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Saber Eletrônica 447
Saber Eletrônica 447
Eletrônica Aplicada
34 Eficiência energética na utilização de
Acionamentos Eletromecânicos
26
42 Fontes Chaveadas: Revisando Conceitos Básicos
Desenvolvimento
46 Osciladores a Cristal
50 10 Circuitos de Interface
Componentes
57 Componentes de Proteção contra Sobretensões
60 Circuitos com Novos Componentes
Instrumentação
63 Comparando a Performance de
Analisadores de Espectro
Opinião
66 Os Presidenciáveis na Casa da Indústria
Editorial 03
Seção do Leitor 05
Acontece 06
Índice de anunciantes
07 .......................................... Cika 21 .................................. Honeywell Capa 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ty c o
09 .................................... Monitor 25 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ta t o Capa 3 ................................ Agilent
11 ............................... FIIEE 2010 31 .................................... Metaltex Capa 4 .................................. Senai
15 ................................... Globtek 33 .................................... National
LED RGB
“Sou formado em Mecatrônica e atualmente trab-
alho com locação de iluminação para eventos, e uma
das novidades mais pedidas é a tal pista de LED. Gos-
taria de saber se em algumas das edições eu consigo
uma matéria que me condicione a montar placas
contendo LEDs, onde seja possível programar para
alternar cores ou até fazer desenhos. Lembrando
que não será necessário criar imagens tipo tv de
LED, mas somente alternar cores com LEDs RGB, ou
mesmo de cores específicas mas que, programadas,
poderiam gerar diferentes tipos visuais. Obrigado.”
Aires Ebrtolla
Por email
Saber Eletrônica 440
Prezado Aires, na edição nº 440 da revista
Saber Eletrônica encontra-se um artigo chamado “LED RGB com PWM para PIC
16F628A”, o qual acreditamos que possa auxiliá-lo na montagem e programação
da placa. Para adquirir a revista, basta entrar em contato com a Nova Saber através
do site www.novasaber.com.br . Se preferir a web, você pode assinar o portal
enviando uma solicitação para o email assinaturas@editorasaber.com.br .
acontece
Nova linha de Biométricos
é apresentada pela CIS
Curtas
Soluções Práticas para o Setor Elétrico Monitor LCD de 8”
Especializada em instrumentos de medição, a Instrutherm A Intera - fabricante de monitores com tecnologia touch, acaba
anuncia itens destinados aos setores elétrico e eletrônico, de lançar o monitor LCD 8” ISM -0800S, que veio para subs-
destacando-se pela praticidade e relação custo x benefício. tituir os antigos monitores de 9” CRT no mercado de repo-
São eles: o testador de voltagem TV-300 e o de cabos de sição de Automação Comercial. O monitor também pode
rede, modelo TC-280, além do multímetro MD-300. ser comercializado para o mercado de informática, uma vez
Possuindo 8 LEDs indicadores, o TV-300 utiliza a própria que possui entrada VGA, para o de segurança, pois apresenta
voltagem como fonte de alimentação e detecta a tensão entradas de vídeo composto, pode ser utilizado em empresas
elétrica em tomadas, quadros de distribuição, entre outros. na área de servidores, e em locais com espaços limitados.
O TC-280 testa a continuidade de cabos de rede e telefonia, A fabricante trabalha atualmente com dois canais de atendi-
e também mede tensão e corrente elétricas. Com 600 volts mento, um que atende diretamente grandes clientes em OEM
de tensão máxima de entrada. e outro através de distribuidores, que atende todo o territó-
E para a medição de tensão, corrente e resistência, a empresa rio nacional, o mercado de automação comercial, segurança,
traz o multímetro MD-300, que também pode ser utilizado entre outros. No entanto, também pretende fechar alianças
em tomadas, além de interruptores, reatores de lâmpadas, com outros distribuidores de atuação nacional que, na avalia-
disjuntores etc. ção da sua diretoria, suportariam a entrega dos monitores e
Para mais informações acesse o site www.instrutherm. ajudariam a manter o estoque dos canais, fortalecendo dessa
com.br forma, o relacionamento com as revendas.
Produtos
Controladora PXI Express Quad-Core com processador Intel® CoreTM i7
tecnologias
Projetando
Newton C. Braga
sem EMI
H
Uma das maiores preocupações que os á muitas maneiras de evitar que cir- • Evite trilhas de alta impedância, princi-
projetistas de equipamentos eletrônicos cuitos irradiem sinais indesejáveis palmente as que conduzem correntes
têm em nossos dias é com a Interferência ou ainda os transmitam através de intensas. As linhas de alimentação
cabos de alimentação. Essas manei- devem ser as mais largas possíveis;
Eletromagnética ou EMI. As exigências contra
ras podem ser abordadas já na fase de proje- • Nas linhas que devam conduzir sinais
as interferências causadas por equipamentos to dos circuitos, especificamente quando se e sejam algo longas: inclua um plano
são cada vez maiores e a ampliação do uso de projeta a placa de circuito impresso. de terra (quando possível) para servir
dispositivos de comutação rápida dificulta sua Evidentemente, nem sempre os cuida- de blindagem;
eliminação. dos com o projeto de uma placa permitem • Mantenha as linhas de sinais de altas
Veja, neste artigo, algumas dicas de como eliminar todas as interferências geradas por frequências e de RF- as mais curtas
um circuito, caso em que componentes possíveis. Na figura 1 mostramos o
projetar minimizando os problemas de EMI de
adicionais devem ser usados. No entanto, que deve (e o que não deve) ser feito
circuitos comuns. O artigo é baseado em um esses componentes já não precisarão dar neste caso;
interessante material fornecido pela Vishay conta de todo o serviço, reduzindo apenas • Evite linhas com derivações. Essas linhas,
(www.vishay.com). o que resta da EMI a um nível que torne o quando percorridas por sinais de altas
equipamento compatível com as exigências frequências causam reflexões e produ-
das normas. zem harmônicas.Na figura 2 ilustramos
o certo e o errado neste caso;
Partindo da Placa de • Em componentes sensíveis, use áreas
Circuito Impresso de blindagem nos seus terminais, de-
A distribuição correta das trilhas, sua vidamente aterradas, conforme exibe
espessura e a adoção de técnicas que per- a figura 3;
mitem blindar as trilhas críticas são alguns • Uma técnica importante para se evitar
dos pontos que devem ser considerados a captação e irradiação de EMI por
no projeto de placas de circuito impresso. terminais sensíveis de componentes
Assim sendo, os seguintes pontos principais consiste no anel de guarda, veja a figu-
devem ser observados quando do projeto ra 4. Esse anel deve ser devidamente
de uma placa: aterrado;
Localização de
Componentes
Além das trilhas bem planejadas, deve-se
tomar especial cuidado com a disposição
de certos componentes, principalmente F11. Uso de choque em F12. Desacoplamento do pino de
modo comum. alimentação via capacitor.
tecnologias
Newton C Braga
Amplificadores com
Feedback de Corrente
versus Feedback de Tensão
P
O que seria melhor em um projeto ana- ara facilitar nossas explicações vamos que os amplificadores CFB têm melhores
lógico que emprega amplificadores operacio- denominar os amplificadores que características em termos de distorção e
nais: usar um amplificador com feedback de possuem realimentação de corrente taxas de crescimento.
corrente ou outro com feedback de tensão? O ou feedback de corrente pela sua sigla
que acontece é que nas aplicações comuns as em inglês CFB (Current Feedback), enquanto Características com
que aqueles com feedback de tensão serão Realimentação ou Laço
diferenças não ficam evidentes, o que pode
abreviados por VFB (Voltage Feedback). Fechado (Closed Loop)
causar alguma confusão entre os projetistas, Assim, para entender as diferenças deve- Dado um amplificador operacional na
entretanto, existem aplicações em que um tipo mos fazer um estudo separado das principais sua configuração típica, as conexões dos
é mais vantajoso que o outro. Para saber qual características de cada um. Começamos, en- resistores que determinam o ganho para
tipo usar é preciso conhecer as diferenças. tão, pelos amplificadores VFB. Eles oferecem as montagens não inversora e inversora
Veja, neste artigo, que é uma adaptação ao projetista condições de: são mostradas na figura 1, assim como as
• Menor nível de ruído; equações que determina os ganhos.
do Application Note OA-30 da National, quais
• Melhor performance em DC; Essas configurações são válidas tanto para
são as principais diferenças entre esses dois • Liberdade de feedback. os amplificadoresVFB como CFB. A diferença
tipos de amplificadores e quando cada um Por outro lado, os amplificadores CFB está no fato de que nos amplificadores CFB
deles deverá ser usado possuem as seguintes características que os resistores de realimentação possuem
se destacam: valores limitados. As folhas de dados desses
• Taxas de crescimento (Slew Rate) amplificadores fornecem os valores máximos
mais rápidas; recomendados para esses resistores.
• Menor distorção; Essas funções de transferência são váli-
• Restrições de feedback. das para um amplificador ideal. Em condições
Para que o projetista saiba qual topologia ideais, o ganho sem realimentação de um am-
escolher será importante comparar algumas plificador VFB e o ganho de transimpedância
características dos dois tipos de amplifica- de um amplificador CFB são infinitos.
dores. Essas características são: Assim sendo, podemos escrever as
• Características com realimentação funções de transferência ideais para a confi-
(closed loop); guração não inversora da seguinte forma:
• Características sem realimentação
(open loop); Vn/Rg = (Vo – Vn)/Rf
• Vantagens e desvantagens das Vo/Vin = (Rf + Rg)/Rg
etapas de entrada. Vo/Vn = 1 + R1/R2
Analisando essas características veremos
porque os amplificadores VFB possuem
melhor desempenho em DC e porque os Ou
amplificadores CFB possuem larguras de
banda maiores para a mesma potência e G = (Rf + Rg)/Rg
melhor performance de fase em faixas mais Vo = Vn x G
largas. Também será possível entender por-
tecnologias
Conheça os Núcleos
Newton C. Braga
Magnéticos
O
Núcleos de materiais ferrosos ocupam s materiais magnéticos são utiliza- Transformadores de RF
posição de destaque dentre os elementos que dos basicamente com a finalidade Os transformadores de radiofrequ-
são usados na fabricação de diversos tipos de de concentrar as linhas de força ência ou RF operam normalmente com
do campo magnético criado por baixos níveis de energia em frequências
componentes eletrônicos. Entre os mesmos
uma bobina (ou por condutores) por onde acima de 500 kHz.
destacamos os indutores, transformadores, circulam correntes elétricas, conforme Suas aplicações mais comuns encon-
reatores, etc. Os materiais que apresentam mostra a figura 1. tram-se no acoplamento de sinais entre
propriedades magnéticas apropriadas para a De acordo com a natureza da corrente, etapas de um amplificador e no desaco-
construção desses dispositivos podem ser os teremos a indicação de diversos tipos de plamento da componente DC do circuito,
mais diversos e, além disso, empregados de núcleos. Assim sendo, as aplicações práticas observe a figura 3.
para os núcleos magnéticos serão separadas Nesta categoria podemos incluir alguns
várias formas, sozinhos ou associados.
nas seguintes categorias de componentes: transformadores de uso específico como
Neste artigo, vamos abordar um pouco os os baluns (balanced-unbalanced).
usos desses materiais Tranformadores de Potência
A finalidade básica de um transfor- Transformadores
mador de potência é converter a energia de Precisão
disponível na forma de uma corrente alter- São transformadores empregados
nada em uma ou mais tensões diferentes, como sensores e em instrumentação.
isolando o circuito fornecedor do circuito Um tipo comum é o transformador de
alimentado, veja a figura 2. corrente (Current Transformer ou CT), que
Podemos dividir os transformadores é usado em aplicações industriais para a
de potência em duas categorias. Os que conversão de energia.
operam com baixa frequência, normalmen- Outro tipo é o Flux Gate Magnetometer
te abaixo de 1 kHz, e os que operam com (Magnetômetro de Fluxo de Comporta)
alta frequência, acima de 1 kHz. que é utilizado para detectar campos mag-
Variações desses tipos são os transfor- néticos muito fracos ou ainda variações
madores de banda larga, transformadores muito pequenas do campo magnético. Uma
casadores de impedância e transformado- aplicação deste tipo de componente é na
res de pulsos. detonação de minas pela aproximação de
Transformadores Flyback
Trata-se de um tipo especial de trans-
formador que armazena energia e, ao
mesmo tempo, a transfere.
Normalmente é usado em conversão
de potência de baixo custo, como em
fontes chaveadas, fontes de altas tensões F5. Uso do indutor L em filtro F6. Chapas de ferro (EI) para
de monitores de vídeo e televisores. para fonte chaveada. núcleos laminados.
Ferro em Pó
Esses núcleos são fabricados com
aproximadamente 99% de ferro puro na
forma de partículas extremamente peque-
nas. Esse material é misturado com uma
substância isolante e, depois, prensado,
resultando assim em materiais com pro-
priedades magnéticas importantes.
Normalmente, são utilizados agentes
colantes após a prensagem. Essa prensa-
gem deve ser cuidadosamente dosada, pois
deseja-se apenas que as partículas fiquem
próximas mas não haja contato elétrico
entre elas.
Na figura 7 mostramos a sequência tí-
F7. Sequência da fabricação pica de fabricação de núcleos deste tipo.
dos núcleos de ferro em pó. A permeabilidade obtida para os núcle-
os deste tipo é da ordem de 90. Podemos
dividir os núcleos fabricados com este
material entre três categorias, quanto a
permeabilidade:
a) Alta permeabilidade (60 – 90) que
são usados em filtros de armaze-
namento de energia e contra EMI,
com frequências de operação até
uns 75 kHz;
b) Média permeabilidade (20 – 50)
que são empregados em transfor-
madores de RF, indutores puros,
indutores de armazenamento de
energia em frequências nas faixa de
50 kHz a 2 MHz. Fontes chaveadas
de 250 kHz a 1 MHz se beneficiam
bastante do uso de indutores
com este tipo de material como
núcleo;
c) Baixa permeabilidade (7 – 20) que
são aplicados em circuitos de RF na
faixa de 2 MHz a 500 MHz. Alguns
componentes com este tipo de nú-
cleo podem operar em frequências
até 1 GHz.
Existem ainda outros tipos de materiais
usados na fabricação de núcleos e que se
F8. Processo de fabricação classificam no grupo dos “ferrites”. Pode-
dos núcleos toroidais. mos citar o MPP, que é feito prensando-se
tecnologias
Valdemir Cruz
RFID:
Identificação por
Radiofrequência
T
Cada vez mais, a tecnologia da identifi- odos os leitores devem se lembrar O Transponder Passivo
cação por radiofrequência faz parte do nosso do terrível acidente aéreo, ocorrido É aquele dispositivo constituído por
dia-a-dia. Muitas vezes temos esta tecnologia em setembro de 2006, envolvendo o alguns componentes: um chip de silício, uma
ao nosso lado, trabalhando por nós, e não Boeing 737 da Gol (Vôo 1907) e o antena e um substrato de filme plástico ou
nos atentamos a respeito disto. Ela está Embraer Legacy 600, o qual estava voando um encapsulamento (normalmente vidro,
para os EUA para ser entregue a um Cliente plástico ou epóxi).
presente nas aplicações mais cotidianas e nas
comprador daquele país. Ele é dito passivo pela ausência de uma
aplicações mais sofisticadas e complexas. RFID Noticiou-se muito, na época, a respeito bateria junto a este conjunto de compo-
é um acrônimo do nome “Radio-Frequency do desligamento de um equipamento do nentes. A sua alimentação vem da energia
IDentification”. Legacy por parte da tripulação, que viria gerada pela antena do leitor. (Figura 1)
a impedir o radar do controle de tráfego Ainda nesta família, podemos dividir
aéreo de receber as informações fidedignas estes transponders em três grupos: os
a respeito do posicionamento desta aero- transponders de baixa frequência, os trans-
nave; bem como impediria, também, que o ponders de alta frequência e os transpon-
conjunto de equipamentos de prevenção ders de ultra- alta frequência, conforme
de colisão (Traffic Collision Avoidance System espectro mostrado na figura 2.
- TCAS), existente em ambas as aeronaves,
conseguisse cumprir sua função e evitar a Transponder LF:
colisão fatídica. Pois é, o tal equipamento que Baixa frequência:
foi desligado é um transponder, em uma de Os primeiros transponders a surgirem
suas aplicações sofisticadas e complexas. para as aplicações comerciais (antes disto,
Quando falamos em transponder, temos já existia para aplicação aeronáutica, desde
que dividi-lo, primeiramente, em dois grupos: os anos 40), em meados dos anos 80, foram
o grupo dos transponders passivos e o grupo os transponders de baixa frequência — LF.
dos transponders ativos. Cada fabricante utilizava seu padrão de
encapsulado em plástico PVC (conforme na leitura do transponder, podendo chegar sobre uma placa de circuito impresso (PCI)
Norma ISO: 7810/7811) e, que opera confor- a mais de 10 metros, dependendo das e acondicionados em gabinete plástico ABS.
me a Norma ISO14443A. Outros fabricantes condições ambientais e da construção do Normalmente, divididos em circuito lógico
(TI, STM etc) operam conforme a Norma transponder e leitor. ou de controle, e circuito analógico de po-
ISO14443B. (figura 5) Grandes fabricantes de semicondutores tência (analog front-end).
provêm chips para a fabricação de transpon- Dependendo do fabricante do transpon-
Transponder UHF: ders passivos, tais como, Texas Instruments, der ativo, este circuito eletrônico pode estar
Ultra- Alta Frequência NXP Semiconductor, STMicroelectronics, contido dentro de um único chip, conhecido
No início dos anos 2000 iniciou-se um Atmel Corporation e EM Microelectronic. por ASIC(Application Specific Integrated Cir-
movimento para possibilitar a substituição No caso da Texas Instruments, é dispo- cuit). O chip ASIC é um chip desenvolvido
do código de barras EAN-13, na cadeia nibilizado um portfólio bastante extenso de unicamente para um produto e/ou para
varejista, por RFID. Contudo, antes que transponders de baixa e alta frequência. No uma aplicação, neste caso, um chipset para
cada fabricante desenvolvesse seu próprio caso da NXP Semiconductor, há a disponibi- transponder ativo.
padrão, os maiores interessados (grandes lização de alguns modelos de transponders e, Por ser alimentado por bateria, o
grupos varejistas, fabricantes de semicon- um portfólio bastante diverso de chips para transponder ativo possui maior potência
dutor e provedores de solução) se juntaram a fabricação destes transponders. na sua transmissão e, por consequência,
para a criação do padrão EPC, no português, Para transponder UHF, os fabricantes de possibilita maior distância na sua leitura;
Código Eletrônico de Produto. Nascem, semicondutores fornecem somente o chip, além de outras funcionalidades, especifica-
neste novo padrão, os transponders que para que outros agentes desta cadeia fabri- das pela aplicação.
operam na faixa dos 900 MHz. (figura 6) quem o transponder, conforme as diversas
Diferentemente dos transponders de aplicações e possibilidades de uso. Aplicações no Mercado
baixa (125 kHz a 135 kHz) e alta frequência No geral, o custo unitário de um
(13,56 MHz), que se comunicam através do O Transponder Ativo transponder ativo é maior do que de um
acoplamento magnético, onde a antena do É aquele dispositivo dotado de circuito transponder passivo. Este fator implica, e
transponder e a antena do leitor nada mais eletrônico, antena, substrato ou encapsula- muito, na escolha da tecnologia RFID, no
são do que bobinas que funcionam como mento e, sobretudo, a bateria para prover momento da tomada de decisão.
se fossem o primário e o secundário de um energia autônoma. Figura 8. Como já mencionado, o RFID está pre-
grande transformador; no transponder e Não há um padrão definido para trans- sente na vida de todos. Para exemplificar,
leitor de ultra- alta frequência — UHF, há o ponder ativo e nem frequência de operação vamos tentar ilustrar a cadeia de produção
princípio da propagação da onda eletromag- (pode variar desde 125 kHz a até 5,8 GHz). de algumas aplicações mais típicas:
nética. A antena do transponder, ao invés Cada aplicação especifica as condições gerais
de ser uma bobina, forma um dipolo (na para o uso de um dispositivo identificador Sistema de Controle de
maioria dos casos) que propicia a existência por radiofrequência, inclusive com normas Acesso e Ponto Eletrônico
de campo elétrico e magnético na condução internacionais ou regionais. Esta aplicação, bem aderente às tecno-
da informação, nas transações entre o trans- Diferentemente do transponder passivo, logias RFID (LF e HF), talvez a mais comum
ponder e o leitor. (figura 7) que utiliza um único chip, a construção de um e com a maior quantidade de integradores
Como este tipo de transponder utiliza transponder ativo, requer um conjunto de disponíveis no mercado, foi a que possibi-
o princípio da propagação da onda eletro- chips, ou seja, um circuito eletrônico com- litou a popularização da tecnologia RFID
magnética, possibilita uma distância maior posto por diversos componentes, montados no Brasil.
Cadeia fornecedora
Fabricante de Semicondutor → Distribui-
dor → Provedor da Solução → Cliente.
O fabricante de semicondutor fornece,
através da distribuição oficial, todos os
componentes eletrônicos necessários para a
fabricação de transponder e leitor RFID.
Empresas com objetivo industrial fabri-
cam, através da utilização destes componen-
tes, os transponders adequados, bem como
os leitores e antenas RFID e seus agregados
de infraestrutura e controle.
Para que a solução RFID chegue ao Clien-
te Final, estas mesmas empresas provêm a
solução como um todo, em forma de Serviço
de Cronometragem Esportiva.
Para cronometragem de automobilismo,
o tag ativo é extremamente aderente.
Algumas empresas envolvidas:
Fabricante de Semicondutor:
• Texas Instruments.
Distribuidor da Tecnologia RFID:
• Arrow Brasil.
Indústria de leitor, antena e transponder
RFID e Integrador de Sistema:
• Chiptiming;
• Cronoserv.
A possibilidade de uso da tecnologia
RFID é infinita. Além das descritas anterior-
mente, outras podem ser citadas:
• Controle e Gestão de Ativo Imo-
bilizado;
• Identificação de Animais (gado,
ovelhas; peixes, animais de esti-
mação); F15. Calçado esportivo
• Gestão de Resíduos Sólidos; com chip eletrônico.
• Gestão de Abastecimento de
Veículos;
• Bilhetagem em Transporte Público
(Bilhete Único);
• Identificação de Chaves Automo-
tivas (Imobilização);
• Pedagiamento (Via Fácil/ Sem
Parar);
• Identificação de Pallets.
• Identificação de Pacientes em Am-
biente Hospitalar;
• Identificação e Rastreabilidade
de Enxovais em Lavanderia In-
dustrial;
• Gestão de Bibliotecas. E F16. Os tapetes são antenas
RFID conectadas aos leitores.
Eletrônica Aplicada
Energia
Eficiência energética
na utilização de
Acionamentos
Eletromecânicos
Willians Anderson Teixeira Coelho
D
e todos os recursos necessá- Esse é o tipo de frase que nós estamos
rios para a manutenção da acostumados a ouvir em vários setores da
sociedade moderna em que indústria nesses tempos de crise energéti-
vivemos, com certeza a energia ca e de tarifas crescentes do kWh.
é o mais fundamental. É um recurso que Pequenos ganhos percentuais em
por muito tempo tem sido considerado termos de eficiência energética são co-
como inesgotável e disponível de forma memorados como se fossem verdadeiras
irrestrita. conquistas. Neste tipo de situação, as pers-
Entretanto, assuntos como aqueci- pectivas de alcançar maiores ganhos ener-
mento global, desequilíbrio climático e géticos são simplesmente ignoradas.
escassez de recursos naturais têm levado Nesta matéria iremos mostrar que
governos do mundo todo a atentar para existem outros aspectos muito mais re-
a necessidade de otimizar a utilização da levantes do que somente o rendimento
matriz energética existente para atender do motor que devem ser levados em
a crescente demanda por energia ao in- consideração na elaboração de um projeto
vés de continuar consumindo de forma elétrico/mecânico de um sistema ou uma
predatória os recursos naturais. Não máquina com o objetivo da obtenção da
considerar esta realidade pode trazer máxima eficiência energética. A observa-
impactos futuros catastróficos ao meio ção desses fatores com certeza acarretará
ambiente e à própria manutenção da em grande economia de energia e maior
vida na Terra. Veja na figura 1 o gráfico eficiência do conjunto.
da evolução do consumo de energia
elétrica no mundo. Economias no
Estudos feitos pela ANEEL - Agência consumo de energia
Nacional de Energia Elétrica indicam que Em estudo realizado pela ZVEI (Zen-
o acionamento de máquinas e sistemas tralverband Elektrotechnik- und Elektro-
mecânicos por motores elétricos é respon- nikindustrie) na Alemanha, se concluiu
sável por cerca de 70% a 80% da energia que no ano de 2006, o potencial de econo-
elétrica consumida pelas indústrias e mia de energia da indústria alemã seria de
que aproximadamente 15% de toda essa 27.5 bilhões kWh, o que corresponde a 11
energia transforma-se em perdas. usinas de geração de energia com 400 MW
“Portanto, melhorias em termos de rendi- de potência cada uma. Isto representaria
mento (projeto construtivo do motor elétrico) uma economia de energia de 2.2 bilhões
significam grande economia de consumo de €/ano e uma redução de 16.9 milhões de
energia”. toneladas de emissões de CO2/ano.
F14. Dissipação de calor de redutores de F15. Curva característica V/F de um motor elétrico
engrenagens cônicas e rosca sem fim. controlado por conversor de frequência.
o conversor de frequência é possível o Durante a vida útil de um motor elé- energia regenerativa excedente para outro
armazenamento desta energia cinética trico, os custos com eletricidade podem conversor de frequência ligado a ele. Com
liberada durante a desaceleração para chegar a 97% do total gasto com a compra e isso, essa energia poderá ser aproveitada no
ser utilizada na fase de operação motora operação do equipamento. Estudos indicam acionamento de outro motor (por exemplo:
(figura 18). que o uso de um conversor de frequência um motor em uma translação acelerando e
Limitação da corrente de partida do leva a uma economia de até 40% de energia outro em uma elevação em desaceleração).
motor em até 150% da corrente nominal por acionamento em relação a um motor Existe também a possibilidade de re-
do conversor. Um motor ligado direto ligado direto à rede (figura 19). Se levar- torno da energia regenerativa para a rede
à rede pode apresentar uma corrente mos em conta o consumo total de energia elétrica, através de módulos de potência
de partida de até 750% de sua corrente de uma indústria, a economia ficaria em com regeneração de energia. Com a utili-
nominal. Para aplicações com muitas par- torno de 8%. Concluímos então, que o custo zação desse módulo, a energia excedente
tidas e paradas isto pode representar um de aquisição do equipamento se paga em no circuito intermediário do conversor, ao
excedente no consumo de energia. pouco tempo. invés de ser dissipada em um resistor de
O controle vetorial do motor que Possibilidade de reaproveitamento frenagem, é convertida em tensão alternada
possibilita a otimização da magnetização da energia regenerativa que é retornada e devolvida para a rede de alimentação,
do motor pela utilização do modelo mate- pelo motor quando este trabalha no modo proporcionando economia na energia con-
mático do motor e informações do campo gerador. Isso poderá ser feito através da sumida pelo equipamento. Esse módulo
girante para calcular o escorregamento interligação dos circuitos intermediários regenerativo possui na entrada, ao invés de
necessário no motor para obter o torque e CC dos conversores (figura 20). Quando o uma ponte retificadora, uma ponte a tran-
a rotação desejados. Este método permite motor trabalha como freio (modo regene- sistores permitindo assim, fluxo de potência
um controle de rotação mais preciso e rativo), este gera uma energia regenerativa nos dois sentidos (figura 21).
uma maior dinâmica ao motor com uma que retorna para o circuito intermediário do Função economia de energia para apli-
minimização das perdas. conversor, que poderá passar esta mesma cações com cargas não dinâmicas como
Eletrônica Aplicada
Energia
Fontes Chaveadas:
Revisando Conceitos Básicos
As fontes chaveadas, fontes co- Fonte chaveada do tipo • Rendimento muito maior, com con-
usado em computadores sequente menor geração de calor;
mutadas ou Switched Mode Power As fontes chaveadas não são tão • Regulagem muito melhor;
Supplies – abreviadamente SMPS, modernas quanto se possa pensar. Já há • Muito menores tamanho e peso (não
estão presentes numa grande muito tempo elas têm sido usadas em precisam dos pesados transforma-
aplicações em que o rendimento e o es- dores com núcleo laminado).
quantidade de equipamentos mo- paço ocupado são requisitos importantes As fontes lineares ou analógicas co-
dernos. Essas fontes consistem na para esse tipo de aplicação. Assim, nas muns têm baixa eficiência porque devem
solução ideal para os casos em que aplicações militares, aeronáuticas e ae- dissipar o excesso de tensão para fazer
roespaciais, as fontes desse tipo já estão sua redução na forma de calor. Uma fonte
se necessita de alto rendimento e presentes há muitos anos. linear típica tem um rendimento inferior a
tamanho reduzido,substituindo as No entanto, com os mesmos requisi- 50%. Por outro lado, as fontes chaveadas
tradicionais fontes lineares. tos de rendimento e tamanho cada vez chegam a alcançar 90% de eficiência.
mais solicitados nos equipamentos de
Apesar de estarem presentes consumo, as fontes chaveadas hoje estão Um pouco de história
em toda parte, ainda são muitos presentes em quase todos eles. Monitores Na verdade, o conceito de chavear uma
os profissionais que não dominam de vídeo, televisores, carregadores de tensão de modo a se fazer sua regulagem,
celulares e computadores são apenas ou ainda permitir que seu valor seja alte-
totalmente o seu princípio de fun- alguns exemplos de equipamentos que rado, é muito antigo. Nos carros antigos
cionamento, o que é de extrema fazem uso desse tipo de fonte. (décadas de 30 e 40) os rádios ainda eram
importância quando se pretende As fontes chaveadas são importantes valvulados, precisando de tensões eleva-
porque apresentam diversas vantagens das para polarização. Essa tensão elevada
trabalhar com uma delas. em relação aos tipos comuns de fontes era conseguida com um circuito chaveador
Neste artigo revisamos alguns lineares, tais como: eletromecânico, o vibrador.
conceitos básicos sobre o funcio-
namento desse tipo de fonte
Newton C. Braga
www.newtoncbraga.com.br
Princípio de Operação
A ideia básica que envolve a operação
de uma fonte chaveada, como seu próprio
nome indica, é chavear uma tensão, ou
seja, ligar e desligar um circuito de modo
que, na média, possamos obter o valor
de tensão desejado, conforme ilustra a
figura 2.
Essa tensão pulsante obtida pode ser
filtrada e aplicada à carga ou então apli-
cada a um transformador, para depois
ser retificada e filtrada como numa fonte F3. Diagrama básico de
convencional linear. Para entender como uma fonte chaveada.
funciona uma fonte chaveada típica po-
demos partir do diagrama básico exibido
na figura 3.
Na entrada temos um circuito de
retificação e filtragem, que fornece uma
tensão contínua não regulada para o sis-
tema. Essa tensão alimenta o circuito de
chaveamento e controle.
O circuito de controle gera um sinal
PWM (Pulse Width Modulation), de que
trataremos mais adiante, para o chavea-
mento de um transistor, que no modelo
dado é bipolar, mas que nos circuitos mais
modernos costuma ser de efeito de campo
de potência. F4. Regulador – série
com diodo zener.
O problema da regulagem
As fontes lineares convencionais
utilizam uma tensão de referência para
determinar a forma como um elemento
de potência (um transistor bipolar) con-
duz, mantendo assim a tensão constante
numa carga, dentro de uma faixa de
correntes drenadas, conforme indica o
circuito básico da figura 4. F6. Modulação PRM – mantendo
Numa fonte chaveada, a tensão de 12 V sobre a carga.
saída é mantida através da variação da
frequência (PRM), ou da largura dos pul-
sos aplicados (PWM). Existem, portanto,
duas tecnologias de controle nas fontes
chaveadas para as quais o profissional
deverá estar atento ao fazer um projeto,
análise ou diagnóstico de problemas.
PWM:
Pulse Width Modulation
Na regulagem por PWM (Pulse Width
Modulation ou Modulação de Largura de
Pulso) o que se faz é modificar a largura
do pulso aplicado à carga ou ciclo ativo,
de modo que a tensão média que o sinal
representa possa ser alterada, conforme
mostra a figura 5.
Assim se o sinal tiver um ciclo ativo
de 50%, a tensão média aplicada à carga
será de 50% da tensão de entrada. Se a
corrente na carga aumentar fazendo com
que a tensão caia, o circuito compensará
isso aumentando o ciclo ativo do sinal.
O controle é feito por um sistema de
realimentação.
Observe que nesse sistema o que se
modifica é a duração do pulso ou o ciclo
ativo. A frequência do sinal permanece
constante. Isso é conseguido, aumentan- F7. Diagrama de blocos de
uma fonte chaveada.
PRM:
Pulse Rate Modulation
Nesse tipo de modulação, em que
temos a modulação da taxa de pulsos,
altera-se somente a duração do pulso,
conforme é visto na figura 6.
Assim, quando a largura do pulso
(tempo ON) diminui, o tempo OFF não
se altera. O resultado é que é a soma
dos dois tempos diminui e, com isso, o
período. Temos então um aumento da
frequência, ou da taxa de repetição dos
pulsos.
Um regulador desse tipo pode ter
sua frequência em torno de 100 kHz nas
condições em que se encontra sem carga,
e essa frequência pode cair para menos
de 50 kHz na condição de plena carga.
Uma desvantagem desse tipo de re-
gulagem é que a alteração da frequência
traz alguns problemas para o projeto dos
circuitos contra EMI, uma vez que eles não
estarão operando numa frequência fixa.
Conclusão
As fontes chaveadas tornam-se cada
vez mais comuns em todos os tipos
de equipamentos que usamos. Com-
ponentes específicos para esse tipo de
aplicação possibilitam um crescente
aumento de seu rendimento, além de
agregar recursos que as tornam muito
melhores.
Entender como essas fontes funcio-
nam, e as diversas tecnologias de que se
dispõe hoje, é fundamental para todos os
profissionais de Eletrônica. E
Desenvolvimento
Osciladores
a Cristal
O
A melhor forma de se obter um s cristais de quartzo aproveitam a indutância dos terminais assim como
o fenômeno da ressonância sua resistência, o que nos leva ao circuito
sinal de frequência fixa estável e associado às suas propriedades equivalente exibido na mesma figura.
preciso, é através de um oscilador piezoelétricas. Quando excita- Entretanto, dada a boa tensão que um
controlado por cristal de quartzo. dos eletricamente, eles tendem a vibrar cristal gera quando vibra e sua sensibili-
em uma única frequência que depende dade, é possível elaborar circuitos simples
Os cristais mantêm a frequência de suas dimensões e do modo como o onde esse elemento é usado como controle
de oscilação de um circuito dentro corte foi feito. de frequência. A seguir damos uma sele-
de limites rígidos e mudam muito Cristais de poucos quilohertz a muitos ção desses circuitos.
megahertz podem ser obtidos com facili-
pouco de características, mesmo dade nas casas especializadas para serem Oscilador até 100 kHz
com a temperatura. usados como base no controle da frequ- (2 transistores)
Neste artigo trazemos uma ência de circuitos osciladores. Na figura 1 O circuito ilustrado na figura 3
temos o símbolo adotado para representar utiliza transistores NPN de uso geral e
seleção de circuitos simples de um cristal de quartzo comum e o aspecto pode ser empregado para gerar sinais
osciladores a cristal, que podem físico do tipo mais comum. até 100 kHz.
ser usados como base (clock) para Basicamente, um cristal consta de uma Os capacitores devem ser cerâmicos e,
peça de quartzo cujas dimensões e modo eventualmente, o capacitor de realimen-
inúmeras aplicações do desenvol- de corte em relação ao cristal original vão tação de 10 pF pecisará ser alterado para
vedor de projetos determinar sua frequência. Nessa peça compensar as tolerâncias dos componen-
são colocados os eletrodos de fixação, tes utilizados.
conforme mostra a figura 2. A alimentação pode ser feita com
Newton C. Braga A presença deste elemento de excita- tensões de 6 a 12 V, sendo 9 V o valor
ção funciona como as placas de um capa- recomendado para os valores usados dos
citor e, além disso, deve ser considerada componentes.
Conclusão
Os circuitos que vimos neste artigo
são sempre de grande utilidade, pois
osciladores são necessários em uma
i n f i n idade de apl icaçõ es prát ica s. F10. Oscilador CMOS com
Lembramos apenas que na elaboração o CI 4001/4011.
Desenvolvimento
10 Interface Circuitos de
Microprocessadores, microcontroladores e o
próprio PC possuem saídas que podem ser usadas
para controlar circuitos externos. As portas desses
dispositivos normalmente são compatíveis com
lógicas TTL e CMOS, o que permite utilizar circuitos
relativamente simples no interfaceamento para o
controle de cargas de alta potência. A seleção dos
circuitos que apresentamos dá muitas opções aos
leitores e algumas das configurações mostradas têm
simulações feitas em computador
Newton C. Braga
N
a porta paralela de um PC e quantas cargas deverão ser controladas
em muitos microprocessadores e quantas saídas o dispositivo usado
obtemos sinais de controle de possuir.
dois níveis: (alto = 5 V) e baixo (0
V), que podem ser utilizados para excitar Circuito Simples
circuitos externos. com Transistor
A corrente drenada/fornecida por O circuito ilustrado na figura 3 pode
esses circuitos é muito baixa, o que signi- usar um transistor NPN de uso geral para
fica uma impedância relativamente alta controlar um pequeno relé sensível, bem
ao circuito. Além de haver a degradação como um transistor de média potência
do sinal quando carregamos essas saídas, ou Darlington para controlar diretamente
existe o perigo de dano ao circuito interno uma carga de maior potência.
do buffer, conforme mostra a figura 1. Para um BD135, por exemplo, pode-
Assim, embora na configuração mais mos controlar com certa folga cargas até
simples possamos excitar diretamente 500 mA, e com um Darlington cargas
LEDs, de acordo com a figura 2, sempre maiores, lembrando que esses compo-
é interessante usar dispositivos amplifi- nentes podem ter fontes de alimentação
cadores e, para maior segurança, dispo- com tensões diferentes de 5 V, mas com
sitivos de isolamento. terra comum. Os transistores devem ser
Na verdade, o isolamento é altamente dotados de radiadores de calor.
recomendável quando o circuito controla- Na figura 4 temos a simulação do cir-
do é de alta potência ou tem alimentação cuito, onde a carga é um resistor de 100
feita pela rede de energia. ohms. Observe que aplicamos um sinal
Os circuitos que trazemos mostram retangular de 5 V (de 2 Hz) ao circuito
apenas um dos pinos de saída dos micro- para obter a forma de onda correspon-
processadores ou porta paralela do PC. A dente no osciloscópio. O gerador de
quantidade desses circuitos dependerá de funções cria o sinal equivalente ao obtido
F1. As correntes nas saídas dos micro- F2. Saída protegida por resistor isola- F3. Circuito com transistor NPN
processadores são muito baixas. dor e dispositivo amplificador. para controle da carga.
Usando Comparador
de Tensão
Os comparadores de tensão, como os
da série LM139/239/339, consistem em
dispositivos que podem ser utilizados
com vantagens como elementos de in-
terfaceamento de circuitos com a porta
paralela de um PC ou a saída de um
microprocessador.
Na figura 10 mostramos o modo mais
simples de se fazer isso com resistores F6. Simulação do circuito com 2 transis-
fixos na polarização de entrada. tores usando uma carga de 100 ohms.
Uma solução interessante que pode
ser adotada em alguns casos é a ilustrada
na figura 11 em que um trimpot de ajuste
é empregado.
Esse trimpot de ajuste permite levar o
nível de transição do sinal da porta em
que se obtém o disparo ao valor ideal.
Isso possibilita que mesmo micropro-
cessadores que forneçam tensões menores
de saída em suas portas, como algumas
versões modernas que apresentam sinais
de 2,7 V ou 3,3 V, também possam ser
usados no interfaceamento de circuitos F7. Circuito para ativar a carga F8. Circuitos para ativar a carga quando
externos, sem a necessidade de se alterar quando a entrada vai a 0 V. a entrada vai para o nível alto.
o circuito.
Veja que os resistores de referência
foram calculados para duas tensões de
alimentação do comparador: 6 V e 12 V.
Para outras tensões o leitor pode fazer o
cálculo, lembrando que para uma saída
de disparo de 5 V, o nível da tensão de
referência deve ser de 2,5 V.
Recordamos que as saídas dos com-
paradores LM139/239/339 são em coletor
aberto, exigindo um resistor pull-up. A
corrente máxima drenada pela saída é de
16 mA (tip) para uma alimentação de 5 V.
Com isso, essa etapa pode excitar direta-
mente transistores e outros dispositivos
com facilidade.
A inversão da ação de comutação, com
a saída indo ao nível alto quando a entra-
da vai ao nível baixo, pode ser feita com a
aplicação da tensão de referência na entra-
da não inversora, observe a figura 12. F9. Simulação do circuito anterior
para uma carga de 100 ohms.
Interface Isolada
com Transistor
O circuito da figura 13 tem a vantagem
de usar um acoplador óptico, isolando-o
da carga controlada.
O acoplador é o 4N25 ou equivalente, e
a energia para excitar o LED vem da pró-
pria porta paralela. Este circuito fornece
uma saída digital que pode ser usada para
excitar portas TTL ou CMOS. Veja que F16. Circuito para o disparo de TRIAC com
a alimentação do circuito pode ser feita carga resistiva usando opto-diac.
com tensões de 5 a 12 V. A resistência de
carga é pequena, uma vez que a corrente
disponível não é das maiores.
Interface Isolada
com Comparador
Na figura 14 temos uma interface
usando um acoplador óptico e o compara-
dor LM339 ou qualquer equivalente. Nes-
ta aplicação, amplificadores operacionais
também podem ser empregados.
O ponto de disparo pode ser ajustado
no trimpot de 10 kohms. No entanto, nada
impede que tenhamos um disparo fixo,
colocando neste ponto um divisor resisti- F17. Circuito para o caso de
vo com dois resistores de 10 kohms. carga indutiva.
Lembramos que os comparadores da
série LM139/239/339 possuem transis- óptico empregado de modo a se obter o O circuito visto na figura 16 faz uso de
tores em coletor aberto; assim, deve ser ponto ideal de disparo com o sinal da um MOC3010 e é indicado para o disparo
usado um resistor pull-up e a corrente porta no nível alto. de cargas resistivas.
será drenada pela saída quando ela for Uma possibilidade para se encontrar Para cargas indutivas temos a confi-
ao nível baixo. o melhor valor consiste em se usar no guração exibido na figura 17.
A alimentação do setor do compara- desenvolvimento do projeto um trimpot e, Observe que o acoplador óptico (iso-
dor pode ser feita com fonte separada e depois, substituí-lo por um resistor fixo. lador óptico) fornece um isolamento de 7
tensão diferente de 5 V. Levando em conta que os relés de 12 000 volts, o que garante uma segurança
V comuns são especificados para uma total para o dispositivo de controle, no
Controlando relés corrente de 50 mA, a fonte deve ser di- caso o computador.
Para controlar relés de forma segura mensionada prevendo-se o instante em
com um duplo isolamento, sugerimos o que todos eles estejam acionados. Conse- Usando o ULN2001/2/3/4
circuito da figura 15. quentemente, para uma interface em que Os circuitos integrados da série
O isolador óptico isola o circuito do as 8 saídas da porta paralela sejam usadas, ULN2001/2/3/4 também designados por
microprocessador ou do PC do circuito de a fonte deve ser capaz de fornecer os 400 MC1411/12/13/14 consistem de Drivers
acionamento dos relés, que pode operar mA exigidos. que podem fornecer até 500 mA de saída
com tensão diferente de 5 V. Na verdade, para controle direto de cargas a partir de
com o uso de relés de 12 V é possível obter Disparando TRIACs entradas de sinais digitais.
melhor desempenho. Os relés de 12 V são Para o disparo de cargas de alta potên- Os quatro circuitos se diferenciam pela
mais fáceis de conseguir, mais sensíveis cia ligadas à rede de energia, nada melhor configuração interna de seus transistores
e com isso podem facilitar a montagem do que usar TRIACs. Para essa finalidade Darlington, veja a figura 18.
da interface. podem ser usados acopladores ópticos Assim, suas aplicações dependem
O resistor R1 deve ter seu valor esco- com opto-diacs como os da série MOC3010 apenas da lógica de controle a ser usada,
lhido de acordo com o tipo de acoplador (110 V) e MOC3020 (220 V). ou seja, do tipo de PC, microcontrolador
Com CIs
Uma outra forma de fazer o interfa-
ceamento de microprocessadores, PCs e
outros dispositivos lógicos através de suas
portas de saída é com o uso de circuitos
integrados digitais, tal qual o ilustrado
na figura 21.
Este circuito permite demultiplexar
um valor digital entre 0 e 15 (0000 a 1111)
em uma de 8 saídas no nível alto (TTL).
Podemos então controlar até 16 circui-
tos externos endereçados digitalmente,
conforme a seguinte tabela 2:
Veja que os pinos das saídas da porta
paralela de 5 a 8 (DB5 a DB8) podem
ser usados para controlar um segundo
conjunto de circuitos com outro demulti-
plexador como este.
Conclusão
Os circuitos que vimos aqui são F19. Circuito de interface de um PC
apenas algumas sugestões para as con- Com carga de alta potência.
figurações que podem ser usadas no
interfaceamento de circuitos digitais com Combinando-se circuitos isolados com
circuitos de potência. circuitos de alta potência pode-se agregar
Evidentemente, essas configurações ao circuito segurança na capacidade de
podem ser modificadas conforme a apli- controle. O modo como isso poderá ser
cação e até mesmo combinadas de modo feito dependerá da habilidade de cada
a se obter o controle desejado. desenvolvedor. E
Tipo Aplicação (compatibilidade)
MC1411/ULN2001A Uso geral, DTL e TTL, PMOS e CMOS F20. Pinagem do circuito
MC1412/ULN2002A PMOS lógica de 14 a 25 V – contém zener interno utilizado.
TTL ou CMOS com alimentação de 6 V – possui resistor de 2,7 k ohms em
MC1413/ULN2003A
série com a entrada
TTL ou CMOS com alimentação de 8 a 18 V – possui resistor de
MC1414/ULN2004A
10,5 k ohms em série com a entrada T1. Características de
aplicação dos drivers.
Componentes
Sobretensões
Q
Grande parte das falhas que uando um pulso de sobretensão A velocidade de ação e a resistência
atinge um circuito, seus com- para a condução do transiente são as
ocorrem em equipamentos ele- ponentes podem não suportar principais características desse tipo de
trônicos se devem a sobretensões. sua presença e com isso quei- proteção.
Essas sobretensões podem ter marem-se. Tipos com resistências da ordem de
Conforme indicamos na introdução, 100 m ohms capazes de conduzir correntes
diversas origens, sendo a principal essas sobretensões podem entrar em um de 40 000 A podem ser encontrados para
a própria rede de energia e a linha equipamento de diversas maneiras: pela aplicações industriais. Na condição de
que eventualmente transmita linha de alimentação, pela linha de trans- desligado (alta impedância), a resistência
missão de sinais ou mesmo pelos cabos que é da ordem de 10 G ohms e a capacitância
um sinal para o equipamento. acoplam sensores. da ordem de 1,5 pF.
Como proteger os equipamentos A ideia básica para se proteger um Esse tipo de proteção é usado para des-
contra as sobretensões e quais equipamento contra sobretensões é ligar carga de surtos de alta energia e sobrecar-
em paralelo com o ponto onde possa apare- gas diretamente a partir da rede de energia.
componentes usar são os temas cer essa sobretensão um dispositivo capaz Como ele não limita o surto até o momento
que analisaremos neste artigo de atuar no momento em que ela esteja em que a tensão de ruptura seja atingida,
em que veremos os diversos tipos presente, estabelecendo um percurso para torna-se necessário usar elementos adicio-
a mesma conforme ilustra a figura 1. nais de proteção. Devem ser empregados
de tecnologias empregadas para Existem diversos componentes dispo- dispositivos adicionais de proteção depois
essa finalidade níveis para realizar essa tarefa e é deles que de sua entrada de alimentação.
vamos tratar a partir de agora.
Diodos de Ruptura
Supressores a Gás (Breakover)
Esses dispositivos consistem de am- Os diodos de ruptura ou breakover
Newton C. Braga polas cheias com um gás que, ao receber são tiristores bidirecionais com uma alta
a sobretensão, se ioniza, passando de um capacidade de condução de corrente. Es-
estado de alta resistência para baixa resis- ses componentes podem ser usados para
tência, observe a figura 2. proteger circuitos do lado da alimentação,
Tipos comuns podem apresentar dois veja exemplo dessa proteção bidirecional
ou três eletrodos, como os exibidos na fi- na figura 4.
gura 3, de modo a fornecer uma proteção Os diodos de ruptura disparam inde-
tanto longitudinal quanto transversal. pendentemente do tipo de crescimento da
Diodos Supressores A ou mais. Sob essas condições, podemos Esse componente é aplicado em circui-
Os diodos supressores também são ter picos de dissipação de 1 500 W. tos de 5 V com uma potência de pico de
denominados diodos TAZ (Transiente Ab- Esses diodos são componentes espe- dissipação de 1500 W e uma corrente de
sorption Zeners – Diodos Zener de Absorção cialmente desenvolvidos para a proteção fuga de 300 µA.
de Transientes) ou diodos de avalanche. de circuitos contra surtos, dada sua alta
Esses componentes são usados nos cir- velocidade de resposta. Com compo- Diodos Retificadores
cuitos eletrônicos depois do transformador nentes bidirecionais pode-se proteger Diodos retificadores comuns, como o
e antes dos chips que devem ser protegidos. circuitos contra pulsos de qualquer 1N4004, também podem ser empregados
Na figura 5 temos a curva característica polaridade, em circuitos de proteção contra transien-
(Ppp x tp) para um desses diodos. Todavia, ao se usar esse tipo de su- tes. Esses componentes podem ser usados
Eles não são indicados para proteção pressor deve-se tomar cuidado com sua em linhas de sinal devido a sua corrente
na entrada do circuito, dada sua baixa ca- corrente de fuga que pode carregar linhas de fuga muito baixa. Sua alta velocidade
pacidade de dissipação, da ordem de 5 W de sinais de alta impedância. Os sinais permite que transientes muito rápidos que
no máximo. transmitidos podem, então, sofrer distor- consigam passar através do transformador
Nesses componentes, as correntes de ções com a presença desse componente. sejam cortados.
fuga são da ordem de 1 mA, e a corrente de Um diodo desse tipo é o 1N5908 Na figura 6 mostramos como usar
pico máxima que eles podem suportar por fabricado pela Microsemi, SGS e ST Mi- diodos retificadores em circuitos de
poucos milissegundos é da ordem de 100 croelectronics. proteção.
Diodos Schottky
Os diodos Schottky, pela sua baixa
tensão de condução no sentido direto, da or-
dem de 0,3 V, podem ser usados na proteção
dos circuitos depois dos transformadores ou
do lado dos chips. Entretanto, dada sua baixa
dissipação, eles não são indicados para os
casos em que a proteção seja exigida para
surtos de grande duração.
A alta velocidade de ação desses diodos,
menor do que 100 picossegundos, permite
que eles respondam a pulsos de duração
muito curta.
Diodos Zener
Na prática, os diodos zener não são
muito indicados para proteção contra
sobretensões dada sua impedância diferen-
cial elevada, acima de 4 ohms tipicamente, F9. Varistores
que tem como resultado uma dissipação comuns.
elevada que limita a aplicação do diodo nos
circuitos de proteção que estejam sujeitos de energia, para reduzir as componentes disso não podem conduzir muito mais do
a surtos prolongados. de alta frequência, incluindo transientes, que alguns ampères de pico.
Com essa impedância, os pulsos mais observe a figura 8.
intensos ainda podem desenvolver uma Contudo, nas linhas de sinal eles não Conclusão
tensão elevada no circuito, o que impe- são recomendados, pois podem afetar o As impurezas da rede de energia podem
de sua ação como dispositivo protetor próprio sinal. afetar muito os equipamentos eletrônicos,
eficiente. Os varistores (figura 9) também devendo haver uma preocupação muito
podem ser empregados na proteção de grande não só por parte dos projetistas, mas
Outros Componentes circuitos, se bem que suas características também dos instaladores de equipamentos
Há diversos outros componentes que limitem bastante esse tipo de aplicação. eletrônicos.
podem ser usados na proteção contra Eles possuem tempos de resposta peque- Não obstante, a maioria dos equipamen-
transientes. nos , limitam a tensão independentemente tos modernos possuir um ou mais recursos
Os resistores PTC (Positive Temperature de sua polaridade e podem dissipar uma para a proteção contra sobretensões, poderá
Coefficient) podem ajudar nos circuitos boa potência. Todavia, esses protetores haver a necessidade do profissional imple-
protegidos por fusíveis, conforme ilustra manifestam entre seus terminais uma mentar mais um.
a figura 7. tensão que depende da corrente que estão Mais do que isso, a solução adotada em
Nos circuitos em que hajam outros siste- conduzindo, o que pode causar o apare- um determinado equipamento pode não ser
mas de proteção que resultem em correntes cimento de sobretensões remanescentes conveniente para a aplicação, o que exige a
instantâneas muito elevadas, capazes de no circuito. adoção de novas medidas protetivas.
queimar o fusível, um PTC pode ajudar na Finalmente, temos os TRIACs que são Neste artigo oferecemos algumas dessas
sua limitação, evitando a queima do fusível usados em algumas aplicações, mas que têm soluções, mostrando as características dos
quando o circuito de proteção atuar. uma ação bastante limitada no circuito. Eles principais componentes utilizados para essa
Os capacitores também podem ser uti- serão destruídos se um surto muito rápido finalidade, para que o leitor saiba escolher
lizados em alguns casos, do lado da rede (maior do que 100 V/s) aparecer, e além aquele que melhor se adapte ao seu caso. E
Componentes
Circuitos com
Novos Componentes
Novos componentes estão Componente da ST Microe- vimento como de seu sentido. A saída é
sendo lançados constantemente, lectronics maximiza o Apro- digital, e o posicionamento dos sensores
veitamento da Energia de separados é em quadratura. Na figura
numa taxa que fica difícil para o Painéis Solares 2 mostramos o circuito típico de apli-
profissional de Eletrônica acom- O circuito integrado SPV020 da ST Mi- cação do dispositivo, que é fornecido
panhar. croeletronics (www.st.com) consiste em um em invólucro SIP de quatro terminais.
conversor tipo buck cuja finalidade é maxi-
Assim, a seleção daqueles que mizar a energia gerada por painéis solares, Drive de Linha de 3,3 V com
são principais e que podem resul- independentemente da temperatura ou da Ganho Ajustável
tar em novas aplicações é muito intensidade da luz incidente. O circuito apresentado se baseia no
A otimização da conversão de energia DRV603 da Texas Instruments (www.
importante. é obtida através de uma lógica embutida ti.com) e consiste em um driver de linha livre
Neste artigo, selecionamos no CI que executa o algoritmo denomina- dos ruídos de comutação, projetado para
alguns componentes lançados do MPPT (Max. Power Point Tracking) nas aplicações PDP/LCD de TV, Blu-ray, Home
células conectadas ao conversor. Theater e Set Top Boxes. Este componentes
recentemente com circuitos prá- Um ou mais conversores podem ser pode alimentar cargas de 2,5 kohms com
ticos de aplicação. ligados aos painéis solares, e graças ao uma tensão de alimentação de 5 V. A faixa
fato da máxima energia ser computada de resposta vai de 20 Hz a 20 kHz e a relação
Newton C. Braga localmente, o nível de eficiência do sistema sinal-ruído é maior que 109 dB.
alcança o máximo. Na figura 1 temos um Na figura 3 temos um circuito típico
circuito de aplicação para este componente. deste componente. Informações completas
Características: podem ser obtidas no datasheet disponível
• Faixa de tensões de operação: 0 - 36 V; no site da Texas Instruments.
• Proteção contra sobrecarga, sobre-
corrente ; Amplificador Classe D com o
• Selfstart embutido; Circuito Integrado NCP2823,
• Eficiência de até 95%. da On Semicondutor
O NCP2823 é um pequeno amplificador
Circuito com o A1230 – Chave integrado que pode ser montado em uma
Dupla de Dois Canais de Sen- placa de apenas 1,45 x 3,7 mm, fornecendo
sores Hall uma potência de 3 W numa carga de 4
Este componente da Allegro Microsys- ohms. Também pode ser ligado em ponte
tems (www.allegromicro.com) consiste de (BTL) para maior potência. O CI tem ajuste
duas chaves de efeito Hall casadas em um externo de ganho e um consumo de apenas
mesmo substrato. Os elementos de efeito 1,8 mA para o NCP2823A. O circuito pro-
Hall têm um espaçamento de 1 mm e o cessa sinais de uma entrada analógica con-
regulador LDO é integrado, possibilitando vertendo-a em digital (PWM) para excitar
uma operação com apenas 3,3 V. A proteção a carga de baixa impedância. As aplicações
ESD é integrada e a estrutura é robusta, principais incluem os telefones celulares, câ-
garantindo ainda mais sua operação em meras, GPS e outros equipamentos portáteis
ambientes severos. com áudio alimentados por bateria.
Os dois elementos do dispositivo Na figura 4 o circuito básico da apli-
possibilitam sua aplicações em circuitos cação, observando-se que pouquíssimos
em que se deseja detecção tanto do mo- componentes externos são necessários.
Instrumentação
Comparando a Performance de
Analisadores de Espectro
A
Os analisadores de espectro análise de sinais através de um Uma ampla resposta plana é necessá-
são instrumentos indispensáveis analisador de espectro envolve ria para evitar os erros de conversão. Estes
fatores como faixa dinâmica, erros normalmente são compensados,
no dia-a-dia do profissional das precisão e velocidade, os quais mas o processo é imperfeito, na maioria
Telecomunicações. Com eles, é devem estar presentes nos instrumentos dos casos, podendo permanecer erros tão
possível ter uma ideia do que empregados. grandes como +/- 0,25 dB tipicamente.
No entanto, dependendo da tecno- O uso de DSPs permite diminuir este
ocorre com um sinal não só na logia utilizada, um desses fatores pode tipo de erro.
sua frequência, mas em um am- comprometer o outro, o que significa que
plo domínio, o que é fundamental nem sempre é possível obter o máximo Comparação da
de precisão com o máximo de veloci- Faixa Dinâmica
para análise e diagnósticos de dade ou faixa dinâmica. Desta forma, As tecnologias digitais mais modernas
problemas. Existem duas tecno- dependendo do tipo de trabalho a ser que empregam conversores analógico-
logias usadas nos analisadores realizado pelo profissional, é preciso digitais e DSPs estão se tornando mais
entender como as diversas tecnologias comuns e mais avançadas. Na maioria dos
de espectro, Varredura (sweep) e empregadas e as características que elas aparelhos, a tecnologia digital é concentrada
Análise por Transformada Rápida adicionam aos instrumentos podem in- algumas etapas depois das etapas de FI e
de Fourier (FFT). fluir na análise de um sinal. do amplificador logarítmico. Não obstante,
Neste artigo, vamos comparar as existem analisadores em que esta tecnologia
Veja, neste artigo, as diferenças duas tecnologias encontradas nesses já é implementada após a etapa de FI e a
entre as tecnologias e no que isso instrumentos em alguns tipos de medi- filtragem é feita por técnicas FFT ou por
influi nos resultados das análises. das. Uma delas é a que faz uso de um implementação digital de filtros de FI.
processo de varredura (sweep) e a outra A mudança do processo de conversão
Ele é baseado em documentação utiliza a análise pela Transformada Rá- pode resultar numa melhora da faixa
da Agilent Technologies pida de Fourier (FFT), que é uma técnica dinâmica dos FFTs em relação aos equipa-
digital. mentos que se baseiam em varredura.
Efeito do Auto-ranging de varredura diminui. Nos analisadores Taxas de varredura maiores resultam
O auto-ranging é uma técnica poderosa de espectro tradicionais, eles são manti- em erros de amplitude maiores. No entan-
para expandir a faixa e a resolução de um dos dentro de valores conhecidos, limi- to, nos filtros digitais esses erros podem
sistema ADC, e com isso a faixa dinâmica. tando-se a velocidade de varredura dos ser compensados através de algoritmos
Nos analisadores tipo sweep, a intensidade filtros. Os erros de resposta dos filtros apropriados, de modo a se reduzir seus
do envelope na resposta de um pré-filtro variam com o quadrado da faixa passan- efeitos.
varia levemente o suficiente para que o te, o que significa que seus valores são
ADC possa mudar de faixa e com isso muito menores quando a faixa passante Velocidade
acompanhar o envelope. é reduzida. A maior vantagem dos analisadores
O auto-ranging também pode ser Os filtros Gaussianos são os mais FFT é a sua velocidade em medidas que
usado na análise FFT, no entanto, a faixa usados nos analisadores de espectro tipo exijam a utilização de filtros de resolução
não pode ser mudada dentro do espalha- sweep devido a sua boa seletividade (para de bandas estreitas (RBW) e um espa-
mento de frequências de um único FFT. sinais de igual nível), e além disso são lhamento de frequências relativamente
Assim, o piso de ruído de cada FFT é comparativamente rápidos. grande. O processamento FFT pode ser
tipicamente mais elevado e isso, por sua As limitações decorrentes das caracte- modelado para agir como centenas de
vez, limita a faixa dinâmica. Com o ana- rísticas dos filtros podem ser contornadas filtros RBW ligados em paralelo.
lisador sweep temos, então, uma melhor de diversas formas, sendo uma delas a que Assim, no caso de uma análise em
faixa dinâmica. utiliza técnicas digitais. Apesar dos efeitos faixa estreita, um instrumento FFT pode
dos filtros estarem presentes tanto nas alcançar velocidades maiores analisando
Velocidade de Varredura configurações analógicas quanto digitais, muitas frequências ao mesmo tempo.
usando um Filtro Digital as respostas e características dos filtros Todavia, para faixas mais largas ocorre
Longos períodos de medida nos ana- analógicos não podem ser alteradas, o uma sobrecarga computacional, o que
lisadores de espectro tipo sweep resultam que não acontece com os filtros digitais, pode comprometer os benefícios do pro-
de medidas que, normalmente, requerem onde elas são facilmente modificadas pelo cessamento paralelo.
faixas estreitas e um espalhamento maior uso de DSPs. A análise FFT é uma abordagem valiosa
de frequências. Essa situação ocorre geral- Com isso, analisadores que fazem uso para análise de sinais em bandas estreitas,
mente em espalhamentos de frequência dessas técnicas digitais passam a ter carac- onde os tempos dos tipos de varredura
abaixo de 100 kHz tipicamente, e também terísticas melhoradas como, por exemplo: podem ser inaceitavelmente longos.
em medidas de espúrios de baixo nível, • Melhor fator de linearidade dos A figura 2 mostra uma comparação dos
onde faixas estreitas são utilizadas para filtros para maior seletividade em tipos de analisadores tratados neste artigo.
diminuir o nível de ruído médio. qualquer faixa selecionada; Uma outra vantagem dos analisado-
Para varreduras de faixas estreitas, • Incrementos de banda (10 %) me- res FFT é a apresentação dos resultados
o fator limitante na velocidade é a ca- nores para otimizar o tempo de de de todo o espectro de freqüência em um
pacidade do filtro de resolução de faixa varredura e banda passante; único ciclo de aquisição.
responder ao envelope ou às variações • Características dinâmicas previ-
de intensidade resultantes do processo síveis (tempo de resposta para as Continuum de Performance
de varredura. A limitada velocidade de variações do envelope) que causam Quando diversas FFTs são usadas
resposta do filtro é responsável por erros erros de intensidade e frequência para cobrir um único espalhamento de
na exibição da frequência e na amplitude. devido a varredura podem ser freqüências, a faixa dinâmica pode ser
Esses erros aumentam quando o tempo corrigidas com precisão. melhorada pelo emprego de filtragem e
auto-ranging em cada segmento de FFT.
Por exemplo, se 10 FFTs são utilizados
para cobrir um único espalhamento de
frequência, a faixa de frequências do
pré-filtro pode ser fixada em um valor
de apenas 1/10 de um único FFT, o que
permite uma melhora na faixa dinâmica.
Neste caso, os resultados de cada FFT são
unidos de modo a formar um “continuum”
que abrange todo a faixa do espectro que
está sendo analisada.
opinião
Os Presidenciáveis na
Casa da Indústria
Humberto Barbato
Presidente da Abinee
P
ara comemorar o Dia da Indústria, mica do país, por outro, não foi nada amistosa a ser feito para cortar gastos de custeio, e
em 25 de maio último, a Confede- ao setor produtivo, mantendo anos a fio o para garantir uma melhoria substancial em
ração Nacional da Indústria - CNI câmbio aviltado e juros exorbitantes, o que sua eficiência.
- realizou um evento que ficará se choca com a agenda da indústria. Marina Silva, a quem passei a respeitar
marcado na história da entidade como um Por exemplo, na questão cambial, maior muito mais, demonstrou uma enorme sensibili-
dos seus mais importantes momentos. responsável pelo atual movimento de de- dade e o quanto valoriza a democracia. Mesmo
Elogiado por todos pela oportunidade, sindustrialização, a candidata deixou-nos a fora de seu habitat, interagiu e conquistou os
pela formatação e pela organização, o evento impressão de que, se eleita, dará continui- presentes ao demonstrar sua preocupação
reuniu para um debate com empresários da dade à política hoje adotada. Falando de com os problemas da indústria e do país. Ao
indústria, os três principais pré-candidatos propostas para um possível governo seu, afirmar que o Brasil não pode ser um país só de
às eleições presidenciais deste ano: Dilma Dilma admitiu que a atual situação tributária commodities, defendeu o fim da acomodação
Rousseff, José Serra e Marina Silva. é caótica, e assumiu o compromisso de fazer do Estado, que não faz as reformas necessárias
Foi um evento extremamente escla- a tão aguardada reforma. e acaba, com isso, prejudicando importantes
recedor, de valor inestimável, para que José Serra esteve muito a vontade ao segmentos da economia. Ela chamou a atenção
pudéssemos estabelecer um diálogo com falar com os empresários, mostrando conhe- dos empresários ao classificar esta atitude de
os postulantes sobre a Agenda da Indústria, cer os detalhes da agenda proposta, o que “consenso ôco”. Ou seja, ela quis dizer que não
e para conhecer quais as propostas de cada lhe permitiu fazer uma análise mais profunda adianta falar da necessidade de uma reforma,
um e quais delas se alinham com as nossas dos temas. De forma equilibrada, criticou o há que se ter compromisso. Sobre isso, Marina
demandas. Governo por ter reconhecido a China como foi contundente ao dizer que os políticos, em
O encontro tomou proporções além economia de mercado, ao mesmo tempo em campanha, assumem o compromisso com
das expectativas, tendo sido acompanhado que apontou uma fragmentação na área de as reformas, mas, quando no poder, fazem a
pela internet, segundo a CNI, por cerca de comércio exterior, que leva o Brasil a não reforma do compromisso. Neste ponto, ela
200 mil pessoas, o que mostra que os temas ter uma política de defesa comercial. Aliás, tocou a sensibilidade de todos aqueles que
referentes à indústria não são de cunho esta é uma questão extremamente sensível ainda acreditam no desenvolvimento do país
corporativo, mas, sim, de interesse do País. para o setor eletroeletrônico que perde através das reformas estruturais.
Justifica-se, pois o setor industrial é o grande competitividade lá fora e, agora, começa a De maneira geral, os três presidenciáveis
responsável pela geração de emprego, renda perder no nosso próprio quintal. mostraram-se preparados para o diálogo
e divisas. Serra atribuiu às distorções da política proposto pelo evento, o que, de antemão,
O documento “A Indústria e o Brasil - econômica do país a perda de peso da in- representou um primeiro compromisso
Uma Agenda para Crescer Mais e Melhor”, dústria. Para nós empresários, ouvir de um com o crescimento do país, ancorado na
entregue antecipadamente aos candidatos, candidato que o tema “desindustrialização” capacidade produtiva da nossa indústria.
foi elaborado por mais de 1.500 empresários está entre suas preocupações, foi um grande Este encontro proporcionado pela CNI
e traduz a importância da indústria, alertando alento. Lembro que coube a mim dirigir a foi um verdadeiro exemplo de democracia
para os obstáculos que devem ser superados Serra uma das perguntas do debate. Indaguei e de demonstração da importância da
de modo que se ganhe competitividade e se que tipo de reforma fiscal seria feita em um indústria no contexto da nação. Indepen-
afaste o fantasma da desindustrialização. possível governo seu, uma vez que o Brasil dentemente de quem venha a vencer as
Dilma Rousseff, a primeira a apresentar vive há anos uma dicotomia na administração eleições, esperamos que os compromissos
suas ideias, de forma técnica, se utilizou das pública com os gastos de custeio altos e pou- sejam efetivamente cumpridos para que
ações do atual governo, do qual fez parte, cos investimentos, ao mesmo tempo em que os principais obstáculos à competitividade
destacando principalmente feitos da área a carga tributária estrangula o setor privado. sejam corrigidos e que a nossa indústria
macroeconômica. Se, por um lado, a política Apontando para a excessiva obesidade da volte a ser o grande vetor do crescimento
monetária garantiu, sim, a estabilidade econô- máquina, ele respondeu que existe muito do Brasil nas próximas décadas. E