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INTRODUÇÃO
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Graduanda em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.
E-mail: viviane_a.barbosa@hotmail.com
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Mestre em Biologia Celular e Molecular,professor no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.
E-mail: francisco.vieira@izabelahendrix.edu.br
decréscimo da prevalência de algumas parasitoses (FERREIRA et al, 2000), porém,
existem situações que não se encaixam nesse padrão. Foi revelado por meio de
cruzamento de dados feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
com informações do IBGE que 34,5 milhões de brasileiros moradores de áreas
urbanas não têm acesso a coleta de esgoto (CARNEIRO, 2008), o que aumenta a
probabilidade de infecções por parasitos.
Segundo Andrade et al (2010), esses fatores associados ao aumento do
êxodo rural e o crescimento acelerado dos aglomerados urbanos, aumentam a
probabilidade de exposição a várias doenças, dentre elas, as parasitoses. São
insuficientes as referências sobre parasitoses intestinais na população em geral,
especialmente no Brasil. Embora essas doenças sejam relevantes na epidemiologia
e na saúde pública, os estudos existentes são muito pontuais. Tal situação, aliada à
dificuldade de realização de exames coproparasitológicos em maior escala, pouco
contribui para o conhecimento das consequências na população em geral.
Essas dificuldades persistem, apesar de existirem programas para auxílio no
controle dessas e outras doenças nas escolas. Um exemplo é o Programa Saúde na
Escola (PSE) que, desde 2007, aproveita o espaço das escolas para práticas de
promoção à saúde (PORTAL DA SAÚDE-SUS, 2007).
Andrade et al (2010), ainda afirma que Ascaridíase, tricuríase, infecções por
ancilostomídeos e outras helmintíases intestinais estão listadas entre as doenças
negligenciadas. São concentradas nas populações mais carentes de recursos
ligados à educação e saúde, e muitas delas não apresentam altas taxas de
mortalidade, embora apresentem alta taxa de morbidade.
Existem alguns fatores que favorecem a elevada prevalência dos parasitos
em ambientes fechados, entre os quais se destacam a facilidade de contato inter-
humano (criança-criança / criança-adulto), os hábitos higiênicos das crianças e dos
funcionários e a manipulação inadequada dos alimentos, (KEISTONE et al, 1984).
Partindo desse princípio, entende-se que as creches são lugares
extremamente propícios para esse tipo de contaminação, uma vez que acomodam
dezenas de crianças, e muitas vezes não são capazes de atender as necessidades
higiênicas para controlar a proliferação dessas parasitoses.
Diante da grande expansão da educação infantil nos últimos anos, Oliveira e
Oliveira (2005), ressaltam a consciência da sociedade em relação à importância das
experiências de seus filhos na primeira infância, o que vem motivando o aumento da
demanda por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos. A
creche, como uma instituição social, tem como objetivo educar e formar a criança
que, na maior parte do tempo, está sob cuidados dos educadores, ou monitores
(OLIVEIRA E OLIVEIRA, 2005).
Hoje em dia, as mulheres têm a necessidade de substituírem parte do seu
tempo de dedicação com os cuidados da casa e dos filhos pelo trabalho. Nesse
ponto, a creche se torna uma opção viável para o desenvolvimento das crianças e,
consequentemente, um lugar onde essas mães podem deixar seus filhos durante
sua jornada de trabalho. O surgimento da creche está ligado às transformações na
sociedade, na organização da família, no papel social feminino e em suas
respectivas repercussões, principalmente, no que se refere aos cuidados das
crianças pequenas (PACHECO E DUPRET, 2004).
Percebe-se que o aumento da procura das creches pelos pais aumenta a
demanda de crianças nessas instituições, que muitas vezes não têm a estrutura
necessária para acolhê-las, o que pode ocasionar em transmissão de parasitoses.
Dessa forma, segundo Barros et al (1998) cabe aos profissionais engajados na área
de saúde coletiva garantir que as crianças tenham acesso a creches de boa
qualidade, de forma que os riscos à saúde das crianças sejam os menores
possíveis. Para isso, é preciso estar preparado para oferecer orientação e suporte
às creches existentes, assim como elaborar normas de funcionamento interno,
relacionadas à higiene, que atendam as necessidades e os interesses das crianças
usuárias.
Portanto o presente trabalho visa relacionar a transmissão de parasitoses
intestinais com a falta de informação da população a respeito dessas doenças.
Levando em consideração que a Educação Sanitária é um forte aliado para os
cuidados com a prevenção de doenças parasitárias intestinais, o trabalho visa
também apontar medidas de prevenção relacionadas à informação. Demonstrando
assim a inserção das creches nesse contexto.
MATERIAIS E MÉTODOS
EDUCAÇÃO SANITÁRIA
PARASITOSES INTESTINAIS
DISCUSSÃO
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Texto cedido por Heloísa Aparecida Leite Santos, coordenadora e responsável pelo projeto, numa
conversa formal no Centro Educacional Tia Lita em 14 de Fevereiro de 2012.
Como já mencionado, Vargas e Stange, ressaltam a grande incidência de
parasitoses intestinais nas populações mais pobres, onde as condições
socioeconômicas e sanitárias são precárias. Portanto, iniciativas que tem como meta
desenvolver a prática da Educação Sanitária na população, são de grande
importância para a valorização da saúde do cidadão.
A alta taxa de contaminação por parasitoses intestinais está ligada à falta de
informação da população sobre as formas de contágio e profilaxia das mesmas,
tendo em vista que, segundo Renovato e Bagnato (2009), a população mais carente
geralmente não possui grande conhecimento sobre o assunto.
Uma vez que a contaminação da maioria das parasitoses intestinais se dá por
meio das más condições higiênicas, pode-se direcionar também as condições
precárias de moradia e falta de saneamento básico como fatores importantes a
serem discutidos na prática de Educação Sanitária.
A partir do desenvolvimento do projeto “Lavando as mãos”, as doenças que
eram freqüentes na creche, começaram a diminuir até quase desaparecerem. Isso
evidencia que bons hábitos de higiene podem prevenir a proliferação de doenças
como parasitoses em ambientes tão propícios a essa contaminação. Deve-se
considerar que algumas crianças tenham sido contaminadas em suas casas e
transmitido a doença para os demais em razão de maus hábitos de higiene. As
crianças contaminadas foram encaminhadas a postos de saúde, onde foram
tratadas. Com os procedimentos tomados nos postos de saúde e na creche, as
parasitoses diminuíram consideravelmente sua ocorrência neste ambiente.
Como é possível observar, o conhecimento é um fator essencial para a ajuda
na prevenção das parasitoses intestinais, embora haja informações que não são
passadas à população sobre formas de contágio, tratamento e prevenção.
Portanto, cartilhas educativo-sanitárias, contendo diversas informações sobre
parasitoses intestinais, são importantes para a disseminação de informações a
respeito das mesmas, sobre modo de contágio, prevenção, formas de diagnóstico,
tratamento e ciclo biológico dessas doenças. Isso aumenta os conhecimentos da
comunidade e melhora a qualidade de vida da população, tendo em vista a
prevenção, diagnóstico precoce e tratamento antecipado das mesmas,
consequentemente, diminuindo sua incidência, pela quebra do ciclo de vida desses
parasitos.
Júnior (2009), trás como idéia central da Educação Sanitária, promover
hábitos saudáveis na população. E Andrade et al (2010) cita as populações mais
carentes de recursos ligados a saúde e educação, como as que possuem maior
nível de incidência dessas parasitoses.
Partindo dessas premissas, pode-se relacionar a falta de conhecimento e a
carência de recursos educacionais e higiênicos, à incidência de doenças parasitárias
intestinais. Sendo assim, o conhecimento de certa comunidade a respeito dessas
doenças se torna essencial para um maior cuidado com a profilaxia das mesmas.
A cartilha educativa se torna uma proposta de propagação de informações
ligadas a essas doenças, porém, não se trata da única solução para o problema.
Há a maior urgência em implantar sistemas de saneamento básico, tendo em
vista a grande quantidade da população que ainda não possui esses serviços.
Segundo Carneiro (2008) essa condição atinge cerca de 34,5 milhões de brasileiros
moradores de áreas urbanas.
Existe também uma grande necessidade de campanhas educativo-sanitárias
em creches e com a população em geral, principalmente a mais carente, que
busquem levar informação sobre parasitoses e orientação dessa população a obter
hábitos de higiene saudáveis, visando a profilaxia dessas doenças, tendo como
objetivo diminuir a incidência das mesmas para melhoria da qualidade de vida,
principalmente das crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
NEVES, D. P.; MELO, A. L.; VITOR, R. W. A. - Parasitologia Humana -11ª ed., São
Paulo: Editora Atheneu, 2005.
PRADO, M. S.; BARRETO, M. L.; STRINA, A.; FARIA, J. A.; NOBRE, A. A.; JESUS,
S. R. - Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em
crianças na idade escolar na Cidade de Salvador (Bahia, Brasil) - Rev. Soc.
Bras. Med. Trop., Uberaba, vol. 34, n. 1, 2001
TOSCANI, N. V.; SANTOS A. J. D. S.; SILVA, L. L. M.; TONIAL, C. T.; CHAZAN, M.;
WIEBBELLING, A. M. P.; MEZZARI, A.- Desenvolvimento e análise de jogo
educativo para crianças visando à prevenção de doenças parasitológicas. -
Interface, Botucatu, vol. 11, n. 22, 2007.