção de conhecimento científico, já que a argumentação faz parte da natureza da
ciência, desenvolve a cidadania e desenvolve competências de pensamento mais elevado
(p.31). Mestre (2018) ressalta, no domínio da matemática, que “se os tipos de comunicação
nos quais os alunos se envolvem podem ser limitados pela sua compreensão matemática,
10
de forma recíproca, a compreensão matemática também pode tornar-se mais sofisticada à
medida que evolui a capacidade de comunicação” (p.23). Evidenciamos aqui, também, a
importância dos processos de comparação, justificação e generalização matemática. Não
menos importante é o contributo das expressões, quer pela motivação e aptidão que a
turma demonstra nestas áreas, quer pela abertura e aceitação que implicam. Ao contrário
da ciência, as artes não dão uma só resposta às questões, não havendo certo ou errado.
Como nos explicita Eisner (2002), as artes baseiam-se em apreciações qualitativas e o
objetivo não é apenas entender o mundo, mas dar-lhe sentido através da expressividade
pessoal, onde prevalece o sentimento e não só a razão.
Posto isto, discriminamos as metas e aprendizagens essenciais em cada uma das
áreas, que procuraremos articular entre elas, e as estratégias a utilizar em cada uma (cf.
Anexo B)
11
4-PLANO DE AÇÃO
Segundo Leito (2018, p.432), as práticas centradas na criança procuram dar uma
resposta efetiva e eficaz às necessidades coletivas dos alunos, mantendo a motivação e o
envolvimento. Neste sentido, a problemática selecionada, ao interferir com dinâmicas
inculcadas desde o 1.º ano (deixando os alunos numa zona de desconforto, onde possam
sentir-se menos competentes), deve ter especialmente em conta estes aspetos, procurando
que os alunos tenham aprendizagens significativas e continuem motivados. Assim procurar-
se-á a interdisciplinaridade (procurando sempre ligar as experiências pessoais e as
aptidões dos alunos) e a integração curricular; a diferenciação pedagógica e a
aprendizagem ativa. Comum a todos estes pressupostos, está a adoção de estratégias que
organizem as atividades em pares e pequeno grupo, diversificando a composição dos
grupos, de modo a fomentar a colaboração, cooperação e entreajuda. Por isso o nosso
plano de ação começa por mudar a disposição da sala e organizar as atividades tendo em
conta as composições diversas de pequenos grupos.
As atividades devem ser sempre pautadas pelos momentos de discussão coletiva,
para que os alunos comentem o trabalho realizado pelo seu grupo e dos outros. Embora os
alunos revelem já um discurso metacognitivo acerca das suas dinâmicas (ainda que tenham
uma conotação mais negativa), é nosso objetivo que desenvolvam essa metacognição e a
elaborem em relação às competências e conteúdos de cada atividade. Neste sentido o
nosso plano de ação terá duas preocupações. Por um lado teremos de esclarecer o que é
esperado do seu trabalho (explicitando as aprendizagens e partilhando os indicadores de
avaliação) e dotá-los de ferramentas de organização e registo de ideias e planeamento das
suas intervenções. Por outro, como intervenientes do processo pedagógico das atividades
que vamos realizar, teremos de mediar as discussões, orientá-las para que não fujam do
objetivo (algo que costuma acontecer devido à vontade que os alunos têm de comentar
com aspetos que conhecem) e fazendo sobressair os argumentos relevantes e a sua
natureza. Este plano prevê, assim, que os alunos vão integrando cada vez mais os
contributos dos colegas. Este fator, aliado ao trabalho colaborativo mais estruturado e
equilibrado, deverá também contribuir para a diferenciação pedagógica (sendo o grupo
responsável por não deixar ninguém para trás).
As atividades que propomos procuram implicar ativamente os alunos, privilegiando-
se, em todas as áreas, tarefas mais abertas e exploratórias, que suscitem diferentes
estratégias, representações e, se se aplicar, resoluções/propostas/interpretações.
12
A par destas estratégias e tipologia de atividades, é nossa preocupação dar
continuidade ao trabalho que tem vindo a ser feito. Contemplamos, assim, manter as rotinas
diárias (escrita do plano do dia pelo chefe de turma), ainda que se planeie introduzir novas
(rotina de cálculo mental, em média duas vezes por semana e o hospital ortográfico), que
dão conta de dificuldades específicas dos alunos. Procuraremos, também, dar continuidade
aos conteúdos programáticos (que nos vão sendo transmitidos pela professora, sendo o
planeamento condicionado pelos tempos de negociação com a professora), mobilizando
conhecimentos já adquiridos e por nós observados. Não tendo nós uma planificação
específica em relação a estes, temos, no entanto, a indicação de alguns projetos da turma
e da escola que queremos integrar. É o caso de Trabalho por Projeto, da área do estudo
do meio – que pretendemos estruturar e articulá-lo com um projeto ligado às artes visuais
e música – através da técnica Stop Motion. Este aproveitará também a Oferta
Complementar de Escola com o tema atribuído à turma (Land Art - os materiais reutilizáveis
para criar arte) e a abordagem à fotografia (em parceria com as Galerias Quadrum). Na
área do Português iremos abordar as obras selecionadas para a turma.
As sequências de atividades de cada área disciplinar desenvolvem-se à volta das
metas curriculares e dos objetivos já referidos (discriminados no Anexo B).
A partir das atividades realizadas planeamos produzir com a turma alguns
instrumentos de pilotagem do trabalho (como o cartaz orientador para uma boa
comunicação oral), bem como de auto e heteroavaliação (através de fichas).
13
5-AVALIAÇÃO
14
desempenho dos alunos, tal como, da análise dos cadernos, fichas de trabalho e outras
produções.
Numa fase final serão dinamizadas atividades que permitam comparar diretamente
os dados obtidos nas semanas iniciais (e respetiva avaliação de diagnóstico), de modo a
podermos refletir sobre a eficácia do plano e as aprendizagens realizadas pelos alunos.
São exemplo a preparação (e planeamento) de uma comunicação oral formal e a auto e
heteroavaliação dos alunos, bem como discussões coletivas nas várias áreas de trabalho.
Nas áreas das expressões avaliar-se-á criações coletivas, a sua apreciação pela turma, e
jogos de cooperação.
15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Eisner, E. (2002). The Arts and the Creation of Mind. In What the Arts Teach and How It
Shows. (pp. 70-92). Yale: Yale University Press.
Leite, T. (2018). O ensino das áreas curriculares no 1.ºciclo do ensino básico. In F. Veiga
(Coord.), O ensino na escola de hoje (pp. 415-447). Lisboa: Clempsi.
Sutton, C. R. (1992). Developing Science and Technology Education: Words, science and
learning. Buckingham: Open University Press.
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ANEXOS
17
Anexo A – Caracterização - Potencialidades e Fragilidades da turma
registadas durante a observação
1
Português Expressão oral Expressão Oral Expressão Oral:
Leitura: Leitura: Comunicação oral: a Comunicação oral feita não
De um modo geral a turma lê Falta alguma expressividade e tinha os objetivos claros e não houve um trabalho
com fluência e boa articulação. apropriação do texto. explícito sobre a oralidade. (Era para recontar uma
Comunicação oral: Comunicação oral: parte da história lida através de uma ilustração feita
A nível linguístico não Falam para a professora (dirigindo o pelos alunos de um momento da história - muitos
revelam grandes problemas, olhar e o corpo, e o volume da voz), misturavam o reconto e a descrição do desenho e o
têm um vocabulário variado e não estabelecem contacto com os feedback dado pela professora era sobre a linguagem
bom uso de conectores. colegas (nomeadamente visual). visual de cada aluno expressa no desenho)
Escrita: Escrita
Planeamento: utilizam o Planeamento: tiveram muita A professora acaba por comunicar pelos alunos que
planeamento e confirmam se dificuldade na organização dos demonstram muita dificuldade na expressão oral ou na
se reflete na escrita momentos da narrativa. O planeamento leitura (dos textos que escreveram, não no texto do
Textualização: Criatividade, não serviu para organizar ideias, mas manual, em que todos tiveram de ler uma parte)
mobilização de conhecimentos para responder a perguntas diretas Escrita: O planeamento foi abordado como resposta a
apreendidos em outras áreas, (“quem”, “quando”, “onde”, “o quê” e perguntas específicas (e o ativar e organizar ideias), à
como o Estudo do Meio. Bom “como”) semelhança de um exercício do manual. Os textos não
uso de conectores. Textualização: Erros ortográficos e foram revistos/corrigidos.
dificuldade na utilização das vírgulas
2
Escrita Escrita Planificação:
Planificação: Planificação: Apesar de terem sido identificados os momentos de
Fazem a planificação proposta À medida que vão respondendo às um texto narrativo (introdução, desenvolvimento e
Textualização: perguntas da planificação (quem, conclusão), as indicações da planificação são para dar
Verificam se os elementos da quando, onde, o quê, como) vão resposta às perguntas “quem”, “quando”, “onde”, “o
planificação estão presentes no criando a história - não utilizam a quê”, “como” e que estes elementos devem estar
texto; planificação para organizar ideias; presentes no texto.
Vocabulário variado; Não identificam bem os momentos da Textualização:
Criatividade; introdução, desenvolvimento e Na leitura dos textos o feedback dado é, na grande
Correção sintática; conclusão; maioria, relativo à presença ou não dos elementos
Bom uso de conectores Têm dificuldade em perceber o como e identificados na planificação; ou sobre o modo como
(sequencialidade). o porquê - pelo modo como usam a os alunos mobilizam conhecimento e experiências
Utilizam o diálogo (seguindo a planificação antes de terem a ideia do pessoais para a criação da história.
indicação para o fazer) que querem escrever/contar.
Textualização:
Ortografia, uso da vírgula e algumas
dúvidas em relação aos parágrafos.
Desenvolvimento pouco coeso
(listagem de eventos, muitos não são
importantes nem estão planificados)
Não realizam a conclusão (muitas vezes
é no final que vem o “o quê” ou o
“como” definido na planificação,
apenas para que esteja presente)
3
Matemática Procedimentos e atividades Procedimentos e atividades Procedimentos e atividades
No geral os alunos mostram Não discutem estratégias nem A professora explicita o raciocínio dos alunos
muita motivação nas explicitam raciocínios (quando vão envolvido nas contas apresentadas.
atividades de matemática. corrigir exercícios ao quadro levam o Nos desafios matemáticos, vai ao quadro quem sabe a
caderno e copiam a conta). resposta.
Muitas dúvidas não são detetadas e alguns alunos não
têm tempo de chegar à resolução.
4
Exp Teatro Os alunos têm Teatro nas Projeção de voz A professora costuma pedir colaboração, no ensaio
ress AECs e têm uma hora semanal Trabalho em conjunto para festa da escola.
ões incluída no horário da Ritmo
professora titular - dado por
outra professora
5
Ed.Físi (visualizamos um exercício de teatro A professora diz fazer, às vezes, atividades de dança e
ca com bola) exercícios de relaxamento.
Na próxima semana terá início a natação (6 semanas).
Alguns alunos têm dificuldade na
receção da bola e no lançamento de
ombro.
6
Anexo B – Plano de Intervenção - Desenvolvido a partir dos documentos
orientadores – Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (2017),
Aprendizagens Essenciais (2018)
Perfil dos
Alunos à Saída ● Relacionamento Interpessoal: - Dinamizar atividades, nas várias áreas, que
da Escolaridade fomentem o trabalho colaborativo e a partilha de
Obrigatória - Adequar comportamentos em contextos de ideias:
cooperação, partilha e colaboração;
- Interagir com tolerância, empatia e (Descritor: Os alunos envolvem-se em
responsabilidade e argumentar, negociar e aceitar conversas, trabalhos e experiências formais e
informais: debatem, negoceiam, acordam, colaboram.
diferentes pontos de vista, desenvolvendo novas Aprendem a considerar diversas perspetivas e a
formas de estar, olhar e participar na sociedade. construir consensos).
● Pensamento Crítico:
7
Metas Portu Competência da oralidade (compreensão e - Dinamizar atividades que abordem a Planificação
Curricul guês expressão) com vista a interagir com adequação ao (de escrita de vários tipos de texto; de comunicação
ares/Apr oral formal; de discussão) - para que os alunos
endizage contexto e a diversas finalidades (nomeadamente, desenvolvam a capacidade de estruturar e organizar
ns expor conhecimentos, discutir com base em pontos ideias e adequá-las ao contexto específico solicitado.
Essenciai
de vista); - Atividades que desenvolvam as competências de
s
- Identificar, organizar e registar informação compreensão e expressão oral - nomeadamente a
relevante em função dos objetivos de escuta apresentação de uma comunicação oral formal e de
discussões formais e informais
-Gerir adequadamente a tomada de vez na
comunicação oral, com respeito pelos princípios da Em resposta a solicitações da professora/ necessidades
específicas de alguns conteúdos:
cooperação e da cortesia;
-Planear, produzir e avaliar os seus próprios textos - Desenvolvimento do projeto “Alunos a votos”
orais para defesa do livro escolhido, através de
- Manifestar ideias, sentimentos e pontos de vista cartazes publicitários e sua
suscitados pelas histórias ouvidas ou lidas. defesa/argumentação.
- Criação de um “hospital ortográfico”
8
- Abordagem à obra “Pinóquio”.
9
Mate Resolução de problemas, Raciocínio e Comunicação - Dinamizar atividades que suscitem diferentes
mátic respresentações - para que os alunos se apropriem de
a - Capacidade (...) de analisar as estratégias e os várias maneiras de organizar a informação
resultados obtidos. - Dinamizar momentos de partilha e discussão de
várias representações
- Capacidade de raciocinar matematicamente, bem
como a capacidade de analisar os raciocínios de
- Atividades que possibilitem várias estratégias de
outros. resolução e a sua partilha
10
Estud - Assumir atitudes e valores que promovam uma - Dinamizar atividades que promovam a classificação
o do participação cívica de forma responsável, solidária e e organização, e seleção de dados
Meio
crítica; - Atividades que explorem esquematização dos dados e
- Comunicar adequadamente as suas ideias, através ideias (chuva de ideias e mapa conceptual)
da utilização de diferentes linguagens (oral, escrita,
- Dinamizar atividades experimentais - que
iconográfica, gráfica, matemática, cartográfica, etc.), desenvolvam o pensamento e método científico
fundamentando-as e argumentando face às ideias dos
- Trabalho de Projeto (planeamento, investigação e
outros.
apresentação)
11
Teatr - Atividades que promovam a expressão corporal e
o - Explora e comenta as possibilidades motoras e vocal
expressivas do corpo em diferentes atividades,
reconhecendo-o como instrumento que comunica; - Atividades que fomentem a liberdade de expressão
pessoal, a partilha, a aceitação do outro;
- Lê e comunica oralmente, tendo em atenção o
controlo da respiração e aspectos da técnica vocal - Atividades que contrariem o medo de errar.
(articulação, projecção…) e adequando as
possibilidades expressivas da voz a diferentes - Atividades que promovam a confiança do outro.
contextos e situações de comunicação.
- Atividades que impliquem a escuta e resposta ao
- Exprime e justifica opiniões pessoais e comunica outro
informação específica e relevante, em situações de
- Leituras encenadas; improvisações e
experimentação/criação, de fruição e de pesquisa
pequenas dramatizações
12
- Dialogar sobre o que vê e sente, de modo a - Atividades que contrariem o medo de errar.
construir múltiplos discursos e leituras da(s)
realidade(s). - Projeto Stop Motion, integrando a Land Art (OCE)
- Perceber as razões e os processos para o
desenvolvimento do(s) gosto(s): escolher, sintetizar, Em resposta a solicitações da professora/ necessidades
específicas de alguns conteúdos:
tomar decisões, argumentar e formar juízos críticos.
- Criação de cartazes de defesa de um livro escolhido,
- Apreciar os seus trabalhos e os dos seus colegas, integrado no projeto “alunos a votos”
mobilizando diferentes critérios de argumentação
13
Ed. - Cooperar com os companheiros nos jogos e - Dinamizar atividades de cooperação, jogo;
Física exercícios, compreendendo e aplicando as regras
combinadas na turma, bem como os princípios de - Atividades que contrariem o medo de errar
cordialidade e respeito na relação com os colegas e
com o professor - Articulação com conteúdos das áreas do Português,
Matemática e Estudo do Meio (embora todas as
atividades o façam, utilizaremos a Ed.Física para
integrar conteúdos específicos que a professora quer
assegurados)
14