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Administrativo
Conceito
Conjunto de regras e princípios a que se deve subsumir a atividade adminis-
trativa no atingimento de seus fins. Trata-se das regras e princípios que condicionam
exercício da função pública.
* Mestre em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Coordenadora de Monografias da Graduação da Pon-
tifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Professora da Graduação e da Pós Graduação da PUCPR e da Pós-Graduação do
Instituto deEste material
Direito é parte
Romeu Bacellar. integrante
Advogada especialistado
emacervo do IESDE BRASIL S.A.,
Direito Administrativo.
mais informações www.iesde.com.br
Regime Jurídico Administrativo
Princípio da supremacia
do interesse público sobre o privado
Tem por escopo garantir que na atuação estatal será sempre observado o inte-
resse coletivo (público) como fim maior a ser alcançado, de sorte que na contraposição
A indisponibilidade dos interesses públicos significa que sendo interesses qualificados como
próprios da coletividade – internos ao setor público – não se encontram à livre disposição de
quem quer que seja, por que inapropriáveis. O próprio órgão administrativo que os repre-
senta não tem disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los – o
que é também um dever – na estrita conformidade do que predispuser a intentio legis.
Princípio da legalidade
Marco crucial do Estado de Direito e, por conseguinte, do regime jurídico-admi-
nistrativo, o Princípio da Legalidade garante que a ninguém será imposta uma obrigação
(de fazer ou de não fazer) sem prévia cominação legal, ou seja, a atuação estatal ficará
circunscrita às possibilidades legalmente constituídas.
Desse modo, o administrador público jamais poderá agir contra legem ou praeter
legem, mas apenas secundum legem, de modo que a amplitude e o alcance desse princípio
fazem da atividade do agente (público) uma estrita submissão à manifestação volitiva
do legislador.
Trata-se da estrutura do Estado de Direito, conforme artigos 5.º, II, 37, caput, e
84, IV da Constituição Federal.
Princípio da finalidade
Não há como se depreender o comando normativo de um determinado texto
legal sem se atinar para seu objetivo, seus propósitos, de modo que assim impõe-se ao
administrador público que só pratique atos com finalidade pública, sob pena de desvio
de finalidade, através da sua atuação concreta aplicando a lei “com fins diversos dos nela
instituídos ou exigidos pelo interesse público”.
Princípio da especialidade
Descentralização administrativa, gerando desconcentração e descentralização.
Decorrência dos princípios da legalidade e indisponibilidade do interesse público.
Princípio da razoabilidade
O princípio da razoabilidade proíbe que a Administração atue de modo desarra-
zoado, ilógico ou incongruente ainda que haja mínima discricionariedade na sua atua-
ção concreta quando da aplicação da lei. É uma regra geral de bom senso.
Princípio da proporcionalidade
A atuação estatal deverá ser proporcional à medida indispensável ao atingimento
do interesse público, de sorte que “o ‘plus’, o excesso acaso existente, que não milita
em benefício de ninguém”, eiva a atuação de ilegalidade insanável e a torna passível de
emenda judicial.
Assim, em não havendo finalidade para uma medida (ampliativa) para a Admi-
nistração, estará esta viciada por inadequação à própria lei, donde se depreende a ilega-
lidade de atos desproporcionais.
Princípio da motivação
Obrigação – inafastável – de expor as razões fáticas e jurídicas que sustentam a
adoção de qualquer providência. A Administração Pública deve fundamentar todo o ato
A ausência de motivação torna o ato inválido, sempre que sua enunciação seja
requisito indispensável.
Ato discricionário não motivado, portanto, é ato nulo. E mesmo o ato vinculado,
no qual – em regra – bastaria a menção do fato e da norma respectiva para sua validação,
pode ser perquirido em juízo, razão pela qual sua motivação é sempre um dever e uma
garantia para o bom administrador.
Princípio da impessoalidade
Artigos 5.º e 37, caput, da Constituição Federal.
Princípio da isonomia
Decorrência do princípio da igualdade, pressupõe tratamento igual aos iguais e
desigual aos desiguais na exata proporção de suas desigualdades, de modo a se alcançar
a igualdade material.
Princípio da publicidade
Garantia imposta pelo Estado Democrático de Direito para garantir controle da
ação administrativa.
Artigos 5.º, incisos XXXIII e XXXIV, “b” e 37, caput e §1.º da Constituição Federal.
Em decorrência, todos os atos que violem ou possam violar esses direitos podem
ser afastados, liminar ou definitivamente, conforme o caso, pelo Poder Judiciário, de
maneira a garantir a constitucionalidade da ação estatal.
Princípio da hierarquia
Administração Pública conforma-se em um todo escalonado, com inequívoca
relação de subordinação entre os órgãos superiores e os imediatamente inferiores, de
sorte que competiria aos de nível hierarquicamente mais elevado controlar os atos dos
inferiores, conformando sua atuação quando necessário.
dades é a autonomia. A exceção é o controle, este não se presume, só pode ser exercido
nos limites definidos em lei.
Princípio da autotutela
Súmula 473 STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
Princípio da continuidade
Ligado a três ideias principais: serviço público, essencialidade e restrição à inter-
rupção. Dado serem indisponíveis os interesses públicos, por via reflexa, então, obri-
gatório se fará o desempenho da atividade pública, bem como, cogente também será a
continuidade do serviço público.
O serviço público não pode parar. Consequências: proibição de greves nos ser-
viços públicos essenciais, necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a
substituição para preencher as funções públicas temporariamente vagas, faculdade da
Administração Pública de usar os equipamentos e instalações da empresa que com ela
contrata para assegurar a continuidade do serviço público etc.
Princípio da responsabilidade
Artigo 37, §6.º da Constituição Federal.
Princípio da eficiência
Busca do melhor resultado, da solução ótima no exercício da função pública.
Artigo 37, caput, Constituição Federal. Adoção da solução ótima significa qualidade,
celeridade, adequação no custo-benefício ao interesse público.
Se a lei deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
por respeito à segurança jurídica, não é admissível que o cidadão tenha seus direitos
flutuando ao sabor de interpretações jurídicas variáveis no tempo.
soa física que realizou o ato ilegal ou se absteve de fazer algo obrigatório, será
a autoridade coatora. A Lei 9.784/99, em seu artigo. 1.º, §2.º, III, estabelece ser
autoridade o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Ela tem
que ter competência para desfazer o ato impugnado.
■■ Rito sumário especial: simplificado, acelerado e com força especial das deci-
sões nele proferidas.
■■ Sujeito ativo: qualquer pessoa física ou jurídica que esteja ameaçada de lesão
ou sofrer violação em seus direitos.
■■ Direito líquido e certo: é aquele que pode ser comprovado de plano. São os
fatos que são líquidos e certos. Por isso não admite prova, só no caso de o
documento essencial encontrar-se com a autoridade e for negado.
■■ É ação de uso residual, pois serve para amparar direito líquido e certo não
amparado por habeas corpus ou habeas data.
■■ Pela lei o juiz pode exigir caução, fiança ou depósito para conceder a suspensão
do ato que deu motivo ao pedido, com o objetivo de assegurar o ressarcimento
à pessoa jurídica.
1) DOS FATOS
■■ Indicação da situação fática ensejadora da violação ou da ameaça ao direito
líquido e certo.
■■ Ex.: o impetrante foi preterido na ordem de classificação em um concurso
público, havendo nomeação irregular de candidato aprovado e classificado
em posição posterior à sua.
■■ Indicar o suporte probatório documental que sustenta a apresentação dos
fatos e está anexado à inicial.
2) DO DIREITO
■■ Definir o direito líquido e certo, no caso, relacionado aos princípios da lega-
lidade, impessoalidade e moralidade administrativa.
■■ Apontar a legislação e o dispositivo Constitucional, em especial o artigo 37,
incisos I, II e seguintes da Constituição Federal.
■■ Comprovar os fatos e relacioná-los com o direito. Fundamentar em dou-
trina e jurisprudência.
4) PEDIDOS
5) DO VALOR DA CAUSA
Nesses termos,
Pede deferimento.
Referências
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 15. ed. São
Paulo: Malheiros, 2003.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 26. ed. São Paulo:
Malheiros, 2006.