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Principal Patrimônio Histórico e Cultural de Crixás — Goiás


A Festa do Divino Espírito Santo
A festa do Divino Espírito Santo foi introduzida no Brasil pelos portugueses.
Em Crixás, -e-~ esta teve inicio nos meados do século XVIII, poucos anos após a
descoberta e povoamento lugar.
O Imperador, responsável pela festa e escolhido por sorteio na festa anterior, hospedava-
se na Casa Grande (casa dos festejos) durante 45 dias ou mais; organizava a saída das folias e
continuava ali preparando para recebê-las e realizar a festa.
No passado, esta festa tinha a duração de 34 dias . Iniciava-se com a saída de três folias,
que giravam durante 30 dias. Cada uma conduzia a bandeira do Divino Espírito Santo, visitando
os moradores da zona rural e pedindo esmolas para cobrir os gastos feitos na realização da festa. A
folia levava o nome da região que percorria. Folia de São Patrício, saía na direção das matas de São
Patrício (Itapaci e Nova América). Folia de Santa Rita, percorria a região rumo Mozarlândia e
Nova Crixás e a Folia do Sertão, que buscava a região rumo Mundo Novo, Uirapuru e Santa
Terezinha. No pouso da folia servia-se um cardápio de comidas típicas da região.
chégada, em Crixás, acontecia após 30 dias, na quinta-feira que precedia o último
.domingo do mês de junho. O encontro das três bandeiras das folias e da bandeira grande (bandeira
que girava em um dia a área 'urbana), acontecia aé pé do cruzeiro que ficava em frente da igreja
matriz, hoje, Praça Manoel Rodrigues Tomaz. Este acontecimento era demorado, pois cada folia,
através dos versos cantados pelos violeiros, narrava todos os acontecimentos do percurso,
relacionava as esmolas e o valor total das recebidas em moeda corrente.
O pouso da chegada (o último) era na Casa Grande, residência provisória do Imperador.
A bandeira grande girava, na região urbana, no Sábado. Era acompanhada por donzelas e
cada uma levava um prato onde recolhia as esmolas que eram solicitadas pela frase: "Esmola para
o Divino".
A festa do Capitão do Mastro era realizada na Sexta-feira, com queima da fogueira,
levantamento do mastro e um farto café com as mais diversas qualidades de quitandas: bolo de
arroz, pão de queijo, bolo d'água, mãe benta, brevidade, biscoito pele de santo ou cozido, biscoito
quebrador, manoê, etc. Servia-se também chá de ervas e chá de leite, a exemplo do café dos pousos
das folias.
No domingo da festa, o Imperador e sua família, dentro de um quadro de madeira e
acompanhado pelo povo, saía da 'Casa Grande em direção à igreja, onde era celebrada a missa
festiva às 10:00 ho.ras e o sorteio do novo imperador e dos novos alferes das folias. Após a missa, o
Imperador servia na casa grande as mais diversas qualidades de doces em compotas: doce de laranja
da terra em cachopa, doce de laranja da terra ralada, doce de limão, doce de mamão em fatias, doce
de mamão raiado, doce do caule de mamão, doce de leite, doce de ovos, queijão e o famoso fióz
(de fubá de arroz)... uma delícial... Acompanhava, principalmente, os doces em caldas.
Essa semana que precedia o último domingo do mês de junho era festiva. Além dos
festejos religiosos como novena, triduo, procissão e missa (o padre vinha da cidade de Goiás)
realizavam-se os bailes: baile do capitão do mastro (6a feira), baile do imperador (sábado), baile do
novo imperador (domingo) e baile dá cavalhada (segunda-feira).
Nas cavalhadas, integradas à festa, encenava-se a luta travada entre o imperador do
ocidente, Carlos Magno, coroado em 800, pelo Papa Leão II e os Mouros, que invadiram a
Península Ibérica, pretendendo forçar os cristãos a aderirem à religião Maometana. Os mouros em
vermelho e os cristãos em azul, sendo 12 de cada lado, todos com roupas características, usando
lanças, espadas e pistolas, apresentavam-se no largo da Igreja Matriz, no domingo da festa e na 2a
feira.
O povo de Crixás màrcava presença por fé, costume e tradição. Além da religiosidade,
era uma oportunidade de encontro entre amigos e parentes. Ninguém sentia dificuldades e nem
media distâncias. Todos participavam.
Tempos atuais
A festa do Divino Espírito Santo, em Crixás, sofreu modificações.
Hoje, o imperador já não assume a responsabilidade da realização da festa, é mais uma --
figura simbólica.
As folias, somente duas, (Folia de São Patrício e Folia do Sertão), só giram na área urbana, durante
14 dias. No jantar e no almoço das folias são servidos os mais variados pratos típicos de Crixás, ,
como: Arroz com carne de sol (Maria Zabé), feijoada, tutu de feijão, feijão com carne seca, ao --
molho, guariroba com costela ou lingüiça de carne de porco, lingüiça frita, mandioca com costela
de vaca (quibebe), abóbora madura com carne de panela ou de sol, carne ao molho, frango caipira
ao molho, frango com arroz, frango recheado e assado, pernil assado, etc.
Inicia-se com a saída das folias. (-;)
Na sexta-feira,. qe precede o últiipo dopiipm de, nho, e da festa, acontece;
entrada das foliasSa-b.c'e-Xisie mais o'giro dá bandei:ra'ii.an
- pOis' dia só no enc'ontro' clã
bandeiras, na hora da chegada das folias.
No sábado e no domingo, acontecem as apresentações das cavalhadas.
A festa encerra-se no domingo com uma bonita procissão luminosa; Missa FestiÁra.
Can , levantamento do Mastro e queima da fogueira.
Os crixaenses procuram resgatar as suas memórias e lutam para refazer e realizar a festa
à moda antiga.
A comissão da igreja, comissão da cavalhada e a Prefeitura Municipal, através da
Secretaria Municipal de Educação e Cultura, são hoje os responsáveis pela realização da festa.

Venha participar conosco. Ficaremos felizes com a sua presença.

Eleuza Neves de Carvalho Ferreira Marques


Secretária Municipal de Educação e Cultura,
Coordenadora da comissão das Cavalhadas
e filha do lugar.

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