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Analisar os seguintes casos

1) A deputada Flor de Liz, denunciada como possível mandante do homicídio de Anderson, antes
de ser esposa deste, teria sido mãe e sogra do mesmo. Analise a possibilidade do casamento de
acordo com a legislação civil de nossa pátria.
https://hugogloss.uol.com.br/brasil/flordelis-foi-mae-e-sogra-de-anderson-antes-de-se-casar-
com-ele-e-mandar-mata-lo-fiel-diz-que-pastora-e-familia-frequentavam-casa-de-swing/

Após a conclusões das investigações que veio a determinar que a deputada


Flordelis foi responsável por mandar matar seu próprio marido, Anderson do Carmo,
após investigações e coleta de testemunhos, está vindo à tona outros fatos, mas se
tratando de fatos que não foram concluídos, como fatos concretos, vamos analisar
somente em relação se tratando do crime de homicídio contra o marido e um
eventual próximo casamento da deputada.
Mediante aos fatos e a conclusão das investigações, podendo vir a passar por
um processo na câmera dos deputados disciplinar e perder o foro, poderá responder
pelo crime nas medidas possíveis pelo sistema judiciário, tratando-se de uma
parlamentar infelizmente até ocorrer esse processo, ela vai disfrutar de seu foro
privilegiado, podendo ela responder pelo crime em liberdade, levando uma vida
normal a parlamentar se diz inocente mesmo mediante as provas concretas e
depoimentos, de ser a suposta mandataria.
A senhora Flordelis que é uma mulher que se diz no caminho de sua religião
voltada sempre à Deus, poderá mostrar interesse em casar com uma outra pessoa,
ela não poderá vir a casar devido aos impedimentos do casamento pelo âmbito civil
que está no artigo 1521 inciso VI do nosso código civil.
Os impedimentos matrimoniais são proibições de casamente entre pessoas
que entre si certos vínculos que a lei discrimina. Têm nítida conotação moral, ao
evitar relacionamentos incestuosos (incisos I a V), a bigamia (inciso VI) e o
aproveitamento do resultado do crime (inciso VII).
Por resguardarem tabus, os impedimentos matrimoniais são graves e sua
violação torna nulo o casamento (arts. 1.548,II, e 1.549 do código civil), além de
poder configura crimes:
a) bigamia (art.235 do Código Penal)
B) induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (art.236 do
Código Penal).
C) Contrair casamento com conhecimento prévio de impedimento (art.237 do
Código penal).

Qualquer pessoa capaz – Inclusive o oficial do registro e o juiz que vai


receber as investigações do caso da Flordelis (art.1.522) – pode alegar impedimento
matrimonial – Presumem-se legitimados o juiz de Direito, o juiz de paz, o Ministério
Público que vai acatar o inquérito contra ela e a autoridade celebrante. O código
Civil de 1916 limitava a legitimidade para alegar impedimento aos parentes dos
nubentes em linha reta, aos colaterais em segundo grau e aos afins em linha reta
(art.190). O art.1.524 do Código Civil vigente legitima as mesmas pessoas a arguir a
existências de causas suspensivas.
O código vigente não incluiu o impedimento relativo a adultério (art.183,VII, do
Código Civil de 1916), que deixou de ser crime, nem o de juízes e escrivães
relativamente a órfão ou viúva do local onde exerciam suas funções (art.183,XVI, do
Código Civil de 1916).
“ O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa
de homicídio contra seu consorte” . O impedimento do inciso VII do art.1521 não
se aplica em caso de homicídio culposo e somente incide após o trânsito em julgado
da sentença penal condenatória, mas se tratando do crime da Flordelis como foi
doloso tendo a intenção de matar.
  Às relações não eventuais entre o homem e a mulher impedidos de casar,
denominadas concubinato pelo vigente Código Civil, se tem negado direitos
observados em entidades familiares (sucessórios, de natureza alimentar etc.), além
de, na concepção de muitos, a própria condição de entidade familiar é tida como
uma condição marginal ao rol nos quais se incluem o casamento, a união estável e
as demais entidades familiares. Essa condição marginal se estende àquele que
mantenha relacionamento amoroso com o condenado por homicídio ou tentativa de
homicídio contra o seu consorte. Não se questiona o mérito axiológico de tal medida.
Entretanto, não foi estipulado período a esse impedimento, o que o transforma em
penalidade de caráter perpétuo, o que é vedado constitucionalmente, como se aduz
de análise mais aprofundada.
O casamento, como leciona Paulo Lobo, “é um ato jurídico negocial solene,
público e complexo, mediante o qual um homem e uma mulher constituem família,
pela livre manifestação de vontade e pelo reconhecimento do Estado” (LÔBO, 2008,
p. 76). É uma relação jurídica na qual se estipula a comunhão plena de vidas e
afetividade.

Quando ocorre a existência de algum dos impedimentos ao casamento,


previstos pelo artigo 1.521 do Código Civil, estaremos diante do chamado
concubinato. De maneira conceitual, temos que “as relações não eventuais entre o
homem e a mulher, impedidos de casar-se, constituem concubinato, ipsis litteris”.
Art. 1.727 do Código Civil. Univ. JUS, Brasília, n. 19, p. 127-146, jul./dez.
2009 Da inconstitucionalidade do artigo 1521, VII do Código Civil brasileiro de 2002 |
139 Diferentemente da união estável e do casamento, não encontra um regulamento
próprio ou sequer um título próprio no Código Civil. Este fato reflete o caráter
discriminatório ao qual o concubinato é submetido. Como se ainda não bastasse,
sequer é entendido como entidade familiar por boa parte dos Tribunais brasileiros.
Por ser o artigo 1.727 (o que conceitua o concubinato) norma de exclusão,
são vedados aos concubinos alguns direitos, principalmente de ordem patrimonial,
como a doação do cônjuge casado ao seu concubino (passível de anulação, nos
termos dos artigos 550 e 1.642, V, ambos do Código Civil) e a vedação a serem
nomeados como herdeiros e legatários (cf. art. 1.801, III, do Código Civil). Nem
mesmo o direito à subsistência, traduzido na forma de alimentos, é assegurado ao
concubino, por dispor o artigo 1.694 que caberão alimentos apenas aos parentes,
cônjuges e companheiros, segundo orientação mais conservadora.
Da mesma forma, por não se submeterem a nenhum tipo de regime de
separação de bens, não lhes são aplicáveis as vedações trazidas pelo artigo 1.647,
dentre as quais a alienação de bens imóveis e prestar aval ou fiança sem a
autorização do outro concubino. Outra consequência de não se submeter a nenhum
tipo de regime de separação de bens é que, para que não haja enriquecimento ilícito
por um dos lados, haverá a possibilidade de partilha do patrimônio adquirido pelo
esforço comum dos concubinos, ideia trazida pela súmula 380 do Supremo Tribunal
Federal, bem como a “indenização por serviços prestados” (com o sentido de
responsabilização civil). Quanto aos efeitos jurídicos extensíveis à prole comum dos
concubinos, não haverá distinção quanto aos mesmos efeitos aplicáveis às
entidades familiares, ou seja, o poder familiar será exercido por ambos os
concubinos em relação aos seus filhos.
O inciso VII traz o impedimento que resulta de crime. A interpretação que se
faz dele é que se um indivíduo atenta contra a vida (seja crime consumado ou
tentado) de um dos cônjuges, fica impedido de casar com o cônjuge sobrevivente. O
presente inciso objetiva impossibilitar que um cônjuge ou um amante, que pretenda
dar fim a uma relação matrimonial para incorrer em novo casamento (no caso do
amante, com o cônjuge sobrevivente) o faça por meio de homicídio (artigo 121 do
Código Penal Brasileiro).
Este impedimento obsta tanto a realização do casamento quanto a
constituição da união estável. Esta forma criminosa de pôr fim a um casamento
parecia mais recorrente no século passado, antes do advento da Lei do Divórcio e
da Separação Judicial (Lei número 6515 de 1977), porque não havia forma de se
desligar totalmente (divorciar-se) de um cônjuge antes do advento desta. A
possibilidade de separação que existia, antes da lei, obrigava os cônjuges a não se
casarem novamente. Era a chamada separação judicial. Para além da causa
impeditiva resultante de crime, vigora também o impedimento resultante de
casamento anterior, está expresso no inciso VI do artigo 1521 do Código Civil.
Devido a ele, pessoas casadas não podem se casar novamente na vigência do
casamento preexistente. É interessante observar também que este impedimento
está relacionado a prática de crime, pois o artigo 235 do Código Penal, elenca como
crime a prática da bigamia que é exatamente o que dispõe seu caput: “contrair
alguém, sendo casado, novo casamento”.
Outro ponto que se faz necessário ressaltar é que o impedimento matrimonial
resultante de casamento anterior não é causa impeditiva para a constituição de
união estável, pelo que diz o artigo 1723, parágrafo 1º, do código Reale. No
parágrafo citado lê-se: “A união estável não se constituirá se ocorrerem os
impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a
pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente”. Ou seja, a união estável
será constituída mesmo com a existência de casamento anterior, se houver
separação de fato, que é o fenômeno em que os cônjuges decidem pôr fim ao
vínculo criado pelo casamento, sem , todavia, recorrer aos meios legais, ou houver
separação judicial , que é o fenômeno jurídico que, pelos meios legais, põe fim na
sociedade conjugal, no regime de bens (resultando na partilha, se for o caso) e na
obrigação de fidelidade ou coabitação. Porém, a separação judicial, como dito, não
libera os cônjuges para se casarem novamente.
Fonte: https://www.direitocom.com/codigo-civil-comentado/artigo-1521

Fonte: As Implicações do Parentesco no Direito Civil Brasileiro artigo de autoria Pablo Sousa Ribeiro

Fonte: Da inconstitucionalidade do artigo 1521, VII do Código Civil brasileiro de 2002 artigo de
autoria Mathews Francisco Rodrigues de Souza do Amaral.

2) O jogador de futebol Hulk findou o casamento com a esposa e passou a namorar a sobrinha
da ex. Analise a possibilidade do casamento de acordo com a legislação civil de nossa pátria.
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2020/02/hulk-nega-casamento-com-sobrinha-da-ex-
mulher-e-diz-que-vai-processar-jornalista-por-difamacao.shtml
 
No mínimo deverá ser elaborada uma página de estudo para casa caso, abordando as questões
do fato concreto e os apontamentos do Direito.

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