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Capítulo I
O valor dos fundamentos
Os fatos demonstram que, cidades inteiras eram conduzidas por um sistema social ordenado
por conselhos de anciões, sábios das sociedades, que dividiam seus ensinamentos em níveis,
estendendo o saber por toda a sociedade. As evidências deixadas nas narrativas de tais povos
permitem a demonstração de indiscutíveis provas do valor desses ilustres pensadores,
guardiões do saber.
Muitas dessas histórias puderam ser desvendadas, outras se enfileiram nos panteões
dos mitos e contos, por exemplo, a narrativa platônica, da existência de uma civilização
conhecida pela figura do continente perdido de Atlântida. Pode-se questionar o que levou Platão
a escrever sobre assuntos tão interessantes, mas o que não se pode deixar de frisar é que se
trata de um esforço indiscutível para registrar a presença de uma ancestralidade muito antiga,
como outros também o fizeram, histórias de templos e cidades, legado grafado em documentos
que narram, de forma detalhada, os costumes dessas civilizações.
O que importa de fato é compreender como ocorreu, como tais ideais foram construídos,
pois existem evidências da veracidade de muitos desses fatos. Existem muitos registros que
foram marcados como passagens históricas e muitas variações que identificam uma refinada e
inteligente intervenção de ordem superior na constituição dessas sociedades, quando ainda,
supostamente, não existiam instrumentos tão precisos quanto os atuais e, muito menos,
teoricamente, reuniam informações culturais para constituir métodos complexos de um modo
geral. Existem indícios de que essas sociedades tinham profundos conhecimentos das artes,
admiravam o belo, construíam com extrema destreza arquitetônica, estudavam o cosmo,
elaboravam complexas escalas musicais, possuíam poderosos sistemas religiosos e filosóficos,
sem mencionar um considerável número de conhecimentos em diversas áreas dos saberes.
Pensar tudo isso, elaborar teses, conhecer a constituição de tais saberes e, entender
determinadas situações é uma tarefa das mais difíceis, o que não se pode é legar tais
conhecimentos às fábulas, ignorando sua própria essência. Existem fatos que podem ajudar no
aprofundamento dessas teses, possibilitando uma análise qualitativa que permita a reconstrução
precisa dos fatos e que permitam concluir sobre a sua veracidade, confirmando as origens e os
acontecimentos, evidenciando distorções e desvendando enigmas.
Na realidade, existe algo de enigmático, elementos que precisam ser desvelados, mas,
também, no reforço disso tudo há fatos reconhecidamente comprovados que foram suprimidos
ou não relevados pelas civilizações modernas. Desde Thales de Mileto, quando, supostamente,
inicia-se a era da Filosofia, convenção criada pelos que remetem toda a iluminação ocidental aos
gregos, caminhando em direção aos ícones como Pitágoras, Heráclito, Parmênides, Sócrates,
Platão, dentre outros valorosos pensadores que contribuíram para que o conhecimento se
perpetuasse através dos tempos - a construção dos saberes, a partir da história, vem se firmando
somente em uma base - a ciência.
A ciência pura e simples tornou a humanidade materialista, forçando para dentro de si
a construção do todo, pois se apropriou daquilo que lhe completa, que são os outros três pilares:
a filosofia, a arte e a religião. Certamente, não foram estes fatos isolados que contribuíram para
a degeneração deste tipo de conhecimento, outros seguimentos fizeram o mesmo,
provavelmente já não existia a devida noção de unidade, ou os interesses foram maiores do que
própria razão.
Estes fatores não são percebidos por todos, ao contrário, em algumas situações foram
construídos de tal forma que, muitos conhecimentos se perderam e outros foram deturpados, e
pior, se consolidaram inumeráveis informações manipuladas, muitas partiram das adulterações
destas doutrinas, não expressando a mínima relação com a base que conduz aos fundamentos
preconizados por seus fundadores.
Presentemente, a grande maioria das pessoas não entende como se constituiu a ordem
básica de formação deste tipo de conhecimento e sua trajetória nas estruturações das
civilizações. Isto para não citar seguimentos religiosos, que iludem de forma proposital,
prometendo o que não lhes pertence ou sugerindo um universo de paz através do poder e de
conhecimentos ocultos inimagináveis. Tais propostas são iscas para presas fáceis e polarizadas
pela soberbia, ambição e poder. Demonstrando assim que a grande maioria das religiões, como
outros pilares, não cumprem seus objetivos primordiais, pois afastam a humanidade da busca
do sagrado que, também, como já foi citado anteriormente, não se resume ao aspecto religioso.
Quando utilizamos alfabetos mais usuais, pouco ou nada entendemos, temos que nos
aprofundar nos estudos e conteúdos de cada língua, mas quando mostramos formas
geométrica entendemos todas, pois são iguais aqui e na China, ou melhor, no Cosmo,
geometria é geometria, são formas presentes em todas as manifestações do Universo.
Assim é a escrita arqueométrica, também geométrica, para que qualquer um possa
entender, por isso anote essa informação, pois vamos aprofundar os conceitos, mas por
enquanto entenda o básico, é uma boa forma de começarmos a estudar.
O que descreverei a seguir foi o que chamei no livro, Decifrando o Arqueômetro, de
Chapéu do Mago, pois é a representação perfeita do que alguns alquimistas faziam com
elaborados chapéus de ouro cunhados com alfabetos de antigas sociedades que
conheciam os selos astrológicos.
Perceba a seguir como é a perfeita demonstração deste Chapéu do Mago, o ideal
seria representá-lo em um diedro, para ganhar não somente altura e largura, mas
também profundidade,isso fica para outro momento.
Os círculo com as doze constelações, os sete planetas e três formas sagradas, distribuem-se
harmonicamente e com extrema significação, compondo a mandala em síntese, planos que
exprimem os pensamentos abstratos, estabelecidos em uma lógica finalizada na consolidação
de um magnífico instrumento, em forma de oráculo.
Aqui terminamos nosso Capítulo II, espero que tenham aproveitado bastante. Caso ainda tenha
dúvidas entre nos comentários, tentaremos dirimi-las.
Luz e paz.
Capítulo III
A bandeira arqueométrica e suas
proporções
"Não podemos iludir-nos quanto ao trabalho
necessário a ser feito para manejar com perícia
e toda ciência desejável esse instrumento de
transformação intelectual, religiosa e social
que é o Arqueômetro".
Vejamos a seguir uma das imagens da bandeira com os primeiros aspectos das
revelações, realizados de forma proposital, visando suscitar no leitor impressões
fortes do que existe nesta síntese e nos seus desmembramentos.
Aqui está uma das bandeiras arqueométricas, traz algumas dicas muito boas de
como analisar o Arqueômetro, pois nela está contida uma lei de proporções, à
princípio parece ser somente de cores, posteriormente pode-se constatar que é
também de formas (geometria), sons e números, pois uma vez decifrado o
código das cores aplicasse a mesma regra aos demais, portanto é uma chave
deixada no livro propositalmente.
Fique atento pois iremos iniciar a análise das cores, posteriormente iremos
discorrer sobre o restante das chaves.
Inicialmente iremos extrair e analisar o miolo da mandala, somente para
relembrar veja a figura em forma de cone, a bandeira é idêntica, porem é vista
de forma bidimensional.
Vamos começar extraindo a camada mais interna da bandeira arqueométrica, a
dos planetas:
Temos que imaginar que no centro existe um prisma que divide a luz branca em
sete cores, estas cores estão relacionadas aos sete astros (5 planetas, a Lua e
o Sol) regentes da astrologia tradicional, distribuindo a matiz das cores da
seguinte maneira:
Primárias
Saturno (Amarela)
Mercúrio (Azul)
Vênus (Vermelha)
Secundárias
Júpiter (Laranja)
Marte (Verde)
Lua (Violeta)
No centro fica o Sol que poderia ser representado na cor branca, mas o autor
preferiu destacar em um tom violeta escuro.
Para compreender cor e forma, por exemplo, podemos pegar a bandeira
de Marte e analisá-la:
Preste bastante atenção, pois esta autológica se repetirá para as demais
representações, é muito simples depois de desmembrada e analisada, pois este
maravilhoso aparelho, chamado Arqueômetro, não foi inventado, segundo o
próprio Saint Yves d´Alveydre, foi revelado, presente de Deus aos homens.
Neste texto iremos analisar de forma sucinta pontos importantes do livro “O Tarô dos
Boêmios”, de Papus. Este era o nome iniciático de Gérard Anaclet Vincent Encausse (*
1865 – 1916 +), nascido em Corunha, Espanha, porem viveu praticamente toda sua vida
na França.
Foi médico, escritor, ocultista, rosacruz, cabalista, maçon e um dos pais do martinismo
moderno. A primeira edição do livro "O Tarô dos Boêmios" ocorreu em 1889, o autor,
neste período, ainda novo, sofria forte influência dos conhecimentos ocultos judaicos,
pois toda interpretação transcorre a partir dos saberes desta academia, na realidade, a
maioria dos ocultistas da época estava focada nos caminhos esotéricos desta corrente de
pensamento. A kaballahh ou Cabala e outros conhecimentos hebraicos ainda fascinam,
pois não se pode negar que preservaram parte do conhecimento das antigas sociedades
sacerdotais.
As origens do povo cigano na Europa causam as mais variadas especulações, algumas
lendas dizem que são oriundos das tribos de Israel, foragidas do Egito, outros dizem que
são antigos magos Caldeus, enfim, existem muitas controvérsias sobre este povo.
Foi bastante pragmático na análise do oráculo, utilizou o mais tradicional dos Tarôs como
base deste estudo, o de Marselha, também citou as lâminas de Court de Gébelin,
reconhecido como o primeiro estudioso do Tarô. Os dois tarôs utilizam o método
tradicional de 78 lâminas ou cartas, com a separação primária pautada nos 22 Arcanos
Maiores e 56 Arcanos Menores.
Na primeira parte do livro procura atribuir as origens do Tarô na Europa ao povo cigano,
criticando as antigas sociedades de mistérios, como a maçonaria, por terem perdido ou
renegado este conhecimento. Não podemos esquecer que Papus era maçon e teve forte
influência dos ciganos, pois sua mãe era espanhola e de genealogia cigana.
Afirma que "os boêmios possuem uma bíblia, bíblia que os faz viver, pois com ela predizem o futuro. E
essa bíblia é motivo de perpétua diversão, pois ela lhes permite jogar". E segue: "esse jogo de cartas
chamado Tarô, que os boêmios possuem, é a bíblia das bíblias, revelação original das antigas civilizações".
Enfatiza que "esse jogo de cartas chamado Tarô que os boêmios possuem... é o livro de Thot Hermes
Trimegisto, é o livro de Adão, é o livro da revelação original das antigas civilizações". Neste caso Papus
refere-se à Tábua de Esmeralda, às placas de nefrita, ao Arqueômetro, ao instrumento sagrado que exprime
a ideação divina através de um planisfério também cósmico e humano.
O Tarô certamente é a dialética da representação do planisfério divino, cósmico e humano, ou seja, uma
maneira excepcional de manifestar o sagrado no plano das formas.
A escrita hebraica é muito rica nesta expressão, pois ajuda a elucidar pontos difusos de algumas
representações do oráculo. As letras e a Kabbalah contém ordenações e sentidos muito fortes e bem
estruturados, possibilitando uma análise consistente para o desenvolvimento lógico, fácil de expor os fatos
e de adquirir conhecimentos.
Vale deixar registrado que o Arqueômetro, após estudos comparativos com a estrutura dos hebreus,
apresenta uma lógica melhor distribuída em elementos quantitativos e qualitativos, talvez tenha sido esse o
motivo de Saint Yves d´Alveydre, profundo estudioso de toda essa cultura do ocultismo, ter optado pelo
Arqueômetro como instrumento base de seus estudos e revelações, sem deixar de enfatizar os frutíferos
elementos contidos na Kabbalah.
Depois dessas primeiras assertivas, sabendo que Papus pautou suas análises e elucidações na Cabala
Hebraica, no seu alfabeto e na sua numerologia, entende-se a afirmação que o ”IOD-HE-VAU-HE é a
palavra que nos indica a Unidade de vossa origem, ó franco-maçom, ó cabalistas, TARÔ, THORA, ROTA
são as palavras que indicam a todos, orientais e ocidentais, a unidade de vossas necessidades e de vossas
inspirações no eterno Adão-Eva, fonte de todos os nossos conhecimentos e de todas as nossas crenças”.
Calcado nestes princípios realizou a distribuição das lâminas do Tarô nas quatro letras do
alfabeto hebraico, determinando qualidades e objetivos. Neste momento fica claro para o
leitor que Papus quer retirar o Tarô do senso comum e colocá-lo em um plano superior, o
dos antigos mistérios, inclusive alerta e enfatiza sobre essa diversidade na seguinte
afirmativa: “é próprio dos estudos da verdadeira ciência oculta o poder ser livremente
exposta perante todos. Semelhantes às parábolas, tão apreciadas pelos antigos, tais
estudos parecem a muitos não serem senão a expressão dos vôos de uma imaginação
muito ousada; por isso, nunca se deve ter medo de estar falando abertamente demais; o
Verbo só atingirá aqueles que devem ser atingidos”.
Muito interessante esta afirmativa, pois não “retira” o Tarô das mãos do povo, pois sabe
que pode ser um instrumento do despertar das consciências, mas enfatiza a necessidade
de retornar às origens sagradas.
Assim inicia um trabalho simples e fantástico, pautando toda distribuição das cartas ou
lâminas no tetragrammaton, ou nas quatro letras dos princípios divinos e inefáveis ou
simplesmente Deus. Essas letras são הוהי, IOD-HE-VAU-HE. Toma como base os 56
Arcanos Menores e posteriormente aplica a mesma regra aos Arcanos Maiores, conforme
a seguir:
O mago Papus foi direto na questão, traçou uma cruz e atribuiu qualidades aos IOD HE VAU HE,
onde IOD é o princípio criador, divino, masculino, HE é o princípio conservador, astral, feminino,
VAU o transformador, físico, equilibrante, e o segundo HE a transição ou geração.
Todas as lâminas ou cartas do Tarô foram dispostas nestes quatro princípios, proporcionando
uma autológica, disposição visível de todas as cartas e total ênfase para os valores superlativos
ou teogônicos, relativos ou cosmogônicos e positivo ou antropogônicos.
Cada uma das letras contém qualidades específicas ao princípio ao qual está vinculada, onde
engenhosamente foram dispostos em uma estrutura triangular que exprime sequencialmente os
mesmos princípios em níveis diferenciados como veremos a seguir:
Vejamos a distribuição dos Arcanos Menores, lembrando que isto se aplica a cada naipe, pois
todos estão vinculados a estes princípios dentro dos elementos da natureza que representam,
ou seja, a representação da cosmogonia no elemento fogo (paus ou bastões) não é a mesma do
elemento água (ouros), trilham o mesmo caminho por vias de manifestação diferentes, ou seja,
desembocam em suas vertentes. Então fica claro que, por exemplo, as cartas 1, 4, 7 e Rei estão
relacionadas aos aspectos positivos, pois encontram-se dispostas no ápice dos quatro triângulos,
assim como 2, 5, 8 e Dama, aos negativos, seguindo 3, 6, 9 e Cavaleiro à neutralidade e
finalmente 4, 7, 10 e Valete são lâminas relacionadas à transição, conforme a seguir:
Isto se aplica também aos Arcanos Maiores, conforme a seguir:
A regra é a mesma dos arcanos menores, o que muda é o atributo e valor de cada carta no
jogo, um Arcano Maior pode indicar muitas coisas, enquanto um Arcano Menor indica,
provavelmente, um caminho específico.
Ao final desta análise Papus entrecruzou os triângulos dos Arcanos Maiores e fechou uma visão
esquemática geral, atribuindo valores quantitativos e qualitativo aos aspectos da Teogonia, Cosmogonia e
Androgonia do oráculo, fechando com elucidações muito proveitosas para os amantes das cartas.
Refez todas as lâminas adicionando informações preciosas às imagens, revelando fortes símbolos de
maneira muito especial e reveladora, pois evidenciou elementos que encontravam-se velados no Tarô de
Marselha, disponibilizando muitos conhecimentos para os amantes da arte oracular.
Resumo esquemático de Papus e disposições das lâminas do Tarô dos Boêmios e suas qualidades na
hierarquia oracular:
A beleza e a plástica do Tarô de Papus, veja algumas cartas:
1) Plano divino
Perceba que tudo é um ponto, não existe nada de extraordinário, pelo contrário, decifrar o
Arqueômetro é pensar de forma objetiva, simples, se complicar não é arqueométrico.
Este primeiro nível é a síntese, o ponto, a cor branca e o número um, neste nível está situado o
prisma, representado no Arqueômetro pelos raios centrais. Portanto, gerador das cores e formas
geométricas, primárias e secundárias, como veremos a seguir.
2) Coroa Planetária da Palavra
Perceba nesta visão esquemática como tudo é muito simples, didático, fácil, não existem
complicações, é união de cores e formas, as cores primárias são oriundas do prisma e das
formas da camada superior.
3) Coroa Zodiacal da Palavra
Em breve disponibilizaremos a regência dos planetas sobre os signos com a distribuição das
cores, isto ajudará a entender melhor o funcionamento desta engrenagem engenhosa.
Luz e paz.
Teogonia, Cosmogonia e
Antropogonia
Papus
O Tarô dos Boêmios
Segunda Parte
Existe um tema que Papus trata no livro "O Tarô dos Boêmios" que é muito importante
para a compreensão do papel de quem interpreta as lâminas do oráculo e de quem as consulta.
É fundamental a Intuição, o dom e a sensibilidade, isto é indiscutível, são pré-requisitos para
que o jogo seja bom, adicionados aos conhecimentos profundos do sacerdote, o resultado é
insuperável.
Estou falando dos conceitos e aplicações dos aspectos superlativos da Teogonia, relativos da
Cosmogonia e objetivos da Androgonia, pois estão diretametne relacionados com as
interpretações das lâminas e como visionar a leitura do conjunto do oráculo.
Papus não explica como fazer isso de forma didática, expõem os fatos, mas não deixa
claro como aplicá-los, isso é proposital, é assim que se explica algo esotericamente, descrevendo
sem abrir todo os detalhes do conhecimento, fazendo com que o neófito o busque.
A partir deste momento estaremos focados no Simbolismo do Tarô, pois é neste item que
Papus o torna iniciático, pois trata da aplicação da chave geral, principalmente do Grande
Arcano, deixando claro a figura emblemática do masculino e do feminino, positivo e negativo, os
quatro elementos e alguns símbolos que funcionam na montagem das chaves que abrirão estes
segredos.
Na explanação, Papus insiste que quer evitar o empirismo, enfatizando que por este
motivo, na primeira parte do livro, direcionou para o "elemento mais fixo, mais invariável de suas
combinações, o número". Na sequência segue orientando que "o Tarô representa a ciência
antiga em todos os seus desdobramentos... Portanto, se quisermos encontrar uma base sólida
para o estudo dos símbolos representados nos vinte e dois arcanos maiores, precisamos deixar
um pouco de lado nosso Tarô e dirigirmos-nos a essa ciência antiga". Neste momento Papus
deixa claro que o Tarô é um meio, uma dialética, mas que existe algo maior, superior, na
realidade conhece a existência do Arqueômetro ou da Tábua de Esmeralda de Hermes, por isso
afirma: "somente ela pode dar-nos os meios de atingir nosso objetivo; isso não será feito
achando nela a explicação dos símbolos, mas através de nossa atitude de criá-los um a um,
deduzindo-os de princípios fixo e gerais".
Neste momento conclama o doutro do oráculo a não utilizá-lo decorando suas lâminas e
símbolos, e afirma: "vamos realizar assim um tipo de trabalho totalmente novo, evitando, tanto
quanto possível, incidir nos erros decorrentes da ideia de querer explicar o símbolos do Tarô por
eles mesmos, em lugar de procurar a sua razão de ser na fonte original". Essa explicação diz
muita coisa, principalmente que a construção arquetípica das lâminas tem suas origens nas
culturas oraculares sacerdotais, pois estes são os detentores dos saberes primevos. Apesar
disso dedica todo um capítulo à descrição simbólica de cada uma das lâminas dos Arcanos
Maiores, o que evidencia, também, a importância dos símbolos.
Teogonia ou Superlativo
Trata dos aspectos relacionados ao divino, ao incriado, ao infinito, é a leitura oracular que
relaciona o indivíduo ou a situação às consequências divinas. Esta leitura do Tarô é tão profunda
que Papus a correlacionou com as origens criadoras de diversas correntes do pensamento
religioso, dividindo-as em três:
1) Deus Pai - Osíris - Brahma - Júpiter
Simboliza a atividade absoluta, as lâminas observadas neste nível tratam diretamente da
visão sobre o que oráculo fala da vida no plano divino, o princípio masculino, a semente original
e qual seria a origem e a finalidade da vida no sagrado.
2) Deus Filho - Ísis - Vishinu - Juno
Simboliza a passividade, a parte feminina deste princípio, o eterno feminino, as lâminas
analisadas pelo lado receptivo do sagrado, criador, reprodutivo, o que o beneficiado pela consulta
ao oráculo pode fazer neste plano de infinita reprodução.
3) Deus Espírito Santo - Hórus - Shiva
Aqui encontramos a junção das duas forças anteriores, o criado, a manifestação do sagrado
na vida da humanidade, resultado da trindade, as três forças que se completam.
Essa leitura pode ser realizada para qualquer um que queira consultar o oráculo, mas prevalece
a ideia que seja utilizada intensamente para os iniciados dos mistérios, indivíduos que buscam
outro grau de entendimento, os efeitos do seu magnetismo nas lâminas e o que dizem sobre o
plano espiritual. Portanto, a leitura das lâminas, vista sob o aspecto da Teogonia, envolve
elementos distantes do mundo material, por isso recebe a definição de que se trata de aspectos
superlativos, ou seja, extra sensoriais, extra físico, imperceptível aos olhos de quem vive no lado
comum da vida.
Normalmente, essas chaves são tão complexas que as pessoas as vêem nos livros e não
conseguem decifrar seus códigos, pois estão relacionadas à visão Teogônica e à Cosmogônica,
como veremos a seguir.
Cosmogonia ou Relativo
O próprio Papus indica que esta segunda visão é um degrau abaixo da primeira, quando diz que
"à medida que vamos descendo os degraus das emanações do Ser Absoluto, os princípios vão
ficando mais materiais e, portanto, menos metafísicos. O Tarô nos ensina que o Universo resulta
da participação do humano nos atos criadores do divino". A cosmogonia trata do espírito
manifesto nas diversas camadas dos mundos existentes no Cosmo, mas ainda não diz respeito
à vida terrena. Trata das moradas das almas e das influências sofridas por estes seres neste
campo da manifestação divina através do bailado cósmico, simboliza a visão esquemática da
Astrologia, por exemplo. Também está relacionada à Queda dos Espíritos, seres oriundos dos
planos divinos, imateriais, manifestos no Cosmo, em suas diversas dimensões e influências. A
partir deste ponto a leitura do Tarô é mais comum, pois trata de um processo perceptível a boa
parte dos humanos, mas muitas vezes ainda falta alcance, pois a maioria quer saber de assuntos
mais corriqueiros, isto pode ser visto na leitura da Androgonia oracular.
Androgonia ou Objetivo
Papus foi sábio quando afirmou que o ser humano "contém em si um Adão fonte da vontade,
uma Eva fonte da inteligência e deve equilibrar o coração com o cérebro e o cérebro com o
coração para tornar-se um centro de amor divino". A leitura androgônica do Tarô trata do ser
encarnado, na matéria, com suas mazelas e incongruências, caminhos e alternativas para viver
melhor, pois neste plano encontra-se, também, manifesto os princípios Teogônicos e
Cosmogônicos, pois é impossível separá-los, pois trata-se de uma via de mão dupla.
Vejamos a seguir triângulo a triângulo, vamos evidenciar cada elemento no círculo astrológico
para facilitar seus estudos, isolando um a um, assim a exposição se tornará mais didática. Este
assunto não é profundol, mas temos que iniciar essa jornada, pois teremos muitos desafios pela
frente.
Triângulo da Terra
A energia Telúrica
Iniciando nossos estudos pelo triângulo da Terra, pode-se dizer que é o triângulo que Saint Yves
d´Alveydre revelou mais detalhes, pois estabeleceu ligações importantes. Fez extensas
considerações sobre as cores, sons, números e formas deste triângulo.
Tem seu vértice apontando para o Norte ou para o Zênite, Saturno, que rege Capricórnio,
continuando, no sentido horário, temos Mercúrio que rege Virgem, finanlizando em Vênus que
rege Touro. Todos são elementos de coesão, suas cores, letras, sons e números respondem a
essa tendência, através desta representação pode-se encontrar diversas revelações de nomes
sagrados utilizando as letras dos planetas e signos, como o nome de Jesus, YSHO, dentre
outros como: OSHY, VYSHiNU e SHYVa, aprofundando encontram-se muitas outras
revelações. É importante lembrar que este oráculo foi a provável base da formação destas
revelações sagradas, extraídas através na força de tantra, mantra e yantra.
Triângulo da Água
A energia Hídrica
Da unidade das estruturas hídricas nasce a vida planetária, expressão divina do feminino,
princípio do nascimento, as águas da purificação, a fluência, a renovação e a fonte de toda vida.
Das letras dos signos e astros regentes deste elemento extraem-se muitos nomes importantes
como: MaRYaH, BHRaMA, BHRaMaN. Este triângulo entrecruzado com o trinângulo da terra
forma o principal símbolo da vida no planeta, inclusive faz parte das primeiras considerações,do
livro o Arqueômetro, com uma imensa dica de que é a "Chave de todos as ciências". Isso
demonstra claramente que este entrecruzamento, através do triângulo de Jesus e Maria, tem um
poder de imenso lastro energético planetário.
Os planetas regentes e os signos deste elemento principiam na Lua que rege Cãncer, a seguir
em Júpiter que rege Peixes, finanlizando em Escorpião regido por Marte.
Triângulo do Fogo
A energia Ígnia
Está relacionado às forças de transformação, suas chamas atuam em diversos níveis vibratórios,
possibilitando a purificação e o recomeço, é o fogo da glória e da salvação. Todas estas forças
estão relacionadas às energias crísticas que principiam em Leão regido pelo Sol, logo a seguir
em Áries regido por Marte, finalizando em Sagitário regido por Júpiter.
Triãngulo do Ar
A energia Eólica
O elemento eólico, vulgarmente conhecido como ar, apresenta sutil e poderosa interferência, não
menos intensa do que os outros elementos, representa a expansão e encontra-se regido por
Vênus em Libra, Saturno em Aquário, finalizando em Mercúrio que rege Gêmeos. Representa a
purificação, os ares da renovação, atua na intermediação com planos etéricos.
Vamos ficando por aqui neste capítulo, aproveitem, ainda temos muito o que estudar, estamos
somente iniciando, o material disposto nestes capítulos tratam somente do plano objetivo ou
comparativo, temos muito o que aprofundar, pois os planos relativo e superlativo trazem novas
visões, permitem a mente adentrar em outras esferas, mas por enquanto tudo que vem sendo
exposto é de grande serventia para os neófitos ou mesmo para os que ainda não entenderam
direito como funciona o Arqueômetro.
No próximo capítulo iremos discorrer sobre a "sístole e a diástole" cósmica, a expansão das
letras e cores, aproveitaremos para abrir algums assuntos sobre os números, principalmente
como analisar a unidade, a dezena e a centena no Arqueômetro.
Luz e paz.
Capítulo VI
As dinâmicas das formas, cores e
números
Passo a passo
Neste capítulo iremos tratar da dinâmica das representações do Arqueômetro, entender a
construção deste aparelho e suas interações, analisar as visões básicas de suas chaves e
fechaduras a nível geométrico, numérico, cromático e fonético, visando entender os aspectos
da ideação e da criação.
Estas chaves são utilizadas como instrumentos, o verdadeiro movimentar das energias, por isso
precisamos dominar o conhecimento deste planisfério, estar diante de si sem dúvidas, para não
procurar coisas onde não existem.
Vejamos uma imagem completa do Arqueômetro para entendermos o que é necessário analisar
e como foi construída esta mandala.
Observe bem, analise esta imagem, foram retiradas as letras dos alfabetos siríaco, assírio,
samaritano, caldeu, soubba e arábico para melhor visualizarmos o Arqueômetro, o próprio Sant
Yves d´Alveydre afirma que "os antigos alfabetos da Ca-Ba-La, de XXII letras, o mais oculto, o
mais secreto, que me serviu de protótipo não tão somente para todos os outros do mesmo gênero
mas também dos signos védicos e às letras sânscritas, trata-se do alfabeto ário. É aquele
alfabeto que fui feliz em transmitir e que obtive de eminentes brâmanes, os quais nunca, nem
em sonho, exigiram-me guardar segredo dele". Quando afirma que trata-se do alfabeto ário, está
falando deste alfabeto geométrico que chamamos de Arqueômetro.
Primeiramente, percebe-se que essa disposição do Arqueômetro em círculo é uma ideação do
autor, uma grande percepção de como expor o que lhe foi dado como missão pelos sacerdotes
brâmanes.
Estudioso dos antigos mistérios, expôs esse conhecimento na forma de um planisfério com uma
infinidade de representações, pois como o próprio autor afirmou, reforçando o que está no livro,
nunca lhe exigiram que guardasse segredo.
Segundo o Marquês, o conhecimento lhe foi revelado através no escudo de um guerreiro
brâmane, onde as revelações estavam descritas da seguinte forma:
O centro do Arqueômetro
O ideograma do centro emana o nascimento das forças do divino, os raios brancos simbolizam
a origem do todo, as emanações das cores primárias e secundárias são simples representações
da criação, a manifestação do sagrado, neste plano, o centro de todas as representações são
abstratas.
A seguir, a partir deste centro, encontra-se uma sequência de símbolos astrológicos afins,
descritos com muita destreza para demonstrar o que o autor quer evidenciar nas correlações das
últimas camadas dos diversos círculos concêntricos do Arqueômetro.
O autor demonstra, primeiramente, símbolos que todos estudiosos dos antigos mistérios sabem
reconhecer, explicitando didaticamente o que pretende, pois evidencia em primeiro plano as
representações planetárias e posteriormente as zodiacais, isso facilita muito o entendimento das
letras geométricas, pois já se encontram associadas aos aspectos da tradicional
astrologia, vejamos a sequência:
A parte intermediária do Arqueômetro finaliza com as notas musicais, todos esses elementos
são conhecidos, vejamos novamente o Arqueômetro completo, pois Saint Yves d´Alveydre queria
que as correlações fossem perfeitas, ou seja, que signos, planetas, notas musicais, cores e
geometria estivessem alinhados de uma forma associativa e harmônica, assim se inicia o
processo de interpretação e análise deste instrumento, pois requer ordem, visualização da
sequência e da harmonia de sua idealização. Dominar este conhecimento básico é fundamental
para adentrarmos nos aspectos subjetivos destes saberes.
Analise, novamente, o Arqueômetro completo e tire suas conclusões, verá que é importante ter
método e analisar as partes, pois ajudam a compreender o todo.
Conforme prometido, em breve, retomaremos a pulsação das formas e suas relações com os
movimentos de translação dos planetas e os quatro elementos.
Capítulo VII
O Arqueômetro é instrumento das altas ciências, transpõe o comum, não trata de assuntos
isolados, é um conjunto de elaborados saberes. Não há dúvida que precisamos dominar este
conhecimento, fazermos análises de pontos específicos para alcançarmos alguns degraus nos
estudos. É importante revisarmos fundamentos, pois existem conceitos que são a base para o
aprofundamento.
O autor repete várias vezes no livro as funcionalidades do planisfério, observe que sempre
enfatiza o "alfabeto solar de 22 letras" como base da formatação deste instrumento:
Existem revelações preciosas para os nossos estudos, pois, primeiramente, Saint Yves
d´Alveydre afirma que este alfabeto foi a base da formatação de seus estudos, por isso que é
tão importante compreender esta construção. Revela também que o alfabeto pertence aos
brâmanes, deixando claro que outras culturas o copiaram, pois sua origem está nas academias
de antigos sacerdotes e que, com o passar de milênios, espalharam-se pelo mundo, finalizando
com a afirmativa veemente de que os brâmanes nunca cobraram segredo sobre a escrita
sagrada, por isso escreveu sobre tantas revelações.
"Este alfabeto se distingue dos outros chamados semitas porque suas letras são
morfológicas, isto é "parlantes" exatamente pelas suas formas, o que o transforma num
alfabeto absolutamente único. Mais ainda, um estudo cuidadoso me levou a descobrir
que as mesmas letras são o protótipo dos signos zodiacais e planetários, o que é
também de máxima importância".
Neste parágrafo revela que as letras são parlantes, isso é fundamental, pois confirma a
autológica do Arqueômetro. Segue elucidando que foi a base de formação de outros alfabetos,
revela a correlação astrológica, ou seja, dos signos zodiacais e dos planetas regentes associados
ao alfabeto, fato que veremos à seguir em um quadro que ajudará a elucidar estas
questões. Finaliza o raciocínio reafirmando que este conhecimento pertence às antigas
academias sacerdotais.
"Os brâmanes chamam a esse alfabeto de vattan; e parece que se remonta à primeira raça
humana, pois, pelas suas cinco formas matrizes, rigorosamente geométricas, confirma
ele mesmo, Adão, Eva e Adamah.
Moisés parece apontá-lo no versículo 19 do capítulo II de seu Sepher Barashit. Mais ainda,
esse alfabeto se escreve de baixo para cima, e suas letras se agrupam de tal maneira que
formam imagens morfológicas parlantes. Os Pandits apagam esses caracteres do quadro-
negro quando a lição dos seus gurus termina. Escrevem-no também da esquerda para a
direita, como em sânscrito e, portanto, da forma européia".
São muitas revelações em poucos parágrafos, primeiro remete, mais uma vez, o alfabeto à uma
raça muito antiga, afirmando que utilizaram como base as cinco formas geométricas: o ponto, a
reta, o triângulo, o quadrado e o círculo. Dessas matrizes da escrita obteve-se os nomes Adão,
Eva e Adamah, isto está explícito em outras passagens do livro. Finaliza enfatizando sua
utilização por antigas culturas, citando Moisés, indicando a fonte do Sepher Barashit, famosa
passagem de Adão e Eva, pouco entendido no ocidente. Cita os doutores brâmanes, os Pandits,
estudiosos, profundos conhecedores do sânscrito, professores dos "Vedas".
Pois bem, dito isto, façamos a interpretação do quadro a seguir para melhor entendermos este
alfabeto dos antigos brâmanes:
O quadro que demonstramos está completo, contém as 22 letras citadas por Saint Yves
d´Alveydre, ou seja, as três letras raízes ou sementes, seus princípios masculino, feminino e
neutro, as sete planetárias e as doze zodiacais. Contém também as correlações com o alfabeto
Sânscrito, os números e a correspondência com alguns alfabetos modernos.
O objetivo é desmembrar este quadro na ordem indicada pelo autor e facilitar a análise da
estrutura desta revelação. Existe uma precedência de neumas e sons virginais que serão
tratados em um capítulo específico.
Vejamos primeiramente as três letras sementes, a "Tríplice Potência divina que constituiu o
Universo tipo; o círculo significa o infinito, o centro significa o absoluto; o raio ou diâmetro
significam sua manifestação", esta afirmação é uma narrativa da criação do Cosmo a partir
da embriogenia da morfologia básica.
Nesta demonstração temos as três primeiras formas ou letras, são geométricas e
básicas, repare que existe uma atribuição de números e estão dispostas na ordem da unidade,
da dezena e da centena, refere-se ao conceito de início, meio e fim, ou seja, a letra A = 1
(unidade), a letra S = 60 (dezena) e a letra Th = 400 (centena). Tenha sempre em mente que
não existe acaso neste planisfério, tudo tem uma razão de ser, portanto, essa
disposição numérica visa demonstrar as afirmativas de alguns livros sagrados que dizem: "eu
sou o Alfa e o Ômega" ou "eu sou o Alef e o Thau", isto é uma citação da ideação divina e este
planisfério a representa através dos números.
Agora ficou mais fácil entender porque o Arqueômetro encerra sua numeração no 400, é
simples, temos 22 letras, numeramo-as até acabar a unidade, passamos à dezena e finalizamos
com a centena. No final sobram somente quatros letras, temos o 100, 200, 300 e 400, que não
deixa de ser 1, 2, 3 e 4, são os números base da formação de todos os outros números, sábios
são sábios. Aqui encerramos o plano da ideação e das letras sagradas, "impronunciáveis".
Passemos ao plano das letras Planetárias. Perceba que o Arqueômetro é um ensaio da criação,
as primeiras três letras estão em um plano divino, agora passaremos para o plano cósmico,
iniciando pelos cinco planetas da antiguidade, a Lua e o Sol, pois a Astrologia do Arqueômetro é
a Tradicional, vejamos o plano da "Coroa Planetária da Palavra":
A "Coroa Planetária da Palavra" trata dos sete Regentes dos Signos do Zodíaco da Astrologia
Tradicional, são desmembramentos das formas geométricas da matriz no plano divino, a
numerologia continua na mesma vertente, perceba que inicia no 2 e encerra no 300, é o "Alef e
Thau" cósmico, como no plano acima, o primeiro passa a ser o 2 e o último o 300.
Por último trataremos da "Coroa Zodiacal da Palavra", os Signos do Zodíaco, também apresenta
uma disposição geométrica perfeita, observe a morfologia das letras dos Planetas Regentes, em
alguns casos a semelhança é muito grande com a dos signos. Trata da continuidade da
manifestação do sagrado, disposta na forma de um planisfério oracular, expõe as correlações
destas representações, mais adiante iremos adentrar no conhecimento dos sons, a escala, suas
variantes, correlações com números, formas e cores, fechando as interrelações, aguarde.
O quadro apresenta os números restantes, a lógica de início e fim permanece, começa em Áries,
número 5, no sentido anti-horário, termina em Peixes número 200, mais uma vez não há acaso,
os três planos apresentam uma disposição perfeita da morfologia e dos números.
Esta longa introdução se deve ao fato de iniciarmos algumas observações mais profundas da
morfologia e suas relações com os quatro elementos no Arqueômetro, onde iremos demonstrar
que dependendo do elemento a forma da letra expande ou se contrai, determinando que tipo de
força atua e define a sua representação.
Agora podemos adentrar as demonstrações da morfologia e suas relações com os quatro
elementos da natureza, pois temos os conceitos dos três planos bem definidos, acrescido de
uma pequena introdução da numerologia no Arqueômetro.
Primeiramente, retomemos os conceitos de movimentos de translação dos planetas e regências,
pois ajudam a contextualizar esta visão dos elementos, também iremos dispor os quatro
triângulos do zodíaco e suas relações com cada signo.
Vejamos o quadro do Zodíaco com os Signos e os quatro triângulos dos elementos que apontam
seus vértices para as constelações correspondentes:
Perceba que cada signo representa um elemento da natureza, são três signos por elemento, em
graus diferenciados, este fator estudaremos adiante, no momento basta compreender como se
dispõe essa estrutura e sua distribuição, isto é fundamental para esse estudo. A seguir segue o
quadro dos movimentos de translações dos planetas regentes, compare as formas das letras do
Arqueômetro e perceba que as dos signos se assemelham às dos planetas regentes. Compare
cada letra, o movimento, por onde passa, e como são as letras dos signos regidos pelos planetas.
Comece a perceber as semelhanças, a morfologia, tem formas que são mais amplas, expansivas
e outras são mais coesas, contraídas, isto indica qual o elemento predomina sobre aquela
constelação e consequentemente a morfologia da letra. Veja o quadro abaixo, como é rico de
informações, analise e tire suas conclusões.
Com exceção da Lua e do Sol, todos os regentes são planetas e a definição de regências
ocorreram pelas observações dos movimentos dos astros em relação às constelações, o selo
astrológico é milenar, expressando o registro de antigas sociedades de mistérios.
A seguir veremos o quadro com as particularidades das formas das letras, regências e os
elementos da natureza, aproveite para analisar e perceber como essa morfologia reage à estes
elementos.
Os signos da Terra e da Água estão relacionados, respectivamente, à Coesão e a Fluência, as
formas são concentradas, indicando agregação das forças sutis. Os signos do Fogo e do Ar estão
relacionados, respectivamente, à Radiação e Expansão, as formas são expansivas, indicando a
repulsão das forças sutis.
As relações dessas forças de atração e repulsão representam a respiração cósmica ou o Cosmo
vivente. Observe com atenção, perceba que o planisfério é perfeito, suas relações harmônicas
direcionam para um equilíbrio divino, indicando como funciona o bailado cósmico, evidenciando
as interações dessas forças, suas qualidades e referências no Planisfério de Rama.
Analise com profundidade estas questões, seus desmembramentos visam facilitar o
entendimento, possibilitando a análise gradual de mais uma etapa dos estudos sobre o
Arqueômetro.
Luz e paz.
Capítulo VIII
Um ensaio com os números
Neste capítulo iremos descrever como estão definidos os números no
Arqueômetro, buscando entender a ideação nos diversos níveis, pois já vimos
nos capítulos anteriores que nada neste instrumento existe ao acaso. Por isso,
o objetivo é entender esta formação, dar os primeiro passos, sedimentar o
conhecimento da estruturação dos números e seus aspectos qualitativos e
quantitativos primários.
Não é incomum, em primeiro momento, observarmos os números relacionados
com as letras, cores e sons do Arqueômetro e não encontrarmos nenhuma
lógica, pois, aparentemente, são atribuições, sem ordenação, não é nada disso,
quando passarmos a observar como se contextualiza essa ordem logo
percebemos que existe a famosa autológica citada por Saint Yves d´Alveydre,
nunca devemos esquecer que tudo que está representado no planisfério do
Arqueômetro apresenta-se de forma harmônica.
Primeiramente, precisamos rememorar o conceito que diferencia o aparelho em
três camadas. Rever esta distribuição é muito importante, pois a disposição dos
números encontra-se camada a camada, e essa escala segue rigorosamente a
lógica da hierarquia do planisfério dividido através das visões Divina
(Teogônica), Cósmica (Cosmogônica) e Humana (Antropogônica), respeitando a
formação hierárquica das letras Raizes ou Constitutivas, Planetárias e Zodiacais,
respectivamente.
Devemos deixar registrado ou reforçar que não diferenciamos números de
letras, pois estas constituições são pura geometria, portanto, diretamente
relacionadas aos números. No Arqueômetro toda a morfologia das "letras
parlantes" está diretamente relacionada aos números, cada letra tem seu
número correspondente, conferindo à estes quantidades e qualidades.
Observe a disposição do Arqueômetro em ordem numérica, perceba os números
atribuídos às letras, fizemos uma distribuição diferenciando em cores os três
níveis ou camadas, as letras Constitutivas (amarelas), as Planetárias (azuis) e
as Zodiacais (vermelhas). As letras e os números estão na sequência de
unidade, dezena e centena. Aparentemente, não existe uma lógica, parece tudo
misturado, mas não é bem assim, tudo aqui tem um motivo e uma função, a
nossa missão, neste primeiro ensaio, é entender como ocorre essa distribuição,
por isso iremos analisar quadro a quadro, camada a camada, percebendo como
funciona e como uma camada serve de instrumento de formação da outra.
Primeiramente siga a recomendação, analise o quadro completo, veja bem a
distribuição de todos números e as letras correspondentes, quando tiver
memorizado minimamente este quadro siga analisando o restante do texto.
Para reforçar o entendimento dos nossos estudos vale lembrar que o
Arqueômetro tem vinte e duas (22) letras, observe que foram divididas em
unidade, dezena e centena, preste bastante atenção, pois essa divisão segue
uma lógica qualitativa que determina parte da função dos números em cada
camada da mandala arqueométrica.
Observou? Procuraremos deixar, no primeiro quadro, o maior número de
informações possíveis para que possa fazer suas anotações e utilizá-lo como
referência para o entendimento dos números no Arqueômetro.
Então sigamos com a primeira análise: isolamos as letras e os números da
camada Constitutivas ou Raízes, veja que separamos somente a cor amarela.
A finalidade é permitir uma visualização mais detalhada da distribuição dos
números que possibilite a análise da formação da ideação neste plano, pois é a
semente de todas as outras que virão a seguir. Os números dispostos em
sequência podem ser muito bem analisados, veja todas as variações, observe
detalhadamente, e perceberá que estão divididos em três planos distintos, logo
visualizará a autológica, pois sempre estará disposto na ordem harmônica.
Vejamos a primeira representação dos números, pois visa expressar de
forma abrangente o conceito de início: o ponto e o número um (1), a unidade, o
meio, dois pontos ou uma reta, o número (60), a dezena, e finalmente, os dois
semi-círculos unidos pelas extremidades, a centena, o número quatrocentos
(400).
Repare que este desmembramento visa explicar de forma didática,
simples, como funcionam as três letras ou formas e seus números. Para isso
basta reparar que os números significam o início, o meio e o fim, ou seja, o um
(1) é o Alfa ou Alef, o nascer, a seguir, o sessenta (60), o viver, e o quatrocentos
(400) é o Ômega ou Thau, o morrer. Observando a formação de todos os
números contidos nesta tríade percebe-se que foi atribuído a qualidade do
princípio, do nascer, o primeiro número, o um (1), do viver, ao sessenta (60), e
do fim ou morrer ao último, o quatrocentos (400).
Fica fácil quando explicitado, pois muitas vezes a mente complexa não
permite visualizar uma informação tão simples. Portanto, já temos os primeiros
conceitos e funções dos números no Arqueômetro, esses permeiam a
construção de todos outros números neste aparelho, pois representa o Universo
em movimento e como se constitui. Lembra muito os ensinamentos budistas, o
conceito de "criação, conservação e destruição", retornando ao processo que se
repete indefinidamente, a "impermanência". No caso dos números retornando ao
número um (1), veremos isso na adição dos números em cada camada do
Arqueômetro, ou seja, a reafirmação do processo da transformação divina no
nascer, viver e morrer infinito, pois o espírito é eterno e o matéria finita.
Na continuidade iremos levantar mais alguns véus, pois é fundamental que se firme a
idéia em torno da premissa que rege este conhecimento e que determina a identidade numérica
na mandala.
A primeira missão é evidenciar, através do somatório, que o retorno ao número um, à
essência, é inevitável, e o surgimento do número dois (2), no outro plano, o Planetário, ocorre
através também do somatório dos números, essa técnica irá se repetir para todas as camadas,
observe com atenção, finalizando perceba que sempre haverá um número de ligação entre uma
camada e a outra, representando o portal, o número e letra de saída e o retorno entre os planos,
as ligações entre o divino, o cósmico e humano.
Os números, 1, 60 e 400, representam a primeira esfera, a divina, ou a energia mental. Por
isso é importante focar fortemente nesta primeira regra, pois toda a construção da mandala
arqueométrica se constitui dessa forma, apontando o somatório para o número um (1) ou para a
forma original, o retorno, quanto se tratar de geometria ou morfologia, para o ponto, podemos
aplicar esta regra para todas as camadas que funcionará.
Reforçando o conhecimento
A unidade, a dezena e a centena, estão relacionados também a luz, som e movimento, ao
pensar, sentir e agir, ao Tantra, Mantra e Yantra, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, à Osíris,
Ísis e Horus, etc. Cada camada contém essas tríades em representações diferenciadas, são
parecidas mas não são iguais, os valores obtidos a cada camada tem uma representatividade
específica, vejamos as qualidades que os números tem por camada:
Perceba que são parecidas, mas não são iguais, porem um conjunto está contido no outro, essas
interseções demonstram as interações entre os planos, porem a individualidade permanece,
indicando a ordem primária, secundária e terciária de cada plano, observe as três camadas e
analise as similaridades e diferenças:
400 + 60 = 460 = 4 + 6 + 0 = 10 = 1 + 0 = 1
Aqui está a prova que o 400 + 60 são frutos da unidade, pode repetir com todas outras
dezenas que não encontrará este resultado.
400 + 60 + 1 = 461 = 4 + 6 + 1 = 11 = 1 + 1 = 2
Aqui está a prova que o DeVA (D=4, V=6 e A=1) propicia o nascimento do Alfa ou o Alef do
plano Planetário, a Lua, se observar da maneira adequada, tem a forma bem explícita dos dois
semi-círculos e da reta, analise e perceberá esta afirmativa.
Após demonstrar como nasceu, numericamente, o outro plano, sigamos com a exposição da
camada Planetária e de seus números, observe outro desmembramento da tabela, analise seus
números, os planetas e as formas.
Já está definido o número dois (2), o 1, o 60 e o 400 não podem ser utilizados, por isso
utilizaremos somente os que restaram, seguindo a mesma linha de raciocínio ou a autológica do
Arqueômetro. Como encontraremos o Ômega ou o Thau Planetário? O último número é Saturno
(último planeta visto à olho nu, será coincidência?), o número é o trezentos (300). Agora só falta
encontrar quem é a dezena que irá mediar o bailado cósmico, pois não temos mais três números,
são sete, precisamos encontrar o mediador para todos os planetas. Se pensou no Sol foi muito
bem intuído, mas vejamos se número do Sol, o cinquenta (50), cumpre o papel de mediador
entre os eixos dos planetas:
2 50 300 = 352 = 3 + 5 + 2 = 10 = 1 + 0 = 1
Fechamos o primeiro raciocínio, o eixo Lua (2) + Sol (50) + Saturno (300), no somatório,
retorna à unidade. Está seguindo o bailando cósmico do Arqueômetro, no sentido horário, pois
são as letras evolutivas, encontraremos a seguir outro eixo, Vênus, o número três (3) + o Sol (50,
perceba que o Sol continua ao centro) + Marte (20). Este eixo tem que demonstrar a mesma
fórmula do somatório dos números que retornam ao um (1), vejamos:
3 50 20 = 73 = 7 + 3 = 10 = 1 + 0 = 1
Saint Yves d´Alveydre alerta sobre a importância da letra de Mercúrio o (Ts) e a de Virgem
o (Y) como portal e referência de saída para o mundo das formas (Yantra) ou para o plano
Zodiacal. Neste ponto entende-se por que o autor chamou a atenção pela inversão ou utilização
do (M) de Escorpião - 40 no lugar do (Y) de Virgem - 10. Este detalhe é muito importante, pois
um portal tem um tratamento de entrada e saída. O plano Planetário precisou do número um (1)
para achar o número 2 no somatório, ou seja, o plano do sentimento precisou do plano da mente
para se constituir. O plano da ação precisará dos dois planos (mente e sentimento) para que
ocorra a manifestação do movimento na camada Zodiacal, ou seja, para que exista o
portal, então vejamos:
4 60 90 = 154 = 1+ 5 + 4 = 10 = 1 + 0 = 1
Como se trata de um portal poderíamos utilizar o próprio número 10 de Virgem para evidenciar
o nascimento da forma sem alterar o eixo, na realidade o 10 + 50 = 60, demonstrando que o eixo
de saída contém uma parte da tríade superior.
4 50 90 10 = 154 = 1 + 5 + 4 + 10 = 1 + 0 + 1
Os eixos coloridos indicam como foram realizados os somatórios dos números. Portanto, os
números explicam o motivo do portal ser no Zodíaco de Virgem, não existe nenhum outro eixo
que permita a saída utilizando o mediador 60, a reta, como elemento de formação do plano das
formas, as letras involutivas.
Agora iremos para última camada, a Zodiacal, o plano das formas, já utilizamos 10 números,
como o alfabeto é de 22 letras só nos restam 12 números, um para cada signo, é fácil, saindo
pelo portal da letra Y (Virgem), número 10, devemos girar a mandala do Arqueômetro no sentido
anti-horário, pois estamos tratando as letras involutivas, já utilizamos os números 1, 2, 3, 4, 20,
50, 60, 90, 300 e 400, então não podemos repeti-los, acompanhe o raciocínio, iniciaremos
utilizando todas as dezenas, iniciamos no portal 10 - Virgem, seguindo a ordem das dezenas
temos livres na ordem astrológica, o 30 - Libra, 40 - Escorpião, 70 - Sagitário, 80 - Capricórnio,
enceram-se as dezenas livres, continuamos com as centenas livres, 100 - Aquário e 200 - Peixes,
acabaram as centenas, sigamos com as unidades livres, 5 - Àries, 6 - Touro, 7 - Gêmeos, 8
- Câncer e 9 - Leão, acabaram-se os números, some todos os números, de 1 a 400, o plano
das formas contém todos os números, assim obterá o total 1495 = 19 = 1 + 9 = 10 = 1 + 0 =1,
retornamos ao um. Será coincidência? Outra observação importante: o Zodíaco começa em
Áries - (5), menor número deste plano e encerra em Peixes - (200), mais uma vez constatamos
a autológica, o Alfa ou Alef e o Ômega ou o Thau.
Neste capítulo fizemos o primeiro ensaio com os números do Arqueômetro, existem muitas
revelações, demos um importante passo, pois adentrar alguns Arcanos não é fácil, a mente
endurecida pela ciência moderna não nos deixa divagar por assuntos abstratos, muitas vezes
encontramos barreiras que parecem intransponíveis, mas persista, para ser um estudioso destes
assuntos é preciso paciência e aprofundamento.
Luz e paz,
Capítulo IX
Os símbolos velados do Arqueômetro
Os símbolos conjugados permitem expressões de ideias mais complexas
e de amplitude inimagináveis, algumas formas de escrita exprimem ainda, em
uma única imagem, muitas concepções, de extensas significações. No passado,
estas formas de expressão foram muito utilizadas e a vivência dessas
significações praticadas em plenitude, representadas tanto na intensidade como
na constituição de uma crença absoluta.
As confrarias de mistérios sempre velaram seus símbolos e muitos desses
conceitos sobreviveram aos tempos, outros se apresentam de formas sutis, não
caracterizados com clareza, dentro da visão contemporânea, pois as teorias não
se sustentam em bases comuns, havendo, muitas vezes, lacunas na cronologia
e na lógica, sendo que, em muitos casos, não descrevem sucintamente como
foram constituídos os elementos, que compuseram o conjunto, que permitiram a
ordenação para construção do método.
Por exemplo, para debulhar os grãos, provindos das colheitas, estes
trabalhadores construíam ferramentas no formato da letra de Júpiter, que
representava a prosperidade e a fartura, imprimindo suas vibrações nos
alimentos por meio do ato sistemático com este instrumento agrícola. Essa
transferência de forças utilizadas pelo formato da letra sagrada de Júpiter é um
fundamento originalíssimo, pautado numa lógica maior, os sacerdotes, lideres
desses povos, orientavam todas as atividades da vida social aos conceitos
relacionados ao sagrado, incluindo as ferramentas de trabalho.
Algumas ferramentas, tornar-se-íam em arma de defesa dos templos que
passavam por ondas sucessivas de ataques. Os conceitos eram os mesmos, ou
seja, a força da divindade era capaz de defender as cidadelas com a sua
poderosa representação cósmica e universal.
Não é fácil descrever sobre o desenvolvimento de ferramentas e suas
utilidades, mas é evidente que transformaram-se em armas de ataque e defesa,
contudo, a escassez de textos e provas deixaram este legado para as tradições
orais, que representam essas práticas, por meio dos mestres, que se utilizavam
de uma linhagem para perpetuar os ensinamentos. O interesse maior é de
conhecer estes mistérios em essência, pois foram concebidos através de
conceitos filosóficos, religiosos e éticos, posteriormente por outros aspectos
secundários, mas a princípio esta conversão de hábitos era preemente à
sobrevivência.
Atualmente, devido ao distanciamento do início, é quase impossível
relacionar esta ou aquela ferramenta a um instrumento de combate específico,
ou mesmo à arte marcial, mas permanecem, ainda, boa parte, destas tradições.
Associaram a estas artes os movimentos de harmonização da religiosidade
cósmica, como o Tai-Chi, que correlacionou alguns dos movimentos em golpes
precisos de ataque e defesa, fundamentos que consubstanciaram a utilização
de força, técnica e movimento. Tais métodos permanecem como marca
registrada de muitos mosteiros, relacionada com uma severa disciplina e
preparação mental.
Na concepção e construção de instrumentos musicais as evidências
conduzem a pensar sobre muitos aspectos, pois desde tempos imemoriais estas
civilizações construíam aparelhos de reprodução sonora no formato das letras
zodiacais ou correspondentes aos astros e aos planetas.
Um exemplo típico é o da Lira, instrumento que é a cópia fiel da
letra Y relacionada a Mercúrio, observe que o próprio nome Lira é uma
identificação direta da astrologia, representação das constelações. Torna-se,
pois, evidente a necessidade de extrair do instrumento a força ou a
representação espiritual da visão teogônica e cosmogônica contida em sua
sonoridade. Segundo a mitologia grega, Apolo, a grande divindade solar deu a
Lira ao seu filho Orfeu e as Musas lhe ensinaram a tocar, sua música era
angelical, encantadora, tocava a tudo e a todos.
Vejamos:
O que aparentemente parece mítico pode esconder uma série de interpretações, como
o exemplo do símbolo de Asclépio e Hermes, que demonstra a sagacidade e a
capacidade de devorar, fazer morrer as ilusões e renovar, remetendo uma simples
imagem ao sagrado. O caduceu na antiguidade, além de salvo conduto dos grandes
personagens da sociedade, continha uma imensa significação para os membros das
antigas sociedades de mistérios. Basta observar a imagem decomposta que expressa
a conjunção do símbolo sagrado nas três manifestações humanas, imprimindo a justa
imagem de quem conhecia os mistérios dos antigos colégios sacerdotais.
Revelando algumas chaves dos mistérios
O enigma da Chave do Templo
Ao observar o movimento desta nova figura, nota-se também que, de seu centro
origina-se um ponto no movimento helicoidal original, para os sentidos estes
movimentos sugerem a formação de outras formas geométricas, que se transformam
sucessivamente em outras, constituindo a ideação da origem do todo, elementos ainda
impronunciáveis ou sem representações no mundo da matéria. Estas ideias são
extremamente sutis, muito difíceis de serem repassadas, pois foge do
convencionalismo, exigindo de quem busca compreender estes ensinamentos muita
dedicação, principalmente o desenvolvimento da mente abstrata e da libertação da alma
- das convenções que limitam os mais apegados.
No desenvolvimento destas idealizações, um bom exemplo para demonstrar
algumas destas afirmativas está na descrição sumária do movimento inicial e primário,
considerando sua construção gradativa até alcançar as formas mais complexas, sempre
observando o desenho cônico do chapéu do mago ou da mandala tridimensional.
Simular este movimento do chapéu do mago até a imagem se tornar bidimensional
muda totalmente o plano de observação e síntese, induzindo a uma análise mais
concreta, retirando da mente o foco mais abstrato delineado na observação
tridimensional.
Este exercício entre um objeto observado por um foco ou outro visa aproximar o
objetivo e transmitir ao núcleo do cérebro estes eventos, por vias que se utilizarão de
lógica mais concreta em um determinado momento e, por uma linha mais abstrata em
outro. Esta sugestão mental permite a percepção por outros ângulos, eliminando uma
visão predeterminada e distorcida dos conceitos e das observações.
Na realidade, a prática desta visão diferenciada permite ao neófito a confirmação
do funcionamento, executando determinadas rotinas rituais, sem perder a consciência
da essência que procura expressar a idealização divina, cósmica e planetária em graus
diferenciados até alcançar uma compreensão definitiva, consumando uma máxima de
que todas essas expressões são “folhas e frutos” de uma mesma árvore, que se
apresentam em circunstâncias variadas e que faz parte de um contexto momentâneo,
exigindo do aprendiz o desenvolvimento de técnicas, as quais possam permitir a
dedução de como se desenvolvem estas situações, para não se deixar enganar pelas
impressões produzidas nas variadas condições destas análises.
A sequência da figura que veremos a seguir visa representar os movimentos em
alguns passos distintos e sucessivos para evidenciar que, dependendo do foco de
observação, o mesmo conceito pode se manifestar de forma distinta, porém contínuo,
expressando, apesar de diferenciados focos, uma única ideia. Dependendo do objetivo
das explanações, uma será mais adequada do que a outra, sem perder a base de que
a expressão tridimensional é a ideal para o desenvolvimento dos altos estudos e
aprofundamentos do conhecimento do sagrado, pois esclarece as discussões sobre as
visões divina, cósmica e planetária, em plano inteligível e inconteste, demonstrando a
expansão desde o principio até a formação da visão que dispõe a vida no universo como
um todo.
a) Sequência 1:
Possibilita uma visão tridimensional da mandala, constitui a expressão dos
diversos níveis energéticos e cósmicos, que formam a visão diferenciada do todo, desde
a expressão da formação primária, origem de todas as cores, sons, números e formas.
b) Sequências 2, 3, 4 e 5:
Representação dos movimentos intermediários que demonstram as inclinações
graduais, constituindo a última sequência em uma visão bidimensional. Didaticamente
se apresentam nas visões diferenciadas de um mesmo conceito.
c) Sequência 6:
A visão mais comum e utilizada é a bidimensional, funciona atraindo, dispersando
e fixando forças, são utilizadas em paredes, dispostos em mesas de santuários e em
ritos ou atos temporários para fins específicos.
A partir destas explanações preliminares é possível chegar ao ponto inicial de
onde estes antigos ancestrais fundamentaram o conceito da ciência do sagrado,
representado-a, comentado anteriormente, através do alfabeto, nas suas observações
cósmicas e planetárias, expressas nos elementos da filosofia, nas manifestações
artísticas através de instrumentos musicais, movimentos corporais, pintura e teatro, na
revelação do contexto religioso, sendo fundamental registrar que a religião não existia
separadamente do restante.
Entre estes fundamentos não havia diferenciações, era uma síntese que
estabelecia a manifestação humana em plenitude, o sagrado, fundido nos quatro pilares
que sustentavam as relações da vida no planeta, dos conceitos da composição do
cosmo e da interação com o divino. Portanto, a síntese representada na mandala,
tridimensional ou bidimensional, é uma forma extremamente inteligente de simbolizar o
conteúdo amplo desse contexto, pois encerra as diversas visões dos conceitos em
planos diferenciados de entendimento, possibilitando o desenvolvimento das visões
positivas, comparativas e superlativas.
Na apreensão de alguns métodos básicos, para principiar a análise e estudos
de alguns mistérios em grau positivo, pode-se utilizar as teorias que fundamentam a
representação da mandala cósmica ou do Planisfério Arqueométrico de Rama sob
alguns conceitos bem próximos do entendimento inicial.
O método mais provável é a compreensão do funcionamento da geometria em
nível sagrado, trata-se de um elemento determinante na formação dos alfabetos e das
representações mais fortes destas antigas civilizações, pois se utilizavam de técnicas
científicas para determinar o funcionamento de fórmulas que envolviam graus, ângulos
e outros elementos da matemática, como também uma elaborada filosofia de conceitos
divinos, ou seja, estes métodos não traduziam somente um conjunto de ideias, mas
inclusive a vivência em plenitude dos fundamentos contidos nas relações destas
práticas concretas e abstratas.
As representações do alfabeto de 22 letras foram utilizadas por grande parte das
sociedades mais inteiradas das convenções das representações e suas relações com o
sagrado. Seguiam uma ordem lógica de representação dos três planos: o divino, o
cósmico e o planetário, em que a expressão desta formação constitui uma sequência
extremamente elaborada e destituída de impressões fantasiosas, ao contrário, reúnem
elementos suficientes para evidenciar a presença de ideações engenhosas, que
constituíram os fundamentos dos mais importantes colégios de mistérios em um
passado distante.
Seguindo uma lógica para o desenvolvimento deste tipo de raciocínio, imagine
um chapéu de mago, cônico, pontudo e com uma aba circular harmoniosa. No ápice
deste chapéu existe um ponto, elemento básico do princípio geométrico que, ao se
movimentar de forma circular descendente, em grande velocidade, afeta os sentidos
humanos causando a sensação inicial da formação de uma reta, nesta sucessão de
movimentos outras impressões se constituem no campo visual, originando novas figuras
geométricas, formando triângulos, quadrados e círculos. Estas representações básicas
da geometria estão associadas à formação cósmica e dos planetas que compõem o
nosso sistema solar, ou seja, uma forma geométrica para cada um, representando a
construção cronológica e geométrica do cosmo, expressões registradas nos
pergaminhos destas culturas.
Como tudo está em movimento, a representação da mandala nada mais é do
que o registro de um momento, uma fotografia, passível de análise e decomposição de
seus significados, mas não expressa o todo, pois é impossível representar todos os
movimentos. A visão da ação é velada, mas ao permitir este tipo de análise o mistério
se desfaz, estes conceitos estão presentes em algumas filosofias, como a do budismo
sobre a impermanência que causa a ilusão. Um bom exemplo desta afirmativa é o
movimento do ponto que cria a impressão aos sentidos da formação de uma reta ou
mesmo de um ponto em lugares diferentes, ocasionado por rápidos movimentos,
motivando a ilusão que formam outras imagens geométricas harmônicas.
Esta concepção amplia-se para todas as outras formas mais complexas,
confirmando várias teses da física quântica e da química oculta. Seguindo esta linha de
raciocínio pode-se evidenciar a matemática pitagórica para analisar a qualidade destes
conceitos geométricos, pois as antigas escolas não se utilizavam somente dos aspectos
quantitativos, mas associavam às formas geométricas cores, sons e números.
Partindo destas explicações iniciais pode-se expor, por exemplo, as formas
contidas em alguns alfabetos mais antigos como o sânscrito e o devanagári, o hebreu
que manteve fielmente alguns ensinamentos destas escolas dos mistérios através da
Cabala.
Nestes estudos há uma tendência para utilizar o sânscrito e o devanagári,
pois se encontram fortes evidências de bases geométricas em todas as expressões
desta grafia. Em um plano geral, sem atribuir ênfase a essa ou aquela escrita, a
exposição dos princípios arqueométricos são suficientemente valiosos para esse tipo de
entendimento. Na análise das três primeiras letras primárias desses alfabetos, percebe-
se claramente o princípio do ponto, da formação da reta e da expansão da terceira letra,
consolidando o conceito primário de luz, som e movimento.
Sem adentrar, no mérito dos fonemas, inicialmente tratar-se-á das formas e da
essência. Ao analisar a última figura com três letras primárias, que dão origem a todo o
alfabeto de algumas antigas sociedades, observa-se que as três representações se
traduzem em um ponto, ou seja, a lógica é conduzir ao princípio, evidenciando a
presença do sagrado ou do divino em tudo, sendo o ponto uma representação precisa
da divindade no mundo das formas, que ao se manifestar gera nos primeiros
movimentos, a ilusão da formação de dois pontos que representa a segunda letra, que
unidos formam uma reta.
Na continuidade destas ideias e deste movimento observa-se o desdobramento
da figura que representa a expansão cósmica, registrada no formato de dois
semicírculos unidos pelas extremidades, mas na realidade não passa de um círculo ou
de um grande ponto como pode ser observado quando se une as duas partes da
imagem. As constituições destas três representações encerram a ideia de formação do
núcleo da mandala que contêm os fatores protogeradores de todas as outras ideias
contidas na circunferência intermediária e na terceira e última, a mais externa, como
pode ser observado.
Luz e paz
Capítulo XI
O Arqueômetro Revelador e Regulador
Vamos iniciar este novo capítulo tratando uma parte complexa do Arqueômetro, a métrica
revelada por Saint Yves D´Alveydre. Vejamos o que nos diz o Arqueômetro Regulador, o que diz
o autor sobre a revelação da Capela de Maria, o revela sobre a perfeição do seu enquadramento
morfológico arqueométrico:
A Capela de Maria
"O Plano ocupa a parte central do círculo arqueométrico, de maneira que se
desenvolve o edifício em duas frentes e dois cortes.
1º A Vista da fachada Norte;
2º A vista detrás ao Sul;
3º O Corte de fundo ao Leste;
4º O Corte Lateral a Oeste.
Desta forma se tem a verificação completa da harmonia de todo o
edifício e de todas suas partes em relação ao plano.
Enfim, o pequeno círculo interior, que está no centro do plano, indica
o módulo. Porém este não se aplica somente, como na arte grega, à
ornamentação externa, designada sob o nome de ordem, é dizer, à coluna e ao
entablamento de adorno ou de peristilo."
Repare que o autor chama a atenção para o pequeno círculo no centro
do plano de construção da Capela, como uma espécie de proto-forma, matriz
para a construção das demais áreas do plano arquitetônico do monumento, ou
seja, a raiz musical, a nota primordial daquela obra, descrita sequencialmente
em ordem de cumprimento e largura, posteriormente será atribuída a altura,
fechando a sequência harmônica de todo conjunto do edifício.
"Nosso módulo convém a todo o Edifício musical, inseparável da
construção e a cada membro desta síntese harmônica das formas.
Assim, ter empregado o Arqueômetro como revelador, o utilizamos
como regulador. Não demos de controle arqueométrico senão um só exemplo, a
fim de não alongarmos esta descrição.
O Arqueômetro-Revelador nos tem dado as correspondências do Nome
de Maria, musical e morfologicamente pronunciadas em capelas, por
transposição sobre o Padrão. Do mesmo modo, estes dois instrumentos de
precisão nos dão uma das catedrais do mesmo nome."
Neste caso o edifício é um reprodutor sonométrico da sequência de
acordes relacionadas à Maria, a construção vibra nos sons relativos à cada letra
dessa força do triângulo da água, reproduzindo também suas formas e cores,
conforme nos é explicado:
"Em virtude do mesmo princípio, das mesmas leis e dos mesmo
instrumentos, obtemos assim uma catedral do Verbo Jesus. "
"Entenda-se bem que estas catedrais e esta Escola não são senão um
dos quinze exemplos que podíamos dar para cada uma, sem prejuízo dos outros
quinze monumentos semimundanos, tais como palácios pontificais ou
episcopados, seminários, universidades, escolas, conventos, teatros religiosos,
etc."
Um pouco mais adiante encontramos uma descrição sobre a
construção de um instrumento ritual que vibra na mesma onda e energia
emanada pela Capela, ou seja, uma reprodução de objetos de acordo com as
egrégoras consolidadas na conjunção dos elementos contidos no Arqueômetro,
vejamos:
"Um exemplo detalhado vale mais que muitos discursos teóricos,
para mostrar a aplicação dos princípios dados pelo Arqueômetro.
Eis que vamos dar uma série de fotos graciosamente comunicadas
por M. Gougy e que mostram em detalhe a adaptação à arquitetura do acorde
La, Ut, Mi.
A Grande Capela, estilo ogival corresponde a este acorde, é apresentada
nas outras fotos sob todos os seus aspectos, e estamos persuadidos de que o
estudo destas figuras interessará a todos os arquitetos e a todos os aficcionados
da Arte.
Se recordará que, graças ao Arqueômetro, todos os objetos contidos na
Capela, assim como os vitrais e a decoração, estão adaptados exatamente às
notas, é dizer, as letras e os nomes que materializam a cabeça.
O Estilo de cada objeto e a cor combinam com o nome divino. Para as
cores, as gamas coloridas e as bandeiras indicaram estas relações."
Repare que o autor enfatiza que todos os objetos, vitrais, decorações,
colunas, instrumentos rituais, enfim tudo que é utilizado segue um padrão
arqueométrico que repercute, expressão da sintonia com a nave mãe, a
Capela, ou seja, cria-se um campo, uma concentração de forças que emanam
e fixam essas energias do local.
Isto pôde ser observado nas vidas de mestres e discípulos de diversos
segmentos de mistérios, pois aplicaram essas técnicas com divina precisão.
Seguindo esta linha de raciocínio mostraremos os exemplos de lindos
vasos ornamentais citados no livro:
"Quanto aos objetos que podem entrar no edifício sagrado em
consonância com sua harmonia, limitaremos nossos exemplos à orfebreria
relativa aos vasos."
Luz e paz.