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ESTÁGIO II – ARTE GRECO-ROMANA

Autor: Mariane Guth de Paula


Prof. Welington Tavares dos Santos
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso ART 105/5 – Estágio II
10/12/2014

RESUMO:
Neste respectivo projeto de estágio foi delineado o seguinte tema: A arte greco-romana, que foi
desenvolvido com a turma do 6° ano B do período da manhã do Colégio Estadual Conselheiro
Quielse Crisóstomo da Silva, localizado no município de Bocaiúva do Sul. Nesse contexto foram
analisados os planejamentos, estratégias e recursos utilizados para tornar o ensino das Artes mais
efetivo e dinâmico. Além de elencar os conteúdos que devem ser ensinados para a efetivação dos
planos de aula, e que áreas do conhecimento devem ser priorizadas para assegurar o
desenvolvimento das diversas linguagens.

Palavras-chave: Arte greco-romana, Dinâmica, Criatividade.

1 INTRODUÇÃO

A ideia central deste trabalho consiste no projeto voltado às atividades


desenvolvidas no Colégio Estadual Conselheiro Quielse Crisóstomo da Silva e
direcionadas às séries finais do Ensino Fundamental. A proposta de estágio foi
direcionada à área de concentração Ensino e Aprendizagem das Artes Visuais,
esta linha corresponde em analisar os aspectos do processo de ensinar e
aprender nas diversas linguagens das Artes Visuais, nos diversos temas e níveis
de ensino.
A reflexão sobre o ensino da Arte no que diz respeito ao papel fundamental
da arte na educação pode ser feita à partir de vários enfoques, mas sempre será
uma reflexão sobre a sensibilidade humana, ou mais especificamente, sobre o
fazer artístico e o processo criativo humano, o que nos remete para o
entendimento do conceito da arte, da reflexão sobre o sentido que assume no
contexto escolar.
Para fundamentar este artigo alguns teóricos embasaram os estudos e as
análises feitas como: Ana Mae Barbosa, Lois Fichner-Rathus, as Diretrizes
Curriculares do Paraná. Segundo os PCNs, a Educação em Arte propicia o
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracteriza
um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno
desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas
artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e
pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.

2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente artigo corresponde ao Estágio II, voltado às atividades


desenvolvidas no Colégio Estadual Conselheiro Quielse Crisóstomo da Silva,
localizado no município de Bocaiúva do Sul, direcionadas às séries finais do
Ensino Fundamental. A proposta deste trabalho está direcionada à área de
concentração Ensino e Aprendizagem das Artes Visuais. A proposta dessa linha
corresponde em analisar os aspectos do processo de ensinar e aprender nas
diversas linguagens das Artes Visuais, nos diversos temas e níveis de ensino.
Buscando também organizar situações de ensino-aprendizagem com propostas
alternativas, socializadoras e criativas, procurando a interação entre professor e
aluno.
Através deste projeto pretende-se não só desenvolver a criatividade através
do fazer Arte, mas também das leituras e interpretações do período greco-romano.
A necessidade de alfabetização visual vem confirmando a importância do papel da
Arte na escola, tendo como objetivo o desenvolvimento cultural.
De acordo com Ana Mãe Barbosa (2005), citado por Eça (2010 p. 2):
Através da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a
realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo analisar
a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade
que foi analisada.
A Educação em arte é uma prática ligada à produção e reconstrução de
experiências, conhecendo a arte o aluno torna-se capaz de perceber sua realidade
cotidiana mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação do Paraná, a abordagem
dos conteúdos do período greco-romano visa a apropriação do conhecimento em
arte por parte do aluno, o desenvolvimento da sua percepção e da capacidade de
contextualização em relação às produções e processos artísticos presentes na
arte greco-romana, além da ampliação e elaboração de conceitos, significados e
trabalhos criativo.
A arte greco-romana liga-se à inteligência, de modo que ao contemplar a
natureza, o artista entusiasma-se pela vida e tenta, através da arte, exprimir as
suas ideias e, numa busca constante pela perfeição, cria uma arte de elaboração
intelectual.
A arte Grega teve início no século VII a.C. e atualmente é divida em três
períodos: Arcaico, Clássico e Helenístico. Foi na Grécia Antiga que surgiram
a Democracia, as Olimpíadas, a Física, a Filosofia, a História e a Matemática; que
perduram até os dias de hoje.
Os artistas Romanos em sua maioria tinham origem Grega e suas
características são bem próximas das do período Helenístico. Usavam os três
estilos gregos de coluna: Dórico, Jônico e Coríntio. Os Romanos eram notáveis
pela engenharia, como na construção de estradas e aquedutos.
Segundo a autora Lois Fichner-Rathus em "Entendendo a Arte", o tempo da
história da arte conhecido como o período greco-romano representou o período
em que a arte romana absorveu a arte grega e suas influências. As civilizações
helênica e latina foram sobrepostas uma à outra quando Roma estabeleceu um
protetorado sobre a Grécia que se prolongou por quase 500 anos. Durante esse
tempo, os romanos procuravam originais ou faziam cópias das obras de arte
gregas.
Entretanto, é notável que a influência da cultura greco-romana para os dias
de hoje foi de grande importância, pois, foi através desses dois povos e suas
culturas é que temos o legado atual.
Nas artes plásticas os gregos foram excelentes escultores, pois buscavam
retratar o corpo humano em sua perfeição. Um dos exemplos mais conhecidos
pelo ocidente é a obra intitulada "Homem Vitruviano" de Leonardo da Vinci, que
retrata a perfeição do corpo humano.
A pintura dos gregos perdeu-se quase por completo, uma dos motivos era
que os gregos pintavam sobre tudo em painéis de madeira, que não resistiram ao
tempo. A única pista de beleza da pintura grega está quase toda na decoração de
vasos, uma arte essencialmente utilitária.
Considerando os aspectos da arte greco-romana, a Arte tem uma função
tão importante quanto dos outros conhecimentos, no processo de ensino e
aprendizagem, pois através da arte pode-se despertar a atenção de cada um para
a sua maneira particular de sentir, sobre a qual se elaboram todos os outros
processos racionais.
A educação é uma das ações que definem nossa humanidade: o ser
humano transcende seu status animal, pois vai além dos instintos: compreende,
reelabora, reflete, cria e recria, critica, aprende, ensina. A busca do homem
através da história é sempre uma busca de compreender e transformar a
realidade.
Uma característica distintiva do ser humano é a necessidade do supérfluo.
O que ultrapassa os limites das necessidades básicas essenciais à sobrevivência
e coloca-se no campo da atribuição de sentido é o que nos torna humanos. A
admiração diante de um por do sol, a necessidade de deixar uma marca que dure
além do efêmero tempo de nossa existência, o incômodo diante da
desorganização e a valorização de certa ordem individual, o espanto diante do
inusitado, a apreciação da beleza, a reflexão sobre o que é diferente e nos
provoca. Todos os seres humanos vivenciam essas situações ao longo de suas
vidas, pois são constituídos de dimensões físicas, cognitivas, emocionais, sociais,
éticas e estéticas. Essa característica pluridimensional do ser humano por si só já
seria válida para justificar a importância da arte na educação, já que sua ausência
não favoreceria um desenvolvimento integral da pessoa, um dos principais
objetivos da educação. Mas além desse fator há outros que valem a pena serem
lembrados.
A arte é cultura. É fruto de sujeitos que expressam sua visão de mundo,
visão esta que está atrelada a concepções, princípios, espaços, tempos,
vivências. O contato com a arte de diversos períodos históricos e de outros
lugares e regiões amplia a visão de mundo, enriquece o repertório estético,
favorece a criação de vínculos com realidades diversas e assim propicia uma
cultura de tolerância, de valorização da diversidade, de respeito mútuo, podendo
contribuir para uma cultura de paz. O conhecimento da arte produzida em sua
própria cultura permite ao sujeito conhecer-se a si mesmo, percebendo-se como
ser histórico que mantém conexões com o passado, que é capaz de intervir
modificando o futuro, que toma consciência de suas concepções e ideias,
podendo escolher criticamente seus princípios, superar preconceitos e agir
socialmente para transformar a sociedade da qual faz parte.
Além das já referidas justificativas ontológicas e culturais para a importância
da arte na educação, cabe falar da dimensão simbólica da arte, de seu poder
expressivo de representar ideias através de linguagens particulares, como a
literatura, a dança, a música, o teatro, a arquitetura, a fotografia, o desenho, a
pintura, entre outras formas expressivas que a arte assume em nosso dia-a-dia.
Essas formas são linguagens criadas pela humanidade para expressar a
realidade percebida, sentida ou imaginada, e como linguagens que são, têm suas
próprias estruturas simbólicas que envolvem elementos tais como espaço, forma,
luz e sombra em artes visuais, timbre, ritmo, altura e intensidade em música, entre
outros elementos inerentes a outras linguagens da arte. Ora, o conhecimento
dessas estruturas simbólicas não é evidente aos educandos, nem se constrói
espontaneamente através da livre expressão, mas precisam ser ensinados. O
ensino das linguagens da arte cabe também à escola, embora não apenas a ela.
A arte na educação passa pela sua importância no desenvolvimento
cognitivo dos aprendizes, pois o conhecimento em arte amplia as possibilidades
de compreensão do mundo e colabora para um melhor entendimento dos
conteúdos relacionados a outras áreas do conhecimento, tais como matemática,
línguas, história e geografia. Um exemplo mais evidente é a melhor compreensão
da história, de seus determinantes e desdobramentos através do conhecimento da
história da arte e das ideias sobre as quais os movimentos artísticos se
desenvolveram. Não existe dicotomia entre arte e ciência, entre pensar e sentir,
entre criar e sistematizar a fragmentação do conhecimento é uma falácia que tem
estado presente na educação, devendo ser superada, pois o ser humano é íntegro
e total.

3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

O desenvolvimento do Projeto de Ensino: Arte Greco-Romana no Colégio


Estadual Conselheiro Quielse Crisóstomo da Silva, situado no município de
Bocaiúva do Sul com a turma do 6° ano B.
Na primeira aula foi apresentado o vídeo " Navegantes : Gregos-Grécia "
para os alunos assistirem, chamando atenção dos alunos para identificar os
deuses, as pinturas, a arquitetura, os ofícios, etc.
Na segunda aula a turma foi divida em grupos para pesquisar sobre a arte
greco-romana no laboratório de informática. Os temas sugeridos são: cerâmica
grega( período geométrico, período orientalizante, figuras negras e figuras
vermelhas), escultura (escultura clássica, escultura arcaica e helenística),
arquitetura (ordem dórica, jônica e coríntia) e pintura clássica (domínio do escorço
e suportes). Após o término da pesquisa os alunos apresentaram os trabalhos
para a turma na próxima aula.
Na terceira aula os alunos apresentaram a pesquisa realizada dos temas
sugeridos na aula anterior.
Na quarta aula os alunos desenharam diversos tipos de vasos de cerâmica
grega com diversos temas, utilizando as figuras negras e figuras vermelhas.
E na última aula foi feita uma análise da obra " Homem Vitruviano" de
Leonardo da Vinci. A proposta da atividade foi examinar o desenho, notando a
combinação dos braços e pernas que formam quatro posturas diferentes e
destacando que a obra é baseada numa famosa passagem do arquiteto romano
Marcus Vitruvius Pollio.
Para a efetivação deste trabalho foi cumprido um cronograma que se iniciou
com 5 horas de observação da escola (turnos, horários, turmas), 5 horas de
observação da infraestrutura da instituição, 5 horas de observação do PPP e
Regime Escolar da instituição. Levantou-se dados do corpo docente, professor
regente e caracterização da turma, por 5 horas. Foi feita 03 horas de regência na
turma 6° B, e completaram-se mais 02 horas de regência na turma 6° B.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as atividades realizadas no 6º ano B foram transformadas em


experiências muito significativas para meu aprendizado. Em sala fui muito bem
recebida pelos alunos e pela professora regente. A professora se disponibilizou ao
máximo em me ajudar, tanto nas dúvidas que surgiam no decorrer das aulas como
no contato direto com os alunos. Foi uma experiência muito boa, bem diferente da
outra turma onde estagiei pela primeira vez, onde era uma turma bem agitada.
Fiquei impressionada com o empenho de cada aluno, os trabalhos ficaram
muito bem feitos e elaborados. Segundo a professora regente 90% dos alunos
residem na zona rural do município e não tem condições financeiras de comprar
os materiais solicitados para as aulas. O colégio disponibiliza alguns materiais
básicos como: régua, lápis de cor e folha sulfite. E também, disponibiliza o uso do
laboratório de informática para pesquisa.
O grande proveito que tirei de todo esse estágio foi a atenção, a
experiência, a dinâmica entre os alunos e principalmente o respeito entre
professor e aluno, que, em minha opinião é um dos aspectos fundamentais dentro
de uma sala de aula.
Pode-se dizer que estamos vivenciando um momento histórico de grande
importância na educação como um todo e na arte-educação especificamente: o
desafio de superar concepções, regras, mas também de ir além do “deixar fazer” e
da livre expressão apenas, para reconhecer que a arte tem características
próprias que devem ser conhecidas pelos educadores, que tem objetivos próprios
e seus próprios métodos.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mae. Arte Educação Contemporânea. Consonâncias


Internacionais. São Paulo: Cortez. 2005.

DUARTE JUNIOR, João Francisco. Porque arte- educação? 5ºed.Campinas:


Papirus, 1988.

GOMBRICH, Ernst H. História da Arte.Rio de Janeiro: LTC, 1999.

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Arte/Ministério da Educação.


Secretaria da Educação Fundamental. 3º Ed. Brasiliense: A Secretaria, 2001.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Arte


para a Educação Básica. Curitiba,2008.

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1994.

RATHUS, Fichner Lois. Entendendo a Arte, 2004.

STRICLLAND, Carol. Arte Comentada: da Pré-história ao Pós- moderno. Editora:


Ediouro,1999.

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