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Briefing

Músicas para o TeatroGo!

Sobre o Projeto

O TeatroGo! é uma rota interativa, construída a partir do Google Maps


e/ou Google Earth, pelo bairro do Encantado. Nessa rota, existem marcações de
pontos importantes para a história da peça Gameleira e do próprio bairro. Assim,
para ilustrar isso e convidando o internauta a embarcar nessa narrativa, haverão
diversos áudios nas marcações desses pontos, nos quais os personagens da peça
contarão, pela sua perspectiva, a história do Encantado. Em alguns desses áudios,
também haverá trechos de músicas autorais do espetáculo.
No link abaixo, é possível já visualizar as primeiras marcações do mapa:
https://www.google.com/maps/d/u/5/viewer?hl=pt-BR&hl=pt-
BR&mid=1km3_kfWYvBcYOq8vk4Hls3vV8NvmNMLJ&ll=-
22.876055064042937%2C-43.28043250705803&z=16

Embora ainda não sinalizado no mapa, a história começa fora das margens
do Encantado, na nascente do Rio Faria Timbó, na Serra dos Pretos-Forros, onde o
público tem contato com a primeira música. Em seguida, a história avança pelos
seguintes pontos:
1 Paróquia de São Pedro Apóstolo;
2 Bar do Baixinho;
3 Esquina da Rua Goiás com a Rua Guilhermina;
4 Linha do Trem;
5 Praça dos Garis;
6 Gameleira.
É nesse último ponto do percurso, também o ponto principal da peça, que
entra a segunda e última música do TeatroGo!

É importante ressaltar que o TeatroGo!, embora um projeto interessante por


si só enquanto forma de explorar o bairro do Encantado, precisa atuar nesse
momento principalmente como um chamariz para a peça Gameleira, reaquecendo o
que ela já foi e despertando um interesse no público em conhecer um pouco
mais dessa história. Em termos gerais, a ideia é beber na fonte do espetáculo, mas
se entregar muito, trabalhando pilares como a fantasia e o mistério dessa história.

Primeira Música

É a música de ambientação da história, que vai versar um pouco sobre a


suposta magia do Rio e como ele influencia aquela região do Encantado.
Como inspiração para esse primeiro momento, foi escolhido o trecho da
dramaturgia, que pode ser lido abaixo:

***

ZÉ _ Aqui de cima.. Bem aqui de cima, na Serra. Com nome de “Serra dos
Pretos Forro”. Na subida dos alforriados. No morro dos aquilombados. Dos Pretos
que corriam do Engenho. Que arrebentaram seus grilhões. Que sonharam em
liberdade.
MANU _ É daqui que nasce. Onde a preta velha benzeu e disse.
ZÉ E ARANHA _ Esse rio vai ser nosso!
MANU _ É daqui que nasce.
ARANHA _ Eu vi chuva mansa chovendo chuva fina caindo. E bastava que ela caísse
um pouco mais que ele tragava tragava tragava. Tragava tudo que não prestava.
ZÉ _ Capim nascendo, gramado, bois, cavalos e carroças, ele tragava tudo.

Começa a chegança… Ouve-se a melodia da música.

MANU _ Eu vi, ele tragava… Tragou o engenho inteiro. Já diziam os aquilombados.


Nada aí embaixo vai sobrar.
ARANHA _ Um rio que nasceu para tragar, engolir, absorver…
MANU _ É daqui que nasce um rio. Um rio que alimenta a cidade. Não a cidade que
todos conhecem, a cidade de verdade, a cidade que tudo ferve. É daqui, dessa Serra,
que nasce um rio. O rio encantado.
ZÉ _ E é aqui de cima… É daqui que vejo. É daqui que vi tudo acontecer. Um Subúrbio
nascer. A cidade foi se afastando do centro. Se afastando, se afastando, se
afastando. E encontrando a Serra. Encontrando a nascente. Esbarrando no
Encantado.
ARANHA _ Aqui de cima, bem aqui de cima. Na Serra. Os bois sumiram. O trem
chegou, cortou a linha de trem, lacerou todo terreno de ponta a ponta, as velas se
apagaram. A luz elétrica chegou. Trabalhadores se amontoam. Fábricas surgem. E
ele, cristalino ainda, refrescando, alimentando.
MANU _ Ele mágico, fantástico. Um rio que alimenta. Um rio que mata. Um rio que
nasce. Um rio que nada.
Música: “O Rio Encantado”

ZÉ _ E é daqui. Onde a Guanabara nunca chegou. Onde o Cristo nunca olhou. É daqui
de cima que começa a nossa história...
MANU _ No dia que o rio resolveu levar uma semente...
ARANHA _ Uma parte dele...
MANU _ No dia que o próprio rio semeou...
ZÉ _ E foi daqui cima, que tudo...
MANU _ Absolutamente tudo...
ZÉ _ Começou.

***

Segunda Música

É a música que finaliza a breve história que pode ser acompanhada no


roteiro. Ela é a cereja do bolo! Se o explorador do mapa não foi fisgado pela
atuação da galera e por um Zé completamente biruta das ideias, eu sei que ele não vai
conseguir escapar da música de vocês!
Para começar a pensar ela, pode-se partir da música principal da peça,
conforme segue abaixo:

***
A Gameleira esconde um segredo, um Zé
A Gameleira riacho, fruta colhida do pé
(sequência de ô-ô’s)

Brisa, brinca, ginga,


Traz sombra e frescor
Nem noite, nem sol, nem Aranha,
Fazem do Zé jogador...

***

Um dos pontos mais importantes, como já citado anteriormente, é construir


em torno da Gameleira essa atmosfera de que um mistério, um segredo envolve esse
bairro, essa árvore.
Sintam-se livres para brincar com a mesma melodia da música original (ou
não), mas, em um primeiro momento, acredita-se que utilizar a mesma letra não é
interessante devido ao impacto que ela causa durante a apresentação do espetáculo.
Entregar os desenhos mais emocionantes da peça nesse projeto pode afetar como
eles chegam ao público na apresentação de fato da dramaturgia. Se vocês tiverem
uma visão diferente sobre isso, sintam-se à vontade para expô-la.
Estou à disposição para qualquer dúvida!

Informações Adicionais

Caso isso faça alguma diferença na hora da composição, vale ressaltar que os
atores que estarão em estúdio gravando o roteiro e consequentemente as músicas
são: Caíque Almeida, Julia Kovaliauskas, Lucas Sampaio e Victor Milet.
(refrão) x2
Ô, nananá nananá naná-ô
nananá nananá naná-ô
nananá nananá naná-ô, ô, ô

É rio que nasce, que brota


da Serra, do chão
A água correndo que leva, irmão
(Cadê o Zé, Cadê o Zé)

É rio que tem fundamento


Lembrança do livramento
Lavando todo tormento
Dum povo que canta em lamento
É rio que conta história então,
É rio que conta história entã-o

(refrão)

É rio que nasce, que brota


da Serra, do chão
A água correndo que lava, irmão
(Banhou Zé, Banhou Zé)

Rio rindo virando esquina


Quem viu vindo diz que fascina
Encanta o seu tanto de água
Molha um pé de goiaba
Rasga pedaço de pipa
Realiza pra quem acredita
Fé nessa água sagrada
Desejos da madrugada

É rio que nasce, que brota


da Serra, do chão
A água correndo que luta, irmão
(Lutou Zé, Lutou Zé)

Ai, que canseira


É fim de tarde aqui
A noite brincando com a lua
Me faz lembrar de ti

Ai, que besteira


Cheguei até a ouvir
Uma voz lá de dentro
Ou foi só um galho a cair

Vai, gameleira
Conta mais uma pra mim
Como pode esse lugar
Ter tanto encanto assim

Ô-ô, Ô, Ô-ô-ô-ô Ô
Ô-ô-ô-ô, Ô, ô, ô
Ô, ô, Ô-ô, Ô-ô

Brisa, brinca, ginga


Traz sombra e frescor
Nem noite, nem Sol, nem Aranha
Fazem do Zé jogador

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