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COMO CALCULAR OS SEUS ODÚS

Depois da breve explicação no Post anterior, sobre o que são os Odús, veja agora, como
calcular os signos dos Orixás correspondentes à sua vida material e ao seu percurso
espiritual, para que você possa trilhar com segurança o caminho da prosperidade, a
saúde, a realização sexual e afectiva e o equilíbrio interior.
Para conhecer os seus Odús, tome como ponto de partida a data do seu nascimento.
Trace num papel quatro linhas horizontais, cortadas no centro por uma linha vertical. Essa
linha vertical vai separar os algarismos em duas colunas: uma à esquerda e outra à direita.
Escreva na primeira linha horizontal, usando as duas colunas, o número do dia em que
você nasceu.

Se esse número for menor que 10, coloque um zero (0) na coluna da esquerda. Na segunda
linha, escreva o número do mês (de 01 a 12). Se esse número for menor que 10, coloque um
zero na coluna da esquerda. Na terceira linha, sempre usando ambas as colunas escreva os
dois primeiros algarismos do ano em que você nasceu (19). Na quarta linha, usando as duas
colunas, escreva os dois últimos algarismos do ano em que você nasceu. Some
separadamente os algarismos de cada coluna. E sempre que o resultado ultrapassar 16, o
número de Odús básico, reduza-o somando os algarismos.

Veja o exemplo abaixo, de uma pessoa nascida em 25 de Março de 1962:

1a linha 2 5 Dia
2a linha 0 3 Mês
3 linha 1 9
a
Ano
4a linha 6 2 Ano
Soma 9 19  

Como 19, o total da segunda coluna, é maior que 16, você deve somar 1+9. Portanto no
exemplo, o resultado da coluna da esquerda é 9 e o resultado da coluna da direita é 10.

A seguir desenhe uma cruz e escreva nas pontas dos braços da cruz as palavras Testa,
Fronte Direita, Nuca e Fronte Esquerda, conforme o modelo:
Escreva o número correspondente à soma da coluna da direita (10, no exemplo) no ponto
referente à TESTA, e o número correspondente à soma da coluna da esquerda (9, no
exemplo) no ponto referente à NUCA. Para encontrar o número correspondente à FRONTE
DIREITA, some os dois números já obtidos (9 e 10). O resultado obtido é 19, que
reduzido, dá 10 (1+9=10). Para encontrar o número correspondente à FRONTE
ESQUERDA, some os três números já obtidos: 10+9+10 = 29. Como o resultado (29) é
superior a 16, o número de Odús básicos, reduza-o: 2+9=11. Para encontrar o número
correspondente ao CENTRO DA CABEÇA, some os quatro números já obtidos
10+9+10+11 = 40, que reduzido dá 4 (4+0 = 4).

Escreva o resultado no meio da cruz:

Relembro que os Odús mais importantes para a orientação da pessoa são: o da Testa, que
reflecte a sua vida material, e o do centro da Cabeça, que reflecte o seu caminho
espiritual. Os outros três Odús equilibram e harmonizam as energias individuais,
complementando as informações dos Odús da testa e do centro da cabeça.

No próximo post, lançarei então a descrição dos 16 “signos” dos Orixás.

Axé! 

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Categorias : Jogo de Búzios, Oráculo, Candomblé, Ifá

O Ifá
22 03 2007

A estrutura litúrgica do culto aos Orixás no Candomblé pode ser resumida como o
processo de, ritualisticamente, acumular, e em seguida transmitir, Axé para os filhos-de-
santo nestes três níveis: o ciclo anual de ‘firmeza’ da casa, o ciclo mensal de
realimentação energética dos fetiches e dos abôs, e o ciclo diário das obrigações
individuais decorrentes da iniciação. 

No centro de todas essas relações que compõem a ‘economia energética’ do candomblé


está Ifá, o Orixá da adivinhação. O jogo oracular mais comum é constituído por l6 búzios
(pequenas conchas). O Pai ou Mãe-de-santo agita os búzios nas mãos e lança-os dentro
de um círculo, formado por colares de diversos Orixás. O búzio pode cair ‘aberto’ ou
‘fechado’, ou seja, com a sua face onde há uma fenda ou com o lado liso. Cada uma
dessas ‘caídas’ é uma manifestação de um orixá e tem um significado próprio, já que,
conforme a ordenação resultante, se pode determinar qual dos Orixás está a responder.

Todos os aspectos da vida são susceptíveis de codificação por cada um dos orixás que se
manifestam no jogo. Os deuses tornam-se assim o princípio de classificação dos
acontecimentos: cada um governa um acontecimento-tipo. Além da ordenação dos búzios
(abertos e fechados), que determina a entidade que preside a cada resposta, a
configuração - ou o modo particular como os búzios se distribuíram geometricamente no
espaço - também é fundamental para a leitura, pois corresponde à ‘organização
energética’ do inconsciente do indivíduo frente a uma força matriz.

Ao conjunto dos dois factores, ordenação e configuração, chama-se Odú ou sina.

O Sistema de Ifá, embora bastante contestado por pesquisadores posteriores, configura-


se na relação recolhida e apresentada por Roger Bastide e Pierre Verger, que hoje é
utilizada e até citada por vários adivinhos.
 

ENTIDADE BÚZIOS
Exú 01 abertos e 15 fechados
Ibeji 02 abertos e 14 fechados
Ogum 03 abertos e 13 fechados
Xangô 04 abertos e 12 fechados
Iemanjá 05 abertos e 11 fechados
Iansã 06 abertos e 10 fechados
Oxóssi 07 abertos e 09 fechados
Oxalá 08 abertos e 08 fechados
Obá 15 abertos e 01 fechados
Oxumaré 14 abertos e 02 fechados
Omulú 13 abertos e 03 fechados
Ossaim 12 abertos e 04 fechados
Logun Edé 11 abertos e 05 fechados
Oxum 10 abertos e 06 fechados
Nanã 09 abertos e 07 fechados
Lance nulo 16 abertos ou fechados

Assim, a ordenação aberto-fechado determina qual o Orixá que está a falar, e a


configuração espacial dos búzios indica o que ele está a dizer. Através de sucessivas
jogadas, chega-se então a uma espécie de inventário do que está a acontecer à pessoa,
não apenas em relação aos seus Orixás tutelares, ‘os donos da sua cabeça’, mas também
como outras entidades estão a influir positiva ou negativamente na sua vida, quais são as
suas tendências recorrentes e as possibilidades diante do destino. Geralmente são
propostos trabalhos e obrigações para o reequilíbrio energético.

As respostas são decifradas através de lendas e das histórias dos deuses - que são
transmitidas de geração em geração através da tradição oral. Por isso, ‘jogar búzios’
requer não só bastante intuição para interpretar as diferentes configurações formadas
pelas forças-matrizes, mas também um conhecimento oral do conjunto da tradição mítica
dos Orixás e do seu universo simbólico.

Os sacerdotes de Ifá são, origináriamente, chamados Babalawós. Eles eram os


historiadores orais da cultura Africana. A sua iniciação era muito mais complexa que as
outras, pois não envolvia a identificação com um único arquétipo, e o desenvolvimento
das suas características na personalidade do iniciando, mas sim o aprendizado de séculos
de conhecimento armazenado pelo culto. Hoje, os zeladores de santo em geral manejam o
oráculo.
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O Xirê no Candomblé
24 02 2007

  

É o carácter festivo que impregna as suas cerimónias públicas, no qual a festa traduz em
vários planos, a percepção de que o contacto entre o mundo dos deuses e dos homens é
um momento singular. Esta experiência do sagrado deve ser vivida como todos os
sentidos humanos. A palavra Xirê significa brincar, dançar, e denota o tom alegre da festa
de Candomblé, onde os próprios Orixás vêm à terra para dançar com os seus filhos.

Os atabaques começam a “falar”com os deuses. Os Orixás são invocados com cantigas


próprias e os filhos-de-santo “entram-na-roda”, um a um, na chamada ordem do Xirê:
primeiro, os filhos de Ogum, seguido pelos filhos de Oxóssi, Obaluaiyê e assim por
diante. Ao som do canto e da batida dos atabaques, cada integrante da roda entra em
transe. O corpo estremece em convulsão, às vezes suavemente, outras vezes mais forte.
Agora, os filhos “incorporam”os Orixás e dançam até que o pai ou a mãe-de-santo
autorize a sua saída. Logo depois, eles voltam ao barracão, envergando roupas, colares e
enfeites típicos do seu Orixá. Ao ouvir o seu cântico, cada um começa a dançar sozinho
uma coreografia que conta a origem do Orixá “incorporado”. Saudado Oxalá com as suas
cantigas e pelos atabaques,  é a hora da comunhão com os deuses: os pratos são servidos
aos participantes da festa. O Xirê chega ao fim.

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Sobre o Jogo de Búzios


21 02 2007
O jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, e tem por finalidade
principal identificar o nosso Orixá (Ori = Cabeça (física e astral) + Ixá = guardião); mas é
também utilizado como consulta para identificar problemas de plano astral, espiritual e
material e procurar as suas soluções. O jogo de búzios é exclusivo dos candomblecistas
praticantes e reconhecidamente iniciados.

Porquê consultar os búzios?

Pelo mesmo princípio que se vai ao médico; só vai quem está doente ou para uma
avaliação de rotina. Da mesma forma, só se devem consultar os búzios se houver alguma
necessidade.

O jogo de búzios, como costumo dizer, é uma ciência exacta, sabe-se ou não. Não há
meio-termo. Para quem sabe, a leitura é a expressão de uma realidade presente. O jogo
de búzios é uma forma de leitura divinatória que não massifica, isto é, uma situação não
vale para muitos, como no caso do horóscopo, mas é sim feita de forma individual, como
exemplo, o caso de pessoas que nascem no mesmo dia, e no entanto, com carácter e
personalidade em muitos casos, totalmente diversos.

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