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A Compra do Latão:
um diálogo sobre a arte de conhecer
Resumo Abstract
“A compra do latão”, de Bertolt Brecht, é “The Messingkauf dialogues” by Bertolt
um texto limite entre arte dramática e teoria. Brecht is a boundary between dramatic art and
Pode-se dizer que a peça, ao “representar” theory. It can be said that the play, by “repre-
as “realidades” do fazer teatral, apresenta, senting” the “realities” of the theatrical per-
sugestiva e exemplarmente, a habilidade da formance, presents, suggestively and exem-
arte em promover conhecimento, destacando plarily, the art’s ability to promote knowledge,
ainda o saber diferenciado que propicia. Não highlighting the differentiated knowledge it
se está a observar o cotidiano do teatro, mas provides. One is not observing the daily of the
uma apresentação desse cotidiano; não temos theater, but a presentation of this daily life; We
um observador que nos relata o que vê, mas do not have an observer who tells us what he
sim personagens que falam a partir dos luga- sees but rather characters who speak from the
res (pontos de vista) construídos para elas. Em places (points of view) built for them. In his the-
seu diálogo teatral, Brecht propõe um diálogo atrical dialogue, Brecht proposes a philosoph-
filosófico. ical dialogue.
Palavras-chave Keywords
Arte Dramática. Teoria. Conhecimento. Dramatic Art. Theory. Knowledge.
cena n. 23
Ao estudar a obra de Brecht percebe-se que nos relata o que vê, mas sim personagens
como era importante, para o autor, iluminar os que falam a partir dos lugares (pontos de vista)
entendimentos teóricos que subsidiavam seu construídos para elas.
fazer teatral. Paralelamente à escritura e mon-
tagem de suas peças eram registrados, em
seus relatos de trabalho, bem como em seus Sobre a peça
textos teóricos, as teorias criticadas e aquelas
deduzidas para orientar sua arte. “A compra do latão” é uma peça inacabada,
Essa inquietação brechtiana pode ser es- escrita ao longo de 16 (dezesseis) anos, entre
pecialmente percebida na peça “A compra do 1939 e 1955, composta por fragmentos de di-
latão”, em que personagens conversam sobre álogos, discursos, poemas e peças de exercí-
o teatro, seus princípios e funções, e sobre cio, nos quais Brecht coloca em discussão sua
como seria possível conseguir melhores repro- proposta de um novo teatro não aristotélico.1
duções da vida em sociedade. Nesse diálogo, A peça conta a história dos participantes de
são recuperadas as principais teorias com as uma companhia de teatro, a saber, um “drama-
quais autor dialoga para construir o que cha- turgista” (conforme consta da tradução), um
mou de teatro épico - de Aristóteles às peças ator, uma atriz e o maquinista, que recebem
e autores naturalistas. a visita de um filósofo, interessado na prática
Trata-se de um texto limite entre arte dramá- teatral. A conversa se passa em um palco que
tica e teoria. Está claro seu propósito drama- está sendo desmontado, e se prolonga duran-
túrgico, tendo em vista a sua forma de diálogo, te quatro noites, cada uma compondo um ato.
a caracterização das personagens através de As falas refletem os diferentes interesses
suas falas e as rubricas que delimitam o espa- dos participantes e mostram, em seu conjunto,
ço cênico e oferecem orientações para os ato- os contornos dos “novos meios da arte dra-
res. Mas também está claro seu viés teórico, mática”. Cada personagem contribui distinta-
uma vez que as falas das personagens, reche- mente para sua construção. Não há um posi-
adas de intertextualidades explícitas e implíci- cionamento idealmente correto ou condizente
tas, refletem sobre temas filosóficos e técnicos com o teorizar de Brecht. Da crítica do filósofo,
acerca do fazer teatral. Em seu diálogo teatral, que não é completamente aceita, pois acaba-
Brecht propõe um diálogo filosófico. ria por desnaturar o teatro, acaba surgindo a
Nesse trabalho, pretende-se refletir sobre
a maneira como Brecht trata a representação,
1 O texto analisado consta de uma edição portuguesa da edi-
em crítica à matriz aristotélica. Pode-se dizer tora Vega, traduzido por Urs Zuber com a colaboração de Pe-
ggy Berndt, publicada em 1999. A peça é apresentada confor-
que a peça, ao “representar” as “realidades”
me concebida em seu processo criativo, fracionada em quatro
do fazer teatral, apresenta, sugestiva e exem- fases de trabalho, a primeira de 1939-1941, a segunda de
1942 a 1943, a terceira em 1945, e a quarta de 1948 a 1955.
plarmente, a habilidade da arte em promover As falas das personagens em cada fase e em cada noite é
conhecimento, destacando ainda o saber dife- precedida de anotações esquemáticas do autor, que parecem
preparar a escrita, e seguida de textos que não se associam
renciado que propicia. Não se está a observar às noites, das peças de exercício, de poemas e dos anexos
ao texto. O texto em alemão constante do quinto volume da
o cotidiano do teatro, mas uma apresentação obra Schriften zum Theater, publicado pela editora Suhrkamp
desse cotidiano; não temos um observador em 1963, serviu de referência e auxiliou a compreender a pro-
posta da edição portuguesa.
nova maneira de fazer teatro (Hecht, Gellert, teus desejos. Para falar francamente,
representando como queres e com as
1999, p. 171). finalidades que queres, ainda continu-
O filósofo deseja utilizar o teatro, que define amos a fazer arte (Brecht, 1999, p. 61).
como a “arte de imitação dos homens”, como
um meio para a representação ou demonstra- O ator defende a autonomia da arte, que
ção plástica de problemas e acontecimentos não deveria servir às práticas sociais, é a per-
que necessitam explicação: sonagem que enfrenta o filósofo, chegando a
discussões conflituosas:
FILÓSOFO. Em todas as áreas, a ci-
ência procura possibilidades de ex-
ACTOR. Detesto todas estas conver-
perimentação ou de representação
sas sobre a arte como servidora da
plástica dos problemas. Fazem-se
sociedade. Temos aí a sociedade to-
modelos que mostram os movimentos
da-poderosa, e a arte não faz parte
dos astros, com aparelhos engenho-
dela, só lhe pertence, é a sua criada
sos demonstra-se o comportamento
de mesa. Temos mesmo de ser todos
dos gases. Experimenta-se também
criados? Não podemos ser todos se-
com homens, mas aqui as possibilida-
nhores? A arte não pode ser uma se-
des da demonstração são muito limi-
nhora? Acabemos com os criados,
tadas. A minha ideia era então utilizar
também na arte (Brecht, 1999, p. 62).
para tais demonstrações a vossa arte
da imitação dos homens. Aconteci-
mentos da vida em comunidade dos Sobre a atriz e o maquinista pode-se dizer
homens que necessitam de explica-
ção poderiam ser imitados, de modo pouco, tendo em vista que são poucas e bre-
que seria possível, face a estas de- ves suas aparições. A atriz parece compro-
monstrações plásticas, ganhar certos
conhecimentos de utilidade prática metida com um novo teatro, o que pode ser
(Brecht, 1999, p. 29). percebido em críticas que menosprezam a arte
dramática tradicional.
O dramaturgista é um defensor da arte dra-
Os atores representam o que seria uma
mática. Mas, embora afaste a iniciativa do fi-
conversa em uma companhia de teatro e, as-
lósofo, em favor das peculiaridades do teatro,
sim, oferecem um objeto artístico para o es-
reconhece possibilidade de fruição artística
pectador, na medida em que este não é um
com sua proposta. Mesmo fazendo arte com
participante daquela conversa cênica, ele ex-
fins instrutivos e convidando o espectador a
perimenta aquela conversa da plateia ou como
pensar, além de sentir, entende o dramaturgis-
leitor do texto. Eles não estão meramente con-
ta, convencido, ao final da quarta noite, que a
versando, eles estão encenando uma conver-
companhia estaria desempenhando uma ativi-
sa!
dade artística.
A postura que o texto e o espetáculo pedem
DRAMATURGISTA. Estudamos até é inteiramente crítica. Embora o que esteja em
agora da melhor maneira possível as discussão sejam questões teóricas a respei-
muitas directivas através das quais
queres tornar o teatro tão instrutivo to da arte e do fazer teatral, o que lemos são
como a ciência. Tinhas-nos convida- pontos de vista diferentes, cada qual defende
do a trabalhar no seu teatro, que de-
e critica aquela arte a partir de seus interesses,
veria ser um instituto científico. Fazer
arte não deveria ser o nosso objetivo. de modo que o texto não entrega um conceito
Mas na verdade tivemos de mobilizar acabado que represente o ponto de vista do
toda a nossa arte para satisfazer os
diante atores, e que, suscitando ‘terror representada: “(...) tal é o motivo por que se
e piedade, tem por efeito a purificação
deleitam perante as imagens: olhando-as,
dessas emoções. (Aristóteles, 1966 p.
28) aprendem e discorrem sobre o que seja cada
uma delas, e dirão, por exemplo, ‘esse é tal’”
Pelos princípios da verossimilhança e da ne- (Aristóteles, 1966, p. 243). A mimesis praticada
cessidade a obra alcança a coerência interna, e observada seria assim um ato de conheci-
passando a fazer sentido por si só, como um mento (Lima, 2008). O que deleita é reconhe-
produto autônomo desvinculado da natureza. cer a vida na imagem.
A obra supõe a imitação, mas a sequência de Para a produção de efeitos, também é in-
ações mostradas precisa ser encadeada como dispensável o ato de identificação, ou empa-
se realidade fosse (o que “poderia ter aconteci- tia do espectador com o que é representado
do”), sem visar o realismo e sem compromisso no palco. A identificação supõe a imitação e
com o deveras acontecido, de modo que cada a verossimilhança. Identificar-se significa apro-
uma suceda necessariamente a antecessora, ximar-se e enquadrar-se naqueles contornos
com vistas a alcançar essa autonomia de algo mostrados, supondo assim uma possibilidade
completo em si mesmo. de modelação dos comportamentos humanos.
Roubine (2003, p.15) destaca a ausência de Trata-se de uma atitude passiva, o espectador
clareza de Aristóteles no que diz respeito às de- se deixa conduzir.
finições de verossímil e necessário, recorrendo Segundo Brecht, em síntese,
a outras obras para elucidá-las. Segundo o au-
tor, “O verossímil procede da experiência co- [...] a representação e a fábula do tea-
tro aristotélico não se destinam a dar
mum. É o que se produz commais frequência
retratos de processos da vida, mas
(Retórica) e, portanto, o que corresponde ao sim a conseguir a experiência teatral
horizonte de expectativa do espectador.” (com certos efeitos de catarse) intei-
ramente determinada. São, no en-
A mimesis visa à catarse. A catarse é o tanto, necessárias ações que façam
“efeito” a ser provocado com a representa- lembrar a vida real, e estas devem ser
suficientemente prováveis para que se
ção, consistindo na purificação dos sentimen- crie a ilusão, sem a qual a identifica-
tos através das emoções, do terror e piedade ção não se consegue. No entanto não
é de modo algum necessário que, por
que são despertados no espectador. O papel exemplo, também a causalidade dos
da arte não seria a mera produção de imagens processos se evidencie; é de todo su-
ficiente que não tenha de ser posta em
da realidade, mas sim a produção de efeitos dúvida. (Brecht, 1999, p. 13)
com essas imagens (realização da experiência
teatral). Há muita discussão a respeito do sen- O teatro proposto pelo autor de A compra
tido da catarse. Alguns autores concebem em do latão, em outro sentido, pesquisa a possibi-
seus efeitos a “clarificação intelectual” (Perei- lidade de mostrar a realidade, de tomar como
ra, 2004). tarefa da arte não a produção de efeitos pre-
As imagens produzidas representam a rea- determinados, mas sim a produção de retratos
lidade (natureza) que miram. E os efeitos de- dos processos vividos pelas pessoas, com o
sencadeados decorrem, segundo Aristóteles, destaque de sua causalidade. O autor entende
do (re)conhecimento pelo espectador da vida que a representação da realidade deixa de ser
ilusão, quando esta pode ser trocada panhar os interesses do público da época. Os
por uma representação que dá mais
espectadores queriam ver a história recente no
da própria realidade.
ACTOR. Uma representação que ar- palco, era esse o conteúdo que promoveria a
ranja, combina, deixa de lado, contrai identificação.
sem se preocupar com a manutenção
da ilusão de se estar perante a reali- A crítica de Brecht desenvolve-se no senti-
dade? do de apontar como o realismo naturalista, que
FILÓSOFO. Bacon diz: ‘A natureza re-
vela-se mais quando é acossada pela critica a estética (neo)clássica, acaba por re-
arte do que quando é deixada a si pró- produzi-la, em seu fundamento aristotélico da
pria’.
ACTOR. Já devem ter percebido que identificação, como mecanismo que promove
então já só se está perante as opiniões a ilusão. É a veracidade da cena que permite
dos autores de peças sobre a nature-
za, e não perante a natureza? que os espectadores se identifiquem com os
DRAMATURGISTA. Já deves ter per- personagens. São os efeitos predeterminados
cebido que nas peças naturalistas só
se estava perante as opiniões dos au- que são relevantes. A maneira de representar
tores das peças. A primeira dramatur- serve às emoções que se quer promover.
gia naturalista (dos Hauptmann, Ibsen,
Tolstoi, Strindberg) foi acusada justa-
mente de ser uma arte tendenciosa.
ACTOR. É este intelectualismo que A representação artística e a
corrói tudo. O teatro como escola in-
fantil! Última atração: o salto quântico! realidade: mas qual realidade?
Acrobacia cerebral (Brecht, 1999, p.
55). FILÓSOFO. Ora, então por que os imi-
tam [os acontecimentos?
ACTOR. Para enchermos as pessoas
O realismo moderno pode ser mais bem de paixões e emoções, para as arran-
compreendido se confrontado com a estética carmos dos pequenos acontecimen-
tos da sua vida quotidiana. Os acon-
anterior contra a qual insurge, a saber, aquela tecimentos são, por assim dizer, o
divulgada pelos autores neoclássicos. Roubi- suporte para o exercício da nossa arte,
ne (2003, p. 100) discorre sobre esse desafio a prancha de salto que utilizamos.
FILÓSOFO. É isso mesmo.
de romper com as convenções neoclássicas, DRAMATURGISTA. Não gosto nada
assumido pelos autores franceses do século do teu ‘é isso mesmo’. Posso imaginar
que dificilmente te contentarás com as
XIX, em favor de uma representação verídica paixões e emoções com as quais te
da história. Segundo o autor, a intenção da es- querem encher. Não tinhas dito nada
disto quando nos explicastes as ra-
tética neoclássica consistia em fazer “prevale- zões para vires ao nosso teatro.
cer o reino das convenções sobre o império da FILÓSOFO. Tenho de admitir isso.
Peço desculpa. À vossa saúde!
verdade”, ou seja, considerava mais importan- DRAMATURGISTA. Eu, para dizer a
te a fidelidade às normas do que o desenvol- verdade, prefiro brindar à tua saúde.
Pois no fundo tratava-se de saber
vimento de temas compatíveis com a época. como o teatro te pode dar satisfação
O realismo pretendia, com a “representação a ti, e não como nos pode satisfazer
a nós.
verídica da história”, atingir a ilusão teatral. En-
ACTOR. Mas ele não vai querer dizer
tendia-se que seria necessário romper com as que tem alguma coisa contra quando
convenções aristotélicas, das três unidades, fazemos mexer um pouco a sua men-
te preguiçosa? Bem, ele interessa-se
por exemplo, para que fosse possível retratar mais por aquilo que nós imitamos, os
os acontecimentos históricos e, assim, acom- acontecimentos, já sei, e menos por
si, de maneira abstrata. Portanto, po- pois entende que as iniciativas nela ancoradas
deria talvez dizer-se que a arte é a ha-
produzem cenas enganosas, que fazem pas-
bilidade de confeccionar reproduções
da vida dos homens em comunidade, sar a representação por realidade, e promo-
capazes de suscitar uma certa maneira vem um conhecimento acrítico, pautado me-
de sentir, pensar e agir, diferentemente
e mais intensamente do que aconte- ramente na assimilação de conteúdos dados.
ceria pela observação ou experiência As representações que não deixem claro o
a realidade representada. A partir da
observação e da experiência da rea- tratamento que conferem ao assunto apresen-
lidade o artista faz uma representação tado contribuem para a promoção de um falso
para ser observada e experimentada
que reproduz a sua sensibilidade e o conhecimento, pois o que se está a conhecer
seu pensamento (Brecht, 1999, p. 68). em qualquer representação não é a realidade,
mas sim pontos de vista.
O ilusionismo faz passar a representação,
Brecht destaca o lugar do sujeito especta-
que é uma construção artística, por realidade,
dor, e a função do espetáculo em despertá-
como se existissem universais ou uma nature-
-lo para olhar o mundo a partir do seu próprio
za una a serem imitados. Brecht quer que os
ponto de vista.
espectadores percebam que não existe uma
realidade dada por trás das construções que a
arte oferece. A construção artística já incorpo-
ra o olhar do observador, e o produto ofereci- Referências
do contém um ponto de vista que precisa ser
reconhecido. ARISTÓTELES. Poética. Tradução, prefácio,
O desafio do teatro épico é favorecer um introdução, comentário e apêndices de Eudo-
ro de Souza. Porto Alegre: Globo, 1966.
acesso diferenciado ao assunto apresentado.
Para tanto é preciso romper com a ilusão, mo- BRECHT, Bertolt. A compra do latão. Tra-
vida pela identificação, de que a representa- dução de Urs Zuber com a colaboração de
ção é uma cópia perfeita da realidade, ou que Peggy Berndt. Lisboa: Vega, 1999.
é a própria realidade. É preciso mostrar ao es-
______. Pequeno Organon para o Teatro.
pectador algo com o que ele não se identifi- Estudos sobre Teatro. Tradução de Fiama
que passivamente, para que ele não se deixe Pais Brandão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
conduzir pelo ponto de vista alheio, e sim olhe 2005.
para si, para as particularidades e contingên-
BORNHEIM, Gerd. Brecht. A estética do tea-
cias que constituem o seu próprio ponto de
tro. Rio de Janeiro: Graal, 1992.
vista.
HECHT, Werner; GELLERT, Inge. Notas e co-
mentários sobre A compra do latão. In: BRE-
CHT, Bertolt. A compra do latão. Tradução
Conclusões
de Urs Zuber com a colaboração de Peggy
Berndt. Lisboa: Vega, 1999.
Brecht supõe o teatro, e a arte, como um
meio para o conhecimento. O autor constrói LIMA, Paulo Butti. Arte e conhecimento em
Aristóteles. In: Letras Clásicas, n. 12, p.169-
sua prática em crítica à poética aristotélica,
185, 2008.
Recebido: 15/05/2017
Aprovado: 25/08/2017