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129/2019-1
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 038.129/2019-1
RELATÓRIO
Adoto, como relatório, instrução cuja proposta foi acolhida pelo escalão dirigente da
Secretaria de Controle Externo da Educação:
I. INTRODUÇÃO
1. Trata-se de levantamento com o objetivo de conhecer e avaliar os indicadores
construídos no âmbito da Plataforma Nilo Peçanha (PNP), com base em dados relativos às
instituições que integram a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT),
de modo a subsidiar o TCU quanto a novo modelo de Indicadores de Gestão dessas Instituições.
2. O levantamento é decorrente de deliberação constante em Despacho de 4/11/2019 do
Min. Walton Alencar Rodrigues (TC 035.881/2019-4), e tem por objeto os indicadores de gestão dos
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, construídos na Plataforma Nilo Peçanha,
incluindo aqueles constantes do Acórdão 2267/2005- TCU – Plenário, de relatoria do Ministro
Benjamin Zymler.
3. Esse Acórdão foi prolatado em decorrência de monitoramento de determinações
exaradas no Acórdão 480/2005-TCU-Plenário (também de relatoria do Ministro Benjamin Zymler),
no âmbito de Au-ditoria no Programa de Educação Profissional (Proep), que se refere a programa a
cargo da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica - Setec/MEC e das Instituições Federais
de Educação Tecnológica - Ifet.
4. Na ocasião, houve avaliação de aspectos operacionais e de legalidade e detectou-se a
ausência de informações gerenciais relevantes que deveriam ser mantidas pelas Ifet e pela
Setec/MEC, em especial em relação aos convênios firmados para execução daquele programa.
5. Naquela decisão proferida pelo Tribunal, houve determinação às Instituições Federais
de Edu-cação Tecnológica para a inclusão, nos relatórios de gestão das contas anuais, de um
conjunto de indicado-res de gestão, quais sejam:
a) relação candidato/vaga;
b) relação ingressos/aluno;
c) relação concluintes/aluno;
d) índice de eficiência acadêmica de concluintes;
e) índice de retenção do fluxo escolar;
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Nacional de Educação (Lei 13.005/2014), que possui metas relativas ao ensino técnico (nível médio) e
ao ensino superior (cursos supe-riores de tecnologia, bacharelados e licenciaturas, cursos de pós-
graduação).
31. Também o Decreto 5.840/2006, que instituiu, no âmbito federal, o Programa
Nacional de In-tegração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade de Educação
de Jovens e Adultos – Proeja, impõe exigência aos Institutos Federais para que disponibilizem à
Educação de Jovens e Adultos, no mínimo dez por cento do total das vagas de ingresso da instituição,
tomando como referência o quanti-tativo de matrículas do ano anterior.
32. Além das mudanças no marco normativo de atuação da Rede Federal de
Educação Tecnológi-ca, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da
Educação Setec/MEC, com vis-tas a elaborar estatísticas e informações sobre a atuação das entidades
componentes da Rede, começou a coletar e divulgar dados por meio da Plataforma Nilo Peçanha
(PNP), a partir de 2018 (base de dados de 2017).
33. De acordo com a concepção elaborada pela Setec/MEC, a Plataforma Nilo
Peçanha (PNP) constitui ambiente virtual de coleta, validação e disseminação das estatísticas oficiais
da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Rede Federal) (disponível em
http://plataformanilopecanha.mec.gov.br/).
34. Trata-se de plataforma que tem por objetivo reunir dados relativos ao corpo
docente, discente, técnico-administrativo e de gastos financeiros das unidades da Rede Federal, para
fins de cálculo dos in-dicadores de gestão monitorados pela Setec/MEC.
35. A referida plataforma foi instituída pela Portaria Setec/MEC 1, de 3/1/2018,
bem como um conjunto de normativos que buscam sistematizar a PNP e homogeneizar os conceitos
para a formulação e medição dos indicadores, como é o caso Portaria MEC 1.162, de 12/11/2018
(Regulamenta o conceito de Aluno-Equivalente e de Relação Aluno por Professor, no âmbito da Rede
Federal de Educação Profissio-nal, Científica e Tecnológica) e da Portaria Setec/MEC 51, de
21/11/2018 (define conceitos e estabelece fatores para uso na Plataforma Nilo Peçanha - PNP e para
cálculo dos indicadores de gestão das Institui-ções da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica).
36. Os procedimentos operacionais de coleta, análise de consistência e validação de
dados, utili-zados na construção de indicadores de gestão constantes da Plataforma Nilo Peçanha,
serão descritos em capítulo específico que aborda os sistemas e bases de dados.
37. Conforme descrito na Lei 11.892/2008, as áreas de atuação prioritárias dos
Institutos Federais tiveram significativa ampliação em relação à atuação dos Cefet, em especial,
tendo em vista a atuação nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, com oferta de
educação superior (cursos superiores e pós-graduação), educação básica e profissional (ensino
fundamental com educação de jovens e adultos, ensino médio e ensino técnico-profissional, cursos de
formação profissional continuada).
38. Em termos de estabelecimento de indicadores para os Institutos Federais, além
daqueles de-terminados no Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário, foram definidos outros por meio de
legislação subse-quente à decisão do TCU, como é o caso da Lei 13.005/2014, que instituiu o Plano
Nacional de Educação, e da própria lei de criação dos Institutos Federais.
39. Conforme mapas de produtos e serviços elaborados pelos Institutos Federais,
em resposta a solicitação da equipe de fiscalização, e tendo por fundamento as finalidades e
características institucionais estabelecidas na Lei 11.892/2008, foram apontadas as áreas de atuação
prioritária da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, conforme quadro 1.
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Secretarias Siafi e
Revalide
Acadêmica Siape
s dos Ifes
Os sistemas acadêmicos
48. Em função da autonomia organizacional e administrativa, cada Instituto
Federal possui um sis-tema próprio de gestão acadêmica, escolhido ou desenvolvido em função do
contexto específico. No en-tanto, ainda no início da consolidação da Rede, os institutos acordaram
com a uniformização dos sistemas acadêmicos, com vistas a facilitar a gestão pelo MEC da política de
EPT, redesenhada naquele momento. A meta 19 do Acordo de Metas e Compromissos de 2010, do
qual são signatários todos os Institutos e o MEC, por intermédio da Setec (peça 15), estabelece que
deveria haver:
Adesão ao sistema SIGA-EPT ou compromisso com a transferência para sua base de
dados, via digital, das informações mínimas solicitadas pelo MEC/SETEC. Considerando, neste caso,
a dis-ponibilidade da descrição de formatos para intercâmbio de dados do SIGA-EPT para outros sis-
temas.
49. O acordo de metas previa três marcos para concretização das metas então
acordadas. Um pri-meiro, de curto prazo, finalizado em 2013. Um segundo, de médio prazo,
finalizado em 2016 e, por fim, um último prazo, estabelecido para 2022. Atualmente, março de 2020,
ainda existem seis sistemas diferen-tes atendendo os diversos institutos e o Siga-EPT foi apenas
parcialmente desenvolvido e utilizado por al-guns poucos institutos, e nunca chegou a ser utilizado
como sistema central de dados da rede federal.
O Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - Sistec
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As secretarias
acadêmicas
introduzem os
dados
manualmente no
Sistec
Carregamento
dos dados do
Sistec para a PNP
não Disseminação
Aplicação das dos
regras de Apresenta
indicadores e
consistência inconsistências?
dos
resultados
sim
Processo de
correção das
inconsistências ou
apresentação de
justificativas pelos
IF
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até mesmo reforça, o problema de que os dados precisam ser introduzidos e reintroduzidos
manualmente no fluxo de informação. Reforça porque parte dos dados introduzidos nos sistemas
acadêmicos e que não estão disponíveis no Sistec, preci-sam ser posteriormente reintroduzidos na
PNP. Uma solução mais adequada seria a adequação do Sistec para que contemplasse na sua base
essas informações. Mas parece haver consenso de que esse caminho é inviável em função das
dificuldades de atualização do sistema. E, mesmo que fosse possível, ainda assim não resolveria o
problema da dupla entrada de dados, uma vez que o Sistec não se comunica automatica-mente com os
sistemas acadêmicos.
65. Por outro lado, um sistema unificado, ou pelo menos um conjunto padronizado
que se comu-nicasse digitalmente, como previsto na meta 19 do Acordo de Metas, poderia ser a fonte
única e padroni-zada das informações necessárias e suficientes para a produção das estatísticas da
EPT. Nesse cenário, as informações seriam inseridas uma única vez no fluxo, minimizando erros e
custos. Seriam introduzidas pa-dronizadas e completas, podendo, uma vez consolidadas, alimentarem
a PNP diretamente. A figura 3 mostra como seria o novo fluxo.
Figura 3. Fluxo de informação com implantação da meta 19 do Acordo de Metas.
PNP
66. Quando se compara esse fluxo com o fluxo atual, percebe-se o ganho de
simplicidade e os be-nefícios dele advindos. Primeiro, uma única entrada de dados administrativos,
resultando em menor pro-babilidade de erro humano e economia de esforço. Segundo, a simplificação
do processo de correção de inconsistências, podendo resultar inclusive na eliminação de boa parte
dos processos que hoje compõem o Revalide.
67. Assim, visando a garantir um fluxo mais racional e eficiente das informações
necessárias para a produção de indicadores confiáveis e de qualidade para a gestão e maior
transparência, e, considerando que o termo de acordo constitui uma diretriz com força normativa,
apesar da autonomia dos institutos, propõe-se determinar que a Setec , em articulação, a seu critério,
com os institutos federais ou com o Con-selho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica (Co-nif), elabore plano de ação para implantação de sistema ou
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solução de tecnologia de informação que aten-da aos objetivos descritos na meta 19 do Termo de
Acordo de Metas e Compromissos de 2010 (adesão ao sistema Siga-EPCT ou compromisso com a
transferência para sua base de dados, via digital, das informa-ções mínimas solicitadas pelo
MEC/Setec), em especial no que diz respeito a automatização da relação en-tre os diversos sistemas
necessários ao controle e gestão da Rede Federal de Educação Profissional, Cien-tífica e
Tecnológica.
IV. INDICADORES CONSTANTES DO ACÓRDÃO 2267/2005 - TCU - PLENÁRIO
E DA PLATAFORMA NILO PEÇANHA
68. O Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário originou-se de monitoramento das
determinações exara-das no Acórdão 480/2005-TCU-Plenário, ambos de relatoria do Ministro
Benjamin Zymler.
69. Naquela oportunidade, o TCU determinou que a Secretaria de Educação
Profissional e Tecno-lógica - Setec/MEC encaminhasse a definição de um conjunto de dados e de
indicadores de gestão - in-clusive fórmulas de cálculo, os quais passariam a integrar os relatórios de
gestão de todas as Ifet a partir das contas referentes ao exercício de 2005.
70. O conjunto de indicadores deveria contemplar, além de informação considerada
necessária pa-ra refletir a execução financeira e operacional de cada instituição, indicadores sobre o
perfil socioeconômi-co de ingressantes e concluintes, bem como indicadores sobre a demanda por
vagas oferecidas pela insti-tuição, discriminada por ensino médio, técnico e tecnológico.
71. Em atendimento à determinação constante do subitem 9.1.1 do Acórdão
480/2005-TCU-Plenário (relator Benjamin Zymler), e após construção de métricas de cálculo pela
própria Setec/MEC, fo-ram selecionados, com base nos critérios de relevância acadêmica e gerencial,
onze indicadores que passa-ram a integrar a prestação de contas das instituições integrantes da Rede
Federal de Educação Profissional e Tecnológica, listados a seguir.
a) relação candidato/vaga;
b) relação ingressos/aluno;
c) relação concluintes/aluno;
d) índice de eficiência acadêmica de concluintes;
e) índice de retenção do fluxo escolar;
f) relação de alunos/docente em tempo integral;
g) índice de titulação do corpo docente;
h) gastos correntes por aluno;
i) percentual de gastos com pessoal;
j) percentual de gastos com outros custeios; e
k) percentual de gastos com investimentos.
72. De acordo com a Setec/MEC, os mencionados indicadores refletiriam
adequadamente o de-sempenho das Ifet em relação a quatro aspectos da ação educativa: capacidade
de oferta de vagas (indi-cadores das alíneas “a” e “b”); eficiência e eficácia (alíneas “c”, “d”, “e” e
“h”), adequação da força de trabalho docente (alíneas “f” e “g”) e adequação do orçamento
atribuído à instituição (alíneas “i”, “j” e “k”). No TC 004.550/2004-0 (peça 13, p. 3 a 5), há anexo
contendo a descrição de cada indicador, o mé-todo de cálculo e seus objetivos.
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9.3.1. mantenha banco de dados, com acesso a todas as instituições federais de educação
tecno-lógica que lhe são vinculadas, para a inclusão e o armazenamento de dados padronizados,
que permita calcular os indicadores listados no subitem 9.1.1 supra;
9.3.2. inclua, no relatório de gestão das contas anuais, apreciação crítica sobre a evolução
dos dados (indicadores e componentes) constantes do subitem 9.1.1 deste Acórdão, com base em
análise consolidada das informações apresentadas pelas Ifets, destacando aspectos positivos e
oportunidades de melhoria do sistema de rede de instituições federais de ensino tecnológico;
75. Cabe destacar que desde a concepção do rol de indicadores constantes do
Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário, a Setec/MEC se manifestou quanto à necessidade de
desenvolvimento do Sis-tema de Informações Gerais (SIG), cujo objetivo seria calcular e gerir os
indicadores de desempenho aca-dêmico e administrativo das Ifet.
76. Além de facilitar o cálculo dos indicadores, esse procedimento permitiria a
padronização na apuração dos índices gerenciais, gerando maior confiabilidade dos resultados
obtidos. De acordo com a Setec/MEC, as instituições de educação profissional e tecnológica
alimentariam o SIG, de forma a possibi-litar o cálculo dos indicadores propostos no Acórdão
2267/2005-TCU-Plenário.
77. Na implementação dos Institutos Federais, após o advento da Lei 11.892/2008,
houve cele-bração de um Termo de Acordo de Metas e Compromissos (TAM), que na meta 19 previa a
implantação de um sistema integrado de gestão acadêmica da Educação Profissional e Tecnológica.
78. Este sistema integrado de gestão acadêmica permitiria conhecimento dos dados
primários uti-lizados no cômputo dos indicadores, e também seria usado como subsídio para análise
mais abrangente da situação do ensino tecnológico no Brasil e de sua evolução.
79. Entretanto, como abordado na seção III, não houve a efetiva implementação do
referido sis-tema integrado de gestão acadêmica da Educação Profissional e Tecnológica, mantendo-
se coleta manual de informações e dados para o cálculo de indicadores de gestão, com uso de
planilhas de excel.
80. No exercício financeiro de 2019, a Setec/MEC encaminhou ao TCU documento
técnico solici-tando a revisão do Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário, tendo em vista a efetiva
alteração no marco regula-tório da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, em
especial a implementação da Lei 11.892/2008. Trata-se da Nota Técnica
41/2019/CGPG/DDR/Setec/MEC, encaminhada mediante o Ofício 96/2019/TCU/AECl/GM/GM-MEC,
de 26/7/2019 (peça 12).
81. No referido expediente, também foi informado sobre a criação da PNP,
ambiente virtual de coleta, validação e disseminação das estatísticas oficiais da Rede Federal de
Educação Profissional, Cien-tífica e Tecnológica, conforme analisado em seção III (itens 46-67 deste
relatório).
82. Conforme já abordado, a PNP foi instituída em 2018 pela Setec/MEC, tendo em
vista a neces-sidade de propor e aprimorar os indicadores de gestão para as instituições da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e elaborar requisitos de sistemas de
informação que permitissem o monitoramento e a avaliação dos indicadores, conforme Portaria
Setec/MEC 1, de 3/1/2018.
83. A Plataforma Nilo Peçanha segue um calendário anual e é alimentada com
dados provenientes do Sistec (ciclo de matrículas, quantitativo de vagas ofertadas, quantitativo de
inscritos, quantidade de matrículas por curso), do Sistema Integrado de Administração de Recursos
Humanos (Siape) e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).
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84. Deste modo, a PNP conta com dados relativos ao corpo docente, discente,
técnico-administrativo e de gastos financeiros das unidades da Rede Federal, para fins de cálculo dos
indicadores de gestão monitorados pela Setec/MEC (art. 2º, da Portaria Setec/MEC 1/2018).
85. Os dados extraídos do Sistec, utilizados pela Plataforma Nilo Peçanha,
compreendem infor-mações de matrículas e cursos de educação profissional e tecnológica (formação
inicial e continuada ou qualificação profissional, técnica de nível médio, de graduação e pós-
graduação). Tratam-se de cursos que possuem duração de ciclos (carga horária), exigências (esforço)
e níveis distintos.
86. Como já descrito na seção anterior, há procedimento para coleta, validação e
disseminação de informações utilizadas pela Plataforma Nilo Peçanha, com o estabelecimento de um
conjunto de regras de consistência.
87. Para garantir a confiabilidade da produção, os dados coletados devem
submeter-se a regras de consistência lógica, definidas pela DDR/Setec. Essas regras têm por objetivo
alertar para algum dado cole-tado que poderia estar inconsistente, desatualizado ou incompleto e
que, portanto, merece atenção por par-te de cada instituição responsável.
88. Algumas lacunas de informações do Sistec, como dados de atributos relativos à
cor/raça, à renda per capita familiar e ao turno de cada curso, geram inconsistências que são sanadas
no processo do Revalide, para fins de cálculo de indicadores.
89. Para que as informações dos cursos da EPT, ofertados pela Rede Federal, que
possuem distin-tos níveis, ciclos de formação e carga horária, sejam comparáveis entre si, foram
definidos conceitos e cri-ados fatores de ajuste para uso na Plataforma Nilo Peçanha.
90. Neste aspecto, a Portaria Setec/MEC 1.162/2018 definiu o conceito de aluno
equivalente ou matrícula equivalente, o fator de equiparação de carga horária, o fator de esforço de
curso, a relação aluno professor ou relação matrícula por professor, o fator de correção de
graduação, o conceito de professor-equivalente.
91. No mesmo sentido, a Portaria Setec/MEC 51/2018 definiu os conceitos
utilizados para cálculo dos indicadores de gestão e para compreensão das estatísticas da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, expressas na PNP – Plataforma Nilo
Peçanha, por meio de um glossário com as terminologias adotadas.
92. De acordo com o Guia de Referência, a Plataforma Nilo Peçanha, versão 2019,
é composta por dezessete painéis de informação, bem como por cinco abas iniciais contendo a capa,
apresentação, fi-cha técnica 1, ficha técnica 2, referência metodológica e glossário.
93. A aba “referência metodológica” dispõe de link para acesso ao Guia de
Referência Metodoló-gica, aos microdados, às instruções para utilização dos microdados, às regras
de consistência e ao marco regulatório da PNP.
94. A seguir, uma breve descrição das informações que constam dos painéis da
Plataforma Nilo Peçanha:
a) Os painéis 1.1 a 1.4 trazem as principais informações sobre as matrículas ordenadas
por Ins-tituições e Unidades de Ensino, Tipo de Curso e Tipo de Oferta, Eixo e Subeixo tecnológico e
Situação de Matrícula;
b) Os painéis 1.5 e 1.6 trazem informações socioeconômicas sobre os alunos, referentes a
Cor/Raça e Renda Familiar dos Estudantes e Sexo e Faixa Etária dos Estudantes;
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102. Deve ser destacada a mudança dos indicadores que tratavam de concluintes,
eficiência e re-tenção na instituição, os quais passaram a abranger somente aqueles alunos
pertencentes ao mesmo ciclo de matrícula, com base no período de efetiva duração do curso.
103. Outras inovações conceituais da Plataforma Nilo Peçanha, em relação aos
indicadores do Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário, foram:
a) a criação do conceito de aluno-equivalente ou matrícula equivalente como o aluno
matricu-lado em um determinado curso, ponderado pelo fator de equiparação de carga horária e pelo
fator de esforço de curso (art. 1º, da Portaria MEC 1.162/2018, e art. 2º, da Portaria Se-tec/MEC
51/2018);
b) a substituição do conceito de Relação Aluno por Professor por Relação Matrícula por
Pro-fessor, calculada como a razão entre o total de matrículas equivalentes, ponderada pelo fator de
correção da graduação e pelo total de professores-equivalentes (art. 2º da Portaria MEC 1.162/2018,
e art. 5º, da Portaria Setec/MEC 51/2018).
104. Uma inovação positiva na construção da PNP foi a inclusão, no Guia de
Referência, das fichas explicativas dos indicadores, com o método de cálculo, o que facilita a
compreensão do assunto pelos usu-ários da referida interface.
105. A solicitação de alteração do Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário (Ofício
96/2019/TCU/AECl/GM/GM-MEC, peça 13, p. 1, que encaminha a Nota Técnica
41/2019/CGPG/DDR/Setec/MEC, peça 13, p. 2-6) e o desenvolvimento de um conjunto de indicadores
na Plataforma Nilo Peçanha decorrem da edição de um conjunto de normas, após o exercício de
2005, que modificaram o marco regulatório da EPT.
106. O quadro 4 compila as novas exigências legais, os indicadores já desenvolvidos
na PNP para a aferição dessas metas e os indicadores em construção. Apresenta, também, indicador
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que, embora previs-to, ainda não está contemplado e indicadores não previstos em instrumento
normativo.
Quadro 4 – Indicadores da Plataforma Nilo Peçanha
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Indicador Situação
1. Índice de Eficiência da Instituição Esta medida está contemplada pelo indicador Taxa de
Ocupação, proposto pelo GT Indicadores. Eficiência
Acadêmica e o Gasto Corrente por aluno também
podem ser enquadrados como indicadores de
eficiência institucional
2. Índice de Eficácia da Instituição Sintetizado pelo " Índice de Eficiência Institucional".
Outros indicadores relacionados são: Taxa de
Abandono, Taxa de Evasão, Taxa de Retenção, Taxa
de Conclusão Bruta e Taxa de Conclusão Líquida
3. Alunos Matriculados em Relação à Força Tal medida é contemplada pelo indicador proposto,
de Trabalho "Relação Matrículas por Professor (RAP)"
4. Matrículas nos Cursos Técnicos [%] Tornado obrigatório em resposta à determinação do
art. 8° da Lei 11.892/2008. Corresponde a "Matrículas
Equivalentes em Cursos Técnicos"
5. Matrículas para a Formação de Corresponde a "Matrículas Equivalentes em
Professores e Licenciaturas [%] Formação de Professores "
6. Matrículas Proeja [%] Corresponde a “Matrículas Equivalentes em Proeja”
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conceito de matrículas equi-valentes (Meq), que objetiva ajustar as matrículas de acordo com a carga
horária, esforço e nível dos cursos
115. Outra inovação foi a introdução de indicadores “por ciclo” – conclusão,
evasão, retenção e eficiência acadêmica, medidos em termos percentuais. Um ciclo de matrícula
envolve a oferta de um curso com uma carga horária definida, com mesma data de início e mesma
previsão de término visando a englo-bar um conjunto de matrículas de alunos para obtenção de uma
mesma certificação ou diploma. Essa ino-vação permite que cursos oferecidos em instituições
distintas sejam comparáveis.
116. Os indicadores construídos tratam ainda das seguintes dimensões:
a) economicidade: Gasto corrente por matrícula, Gastos com pessoal, Gastos com
outros cus-teios e Gastos com investimentos;
b) eficiência: eficiência acadêmica por ciclo;
c) eficácia: conclusão por ciclo
117. Os indicadores propostos estão alinhados parcialmente como o novo marco
regulatório da EPT, carecendo, ainda, de completude, pois não traduzem a diversidade de produtos
ofertados pela Re-de, conforme seção “Finalidades e objetivos da Rede e indicadores – as dimensões
Ensino, Pesquisa e Ex-tensão”, acima.
118. A verticalização do ensino, o atendimento à lei das cotas (Lei 12.711/2012) e a
oferta de vagas em cursos noturnos, exigências do novo marco regulatório, ainda não possuem
indicadores plenamente de-senvolvidos.
119. Ainda, os indicadores de gestão sugeridos pela Setec refletem parcialmente o
desempenho da Rede, sendo válidos para aferir apenas aspectos da dimensão Ensino, dos
macroprocessos finalísticos de atuação da Rede Federal de Educação Tecnológica.
120. Quanto ao canal de divulgação das informações e dos indicadores propostos, a
PNP represen-ta um avanço em relação ao modelo preconizado pelo Acórdão 2.267/2005-TCU-
Plenário (mediante rela-tório de gestão, em formato PDF), pois a divulgação das informações é feita
com os atributos da Lei de Acesso à Informação – Lei 12.527/2011 – integridade, ambiente web,
possibilidade de extração de relató-rios em formato aberto, granular e não proprietário.
121. Quanto à utilidade dos indicadores existentes na Plataforma Nilo Peçanha,
observa-se que o conjunto de indicadores está alicerçado na legislação que norteia a atuação da Rede
Federal: capacidade de oferta de vagas (a e b); eficiência e eficácia (c, d e h), adequação da força de
trabalho docente (f e g) e adequação do orçamento atribuído à instituição (i, j e k)
122. Desta forma, observa-se que os indicadores constantes da Plataforma Nilo
Peçanha estão es-sencialmente destinados à comprovação de atendimento de exigências legais
definidas na Lei 11.892/2008, no Plano Nacional de Educação – Lei 13.005/2014, na Lei 12.711/2012
e no Decreto 5.840/2006, conforme quadros 3 e 4 acima.
123. Quanto aos indicadores constantes do Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário,
observa-se que as alterações legislativas, em especial a Lei 11.892/2008, exigem reformulação de
alguns indicadores, con-forme a seguir descrito (vide quadro 3).
124. Os indicadores constantes do subitem 9.1.1, alíneas “b”, “c”, ”f” e “h”,
consideravam relações com base no número de alunos e a Lei 13.005/2014(metas 10, 11 e 12),
considera o termo “matrículas”. A Plataforma Nilo Peçanha ajustou o conceito de matrícula para
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matrícula equivalente, em especial para ajus-tes de carga horária de cursos de formação continuada
(FIC) de curta duração.
125. Os índices de eficiência acadêmica (Item 9.1.1, alínea “d”) e de retenção do
fluxo escolar (Item 9.1.1, alínea “e”), com os ajustes da Plataforma Nilo Peçanha, passaram a avaliar
a eficiência e a re-tenção por ciclo de matrículas, considerando que a estrutura pluricurricular
estabelecida na Lei 11.892/2008 para a atuação dos Institutos Federais permite a oferta de cursos
com diferentes ciclos de du-ração (mensal, semestral, anual).
126. E os indicadores que refletiam os percentuais de gastos com pessoal, outros
gastos correntes e investimentos foram substituídos pelos valores dos gastos em cada categoria.
127. De acordo com as técnicas de auditoria do Tribunal de Contas da União, em
roteiro sobre téc-nicas de indicadores de desempenho (TCU, Portaria Segecex 33, de 23/12/2010), um
indicador de desem-penho é um número, percentagem ou razão que mede um aspecto do desempenho
da gestão, com o objeti-vo de comparar a medida calculada com as metas preestabelecidas.
128. Dentre os indicadores apontados no quadro 3, que se referem ao Acórdão
2267/2005-TCU-Plenário e aos existentes na Plataforma Nilo Peçanha, apenas os indicadores de
titulação docente e da re-lação matrícula por professor possuem metas estabelecidas no Plano
Nacional de Educação, para fins de comparação quanto ao efetivo atendimento de metas.
129. Os seguintes indicadores do Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário se referem a
números quanti-tativos, sem relacionamento com metas estabelecidas: percentual de gastos com
pessoal, percentual de gas-tos com outros custeios, percentual de gastos com investimentos, número
de alunos matriculados classifi-cados de acordo coma renda per capita familiar. Tratam-se de
informações extraídas do Siafi ou dos regis-tros acadêmicos, cujos dados estão divulgados na
Plataforma Nilo Peçanha.
130. O indicador “relação candidato/vaga” (item 9.1.1, alínea “a”, do Acórdão
2267/2005-TCU-Plenário) teve a terminologia “candidato” alterada na Plataforma Nilo Peçanha
para “inscritos”, que está em consonância com o termo “inscrição”, constante dos editais de seleção.
131. O indicador “relação ingressos/aluno” (item 9.1.1, alínea “b”, do Acórdão
2267/2005-TCU-Plenário), conforme demonstrado em relatórios de análise da Setec/MEC, não possui
utilidade prática, uma vez que não considera os percursos formativos (ciclos de duração) dos cursos.
Neste aspecto, foi substituído na Plataforma Nilo Peçanha por informações sobre o quantitativo de
alunos ingressantes e ma-trículas (aba 1.1 da PNP).
132. No mesmo sentido, os indicadores de “eficiência acadêmica de concluintes” e
de “retenção do fluxo escolar” também foram alterados na Plataforma Nilo Peçanha, de modo a
avaliar a eficiência acadê-mica e a retenção com base no período de duração de cada curso (ciclo de
formação).
133. Tendo em vista que o objetivo de avaliar a eficiência acadêmica deve considerar
o período de conclusão dos cursos, as modificações propostas na Plataforma Nilo Peçanha adequam-
se à atuação pluri-curricular dos Institutos Federais, conforme definido no art. 2º da Lei 11.892/2008.
134. Os demais indicadores constantes da Plataforma Nilo Peçanha (PNP) atendem
às exigências normativas da Lei 11.892/2008 e do Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014).
135. Diante do exposto, do surgimento de novo marco normativo e da necessidade de
disponibili-zar informações sobre a EPCT, propõe-se alterar o Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário, em
especial, consi-derando os seguintes aspectos:
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profissional, a exemplo das integrantes do Sistema S, desse modo será proposto o envio de cópia da
deliberação que vier a ser proferida ao Minis-tério da Educação (MEC) e ao Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
VII. ANÁLISE DOS COMENTÁRIOS DOS GESTORES
179. A versão preliminar deste relatório foi submetida à Setec/MEC para
comentários, conforme e-mail de envio (peças 18 e 21), considerando-se como uma boa prática
constante do Manual de Auditoria Operacional deste Tribunal – Portaria-Segecex 4/2010.
180. Em resposta, a Setec/MEC apresentou comentários (peças 20 e 23), os quais
foram analisados mediante instrução acostada à peça 24. A atual versão incorporou alguns dos
esclarecimentos, críticas e complementações apresentadas pelos gestores.
181. Os comentários apontados pela Setec/MEC reforçam a necessidade de proposta
de alteração do Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário, em face das alterações na legislação que rege a
atuação da Rede Federal de EPCT.
182. A resposta da Setec/MEC também demonstra que as dificuldades de intercâmbio
de dados entre os diversos sistemas acadêmicos das instituições que compõem a Rede Federal de
ECPT criou “pro-blemas de homogeneização de procedimentos entre as várias autarquias” (peça 20,
p. 6). A Setec/MEC re-forçou as limitações do Sistec, descritas nos itens 51 e 52 do relatório
preliminar, indicando a necessidade de integração do referido sistema com os sistemas acadêmicos
(peça 23, p. 3).
183. Além disso, a demanda anual de validação/confirmação de dados por meio de
relatórios de in-consistências do Revalide enviados aos Institutos Federais e demais instituições da
Rede Federal também reforça que há necessidade de plano de ação para adoção de solução de
tecnologia que atenda à meta 19 do Termo de Acordo de Metas (TAM).
184. A DDR/Setec apontou concordância que a ausência de indicadores que avaliem
a oferta pela Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica de ações/projetos de pesquisa,
inovação e extensão precisa ser superada.
VIII. CONCLUSÃO
185. Com a implantação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, por meio da Lei 11.892/2008, as áreas de atuação das instituições que a integram foram
significativamente ampliadas, com atuação nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, com
oferta de educação superior (cursos superiores e pós-graduação), educação básica e profissional
(ensino fundamental com educação de jovens e adultos, ensino médio e ensino técnico-profissional,
cursos de formação profissional continuada), conforme apontado nos itens 1645 deste relatório.
186. Atualmente, os dados da rede federal de EPCT são consolidados no âmbito da
Plataforma Ni-lo Peçanha - PNP, desde 2018, com base em informações extraídas do Siafi (dados
financeiros), do Siape (dados relativos a docentes e técnicos educacionais) e Sistec (dados relativos a
matrículas, duração dos cursos, vagas ofertadas, número de inscritos), conforme descrito nos itens
54-60 deste relatório.
187. Em relação aos dados extraídos do Sistec, antes do cálculo dos indicadores, são
submetidos a um processo de qualificação/validação de dados, o qual envolve a Setec, os dirigentes
das instituições, pesquisadores institucionais e setores de registros acadêmicos em cada instituição.
188. O processo denominado Revalide decorre de inconsistências nos dados
extraídos do Sistec. Entretanto, grande parte do conjunto de inconsistências decorre de informações
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não previstas/não inseri-das no referido sistema, no momento de entrada dos dados, mas que são
necessárias para o cálculo dos in-dicadores previstos na Plataforma Nilo Peçanha.
189. Desta forma, para fins de obtenção de dados para cálculo dos indicadores da
Plataforma Nilo Peçanha, há um processo de validação que exige a atuação de diversos setores das
instituições que inte-gram a Rede Federal de Educação Tecnológica.
190. Este processo poderia ser simplificado com a adoção de um sistema
padronizado de coleta de dados necessários para a produção das estatísticas da EPCT, conforme
exige a Meta 19, dos Termos de Acordos de Metas e Compromissos (TAM), firmados entre o
Ministério da Educação, por intermédio da Setec, e os Institutos Federais (conforme descritos nos
itens 46-67 deste relatório). Propõe-se, neste aspec-to, determinação à Setec/MEC, para que, em
articulação com o Conif e os Institutos Federais, elabore pla-no de ação para implantação de sistema
ou solução de tecnologia de informação que atenda aos objetivos descritos na meta 19 do Termo de
Acordo de Metas e Compromissos de 2010.
191. Com as mudanças na legislação dos Institutos Federais, em especial a Lei
11.892/2008 e o Plano Nacional de Educação, um conjunto de indicadores não comtemplados no
Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário (relator Ministro Benjamin Zymler) passou a ser exigido da
Setec/MEC.
192. O Acórdão 2267/2005-TCU-Plenário, neste aspecto, carece de alteração para
que os indicado-res estejam de acordo com o novo marco legislativo da Rede Federal de Educação
Profissional e Tecnoló-gica, em especial para a inclusão de indicadores exigidos pela legislação, já
implementados ou em imple-mentação na Plataforma Nilo Peçanha (itens 68-138 deste relatório).
Neste sentido, será proposta alteração do referido Acórdão.
193. A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica ainda não possui
indicadores que avaliem as ações de pesquisa, inovação e extensão, e também não há indicadores de
acompanhamento de empregabilidade e de inserção dos egressos no mercado de trabalho (conforme
descrito nos itens 139-171 deste relatório). Neste aspecto, propõe-se determinar que a Setec que, em
articulação com o Conif e os Institutos Federais, elabore plano de ação para adoção de providências
para a instituição de indicadores relacionados a ações/projetos de pesquisa e extensão e indicadores
de empregabilidade de alunos egressos, conforme já apontado no Acórdão 506/2013-TCU-Plenário
(Relator Ministro José Jorge).
194. A implementação de censo da educação profissional e de sistema nacional de
avaliação dos cursos técnicos (itens 172-178 deste relatório) exige atuação integrada do Ministério
da Educação e de ór-gãos/entidades a ele vinculados, bem como de entidades do setor privado que
atuam na educação profis-sional, a exemplo das integrantes do Sistema “S”. Deste modo, propõe-se,
encaminhar ao Ministério da Educação (MEC) e ao Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) cópia do rela-tório, voto e acórdão que vier a ser proferido, de modo a permitir
que o MEC avalie a conveniência e opor-tunidade de criar agenda de discussões sobre o tema com os
principais atores do setor.
IX. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
195. Ante o exposto, submete-se o presente relatório à consideração superior com as
seguintes pro-postas:
195.1. Alterar os indicadores constantes do subitem 9.1.1 do Acórdão 2.267/2005-
TCU-Plenário (re-lator Ministro Benjamin Zymler), para refletir as exigências do novo marco legal
aplicável à atuação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e à dinâmica
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de atuação dessas entida-des, conforme descrição abaixo, sem prejuízo de que sejam introduzidos
novos indicadores:
a) Relação de Inscritos por Vagas;
b) Ingressantes e matrículas;
c) Conclusão por ciclo;
d) Eficiência Acadêmica por ciclo;
e) Retenção por ciclo;
f) Matrícula/professor;
g) Titulação Docente;
h) Gasto corrente por matrícula;
i) Gastos com pessoal;
j) Gastos com outros custeios;
k) Gastos com investimentos; e
l) Informações de matrículas por cor/renda.
195.2. Determinar à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério
da Educação (Setec/MEC), com base no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU (RITCU),
que elabore e en-caminhe a este Tribunal, no prazo de 180 dias, podendo contar, a seu critério, com a
articulação com os institutos federais ou com o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de
Educação Profissio-nal, Científica e Tecnológica (Conif), plano de ação que inclua cronograma
detalhado, com descrição das etapas e definição de responsabilidades, bem como cópia de estudos e/ou
atas de reunião que justifiquem as decisões e limitações, para implantação dos seguintes itens:
a) Sistema ou solução de tecnologia de informação que atenda aos objetivos descritos na
meta 19 do Termo de Acordo de Metas e Compromissos de 2010 (adesão ao sistema SIGA-EPCT ou
compro-misso com a transferência para sua base de dados, via digital, das informações mínimas
solicitadas pelo MEC/Setec), em especial no que diz respeito a automatização da relação entre os
diversos sistemas neces-sários ao controle e gestão da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica;
b) Indicadores das atividades de pesquisa e extensão e de empregabilidade de egressos das
instituições que compõem a Rede Federal de Educação profissional, Científica e Tecnológica.
195.3. Encaminhar ao Ministério da Educação (MEC) e ao Instituto Nacional de
Pesquisas Educaci-onais Anísio Teixeira (Inep) cópia do relatório, voto e acórdão que vier a ser
proferido, tendo em vista o relato sobre a ausência de um sistema nacional de avaliação da educação
profissional e de um censo da educação profissional, de modo a permitir que o MEC avalie a
conveniência e oportunidade de criar agen-da de discussões sobre o tema com os principais atores do
setor, a exemplo de entidades do Sistema S; e
195.4. Arquivar os presentes autos, nos termos do art. 169, inciso III, do Regimento
Interno.
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VOTO
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qualificação e validação desses registros, denominado de Revalide, com duplicação de esforços e risco
de perda de integridade das informações.
Ajuste firmado em 2010, entre o Ministério da Educação, por intermédio da Setec/MEC, e
os Institutos Federais previu, na meta 19 dos Termos de Acordos de Metas e Compromissos (TAM), a
adoção de sistema padronizado de coleta de dados necessários para a produção das estatísticas da
EPCT. Para isso, seria necessário integrar ou, pelo menos, harmonizar os sistemas de tecnologia de
informações das diversas entidades da rede federal educação profissional, científica e tecnológica com
um sistema de gerenciamento único que pudesse alimentar a Plataforma Nilo Peçanha de forma mais
eficiente, barata e segura. Essa solução integrada ainda não foi implementada.
Em suma, o país ressente-se de adequado e preciso censo da educação profissional,
científica e tecnológica, agravado pela ineficiência dos sistemas e bases de dados para o cálculo de
indicadores de gestão da Plataforma Nilo Peçanha, o que compromete o acompanhamento do
desempenho e formulação de políticas públicas mais consistentes no âmbito da rede federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Além disso, as alterações normativas derivadas da Lei 11.892/2008 e do Plano Nacional de
Educação (Lei 13.005/2014) impõem que sejam atualizados os indicadores de gestão constantes da
PNP, o que abrange os indicadores construídos a partir da determinação do Acórdão 2267/2005-TCU-
Plenário, os quais devem ser compatibilizados com as novas metas estabelecidas naqueles diplomas
legais.
Outra grave lacuna identificada pela instrução refere-se à ausência de coleta e
sistematização de dados para a instituição de indicadores relacionados a ações, projetos de pesquisa e
extensão, bem como indicadores de acompanhamento de empregabilidade de alunos egressos, apesar
de anterior recomendação deste Tribunal por meio do Acórdão 506/2013-TCU-Plenário. Sem essas
referências, não há como aquilatar o desempenho da rede federal de EPCT também nas dimensões de
pesquisa, extensão e de efetividade do cumprimento da missão daquelas instituições.
Diante desse quadro, acolho a proposta da Unidade Técnica no sentido de determinar a
atualização e construção de novos indicadores de gestão que possam melhor instrumentalizar o
controle externo e o gestor na avaliação da educação profissional ofertada pela Rede Federal de
Educação Profissional e Tecnológica,
Feitas essas considerações, voto por que o Tribunal acolha a minuta de acórdão que ora
submeto à deliberação do colegiado.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 24 de março de
2021.
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1. Processo nº TC 038.129/2019-1.
2. Grupo I – Classe de Assunto V: Relatório de Levantamento.
3. Interessados/Responsáveis:
3.1. Interessado: Identidade preservada (art. 55, caput, da Lei n. 8.443/1992)
3.2. Responsável: Identidade preservada (art. 55, caput, da Lei n. 8.443/1992).
4. Órgãos/Entidades: Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca; Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais; Colégio Pedro Ii; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Farroupilha; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Bahia; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Brasília; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Pernambuco; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia; Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Santa Catarina; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo; Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Acre; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Amazonas; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato
Grosso do Sul; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará; Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Paraná; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí; Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul; Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio de Janeiro; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do
Norte; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano; Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais; Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Tocantins; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro; Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense; Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Goiano; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul -rio-grandense; Secretaria
de Educação Profissional e Tecnológica.
5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do Desporto
(SecexEduc).
8. Representação legal: não há
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de de levantamento cujo objeto é conhecer e
avaliar os indicadores construídos no âmbito da Plataforma Nilo Peçanha (PNP), com base em dados
relativos às instituições que integram a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica (EPCT), a fim de a subsidiar o TCU quanto a novo modelo de Indicadores de Gestão
dessas Instituições.
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Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA
Procuradora-Geral
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