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Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada (Sociedade Bíblica do Brasil), salvo indicação específica.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP-Brasil) Aquino, Jadson A Obra Consumada, Jadson Aquino, Palmas: 2016 1. Vida Cristã. 2. Espiritualidade I. Título
Dedicatória
D
edico este livro ao casal que me ensinou a ser, sendo: meu saudoso e heroico
pai, Jason da Neguinha e minha querida e valente mãe, Neguinha do Jason,
mulher de Deus.
Agradecimentos
S
Por vezes, paro, penso e suspiro com gratidão: Ele, por algum motivo, me
escolheu para ser um canal de seu amor para anunciar o Evangelho da Graça.
Por isso, com Ele, nEle e para Ele, dedico este projeto.
Obrigado Cássia, minha esposa amada, por ser sempre minha companheira
nesta fascinante aventura chamada ministério. Obrigado minhas doces filhas
Gabriella e Isabella, por compreenderem o chamado do pai de vocês,
colaborando comigo em amor.
Obrigado Pr. Aluízio Silva e Pr. Naor Pedroza por acreditarem e investirem
em mim, por causa do amor de vocês por mim, este projeto aconteceu.
Sumário
Dedicatória 5
Agradecimentos 7
Prefácio 11
Cap. 1 – A obra consumada 15
Cap. 2 – Anulando sofismas para viver vitoriosamente 29
Cap. 3 – Não escravos, mas filhos 43
Cap. 4 – Pensando naquilo que traz esperança 63
Cap. 5 – Reinamos em vida quando cremos a obra consumada 81
F
Nada além da fé, que o próprio Deus nos dá, é requisito para receber a graça
de Deus por intermédio de Cristo Jesus. Ao crer na mensagem da obra
consumada do Senhor no Calvário, o homem recebe o direito de ser filho de
Deus, tornado-se coerdeiro, juntamente com Cristo, de todas as bênçãos
espirituais nas regiões celestiais preparadas para Jesus.
Neste livro, o pastor Jadson Aquino reforça nosso ensino sobre a completude
do trabalho de Jesus no Calvário, ampliando a revelação que temos tido como
igreja. A graça em evidência seria a suma deste livro que percorre,
grandiosamente, os meandros desse tão urgente tema para a igreja brasileira
neste século.
Creio que este material torna-se indispensável para nossas igrejas e células.
Deveríamos estudá-lo ditosamente para mergulharmos nas profundidades
dessas águas que trazem descanso para nossas almas. Graças a Deus por essa
mensagem libertadora e transformadora; por ela, podemos viver pela fé,
alcançando, todos os dias, o propósito pelo qual fomos chamados pelo nosso
Salvador.
odas as religiões pregam que seus adeptos devem se esforçar para alcançarem
o máximo daquilo que ensinam ser o desejado pelo seu deus. Dizem que
deve-se fazer o melhor para que se chegue ao “nirvana” ensinado. Passam a
ideia de que há um preço muito alto para se alcançar a perfeição proposta, ou
seja, para se chegar à recompensa é necessário fazer muita coisa, fazendo
valer a célebre tônica que não está na bíblia: “Faça da tua parte que farei a
minha”. O mais assustador é que existem cristãos que seguem esse estilo de
vida de se alcançar um prêmio espiritual por mérito; pelo fazer, fazer e fazer,
na tentativa equivocada de se encontrar santo e pronto para receber algo de
Deus. Isso é o padrão de toda religião. Todavia, isso não parece de forma
alguma com o cristianismo da Bíblia, o modus vivendi da Nova Aliança se
difere, frontalmente, com esse padrão da religião.
Uma das coisas mais maravilhosas que podemos ver no Evangelho de Cristo
é o fato de que todas as coisas já estão completas nele. Em Colossenses 2:9 e
10, Paulo faz uma extraordinária declaração:
9 porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.
10 Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade.
Tetelestai
Quando Jesus estava pregado na cruz há cerca de 2 mil anos, Ele bradou em
alta voz: “Tetelestai”, (está consumado, está finalizado, está completado, está
concluído). Agora, tudo o que precisamos já foi comprado; já foi conquistado
na cruz por nós. Por causa da Obra Consumada, você e eu, hoje, não
precisamos mais orar por vitória, nossa oração deve ter por base a certeza de
que Jesus já a conquistou, e hoje podemos usufruir de suas conquistas. Na
Obra Consumada, não oramos por vitória, oramos da vitória.
Toda grande empresa tem uma grande mente, uma exímia cabeça pensante
que leva toda equipe ou todo corpo a usufruir do sucesso; assim é a igreja.
Somos o corpo, e Cristo é a cabeça. Ele conquistou tudo para nós. Hoje, só
precisamos usufruir aquilo que já foi conquistado.
Este é o segredo para reinar em vida, crer que já temos, por direito, aquilo
que, por muitas vezes, ficamos buscando em oração, em anseio ou em
canções cristãs. Enfatizo, que tudo o que você e eu precisamos para reinar em
vida já foi conquistado no Calvário em nosso lugar. Antes da cruz, na Antiga
Aliança, o sacerdote oferecia sacrifícios e ofertas pelos pecados dos homens
no afã de cobrir os erros cometidos, mas não para os justificar. Assim, eles
tinham de fazer isto todos os dias por todos os homens, mas Jesus, como o
nosso Sumo Sacerdote, fez um único sacrifício por nossos delitos e pecados
para sempre. Hebreus 10:12, está escrito:
12 Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra
de Deus. (Grifo do autor)
Aqui está o consumar da obra redentora. Antes da cruz, orávamos por vitória;
antes do tetelestai almejávamos a bênção e a buscávamos em Deus. Hoje, já
temos todas as bênçãos, oramos e vivemos a partir da cruz, a partir da Obra
Consumada. Na Obra Consumada não oramos por vitória, oramos da vitória.
Na Obra Consumada, não trabalhamos para sermos abençoados, mas, em
lugar disso, recebemos o poder da graça, e hoje trabalhamos porque já fomos
abençoados. Mas, infelizmente, vemos hoje um modelo de fé que difere da
Bíblia; um modelo de vida cristã que tende mais para a esperança do que para
a fé Compreendemos que há, sim, esperança na Bíblia, como, por exemplo, a
esperança da glória que está por vir. Mas hoje podemos confiar que o Pai
aceitou o sacrifício de Jesus como pagamento da dívida que era contra nós, e
esta dívida descrita em Colossenses tem tudo a ver com as ordenanças da lei.
Vejamos o que Paulo nos diz em Colossenses 2:14-15:
14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos
era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz;
Não são as nossas boas obras que nos aperfeiçoam, mas a obra de Cristo.
Não importa se você é ou não criança na fé; não importa se você é ou não
espiritual, a verdade é que você é completo em Cristo. Você já foi
aperfeiçoado em Jesus. Você sabe qual é o nosso problema? Nosso problema
é que avaliamos as coisas muito naturalmente, e do ponto de vista natural,
parece que nada está sendo feito em nós ainda. Do ponto de vista humano e
natural, pensamos que as nossas falhas nos fazem incompletos, mas isso não
faz sentido, pois não são as nossas boas obras que nos aperfeiçoam, mas a
obra de Cristo.
Assim sendo, o nosso ponto de partida sempre deve ser: já somos perfeitos
em Cristo. Portanto, não faça do ponto de partida o seu alvo final. Nosso
ponto de partida é a Obra Consumada, da cruz, quando Cristo disse “está
consumado”. A Obra Consumada é o Alfa, e não o Ômega.
Devemos estar certos de que, pelo fato de Ele ter consumado a obra, podemos
começar na posição de já ter sido aperfeiçoado. Você não começa a batalha
espiritual esperando que o inimigo seja derrotado, mas você já começa a
guerra na posição de vencedor, porque Cristo já triunfou sobre o inimigo.
Você não começa a caminhada como um pecador tentando ser santo, mas
com um santo que sabe que, pela graça, tem poder para fugir do pecado.
Não fique tentando ter uma vida justa para, então, receber a bênção de Deus.
Creia e comece na posição de justo, já abençoado com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestiais. Vemos que muitos crentes gostam de chegar
diante de Deus como um pecador que procura misericórdia, todavia você não
é mais um pecador, você é filho. Agora, a nossa oração não é mais “Filho de
Davi tenha misericórdia de mim”, mas, sim, “Aba Pai”. Há muitos irmãos
que gostam de orar como o pecador da parábola, eles dizem:”tem
misericórdia de mim que sou pecador!” Amado, isso foi verdade antes de
você se converter, mas, agora, por causa da Obra Consumada, já não há mais
condenação porque você está em Cristo. Em Romanos 8:1, a Palavra de Deus
nos garante que:
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
O motivo pelo qual Deus não condena você é porque Ele não pode condenar
outra vez a Cristo, mas, pelo contrário, o Pai já aceitou o sacrifício do Filho,
o preço já foi pago. Existe um princípio jurídico chamado “Non Bis In Idem”
que estabelece, em primeiro plano, que ninguém poderá ser punido mais de
uma vez pelo mesmo crime ou erro. Jesus, ao morrer na cruz, assumiu nossos
pecados e delitos; assim, você e eu não podemos ser mais punidos, uma vez
que Jesus sofreu punição em nosso lugar. Hoje somos justos mediante a fé
que Ele mesmo nos deu. A Obra foi Consumada. Você pode viver em Paz
com Deus, pois obteve acesso a esta graça, não por mérito próprio, mas por
causa de Cristo. Vejamos o que está escrito em Romanos 5:1-2:
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e
gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.
Nascemos completos
Olhe para uma criança e observe-a. Ela nasce perfeita, mas ainda precisa
crescer e, nesse processo de crescimento, será ainda mais perfeita. sempre de
me lembrar de que uma criança, ao nascer, tem mãos perfeitas, mas não
consegue usá-las de forma perfeita; apesar de ter pés perfeitos, não consegue
usá-los de forma perfeita; uma criança, ao nascer, tem olhos perfeitos, mas
não consegue enxergar nitidamente. Segundo a ciência, somente aos três
meses, ela conseguirá acompanhar o deslocamento de pessoas que estão
próximos a elas, e a capacidade de enxergar em um sentido tridimensional
vai, gradualmente, aumentando e, somente com um ano, a criança terá a
mesma visão que um adulto.
Assim vemos que ela nasce perfeita, mas precisa ser aperfeiçoada. Em João,
capítulo 19, vemos a história da crucificação. Nela, temos as últimas palavras
de Cristo na Cruz que foram: “está consumado!” Quando a obra de Cristo
termina, a nossa começa. Começamos nossa vida cristã com o “está
consumado!”. O julgamento foi consumado, por isso já não há condenação
nem para você nem para mim. A punição do pecado foi completa. A
santidade de Deus exigia a morte do pecador, mas, agora, Cristo morreu em
nosso lugar. E, desta maneira, o velho Adão caído pôde ser reconciliado com
o Deus de amor.
Paulo diz que fomos justificados mediante a fé, e hoje temos paz com Deus
por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm.5:1). Lendo este texto, vemos
que Deus fez as pazes conosco. Agora, como isso foi processado? Éramos
todos filhos da desobediência e estávamos debaixo da ira de Deus, conforme
a parte b do versículo escrito em João 3:36 “... se mantém rebelde contra o
Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” O homem
tornou-se inimigo de Deus e perdeu a paz com Deus, mas por qual motivo o
homem tornou-se inimigo de Deus?
Creio que não foi por causa da desobediência somente que o homem tornou-
se inimigo de Deus, a desobediência separou o homem de Deus, mas a
inimizade veio porque o homem foi atraído pelo inimigo de Deus. A
humanidade, no primeiro homem, se juntou ao inimigo e se tornou, naquele
momento, contra Deus ou, melhor colocado, “antiDeus”. Isto é tão verdade
que, durante toda história, os homens foram “antiDeus” e, lá em Apocalipse,
se levantará o homem da iniquidade, e este homem representará todos os
“antiDeus” da história. Todavia, agora, ele não mais é conhecido como
“antiDeus”, mas, sim, como anticristo.
Todo e qualquer inimigo não tem paz quanto ao seu “adversário”, desta
maneira, o homem passou a viver sem paz com Deus, sem paz com o
próximo e sem paz consigo mesmo. Mas quando cremos na Obra Consumada
e compreendemos que já fomos justificados e, por isso, temos paz com Deus;
então tudo muda, pois agora vivo livre de condenação, de acusação e do
medo. Aleluia!
Ele nos ama continuamente
Crer na Obra Consumada garante a você esse estilo de vida vitoriosa, mas,
também, quando vivemos na Nova Aliança desfrutamos do amor de Deus. Na
lei, o primeiro mandamento diz que devemos amar a Deus sobre todas as
coisas; isto é verdade, pois devemos mesmo. Mas como isso é processado na
vida do filho de Deus?
A Palavra nos ensina em 1 João 4:19 que nós amamos a Deus porque Ele nos
amou primeiro. Aqui está a verdade a respeito de amar a Deus: o nosso amor
por Ele é apenas um eco do amor dele por nós. Voce só pode amar o Senhor
quando, de fato, você entende que primeiro é amado por Ele. Ninguém
consegue amar o Senhor apenas como um mandamento, porque o
mandamento é lei, e ninguém jamais cumpriu a lei. Assim sendo, quando
compreedemos o quanto somos amados, a nossa resposta espontânea é amar
o Senhor. Nós o amamos, porque Ele nos amou primeiro.
O nosso amor por Ele é apenas um eco do amor dele por nós.
Ele nos ama e somos aceitos por Ele, podemos servi-lo em sua obra com
alegria, sem medo e sem receio. Afinal, Ele nos ama tanto! Precisamos
conhecer o quanto somos amados do Pai. Qualquer pessoa que vive sem a
Paz e ainda não provou do amor que aceita, se sente condenado e fica o
tempo todo procurando conquistar a aprovação de Deus através de suas obras
ou através de suas perfomances. Crer errado produz comportamento errado,
mas a crença certa resultará em atos certos.
E como você pode usufruir da Obra Consumada? Como receber tudo o que
Jesus conquistou na cruz? Como reinar em vida? Comece de onde Cristo
terminou. Aproprie-se de toda a conquista resultante da obra que foi
consumada na cruz e faça do fim o seu começo; faça da consumação de
Cristo o seu início. Que o Ômega de Cristo seja seu Alfa. Esse é o grande
segredo da vitória. A Obra já foi Consumada.
Capítulo Dois
Anulando
sofismas para viver
vitoriosamente
A cultura da morte
Podem até dizer que estou sendo extremista, mas faço questão de ser enfático
quando se diz respeito à vida. Isso pode parecer algo simples, mas pode se
tornar uma crença e nos levar a um estilo de vida de medo e de condenação.
Quando você olha para a próxima semana, o que vem ao seu coração? O que
você sente? Você sente medo e temor? Deus quer que olhemos para a semana
que está entrando e creiamos que coisas boas virão.
O homem pode ficar 30 dias sem comer, 3 dias sem água, 3 minutos sem ar,
mas não vive 1 segundo sem esperança.
Ouvi um dia uma frase de Viktor Frankl: O homem pode ficar 30 dias sem
comer, 3 dias sem água, 3 minutos sem ar, mas não vive 1 segundo sem
esperança; acrescento aqui que esse homem não vive uma vida de vitoria
caso não tenha a esperança de viver o hoje com muitas bençãos, alegria e
milagres.
Precisamos entender o amor de Deus e o cuidado dele por nós, seus filhos.
Precisamos aceitar que o Pai nos quer bem e, para que este bem aconteça, Ele
não tem para nós o que a religião diz que Ele tem, coisas tais como: doenças,
morte, maldições. Afinal, se cremos que Deus põe doenças em seus filhos
como uma maneira de corrigí-los, podemos estar em rebeldia indo ao médico
ou tomando remédio. Por acaso, algum de vocês, que é pai, seria capaz de dar
uma porção de cascalho ao seu filho quando ele lhe pedir um McDonald’s?
Ou dar uma cobra, quando lhes pedisse um sushi? Pois é, vocês mesmo sendo
maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, tanto mais o Pai celestial, dará
coisas boas aos que lhe pedirem.
pecado.
Primeiro sofisma
Crer nas maldições hereditárias
O principal obstáculo que temos no meio cristão pentecostal é o ensinamento
que afirma a existência de maldição hereditária, maldição de geração em
geração, que ainda acompanha os filhos de Deus nos dias de hoje.
É certo que existe uma maldição hereditária para aqueles que não estão em
Cristo, mas, para aqueles que estão em Cristo, isso não existe mais.
O fato é que não existe nada mais negativo, porque a Bíblia diz em 2
Coríntios 5.17 que “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as
coisas velhas (antigas) já passaram; (está incluso aqui a maldição
hereditária) eis que tudo se fez novo”.
Em Jeremias 31:29, o próprio Deus nos diz: “ naqueles dias nunca mais
dirão, os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotam”.
A defesa aqui se baseia naquilo que Deus disse no monte Sinai, na ocasião
em que falou a Moises que visitaria os pecados dos pais nos filhos e nos
filhos dos filhos até a terceira ou a quarta geração; isso está na Bíblia, mas
como um dos registros do Antigo Testamento. Vale nos lembrar de que não
estamos mais sob a vigência do Antigo Testamento, mas, sim, do Novo
Testamento.
Hebreus 10.17 diz que de nossos pecados e impiedades, Deus não se lembra
mais. Jeremias 31.33 diz: “porei a minha lei em seu interior e escreverei no
seu coração, serei seu Deus e você será meu povo, por que perdoarei a sua
maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” Em outras palavras,
o Novo Conserto está estabelecido sobre a premissa de que Deus não se
lembrará dos nossos pecados.
Deus não está mais lidando com você baseado em seus pecados; Deus está
lidando baseado no homem que foi seu substituto. Deus não está mais lidando
com seu pecado na sua vida, Ele esta lidando com o Filho na sua vida.
No Antigo Testamento, Deus diz que não se esquecerá jamais do seu pecado.
Essas são palavras duras, todavia, na obra consumada, Deus diz que não se
lembrará mais dos seus pecados.
Por isso, se alguém afirmar que os crentes estão sob a maldição dos seus pais,
você precisa lembrá-los desse texto que diz que o Novo Conserto viria
naqueles dias, os quais já temos o cumprimento. Estamos vivendo esse Novo
Conserto e, portanto, esse ditado das uvas verdes não mais tem validade entre
nós. A Bíblia nos diz em João 19:28 que:
“depois sabendo Jesus que todas estas coisas haviam terminado para que a escritura se cumprisse Ele
disse: Tenho sede.”
Jesus não disse “tenho sede”, porque tinha sede; Ele disse “tenho sede”,
porque a Bíblia diz que Ele sabia que a escritura tinha de se cumprir, já que
todas as coisas estavam terminadas. A sede de Jesus era a sede para que tudo
escrito nas escrituras se cumprissem. É interessante observarmos o fato de
que Ele já estava na cruz ao dizer essas palavras, mas, ainda assim, sua
preocupação principal era que as escrituras se cumprissem. Jesus tinha sede
de pôr um fim na maldita história da maldição hereditária, pois Ele veio
destruir as obras do diabo e nos deixar, inteiramente, livres.
Estava ali um vaso cheio de vinagre extraído das uvas verdes. Isso remete-
nos ao texto de Jeremias, “os pais comiam uvas verdes e os dentes dos filhos
se embotaram”, nos fazendo compreender, definitivamente, que a obra de
quebra de maldições foi, totalmente, completada na Cruz do Calvário.
A cruz nos mostra que, naquele momento, ao tomar o vinagre (uvas verdes),
Jesus sofreu as consequências e as maldições que pertenciam aos filhos por
causa dos pecados cometidos pelos pais. Na cruz do Calvário, Jesus quebrou
todas as maldições hereditárias para podermos ser totalmente livres.
Jesus teve sede para que tivéssemos liberdade; Ele teve sede para que
fôssemos libertos dos pecados dos pais e de todos os antepassados. Nada do
que fizeram cairá sobre nós; a maldição foi quebrada e, agora, na obra
consumada, não sofreremos mais o que nossos pais sofreram.
Ao tomar o vinagre, Ele disse: “Está consumado”. Ele cumpriu as escrituras,
e podemos afirmar que a última coisa que Ele cumpriu foi a libertação da
maldição hereditária na vida dos filhos de Deus.
Percebe-se que eles não podiam crer que coisas boas viriam, afinal, como eles
experimentariam coisas positivas do futuro se sempre tinha esse peso sobre
suas consciências? Como viveriam em paz se carregavam consigo o fardo de
que colheriam tudo o que semeassem? Por isso viviam debaixo de uma
maldição, certa expectação horrível de juízo.
Agora, o que afirmo aqui não é que Deus nunca falou isso; de fato, Deus
falou. Todavia, precisamos saber quando Deus disse o que disse. Ele falou
tais palavras no Antigo Testamento. Deus não falou tais palavras depois da
morte de Jesus. No Novo Testamento, você não encontra nenhum versículo
da Bíblia dizendo que colherá o pecado que semeou.
Talvez podemos tomar o texto de Gálatas 6:7, que afirma que tudo o que o
homem semear, também ceifará. Todavia, precisamos estar atentos ao
contexto deste verso. Paulo não está falando de maldição hereditária, mas de
oferta financeira. Leiamos o que Paulo nos diz em Gálatas 6:6-10:
6 Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que
o instrui. 7 Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também
ceifará.
8 Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o
Espírito do Espírito colherá vida eterna.
9 E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.
10 Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da
família da fé.
Observe que Paulo é claro ao apresentar a oferta financeira aos que ministram
a Palavra. É uma advertência interessante, pois trata da generosidade dos
crentes. O pedido era que os cristãos da Galácia pudessem cuidar,
financeiramente, daqueles que investiam na igreja quanto ao ensino da
Palavra.
Se você disser que este texto fala de ações pecaminosas, imorais, e se você
semear, você terá uma colheita pecaminosa; de igual modo terá de acreditar
que se você semear alguma coisa moral e boa, você irá colher vida eterna. Se
a lei da semeadura e da colheita for válida para as questões de pecado e
santidade, teremos de anular a cruz de Cristo.
Precisamos estar certos de que não podemos nos salvar por nossas obras nem
pelos nossos atos morais, mas somente pela graça redentora de Jesus.
Também não disse que, porque não há mais colheita dos nossos pecados e
dos pecados de nossos antepassados que devemos sair por aí pecando.
Existem, sim, consequências para o pecado, mas não são colheitas.
Precisamos de eliminar esta ideia errada, porque quando falamos isso, não
temos ideia quando iremos colher, o que iremos colher e o quanto iremos
colher e, assim, não resta a nós a possiblidade de crer que podemos viver uma
vida vitoriosa em Deus; ficamos somente com uma assustadora expectativa
contínua de medo e de condenação.
5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que
nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Podemos crer que coisas muito boas sempre acontecerão conosco.
Capítulo Três
Não escravos,
mas filhos
Alcançados pela Graça
O
texto de 2 Sm. 9:1 a 13 conta a história de Mefibosete, que era filho de
Jônatas, neto do rei Saul. Mefibosete é um personagem bíblico que nos
representa espiritualmente, sua história na Bíblia é, de alguma maneira, a
nossa história.
Davi fez uma aliança com Jônatas, um dos filhos de Saul, e a Bíblia diz que
essa amizade era algo tão profundo que fizeram uma aliança dizendo que um
cuidaria dos descendentes do outro, quando um viesse a falecer.
Saul, por outro lado, era inimigo de Davi. Por vinte e três vezes, Saul tentou
matar Davi. Saul era realmente inimigo de Davi. A Bíblia relata que Saul foi
à peleja contra os filisteus, e aconteceu que os filhos de Saul morreram na
guerra, e Saul, depois, se matou, apesar de haver controversas sobre sua
morte.
Mas um dia, Davi, já em seu reinado, e Mefibosete jovem com os seus vinte e
poucos anos; aconteceu que Davi se lembrou da aliança que tinha feito com
Jônatas. Através de Ziba, Davi soube que Mefibosete estava vivo. Então,
Davi resolveu usar de sua benevolência, não por causa de Mefibosete, mas
por causa da Aliança que ele tinha feito com Jônatas.
Preste Atenção, nosso Rei é o Senhor Jesus, e Ele quer usar de bondade
conosco, mas não por causa de nós, e sim por causa da aliança feita na cruz
do calvário.
Houve um dia que a aliança foi firmada, e por causa dessa nova aliança, o
Senhor Jesus decidiu usar de bondade para conosco. Era natural que
Mefibosete acreditasse que Davi o odiava, que Davi queria a morte dele, pois,
naquela época, era normal que, depois que se mudava a dinastia, o novo rei
Mefibosete sabia que ele era o único que tinha sobrado da família de Saul;
isso fazia com que ele pensasse que Davi estava procurando-o para matá-lo.
Mefibosete não sabia que Davi queria usar de bondade para com ele.
Jesus tem bons pensamentos a nosso respeito. Deus mesmo diz: “Eu é que sei
que pensamentos tenho a vosso respeito, pensamentos de paz e não de mal,
eu quero dar a vocês um fim vitorioso” (Jr. 29:.11)
Que incrível é pensar que Mefibosete era alvo da bondade do rei, mas se
escondia no deserto, por ter medo, e tinha medo por não conhecer o coração
do rei. Precisamos ter a clareza de que não é por causa de nós que Deus usa
de sua bondade; a bondade de Deus não virá por causa do que você tem feito,
mas, sim, pela aliança firmada na cruz.
Mefibosete não fez nada para receber a bênção; ele recebeu a bênção por
causa de outra pessoa. Davi não procurava alguém em específico. Você
também será abençoado por causa de outra pessoa, a saber Jesus, o Cristo.
Nosso Deus olha para a Nova Aliança em Cristo para nos abençoar, quem faz
parte da família da fé, faz parte dessa aliança.
Não é por causa de nós nem por causa de nossas obras, pois nós mesmos
éramos inimigos de Deus, mas Ele nos amou mesmo assim, nos fez seus
filhos, usando de sua bondade para conosco. Se, quando éramos inimigos de
Deus, Ele nos amou, quanto mais agora que somos seus filhos.
Assim como Davi usou de bondade (Graça) para com Mefibosete, Deus quer
usar de Graça (bondade) para com você. Você precisa estar convencido disso,
pois o Filho de
Deus que não tem revelação desse amor, não tem uma vida cristã saudável
nem equilibrada. Quando há dúvida em seu coração de que Deus ama você
ou que seu amor não seja perfeito nem constante, ou seja, você pensa que há
dias em que Ele ama você mais intensamente, e há dias em que Ele ama você
menos, afirmo que você vive uma vida volúvel e de fracasso. Você precisa ter
a revelação, hoje, do amor dele por você. O amor de Deus não depende de
sua performance nem do seu comportamento.
“ Se você não se comportar direito, o papai do céu não vai gostar mais de
você”, qual é o problema aqui? É que, invariavelmente, não nos
comportávamos bem, assim sempre o nosso pensamento era: “estávamos mal
na fita”.
Tem semana que fazemos aparentemente tudo certo, oramos por uma hora,
lemos a bíblia, não faltamos às reuniões, aguentamos a pressão no trabalho,
somos amorosos com a família e até jejuamos naquele dia, então, chegamos
no final do dia e pensamos: “hoje fui bonzinho!” E aí sentimos que Deus nos
ama. Entretanto, no outro dia, se acordamos com a “pá virada”, bruto com a
esposa, com vontade de explodir o mundo! Dia em que um carro qualquer
fecha o nosso no caminho para o trabalho, daí nos dá aquela vontade de
xingar o motorista, e ficamos prontos para arrumar confusão com alguém.
Nossa luta se intensifica naqueles dias em que chegamos em casa sabendo
que a esposa está chateada conosco, dias em que você não temos forças para
orar, porque o diabo diz: “você sabe que não foi bonzinho com ninguém!” E
aí sentimos que Deus está zangado conosco.
Davi quis usar de bondade por causa do amor à aliança com Jônatas, e Deus
já usou de bondade para conosco por causa do amor em Cristo na aliança da
cruz. Nossa justiça não é o nosso comportamento, nossa justiça é uma pessoa,
Cristo é nossa Justiça, e ponto final. Por isso, nunca concorde com o diabo,
mesmo quando ele fala a verdade, ele está mentindo, por isso nunca concorde
com as acusações do diabo. Ele sempre usa a lei para nos condenar, mas a
boa notícia é que não estamos debaixo da lei, estamos em Cristo; estamos
debaixo da graça do filho do seu amor. Podemos ver, assim, as santas
consequências de termos a experiência com a Graça de Deus, a experiência
com esse descomunal Amor de Deus.
Olhem para Mefibosete: ele tinha os pés defeituosos, tinha os pés tortos, e
isso aponta para o nosso caminhar, nossos comportamentos errados e alguém
com boa intenção diz: “conserta esses pés”, e a gente até tenta, mas não
consegue por esforço próprio.
Quem nos aperfeiçoa, nos firma, nos fortifica e nos fundamenta é o próprio
Deus.
Mas, mesmo assim, o nosso Rei quer usar de bondade para conosco. Porque o
que é impossível para você, não é para Deus. Ele tem poder para consertar
pés tortos. Não sei como tem sido seu caminhar, mas sei que ninguém aqui
quer ter os pés tortos, nem Deus vai deixá-lo assim. Não quero tirar sua
esperança de mudar por esforço próprio, mas quero matá-la mesmo de uma
vez. Você não consegue endireitar seu caminhar na sua própria força, você,
em si mesmo, não consegue ser santo. Só Ele pode endireitar o nosso
caminhar. Isso não é licença para continuar no pecado, mas é revelação de
que só o Deus da bondade pode fazer isso. Ou seja, quem nos aperfeiçoa, nos
firma, nos fortifica e nos fundamenta é o próprio Deus de toda graça que, em
Cristo, nos chamou. Vejamos o que está escrito em I Pedro 5:10:
10 Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes
sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.
Mefibosete estava lá, mas um dia chegou o emissário do rei, dizendo era hora
de sair de lá e ir para Jerusalém. Além disso, Mefibosete iria comer na mesa
do rei todos os dias. Essa é a graça de Deus. Não foi você quem foi atrás do
Rei, mas o Rei quem foi lhe encontrar. No meio cristão protestante se fala
que nós nos convertemos, mas o correto de se falar é que Ele nos converteu.
1 João 4.18 e 19 diz que “no amor não existe medo; antes, o perfeito amor
lança fora o medo”. Sabemos que o medo produz tormento; entendemos,
assim, que aquele que fica tomado de medo não é aperfeiçoado no amor, ou
seja, não cresce naquilo que Deus quer ele cresça. Mas como podemos
crescer em vitória? Sabendo que Ele nos amou primeiro e, porque Ele nos
amou primeiro, nós, então, o amamos hoje. O medo e o pecado tiram o senso
de valor; o medo nos faz pensar que devemos ser castigados por não
conseguirmos cumprir a lei. Mefibosete devia olhar somente para o rei, e não
para ele mesmo. Devemos olhar para Jesus, e não para nós. Ele sim é o que
tem a autoria e o fim das coisas nas mãos.
Vemos, também, que Mefibosete se via como cão morto. É intrigante ver que
Davi não procurou aumentar a autoestima de Mefibosete com palavras, mas
ele deu ordens para Ziba cuidar das restituições de Mefibosete. Por que Davi
fez isso? Porque ele sabia que a maneira mais rápida de vencer o medo é
tendo a experiência com a bondade e com o amor.
Se ver como cão morto, fala de não acreditar que Ele lhe fez merecedor. Deus
sempre usa de bondade para com você, apenas receba a bênção, se alegre por
isso, você é filho amado do Pai.
Você não é um cão morto. Você é uma das ovelhas do seu pastoreio. Ele
conhece todas as suas ovelhas. O medo lhe faz pensar o tempo todo que
merece ser castigado. O amor lhe faz sentir, o tempo todo, que você é
abençoado. Não seja escravo do medo, mas veja Deus como um Pai que lhe
ama.
Por que Mefibosete teve medo? Por causa da acusação. Isso é ação do
acusador. Todos nós recebemos a acusação do diabo em nossa mente de dia e
de noite. Essa é maior arma do diabo contra você. Se você concordar com o
diabo, ele lhe fará ter medo, e o medo turva a nossa visão, e passamos a ver
Deus com olhos errados, como alguém que sai à noite no quintal, tamanho o
medo que uma toalha pendurada num varal transforma-se num fantasma, num
mostro ou em qualquer ladrão violento. Sabe de uma coisa? Os piores dias de
nossas vidas são aqueles dias em que concordamos com as acusações do
diabo.
Primeiro , ele cede porque acredita que deve conquistar o merecimento das
bênção de Deus. Então, pune-se, aceitando a acusação, acreditando que,
assim, pode-se merecer as bênçãos. Todavia, não somos nós quem devemos
fazer nossa redenção, pois nossa redenção já foi paga, já aconteceu. Enquanto
a lei diz: “Faça!”, a graça diz: “Já foi feito!” Seu nome não está num SPC ou
CERASA celestial, sua dívida já foi paga.
Quem fica debaixo de acusação o tempo todo, fica pensando o tempo todo
que tem algo errado consigo; pensa que está desqualificado, que não orou e,
se orou, não o fez de forma suficiente. Agora, que quantidade é suficiente,
alguém sabe informar? Não é o tanto que você ora, dá de oferta, o quanto
tempo jejua, nem quantos capítulos lê da Bíblia que vai fazer com que Deus
tenha a bondade para com você. Tudo o que você tentar fazer para agradar a
Deus seria insuficiente. Por isso, Jesus veio: para agradar a Deus em seu
lugar.
O diabo diz: “Olhe para você e veja o que você pode fazer para Cristo”. Deus
diz: “Olhe
para Cristo e veja o que Ele fez por você”.
Antes de você cometer o pecado, Jesus já lhe perdoou. Jesus não perdoou só
os pecados que você cometeu antes de se converter. Jesus já perdoou todos os
seus pecados, até os de amanhã, os depois de amanhã, e os depois de depois
amanhã, e os de depois, de depois, de depois…
A graça de Deus não é licença para pecar, mas provisão para uma vida de
santidade.
Alguém pode dizer, se o crente souber disso, isso vai fazê-lo correr para o
pecado, mas não vai mesmo. Nao consigo imaginar os filhos descobrindo que
são, também, donos do carrro, da casa e dos móveis da casa e, por causa
disso, eles vão arranhar o carro, tocar fogo na casa e quebrar os móveis da
casa. Sabe porque os crentes não vão querer pecar? Porque não é bom viver
em Lo-Debar, com os pés tortos e se sentindo como um cão morto. E mais, a
Palavra garante que não havemos de pecar por não estamos debaixo da lei, e
sim da graça. De modo nenhum, (Romanos 6:15) muito pelo contrário, o
pecado não terá domínio sobre nós, porque não estamos mais debaixo da lei,
mas estamos debaixo da graça. (Romanos 6:14) Afinal, a graça de Deus
jamais foi uma licença para pecar, mas, sim, a provisão para uma vida de
santidade
Oquarto motivo pelo qual o crente pode ceder às acusações do diabo é
quando ele dá corda aos seus pensamentos naturais. Ele crê no que vê, e não
no que a palavra de Deus diz. Ele acredita nas circunstâncias, e deixa de crer
naquele que tem as circunstâncias nas mãos. Fico pensando, se assim fosse,
Deus olharia para a terra no caos, em trevas, e diria para o Arcanjo: “Miguel,
está tudo escuro né?” O que aconteceria? Ficaria mais escuro ainda. Todavia,
a Palavra diz que Ele olhou para as trevas e disse: Fiat Lux!, ou seja, Haja
Luz!, e houve luz. Gosto sempre de repetir a verdade de Hebreus 11:1 Fale o
que você quer ver, e não o que está vendo!
Quem está na graça vive em Paz com Deus, com os irmãos e consigo mesmo,
afinal a paz é fruto da graça. Romanos 5:1 está escrito:
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
A justiça de Cristo nos faz andar por fé e confiados na graça.
A primeira verdade é que nem o rei, nem os outros nem você consegue ver
seus seus pés, ou seja, não importa sua performance, pois quando você se
senta à mesa do rei, seus pés ficam ocultos; o sangue de Jesus produz um
“santo esquecimento” em Deus. Seus pecados foram cancelados, não é que os
Deus ignora, mas a punição por eles já foi paga. O Pai, simplesmente, deixa o
sangue de Jesus cobrir os seus pecados, assim como a mesa cobriu os pés de
Mefibosete. O sangue de Jesus cobre multidão de pecados, de erros, de
mágoas; o sangue cobre tudo. Talvez você pode perguntar: “E eu vou
continuar a minha vida inteira com os pés tortos?”
A segunda responde essa pergunta: você vai sentar-se à mesa para comer da
comida do rei? Deus muda você mudando sua dieta. Acredite, a própria
comida é o Rei. Ele disse: “eu sou o pão da vida e o sangue, eu sou a água
viva”. Você é o que você come! A comida do Egito lhe faz ser mundano, mas
o Maná do céu lhe torna celestial. Observe que não é com seu próprio esforço
que você se muda, sua transformação está em contemplar o Senhor. Leiamos
o que a Bíblia nos diz em 2 Coríntios 3:18
E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.
54 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último
dia.
55 Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
56 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.
Do mesmo modo como você come o pão comum para ter vida natural, é
preciso alimentar-se de Cristo para ter vida eterna. Recebemos a vida eterna
comendo a carne e bebendo o sangue de Jesus, isto é, alimentando-se de sua
morte e dos benefícios que ela nos traz. Se você quer que uma criança cresça,
é só dar comida para ela. Tem algo mais cruel que dizer para uma criança,
“cresça agora!” Comer da mesa do Rei traz transformação; nem vemos a
transformação acontecer. É Ele quem lhe transforma, afinal, se toda a glória é
de Cristo, todo o serviço também é dele.
Se houvesse em você força para se auto transformar, você iria querer a glória
também. Deixa a glória e o trabalho para o Rei; apenas coma à mesa dele.
Capítulo Quatro
Pensando naquilo que
traz esperança
Pensando de forma a potencializar esperança
Agora, o que dizer, então, quando nos esquecemos dos grandes feitos de
Deus em nossas vidas? Em Lamentações de Jeremias 3:21-26, o profeta
afirma com veemência quanto ao fato de mantermos nossa mente ativada
com aquilo que nos fortalece para continuarmos na caminhada de fé cristã.
21 Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. 22 As misericórdias do SENHOR são a
causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; 23 renovam-se cada
manhã. Grande é a tua fidelidade. 24 A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto,
esperarei nele.
25 Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
26 Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.
O profeta começa falando dos pecados e das desolações que atingiram o povo
de Israel. Ele chega a um ponto tal que sua única declaração não poderia ser
outra se não esta: “Quero trazer à memória aquilo que pode me dá
esperança.”
Quantas vezes estamos passando por uma situação semelhante em nossa vida
cristã, em que os problemas e desolações se tornam tão grandes que nos
sentimos, totalmente, tomados de desesperança? Situações assim podem tirar
algo muito precioso de nós, que é a esperança de continuar confiando em
Deus. Não que Deus falhe, somos cônscios de que isso é impossível; mas falo
de nosso debater na alma com essas dadas aflições.
Por crer na Obra Consumada, entendemos que Deus já nos deu todas as
coisas necessárias, assim, quando digo que nos concede, refiro-me à
revelação de que temos, naquela hora, aquilo que já temos por causa da obra
consumada.
Por crer na Obra Consumada, entendemos que Deus já nos deu todas as
coisas necessárias.
O que acontece é que nossa mente se esquece muito
rápido do que Deus faz. Os olhos de nossa alma se turvam, e isso nos faz
entrar por um caminho de medo que nos faz sentir abandonados. Por
conseguinte, nos falta a esperança. Sabemos que somos gente, e até
entendemos que isso, eventualmente, possa ocorrer, mas não precisamos
permanecer nessa estação chamada desesperança. Acredito que esse livro
chegou à sua mão para mudar sua mente a respeito desses aspectos aqui
mencionados. Deus, hoje, está lhe mostrando, de forma clara, que Ele é o
Senhor, e os que “esperam nele jamais serão envergonhados” (Isaías 49:23).
Vejamos o que está escrito em Isaías 64:4
Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus
além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.
Por isso, nessa hora, onde você estiver, diga bem alto: “Eu vou trazer à
memória aquilo que pode me dar esperança, e não o aquilo que as tira de
mim.”
São muitas as verdades que podemos aprender com o Espírito Santo nesse
texto do profeta Jeremias, quero lhes mostrar três delas nesse capítulo. A
primeira que ressalto aqui é:
Você sempre ouviu que você deve ter cuidado com o que fala para não
ofender, não machucar, nem magoar as pessoas que estão próximas de você.
Mas você precisa entender que sua fala, afeta diretamente a sua vida, pois ela
é a expressão de seus pensamentos e daquilo que está em seu coração.
Quando enchemos nosso coração com a Palavra de Deus, com os
ensinamentos de Jesus Cristo, estaremos guardando um bom tesouro que
produzirá bons frutos: prosperidade, obediência, mansidão, amor, perdão,
paz, alegria, esperança, perseverança, fé, ou seja, produziremos o fruto do
Espírito.
Você recebe o que você confessa. A sua mente recebe o impacto de suas
palavras, o seu cérebro processa e envia o comando
Hoje, você vive em sua vida o resultado de muitas coisas que você levou para
o seu coração no passado. E o que você está trazendo à memória hoje
constrói o futuro que você terá. Portanto, o que passa em sua mente, o que
você leva para o seu coração e, acima tudo, o que você fala é muito
importante.
Você recebe o que você confessa. A sua mente recebe o impacto de suas
palavras, o seu cérebro processa e envia o comando para todo o seu corpo.
Ex.: Se você acordar pela manhã e disser: “Eu estou tão cansado. O dia hoje
vai ser terrível”; sua mente recebe essa mensagem, envia o comando para
todo o seu corpo, e seu corpo vai reagir como um corpo cansado. A nossa
mente é como um computador, e a maneira como a programamos é por meio
de nossas palavras. Muitas pessoas só pensam em doença e,
consequentemente, só falam de doença. E dizem: “O clima não pode mudar,
pois se mudar, a ‘minha’ rinite ataca”: o que estão fazendo? Trazem à
memória a enfermidade. Sabe o que acontece com este tipo de pessoa, a
enfermidade não sai de suas vidas, pois elas programam a enfermidade para
si mesmas.
Já observou que aqueles que têm o coração fechado para o líder da célula,
normalmente, são os mesmos que falam mal da reunião de célula. Precisamos
entender isso: o que você traz à memória tem o poder de mudar as
circunstâncias de sua vida. Não é meramente ter pensamento positivo, não
sou psicólogo nem professor de neurolinguística, apesar de gostar e de
admirar esses exímios profissionais. Sou pastor, e o que eu quero é, pelo
Espírito Santo, fortalecer essas convicções que levarão você a ter fé
prevalecente e esperança renovada em Deus.
Você pode até ter pensamento positivo, e não ter fé, mas dificilmente
caminhará em fé vitoriosa com pensamentos negativos.
Como disse antes, não quero parecer profissional das emoções nem da mente,
mas a Palavra garante que o homem é aquilo que pensa a respeito de si
mesmo (Provérbios 23:7). Você tem o que você projeta em sua memória. E
aquilo que você leva à memória é aquilo que você fala. Portanto, se você quer
viver vida cristã vitoriosa, tenha em sua mente a visão daquilo que Deus tem
para você, que são portas abertas. Leve isso ao seu coração e, acima de tudo,
fale no seu dia a dia que você crê que o Aba Pai tem o melhor para sua vida
sempre. Falo, quase todos os dias, que devemos esperar sempre boas coisas
acontecerem. Quando o telefone toca em horários inusitados, a maioria das
pessoas pensam, “Oh, meu Deus! Deve ser uma má notícia.” Elas não
pensam, “É uma boa notícia! O problema é que não podem esperar até de
manhã para contarem-na para mim!” Quando ouvimos, “O chefe quer falar
com você”, instintivamente, pensamos: “Oh, isso não é bom.” Mas como é
que sabemos que não vai ser sobre uma promoção? Nossas mentes estão
inclinadas para o negativo, para a morte. Então, para guardar nossas mentes
contra pensamentos negativos, devemos crer que Deus tem tudo aquilo que é
bom, perfeito e agradável para nós. Você é filho amado do Pai celestial que
cuida de você. Há mais anjos do seu lado que demônios contra você. E maior
é Aquele que está em nós que aquele que está no mundo. (1 Jo. 4: 4).
Há muitas razões para crer que boas coisas estão acontecendo com você,
afinal, Ele é quem sabe que tipos de pensamentos tem a seu respeito, e são
pensamentos de Paz, e não de mal, pensamentos de alegria, e não de tristeza.
Existem pessoas que ficam doentes por falarem só em doenças. Muitas outras
não prosperam porque não pensam nem falam de prosperidade e, às vezes,
falam até contra a prosperidade; não podem ver alguém melhor um pouco
financeiramente que o criticam ou o menosprezam; ou seja, toda expressão de
prosperidade que ela vê é motivo para fechar o coração. Jamais teremos tudo
aquilo que falamos ou pensamos contra; não tem como esquecer o princípio
de sabedoria do mestre pastor Aluízio Silva: “Você nunca terá o que você não
abençoa.”
Para guardar nossas mentes contra pensamentos negativos, devemos crer que
Deus tem tudo aquilo que é bom, perfeito e
Portanto, traga sua memória às coisas que são ligadas aos sonhos que Deus
colocou em seu coração. Deus até fala com muitas pessoas, mas elas não
valorizam aquilo que Deus disse. Elas, simplesmente, desprezam o que Deus
falou. Trazer à memória as promessas de Deus em sua vida é uma boa
maneira de valorizar o que Deus falou que tem para você.
O profeta Jeremias declara, aqui, que trará à memória somente aquilo que
pode trazer-lhe esperança, mas isso não é dito sem uma base espiritual; ele
diz isso fundamentado na fidelidade de Deus. Deus é Deus das misericórdias
que se renovam a cada manhã, e a palavra misericórdia aqui no original é
hesed que significa Graça. Isso fala de um Deus que não desiste do homem, e
que a cada dia abre uma nova oportunidade aos seus filhos. A cada nascer do
sol, as esperanças se renovam! A cada começo de dia, as esperanças se
renovam e surgem novos sonhos, novos projetos e novas realizações.
A respeito de Deus, lemos que “ se formos infiéis, Ele permanece fiel; não
pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2:13). Isso significa que Ele efetuará
tudo o que propôs. A fidelidade de Deus não está condicionada a nossa
fidelidade. Ele permanece fiel aos seus planos a respeito de nossas vidas.
A Bíblia ensina que “ felizes são aqueles cuja esperança está no Senhor, seu
Deus, que fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e mantém para
sempre a sua fidelidade” (Sl 146.6). Então, por que há muitas pessoas
infelizes e sem esperança no mundo, pessoas cujas esperanças foram
arrancadas pela decepção e frustração e, ainda, outras que tiveram as
esperanças soterradas pelas tribulações? Existem aquelas que as esperanças
foram amputadas de forma drástica pelas crises repentinas da vida. Com toda
certeza, todas elas, sem distinção, não tinham uma base sólida de confiança
na fidelidade em Deus, pois quem conhece a fidelidade de Deus jamais perde
a esperança nele.
Nós, como povo de Deus, podemos ter uma viva esperança. Somos o povo da
expectativa correta, que crê na possibilidade do sobrenatural a qualquer
momento, vivendo na perspectiva do reino de glória. A esperança é a riqueza
daqueles que nada têm, mas que possuem tudo.
O Salmo 22 também nos mostra isso: ali revela a luta de Davi numa situação
pessoal crítica, que ameaça a sua vida. Todavia, ao meditar nos feitos de
Deus no passado, Ele confiava que Deus o livraria: “Em ti confiaram nossos
pais; confiaram, e tu os livraste” (Salmos 22.4). Isso é a convicção de
alguém que serve ao Deus fiel. Creia que o mesmo Deus que fez no passado
pelo seu povo, fará hoje por nós, sua igreja. Por que podemos esperar nele?
Pois a Bíblia diz que assim como Deus foi fiel aos homens de Deus no
passado, Ele continuará sendo fiel a nós hoje e amanhã. O fato de Deus ser
eterno não significa, somente, que não tenha fim, mas, também, que Ele é
imutável. Deus fará o que tem de fazer, não por nossa causa, mas por amor ao
seu nome. Ele é fiel ao seu próprio propósito eterno e tem amplo poder para a
execução de seus planos. Acredite: os planos de Deus irão se cumprir em sua
vida! Não fique preso meramente às circunstâncias ao seu redor. O fato é que
Deus é fiel em qualquer circunstância.
Não fique preso meramente às circunstâncias ao seu redor. O fato é que Deus
é fiel em qualquer circunstância.
A terceira verdade que vemos e podemos trazer à memória para nos encher
da santa esperança de um futuro de sucesso é o fato de Deus ser bom.
3- Deus é bom
A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o SENHOR para os
que esperam por ele, para a alma que o busca. (Lamentações 3.24,25)
O profeta aqui declara que Deus é o fundamento de sua vida; sua declaração é
que o Senhor é a sua porção, a sua herança e que Deus é bom para com
aqueles que esperam nele.
A bondade de Deus é liberada sobre aqueles que são cheios de esperança
nele. Isso acontece porque Deus é Deus de projetos; Deus é Deus de sonhos.
Deus é honrado quando os seus sonhos são cumpridos em nossas vidas.
A esperança, pela sua própria natureza, diz respeito ao futuro, porém ela
abrange muito mais que uma simples vontade ou anseio por algo futuro. Esta
esperança consiste numa certeza na alma, numa firme confiança sobre as
coisas futuras, porque tais coisas decorrem da revelação e das promessas de
Deus. Assim vivemos em alegria indizível e paz sobrenatural no hoje.
Podemos estar certos de que temos um futuro promissor, tendo em vista o
que vivemos hoje pela Graça de Deus. Noutras palavras, a esperança bíblica
do crente está intimamente vinculada a uma fé firme e a uma sólida confiança
em um Deus que é Bom para com aqueles que nele esperam, por isso vivem o
hoje com esta santa convicção do amor e da graça doada a todo aquele que
crê.
Li, certa vez, que o poeta italiano, Dante Alighieri. Em sua obra “A Divina
Comédia”, ele dizia que na porta do inferno está escrito: “Perdei, oh vós que
entrais, toda a esperança”. Para o poeta, o inferno é sinônimo de desespero. O
inferno é um desespero definitivo. O inferno é este lugar ou está condição em
que o sofrimento chega a seu ápice, e não tem solução. Ali a dor não tem
remédio nem consolação; é o lugar onde o mal dá a última palavra. O inferno
é este lugar onde não há mais esperança. Não há a menor possibilidade das
coisas serem diferentes de que são. É como se você congelasse a vida “Perdei
oh vós que entrais toda a esperança”. O inferno é lugar de desespero, ou seja,
não há mais nada do que esperar. Por outro, lado o autor de Hebreus diz que a
esperança é a ancora da alma. Em Hebreus 6:18-19 diz:
18 para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento
tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta;
19 a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu.
Por isso, quando o mar da nossa vida estiver revolto e acharmos que vamos
naufragar, o autor de Hebreus diz: “Lá do trono de Deus é lançada a ancora
da nossa alma”. Porque tenho esperança, sei em quem espero. Essa âncora
tem por função promover estabilidade à embarcação. Devemos trazer à
memória a esperança para não termos uma vida Cristã desestabilizada, que se
abala com qualquer tempestade.
Nossa esperança deve estar em um Deus que é bom para a alma que o busca.
Essa esperança cristã é segura e firme, porque está entrelaçada nas fiéis
promessas do Deus imutável, e penetra além do véu. Ela oferece ao crente
apoio seguro. Nossa esperança está apoiada sobre a promessa, juramento e
pessoa do nosso Deus. Deus, por sua bondade, deu aos seus filhos duas coisas
imutáveis: a promessa e o juramento, para que os filhos de Abraão tivessem
uma esperança firme e segura. O Senhor jurou pelo seu próprio nome. Por
isso, o cristão pode se alegrar e ter a certeza de que sua esperança é certa.
Com toda certeza, a âncora segura da alma do cristão é a esperança, mas não
a esperança nas coisas ou nas situações, é a esperança em Deus. Todas as
vezes que falei em esperança nesse capítulo, parti da premissa de que podem
ter a certeza de que sempre caminharemos embasados na certeza daquilo que
já temos e já somos em Cristo por causa da cruz redentora. Por isso, confie no
Deus da promessa e do juramento. Ele é bom e imutável. Deus penhorou o
seu próprio nome, e é impossível que Ele minta, como já disse antes, se fosse
possível, Ele não iria escolher manchar o currículo dele conosco.
Esperança fala de acreditar que terei no futuro aquilo que sei que Jesus já me
deu no passado, por isso posso viver no presente.
O nosso Deus é bom para aqueles que esperam nele. Quem está esperando
algo de Deus terá um encontro com a sua bondade. Se no inferno tem uma
placa que diz: “Aqui acabou a Esperança”, no céu tem outra placa dizendo:
“Aqui, o que era esperança, virou realidade!”
Capítulo Cinco
Reinamos em vida
quando cremos na
obra consumada
Convidado a reinar em vida
ocê foi convidado pelo Senhor para desfrutar de uma vida de abundância,
desfrutar de saúde e ter uma vida vitoriosa. Não é a vontade do Senhor que
você viva uma vida de derrota, de miséria e de fracasso. Ele chamou você
para ser cabeça, e não cauda. Se você é um homem de negócios, Deus quer
que você tenha um negócio próspero. Se é uma dona de casa, você é ungida
para educar filhos maravilhosos no Senhor. Se é um estudante, Deus quer que
você se sobressaia em todos os seus testes e provas. Seja qual for a sua
vocação, você é destinado a reinar, porque Jesus é o Senhor de sua vida.
Quando você reina em vida, você reina sobre o pecado, sobre os poderes das
trevas, sobre a depressão, sobre a miséria, sobre toda maldição e sobre toda
doença e enfermidade.
Você foi convidado pelo Senhor para desfrutar uma vida de abundância,
desfrutar de saúde e ter uma vida vitoriosa.
Quando você compreende a obra consumada, você reina sobre o diabo e suas
artimanhas! Hoje vou mostrar-lhe que o poder para reinar não depende de sua
ascendência familiar, nem de suas qualificações educacionais, nem de sua
aparência, nem do quanto você tem em sua conta bancária. Outrossim, o
poder para reinar está inteiramente baseado em Jesus, e somente nele; está
baseado no Tetelestai estabelecido na cruz. O que estou lhe falando aqui não
é uma frase de efeito que aprendi nas redes sociais, nem uma instrução de
autoajuda, muito menos um pensamento positivo da neurolinguística. A
declaração de que você pode reinar em vida está embasada em uma promessa
gravada por toda a eternidade na Palavra de Deus que diz em Romanos 5:17
“Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os
que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por
meio de um só, a saber, Jesus Cristo.”
Portanto, se você tem vivido uma vida de fracasso, tem sido derrotado pelo
pecado, pela culpa perpétua e pela condenação, pelas doenças, pelos ataques
de ansiedade, pela perda financeira e por relacionamentos quebrados, você
não está, ainda, vivendo a vida que Deus planejou para você. A Palavra diz
que Ele tem para nós caminhos de paz e de uma vida abundante, afinal Ele o
nosso Aba Pai, e nenhum pai não quer para o filho o que não seja bom,
perfeito e agradável. Os não filhos de Deus são quem procuram todas estas
coisas, mas o seu pai celeste sabe que necessitais de todas elas (Mateus 6:32).
Posso lhe falar, com toda certeza, que tendo por base a autoridade da Palavra
de Deus. Você está destinado a “reinar em vida” como um rei, e um rei tem
domínio sobre todos os seus desafios e suas circunstâncias. Você é chamado
para estar acima de toda potestade e de todo principado (Efésios 1:20-21). Ao
ler esse livro, você está percebendo que chegou a hora de crer na Obra
Consumada, e assim começar a viver o que já é seu por direito. Chegou a
hora de parar de ficar tentando conquistar algo em sua vida, buscando o que
já é seu. Sempre digo para minhas filhas que a gratidão tem o poder de nos
fazer compreender aquilo que já temos. Há um tempo, conversando com um
exímio profissional em odontologia, um grande amigo meu, lhe perguntei:
“Quando é que nossos dentes são formados em nossa boca?” Qual não foi a
minha surpresa quando ele me disse que já nascemos com as duas arcadas
dentárias. Isso mesmo! Nascemos com os dentes de leite e com os
permanentes. Fiquei atônito como você está agora! Deus falou comigo na
hora: “você já tem tudo aquilo de que você precisa, e cada coisa vem no
momento em que você necessita, pois eu sou o Senhor do tempo e, como
bom pai, sei a hora de cada coisa chegar até você”. Já passou por sua cabeça
o que aconteceria com nossas mães se, ao nascer, já tivéssemos todos os
dentes? Tenha sempre santas e boas expectativas, pois nosso Pai sabe de tudo
aquilo que necessitamos.
Você já tem tudo aquilo de que você precisa, e cada coisa vem no momento
em que você necessita, pois eu sou o Senhor do tempo.
Fomos feitos justos na Nova Aliança não por nossos atos de justiça, mas por
causa
da obediência de um homem na cruz, a saber Jesus.
No entanto, esse não é o modus operandi de Deus. Seu modo de agir não tem
a ver com adquirir, conquistar, mas com receber. Ele prometeu que, se
recebermos a abundância da graça e o dom da justiça, reinaremos em vida.
Ele diz que: “os que recebem.”
Em Romanos 5:17 o Senhor diz: “os que recebem”, esta palavra receber no
original é “lombama”, e significa pegar (sem a noção de violência) algo ou
alguém com a mão, por estar perto. Ele não disse que quando
conquistássemos a abundância da graça, na força de nossa própria justiça,
reinaríamos em vida. Mas por alguma razão, muitos cristãos continuam a
viver com base em um sistema de conquistas. Você pode estar se
perguntando: Se é fácil assim, por que muitos cristãos não estão reinando em
vida?
Fico contente que você tenha se despertado, pois significa que você está
sendo ministrado, e Deus está removendo velhos marcos da religião de sua
mente. Como resposta, deixe-me primeiro lhe propor uma pergunta: “você já
reparou que a maioria das pessoas acreditam que precisam trabalhar duro
para atingir o sucesso na vida?” O sistema de sucesso do mundo está
construído sobre os pilares gêmeos do esforço próprio e da diligência.
Sempre há algumas “leis” que você tem de obedecer e alguns “métodos” e
“técnicas”. Percebe-se o quanto fomos catequizados a manter o foco em
conquistar, em fazer as coisas confiando em nossos próprios esforços. Somos
induzidos a “fazer, fazer, fazer”, esquecendo-nos de que o cristianismo é, na
verdade, está “feito, feito, feito”. O mundo diz que, quanto mais você fizer,
quanto mais arduamente trabalhar, quanto mais horas empreender, tanto mais
sucesso vai conquistar. Mas Deus é diferente. Tenho a certeza de que você já
ouviu que precisa “pagar o preço”, afinal, “quem não arrisca, não petisca”,
certo? O que os crentes estão fazendo? Estão é pegando o sistema do mundo
e aplicando à sua própria vida cristã. Em vez de dependerem da graça de
Deus em seu favor para que as bênçãos fluam, eles dependem de seus
próprios esforços para tentar merecer o favor e bênçãos de Deus. Todavia, a
maneira de Deus não é que sejamos abençoados por nossos próprios esforços.
Você não pode ganhar as bênçãos de Deus a partir de seu próprio
desempenho, pois elas são fundamentadas inteiramente na graça de Deus. As
bênçãos de Deus sobre sua vida devem ser imerecidas, não resultantes de seu
trabalho nem de seu mérito. Em outras palavras, não há nada que você possa
fazer para merecer suas bênçãos, porque elas são baseadas, inteiramente, em
receber a Jesus, e, por meio de sua obra consumada, ganhar a abundância da
graça e o dom da justiça.
Está finalizado. Está feito. Não há mais nada para se acrescentar, nem um “j”
nem um “til”.
Deixe-me confessar algo a você que está lendo esse livro. Tenho uma
implicância quando nós, os crentes, começamos a adorar com canções cujas
letras falam de tentar conquistar o que Jesus já conquistou para nós na cruz.
Por isso, percebo a necessidade de filtrar as mensagens das músicas com o
filtro da Obra Consumada.
Devemos, sim, renovar nossa mente e mudar nosso falar quanto a nova
aliança. Sabemos que não precisamos ficar pedindo ao Senhor, em nossas
canções, o perdão, porque Ele já nos perdoou. Você já foi perdoado. O
sangue de Jesus nos limpou de uma vez por todas. A Palavra de Deus declara
isso quanto à obra consumada de Jesus na cruz em Hebreus 10:12-14 diz:
Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de
Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés.
Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. (Hebreus
10:12-14)
Agora tem algo que preciso falar que não é novidade para você: há muitos
crentes hoje que não acreditam que foram aperfeiçoados para sempre pela
obra consumada de Jesus Cristo. Eles ainda estão dependendo de seus
esforços próprios para qualificarem a si mesmos. Eles acreditam que sua
performance faz diferença a ponto de Deus mudar seu estado de “humor” por
causa de seus atos negativos.
Sei que este texto tem outros entendimentos teológicos, mas olhando para o
frio da parábola, como aqueles que servem à lei ou para o quente, como os da
esfera da graça, podemos entender que os mornos devem ser aqueles que
servem a Deus misturando a lei com a graça, e a respeito desses, Jesus diz
que estava a ponto de vomitá-los. O Senhor diz que é melhor se fôssemos
frios e não misturássemos a lei com a Graça, pois, seguindo a lei, em dado
momento, descobriríamos que não conseguimos servir a Deus, e iríamos
rapidamente para a Graça, aquecendo o nosso coração em Deus. A aliança
que passou diz “faz isto e viverás”, mas a aliança da graça é “creia que Jesus
fez isto e viverás”. Quão grande diferença repousa nessas duas alianças, elas
são opostas por demais, mas ainda assim a religião consegue misturá-las.
Quão grande diferença repousa nessas duas alianças, elas são opostas por
demais, mas ainda assim a religião consegue misturá-las.
Podemos entender que é ruim viver pela lei tentando agradar a Deus com
nossa performance, mas há algo ainda pior que é misturar as duas alianças e
tentar viver aquela frase maligna que alguns até pensam estar na Bíblia:
“Faça da tua parte que farei a minha”. Quando cremos na obra consumada,
entramos no descanso da fé. Esforcemo-nos, pois, para entrar nesse descanso
(Hebreus 4:11). Após ser glorificado e assunto ao céu, Jesus se assentou para
nos mostrar qual é o modus vivendi dentro da obra consumada. Se você
pudesse entrar no tabernáculo de Moisés e ir no santo lugar, você notaria que
não havia uma única peça de mobiliário preparada para que o sacerdote se
assentasse nela, ou seja, você não encontraria uma única cadeira no santo
lugar. Você encontraria lá o altar de incenso, o candelabro e, também, a mesa
dos pães da propiciação; interessante que lá não havia cadeiras! Isso mostra
que a obra do sacerdote, no Velho Testamento, nunca era consumada.
Somente a obra de Jesus é uma obra consumada. Agora me deixa mostrar
algo maravilhoso a você. Não foi apenas Jesus que se assentou à direita do
Pai, Ele nos fez assentar com Ele. Aleluia! Na carta aos Efésios 2:4-6:
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós
mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e, juntamente
com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;
Não foi apenas Jesus que se assentou à direita do Pai, Ele nos fez assentar
com Ele. Aleluia!
Talvez você esteja se perguntando, o que significa todo esse assunto sobre
cadeiras e assentar-se? “Assentar-se” na Bíblia é uma ilustração do descansar
do crente na obra consumada e completa de Jesus. Porque Ele concluiu toda a
obra na cruz em seu lugar, agora está assentado à direita de Deus e
conquistou tudo aquilo que a nossa alma, por vezes cansada, deseja tanto
conquistar. E o fato de tudo isso ter sido conquistado em seu favor significa
que você pode parar de depender de seus esforços para se qualificar e obter as
bênçãos de Deus em sua vida. Você pode assentar
-se com Jesus à direita do Pai! Isto é algo tremendamente maravilhoso! Pare
de depender de seus esforços para se qualificar e obter as bênçãos de Deus
em sua vida. Não estou defendendo aqui uma vida de passividade nem de
preguiça. Longe de mim tal feito. Você pode e deve se formar, fazer cursos,
estudar mais um idioma, ler livros, fazer seu trabalho diligentemente e muitas
outras coisas que possam lhe fazer crescer, mas sua fé não deve estar nessas
coisas. Sua fé deve estar no que Jesus fez por você. Então, se você é um
estudante, por exemplo, tudo isso se traduz da seguinte maneira: estude
seriamente e conquiste várias notas máximas em seu rendimento como
estudante, para a glória de Deus, mas não confie em sua inteligência nem em
suas qualificações para trazer, para você, as bênçãos de Deus.
Não confie em sua inteligência nem em suas qualificações para trazer, para
você, as bênçãos de Deus.
Falo isto pelo fato de que a graça de Deus não nos torna preguiçosos nem
improdutivos. Ao contrário, ela torna seu trabalho muito mais abundante para
a glória dele. O apóstolo Paulo, pregador da graça de Deus e da obra
consumada de Jesus, disse: “trabalhei muito mais do que todos eles.” Na
Obra Consumada, o modo de Deus agir é, primeiramente, abençoar você e,
então, o conhecimento da sua benção lhe proporciona o poder de trabalhar
mais abundantemente. Em outras palavras, não trabalhamos para sermos
abençoados, mas, em lugar disso, temos o poder para trabalhar porque já
fomos abençoados. Muitos crentes são fracassados porque estão se
esforçando profundamente para se qualificarem para as bênçãos de Deus, por
meio de suas próprias obras. O esforço próprio rouba de você o privilégio de
reinar em vida por meio da graça de Deus. O que você acabou de ler aqui? O
esforço próprio acaba roubando de você o privilégio de reinar em vida por
meio do esforço de Cristo.
Você não pode receber sua salvação, sua cura ou a saída dos problemas pelos
seus próprios esforços. Já parou para pensar qual foi o maior milagre que
Deus fez em sua vida? Creio que você respondeu: a salvação. Também ando
nesta fé; foi a salvação, foi o ser salvo do inferno. Agora, como isso ocorreu?
Por seu esforço ou pelo esforço total de Cristo? Foi pela graça mediante a fé,
e não por suas obras, para que você não pensasse que dependia de você
(Efésios 2:8,9). Se fora assim com a salvação, quanto mais os milagres
menores, como uma cura, a prosperidade, um casamento restaurado ou outra
coisa que, para você, parece ser algo sobrenatural, mas para Deus, o
sobrenatural é o seu natural.
Meu irmão, Jesus conquistou cada uma dessas coisas na cruz. A nossa parte é
crer em sua obra perfeita, em sua Obra Consumada, e receber com os braços
abertos a abundância da graça e o dom da justiça e, daí, começar a reinar na
vida por intermédio do único Jesus Cristo. Pare um pouco agora mesmo,
procure estar sozinho e faça uma oração declarando que você vai parar de
tentar obter a graça de Deus como resultado de seu próprio esforço. Diga a
Ele que você quer compreender a Obra Consumada e quer vivê-la todos os
dias de sua vida. Ore isso e creia que sua vida nunca mais será a mesma.
Ouça a voz de Deus que lhe diz que você é amado ou amada dele, Ele tem
prazer em sua vida.
Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Agora, para que essa mudança
aconteça e permaneça, comece permitindo que o Espírito Santo lhe ensine a
depender da obra consumada de Jesus, e a receber, porém não conquistar as
bênçãos por meio da sua graça. Ouvi meu discipulador, o pastor Naor
Pedroza, testemunhar que o dia em que ele compreendeu que a graça não era
somente um ensino teológico, mas algo que deveria vir por revelação, aí,
então, ele disse que percebeu que começou a experimentar a graça. Ore hoje
mesmo a respeito disso, que tal agora? Esse é o caminho simples de Deus
para a plenitude de uma vida vitoriosa.
A graça não é somente um ensino teológico, mas algo que deve vir por
revelação. Pr. Naor Pedroza
Percebem que tudo tem a ver com Jesus. Tudo tem a ver com sua obra
consumada. Quanto mais você compreender a obra consumada de Jesus e
tudo o que Ele fez para que você reine em vida, mais você adorará e
glorificará a Ele! Vamos dar uma olhada na Palavra de Deus e contemplar
mais de sua obra consumada. Em João 1:17 diz: Porque a lei foi dada por
intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
“Pois a lei foi dada por intermédio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram
por meio de Jesus Cristo.” Apóstolo João
Observe que a verdade está do lado da graça, e não ao lado da lei. Note que a
lei foi dada. Isso implica senso de distância. Em contraste, a graça veio! A
graça é pessoal, ela veio como uma pessoa. Na verdade, ela veio em forma de
gente; ela veio em Jesus o Cristo. A lei é pesada, fria e impessoal. Nunca vi
alguém dizer que se relaciona com dois pedaços de pedras. E são duas pedras
que condenam o tempo todo. Mas a graça é gentil e calorosa. A graça não é
um ensino teológico ou uma doutrina, a graça é uma pessoa, e você pode ter
um relacionamento com uma pessoa. Deus não está interessado em mera
obediência e submissão. Deus não quer que você se relacione com 2 pedras
pesadas, frias e impessoais.
Deus não quer que você se relacione com dois pedaços de pedras pesadas,
frias e impessoais.
Deus é amor, e Ele anseia por ter um relacionamento gentil, íntimo e caloroso
com você. Isso é o que torna o cristianismo único. Nenhuma outra “religião”
(não gosto de usar este termo para nossa fé) se relaciona com o seu deus
assim. Alguns têm medo de seu deus por acreditar que ele está zangado e
esperando uma boa performance da parte de seus adeptos que, amedrontados
pela ira dele, buscam o tempo todo agradá-lo, ainda que contra sua vontade
pessoal. Outros pensam que precisam se autoflagelar para tentar agradar ou
agradecer o seu deus; chegam a andar à pé por longas distâncias, pensando
que, assim, ficarão bem diante de seu deus. São tantos os desvios que esse
capítulo ficaria pequeno para escrevê-los todos.
Agora, quero falar do desvio do cristianismo que misturou a lei com graça;
estes pensam que “Deus nos salvou pela fé, todavia, ainda temos de fazer
nossa parte”. Para conquistar o céu, preciso mudar toda minha vida, dizem
eles; e, para tanto, eles se esforçam muito e se vigiam para não pecar, para
não irar, para não falar nada de errado ou de forma errada para ninguém.
Observo que muitos desses sistemas de crença do mundo são governados por
códigos morais, regras e leis, mas o cristianismo não tem nada a ver com
essas coisas. Ele tem a ver com ter um relacionamento com Deus Todo
Poderoso. Nosso Deus se fez gente, veio e viveu como gente; Ele morreu de
forma cruel na cruz, e pagou toda a dívida de pecado com sua vida; portanto,
você e eu podemos reinar em vida hoje. O seu sacrifício na cruz fala de
relacionamento. Jesus veio para reconciliar o homem pecador com o Deus
Santo. Quando você recebe Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, você é
feito santo e justo pelo seu sangue, de uma vez por todas. E você pode entrar
ousadamente na presença desse poderoso Deus sem qualquer culpa,
condenação ou expectativa de punição. Por causa da cruz, o preço do pecado
foi pago, o julgamento foi executado, a ira decorrente do pecado foi esgotada,
o véu foi rasgado e o caminho para a intimidade com Deus foi aberto. O
pecado não pode mais impedir você de entrar na presença de Deus. O sangue
de Jesus removeu todos os vestígios dos nossos pecados. O nosso Deus veio,
morreu num madeiro e pagou toda a dívida de pecado com sua vida e, assim,
você e eu podemos reinar em vida hoje. Jesus cumpriu toda a Lei.
Tetelestai
A Obra foi consumada! Foi pago o preço total e final por nós! A morte de
Jesus cumpriu as justas exigências da lei da Antiga Aliança. A Palavra de
Deus nos diz que o “escrito de dívida foi pregado na cruz”. Jesus veio para
cumprir as exigências da lei em nosso lugar, portanto o caminho para Deus
agora está aberto. Aleluia!
Certa vez um rapaz me perguntou: Pastor Jadson, o senhor está dizendo que
não estamos mais debaixo da lei, mas o próprio Jesus disse que Ele não veio
para abolir a lei”. É exatamente isso, amado, Jesus disse: “Eu não vim para
abolir a lei, mas para cumpri-la.”
Jesus não varreu a lei para debaixo do tapete. Ele veio e cumpriu
perfeitamente cada exigência da lei em nosso lugar. Tudo o que éramos
incapazes de fazer, Ele fez em nosso lugar. Então, através de Jesus, a lei foi
cumprida!
A dívida que você e eu tínhamos para com a lei já foi quitada por nosso
Salvador Jesus Cristo! Aleluia! Por isso, quando o cobrador (diabo) vem
acusar você com a lei, e lhe mostra o quão rápido você caiu e falhou, tudo o
que você precisa fazer é apontar para o pagamento que Jesus fez na cruz. Foi
completo, foi finalizado. Cristo é o nosso documento de quitação, e é por isso
que você é chamado cristão hoje. Você não pertence mais a si mesmo. Você
foi comprado pelo precioso sangue de Jesus Cristo. A lei não tem mais
nenhum poder sobre você.
Com base no contexto desse versículo, o diabo estava armado com o “escrito
de dívida, que era contra nós”. O que o “escrito de dívida” tinha de tão
poderoso que foi preciso a morte de Jesus para anulá-lo? Lá no monte Sinai,
Deus escreveu os Dez Mandamentos em duas tábuas de pedra. Os
mandamentos eram as ordenanças que nos prejudicavam. O “escrito de
dívida” era, portanto, uma referência à lei que foi escrita pelo dedo de Deus.
O diabo, então, se armou com a lei para acusar e condenar o homem. Deus
não deu a lei na mão do diabo, mas o diabo, sabendo que a lei era contra o
homem, tomou vantagem disso e a tem usado contra o próprio homem.
A lei, então, foi catalisada para condenar e manter o homem longe de Deus.
Como escrevi neste livro, você já foi redimido da maldição da lei. Mas, o
diabo usa a lei como uma arma para desviar os filhos de Deus da estação de
descanso de alma, que tem por nome, Graça. É por isso que, quando Deus
pregou a lei na cruz, Ele fez do diabo e de todos os poderes das trevas um
espetáculo público. Por quê? Porque uma vez que a lei foi pregada na cruz de
Jesus, Deus sabia que a lei não teria mais o poder de condenar o homem,
desde que ele cresse na Obra Consumada de Jesus.
Insisto em lhe falar que quando você se submete ao sistema da lei da Antiga
Aliança, está devolvendo a arma da acusação nas mãos do diabo. Agora me
permita falar algo muito tênue, mas, sobretudo, muito sério a respeito da lei:
Temos de manter a lei para sermos abençoados por Deus; Precisamos falar
da lei para que o povo não peque; mesmo sabendo que a graça é um favor
imerecido, não podemos pregar isso pois o povo não entende e vai abusar da
Graça.
Quem faz isto está colocando a arma da lei de volta nas mãos do diabo. E,
assim, no lugar de descansar pelo fato de Deus ter desarmado o diabo, as
pessoas estão dando armas e autoridade novamente para os poderes das
trevas. Preciso falar aqui que a lei é santa, justa e boa. Por favor, não me
interprete de forma errada, dizendo que sou contra a lei, que ela é ruim; não
escrevi isto. Contudo, mesmo a lei sendo santa, justa e boa, ela não tem poder
de santificá
-lo, de justificá-lo nem de torná-lo bom. Afinal, se a lei funcionasse, por que
Jesus morreria na cruz?
A lei foi concebida para expor suas fraquezas, seus pecados e sua
incapacidade de ser santo, justo e bom. A lei é como um espelho, que reflete
suas imperfeições, suas manchas, suas espinhas e suas rugas.
Mas você não pode pegar o espelho e começar a esfregar o rosto nele para
tirar suas manchas e espinhas, porque não é para isso que o espelho serve. O
espelho é para você compreender o que está errado em você. Agora, quem
Deus planejou que usasse o espelho (a lei) não são os filhos de Deus, e sim
aqueles que ainda não conhecem a Cristo, esses precisam ter um encontro
com a lei, precisam ver sua tão latente impiedade.
Houve um dia que você teve um encontro com Deus, mas para que isto
acontecesse, você precisou, primeiramente, se encontrar com a lei e descobrir
que você tinha uma dívida com Deus. Sugiro a você adquirir o Best Seller de
meu nobre amigo, Giles Stevens, que tem por título “11ª Questão”, um
pequeno livro que fala sobre isso e pode ser poderosamente usado para
evangelização.
Não insista na lei, compreenda que nenhum nível de obediência à lei pode
fazer de você um santo. Somente o sangue de Jesus pode fazer isso. A lei não
vem do diabo, ela vem do próprio Deus. Ele a concedeu a lei com uma
finalidade: por ela, o mundo tem conhecimento do pecado e reconhece sua
necessidade de ter um Salvador e, sem lei, não haveria pecado. Por exemplo,
se não houvesse lei de limite de velocidade na rodovia, o policial rodoviário
não poderia parar você e aplicar uma multa por excesso de velocidade. Não
reconhecer o pecado é afirmar que não preciso de um Salvador. A lei foi dada
para que o homem se voltasse para seu próprio fim, fazendo que, em seu
desespero, ele visse sua necessidade de Jesus.
Podemos entender assim porque Paulo diz que a lei veio para avultar, para
evidenciar o pecado no homem (Romanos 5:20). Por causa da lei, nenhum
homem pode dizer que não é um pecador, e nenhum homem pode dizer que
não precisa de Jesus. A lei não foi dada para fazer de você um justo, mas para
evidenciar a sua injustiça. O que o diabo tem feito é manter a lei martelando
na cabeça dos filhos de Deus o tempo todo, de modo que elas se sintam
constantemente condenadas e culpadas. O diabo é o mestre do legalismo que,
constantemente, lhe faz lembrar o quão indigno você é. Em Apocalipse, ele é
conhecido como o acusador dos irmãos. Ele acusa os filhos de Deus, deixe-
me mostrar os seus ataques mais comuns:
Se a lei pudesse nos salvar, por que Jesus viria morrer na cruz?
Ela não pôde, ela na verdade nos mostrou que precisávamos da salvação.
Afinal se ela pudesse nos salvar, por qual sentido Jesus viria morrer na cruz?
Ele nos salvou e nos vestiu de sua justiça. Você não está vestido com sua
própria justiça, pois isso seria autojustificação, mas Cristo é a nossa justiça.
Deus vê você tão justo quanto o próprio Jesus. Somente a pregação radical da
graça pode trazer a certeza aos filhos de Deus . Por isso, fui impelido pelo
Espírito a escrever este livro, fruto da luz que tenho recebido a respeito deste
tema tão ímpar para a igreja do Senhor. Somente a Obra Consumada de Jesus
pode nos trazer a plenitude e a paz real. Sem conhecer a obra consumada,
algumas pessoas afirmam que a vida cristã é muito difícil de ser vivida.
Meu irmão, ela não é difícil, ela é impossível de ser vivida. O único que pôde
vivê-la foi o próprio Jesus, e Ele quer fazer isso em nós hoje. É por isso que
ser cristão não tem a ver com nossos próprios esforços para cumprir a lei de
Moisés. Ela foi cumprida em nosso lugar, e o preço por nossos pecados foi
pago na cruz. Nossa parte é acreditar na Obra Consumada de nosso Salvador
e receber dele a abundância da graça e o dom da justiça. A vida cristã é uma
vida de descanso em Cristo Jesus e em Sua Obra Consumada. E tempo de
descansar de desfrutar Jesus. Somente quando temos luz e cremos na Obra
Consumada de Jesus é que podemos viver uma vida de plenitude, de
completude e de paz. Sabemos que o diabo odeia o evangelho da graça,
porque esse evangelho faz o crente reinar em vida. E quando você reina, o
diabo não reina. Quando você reina em vida pecado não reina. Muitas vezes
vemos os filhos de Deus desejando reinar no milênio, no futuro com Cristo,
isto é bom, santo e verdadeiro. Mas precisamos compreender como isto se
dará: só vai reinar com Jesus quem começou a reinar aqui sobre as
circunstâncias da vida hoje. Por isso reine em vida, porque, afinal, reinamos
em vida quando cremos na Obra Consumada de Jesus Cristo na cruz do
Calvário.