Você está na página 1de 2

Trabalho de Filosofia

Problema da demarcação

O filósofo Karl Popper estabelece uma demarcação entre o que seja ciência e não-ciência
através da definição de que qualquer teoria científica propriamente dita será falseável
(Falseabilidade). Aceita de forma geral entre a comunidade científica atual como divisor de
águas e resposta ao problema geral da demarcação, a questão relativa a falseabilidade das
ideias implica a posição, científica, de que não se pode garantir que nunca haverá uma
observação, uma evidência, um fato a ser descoberto, via experimento ou não, com poder de
tornar falsos uma afirmação ou mesmo todo o conjunto de afirmações de uma teoria
científica. Segundo Popper, em uma posição verdadeiramente científica, ao fazer-se uma
afirmação positiva acerca de como o mundo funciona, necessariamente esta deve aceitar o
risco de ser falsa, pois, uma vez dada a impossibilidade prática de conhecimento de
absolutamente todos os fatos do mundo natural, este pode em verdade não funcionar -
mesmo que em detalhe - como a teoria diz ou prediz. As posições não falseáveis não permitem
este tipo de asserção pois são compatíveis com qualquer forma de comportamento
(funcionamento) do mundo. Por este motivo, tais tipos de afirmações não carecem em
verdade de qualquer conteúdo empírico para sustentar suas veracidades, e encontram-se
assim desconexas da obrigatoriedade esperada de acordo com realidade natural.

Critérios da verificabilidade e da falseabilidade

O critério que utilizamos para testar a genuinidade de aparentes enunciados factuais é o


critério da verificabilidade. Dizemos que uma frase tem significação factual para um indivíduo
se, e apenas se, ele souber como verificar a proposição que a dita frase parece exprimir, isto é,
se ele souber quais são as observações que o levariam, sob determinadas condições, a aceitar
a proposição como verdadeira, ou a rejeitá-la como falsa. Se, por outro lado, a proposição
putativa pertencer ao tipo em que a suposição da sua verdade, ou falsidade, é coerente com
qualquer outra suposição relativa à natureza da experiência futura do indivíduo, então,
relativamente ao indivíduo, é, se não uma tautologia, uma mera pseudo proposição. A frase
que a expressa pode ter uma significação emocional para o indivíduo; mas não tem significado
literal. E no que respeita às questões, o procedimento é o mesmo. Inquirimos, em cada caso,
que observações nos conduziriam a responder à questão, de uma forma ou de outra; e, se não
se descobrir nenhuma resposta, teremos de concluir que a frase em análise não expressa,
quanto a nós, uma questão genuína, por muito que a sua aparência gramatical o possa sugerir.
Falseabilidade, ou refutabilidade, é a propriedade de uma asserção, ideia, hipótese ou teoria
poder ser mostrada falsa. Conceito importante na filosofia da ciência (epistemologia), foi
proposto pelo filósofo austríaco Karl Popper na década de 1930, como solução para o
chamado problema da indução. Para uma asserção ser refutável ou falseável, é necessário que
haja pelo menos um experimento ou observação factíveis que, fornecendo determinado
resultado, implique a falsidade da asserção. Por exemplo, a asserção "todos os corvos são
pretos" poderia ser falseada pela observação de um corvo vermelho.

EXEMPLO- A proposição "todos os cisnes são brancos" pode ser provada como falsa e,
portanto, uma afirmação falsificável, já que a evidência de cisnes negros prova que ela é falsa -
e tais evidências podem ser fornecidas. Contudo, se a afirmação fosse verdadeira, seria difícil
prová-la.

Ciência Normal e Ciência extraordinária

A ciência normal é um conceito utilizado na obra de Thomas Kuhn e define o período durante
o qual se desenvolve uma atividade científica baseada num paradigma. Esta fase ocupa a
maior parte da comunidade científica, consistindo em trabalhar para mostrar ou pôr à prova a
solidez do paradigma no qual se baseia.

A ciência extraordinária é a oposta à ciência normal, e, ou reconduz a ciência à sua anterior


normalidade ou dá lugar a um novo paradigma. O “novo paradigma” e o “velho” serão
diferentes e incompatíveis. Segundo KUHN, T., paradigmas rivais são incomensuráveis em
função da profundidade das diferenças entre eles, que implicam ver o Mundo de formas
diferentes não compatíveis. Por exemplo: o paradigma geocêntrico, que colocava a Terra no
centro do Universo e o paradigma heliocêntrico, que afirma ser o Sol o centro do Universo.

Você também pode gostar