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CRONOLOGIA DO TARÔ

(Obs.: Os temos ‘tarot’ e ‘tarocchi’ não eram usados no século XV.


O jogo era chamado ‘Trionfi’ ou ‘Triunfi’, e as cartas “carte da trionfi”.

1356 / 74 - Petrarca escreve o poema ‘I Trionfi’, parcialmente quando estava na Corte dos Visconti,
em Milão. O conceito de uma sequência de figuras alegóricas “triunfando” ou derrotando as
precedentes era a base do jogo dos ‘Trionfi’.

1370 - O estilo ‘mameluco’ de cartas de jogar chega aos portos italianos e espanhóis. O estilo
arábico é “europeizado”, transformando-se nos ‘naipes’ de espadas, bastões, copas e moedas (os
naipes italianos). As cartas da corte se tornam rei, rainha, cavaleiro e valete.

1371 - Espanha - Primeira referência escrita às cartas de jogar na Europa, designadas como ‘naip’.

1377 / 1460s - Numerosas referências escritas às cartas de jogar na Itália, França, Alemanha e
Bélgica: em decretos locais contra jogatina, livros de anotações de aristocratas e inventários de
mercadores. Inicialmente eram chamadas cartas ‘sarracenas’ ou ‘mouras’ (naibi, nahipi, naips,
naibbi). Mais tardem na Itália, as cartas de tarô são chamadas ‘carte da trionfi’.

1392 - Em um livro-caixa de Charles VI, Rei de França, uma lista faz referência a três conjuntos de
cartas douradas e coloridas, encomendadas ao pintor Jacquemin Gringonneur. Esse conjunto de
cartas de jogar foram, equivocadamente, associadas a um conjunto de cartas da ‘Bibliothèque
Nationale’ (Paris) que foi criado, na verdade, em Ferrara, no final do séc. XV. Esse conjunto é ainda
referido como o ‘conjunto de Charles VI’.

1440 - Primeira referência escrita que cita, especificamente, o tarô. Uma anotação de um diário
menciona um conjunto criado em Florença.

1441 - Francesco Sforza, futuro Duque de Milão, casa-se com Bianca Visconti. Possivelmente essa
foi a ocasião em que foi encomendado o tarô ‘Cary-Yale’, uma vez que esse conjunto apresenta
instrumentos heráldicos de ambas as famílias. Tanto esse conjunto quanto o ‘Brera/Brambilla’
possuem moedas impressas pelo pai de Bianca, Filippo Maria Visconti.

1441 - A última data possível da criação do tarô.

1442 - O tarô aparece em um livro-caixa de Ferrara: “Encomendado a Sagramoro – pintou copas,


moedas, espadas, bastões e as figuras para quatro conjuntos de trionfi.”

1442 - De acordo com livros-caixa do Marquês de Ferrara, ele comprou dois conjuntos de ‘carte da
trionfi’ para seus irmãos mais novos. Ele comprou de um mercador por pequena soma de dinheiro, o
que mostra que o tarô estava sendo produzido em massa e era um bem facilmente adquirível.

1450 - Francesco Sforza é coroado Duque de Milão. Essa foi, possivelmente, a ocasião para
encomendar o conjunto ‘Pierpont-Morgan-Bergamo’, já que possuem os emblemas dos Sforza e dos
Visconti. Cartas substitutas (ou adicionais) foram feitas em Ferrara, por volta de 1470.

1450 - Francesco Sforza escreve uma nota pedindo dois conjuntos de ‘carte da trionfi’ (trunfos) ou,
caso não disponíveis, ‘carte da giocare’ (cartas de jogar). Ele quer a “as melhores que você puder
encontrar”, e as necessita até domingo. Isso mostra que havia um conjunto padrão de ‘trionfi’ que
não necessitava ser descrito, e que era fácil de ser comprado.

1459 - Primeira referência ao tarô em Bolonha.


1470 - A data mais antiga possível do ‘Sermones de Ludo Cum Aliis’, escrito por um sacerdote
pregando contra jogos de dados e de cartas. Ele listou os trunfos do tarô essencialmente na mesma
ordem que ainda empregamos.

1491 - Ferrara. Criação do tarô ‘Sola-Busca’ a partir de gravação em cobre, com seus desenhos
únicos e ‘arcanos menores’ ilustrados.

1500 - Primeiras referências à palavra ‘Tarocchi’ em Ferrara e Avignon. O velho nome “trionfi”
passa a ser empregado em outro jogo, onde se usam as cartas comuns.

1575 – Veneza - Primeira explicação impressa de um jogo de tarô.

1660 – Paris - Jean Noblet publicou o primeiro conjunto de cartas que mais se aproxima do padrão
do ‘Tarô de Marselha’..

1736 - François Chosson, de Marselha, imprime um conjunto de cartas que se torna o modelo para o
estilo das cartas chamadas ‘Tarô de Marselha’.

1740 – Bolonha - Um manuscrito de uma página, descoberto no século passado pelo pelo
pesquisador italiano Franco Pratesi, descreve o significado divinatório de 35 cartas do ‘Tarocco
Bolognese’. Nele é dito para separarmos as cartas em 5 pilhas de 7 cartas cada, mas não explica o
que fazer com elas depois.

1770 – Paris - Etteilla escreve o primeiro livro de cartomancia: "Etteilla, ou manière de se récréer
avec un jeu de cartes". Ele usa cartas do jogo ‘piquet’, mas menciona o tarô para a leitura da sorte.
Esse é o primeiro manual para a leitura de cartas e a primeira referência escrita à adivinhação com o
tarô.

1781 - Antoine Court de Gebelin publica o Volume VIII do ‘Monde Primitif’, que contém ensaios
sobre o tarô, ligando-o ao alfabeto hebraico e ao antigo Egito.

1783 - Etteilla publica "Manière de se récréer avec le jeu de cartes nomées Tarots", o primeiro
manual de como ler o tarô. Nele encontra-se uma elaborada história sobre as origens egípcias das
cartas.

1789 - Etteilla produz o primeiro conjunto de cartas ilustrando os ensinamentos herméticos (Le
Grand Etteilla).

1804 /1807 - D’Odoucet, um discípulo de Etteilla, publica um livro sobre os significados das cartas,
baseado nos ensinamentos do mestre. Essa é a base para cerca da metade dos significados dos
‘arcanos menores’ do tarô ‘Rider-Waite-Smith’.

1863 – Paris - Paul Christian publica “O Homem Vermelho das Tulherias”, uma novela que
descreve cartas egípcias de tarô. É a primeira vez em que o termo ‘arcana’ é usado para as cartas.

1870 – Paris - Paul Christian publica ‘Histoire de la Magie’, utilizando todo o material sobre o tarô
de “O Homem Vermelho das Tulherias”. Ele descreve uma antiga câmara de iniciação egípcia e
promove o tarô como um conjunto de ensinamentos de mistérios antigos.

1888 – Londres - S. L. Mathers publica ‘The Tarot: Its Occult Signification, Use in Fortune Telling,
and Method of Play’.
1888 – França - Ely Star publica um livro sobre astrologia usando os ensinamentos de Paul
Christian sobre o tarô. Seu uso dos termos ‘arcanos maiores’ e ‘arcanos menores’ foi adotado por
Papus.

1889 - Papus publica o ‘Tarô dos Boêmios’.

1909 - A. E. Waite publica o tarô ‘Rider-Waite’, acompanhado do livro ‘The Pictorial Key to Tarot’.

1938 / 1942 – Londres - Frieda Harris cria as pinturas originais para o tarô (Book of Thoth) de
Aleister Crowley.

1944 - É publicada uma edição limitada do tarô de Crowley.

1970 - O tarô de Crowley é publicado baseado em fotos das pinturas originais.

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(https://tarot-heritage.com/history-4/tarot-history-chronology/)

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