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DEFEITOS DO

NEGÓCIO JURÍDICO
PROFESSORA: Mª VANESSA ÉRICA DA SILVA SANTOS
• Vontade se manifesta com algum vício que torne o negócio anulável;
• Código Civil brasileiro menciona e regula seis defeitos: erro, dolo,
coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores.
• No art. 171, II, diz ser anulável o negócio jurídico que contenha tais
vícios. Dispõe o art. 178 do Código Civil:
• “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do
negócio jurídico, contado:
• I — no caso de coação, do dia em que ela cessar;
• II — no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,
do dia em que se realizou o negócio jurídico.”
• Vícios do consentimento: os referidos defeitos, exceto a fraude
contra credores, são chamados de vícios do consentimento, porque
provocam uma manifestação de vontade não correspondente com o
íntimo e verdadeiro querer do agente. Criam uma divergência, um conflito
entre a vontade manifestada e a real intenção de quem a exteriorizou.

• Vício social: a fraude contra credores não conduz a um descompasso


entre o íntimo querer do agente e a sua declaração, mas é exteriorizada
com a intenção de prejudicar terceiros. Por essa razão, é considerada
vício social.
ERRO

O erro consiste em uma falsa


representação da realidade. Nessa Não é qualquer espécie de erro
modalidade de vício do que torna anulável o negócio
consentimento, o agente engana- jurídico. Para tanto, segundo a
se sozinho. Quando é induzido em doutrina tradicional, deve ser
erro pelo outro contratante ou por substancial.
terceiro, caracteriza-se o dolo.
• Erro substancial ou essencial é o que recai sobre circunstâncias e
aspectos relevantes do negócio. Há de ser a causa determinante, ou
seja, se conhecida a realidade, o negócio não seria celebrado.
• Erro acidental é o que se opõe ao substancial, porque se refere a
circunstâncias de somenos importância e que não acarretam efetivo
prejuízo, ou seja, a qualidades secundárias do objeto ou da pessoa. Se
conhecida a realidade, mesmo assim o negócio seria realizado. O art. 143
do Código Civil é expresso no sentido de que “o erro de cálculo apenas
autoriza a retificação da declaração de vontade”. Não há, nesse caso,
propriamente um vício na manifestação da vontade, mas uma distorção
em sua transmissão, que pode ser corrigida
• Art. 139. O erro é substancial quando:
• I — interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das
• qualidades a ele essenciais;
• II — concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a
declaração
• de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
• III — sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou
• principal do negócio jurídico.”
• O erro substancial pode ser, portanto:
ERRO SOBRE O OBJETO (ERROR IN CORPORE)

• É o que incide sobre a identidade do objeto. A manifestação da vontade


recai sobre objeto diverso daquele que o agente tinha em mente.
Exemplos: o da pessoa que adquire um quadro de um aprendiz,
supondo tratar-se de tela de um pintor famoso;
• Características do próprio objeto;
• Acha que é sobre uma espécie de bem e, na verdade é outro.
ERRO SOBRE A NATUREZA DO NEGÓCIO/ ERRO
SOBRE ALGUMA DAS QUALIDADES ESSENCIAIS DO
OBJETO PRINCIPAL (ERROR IN SUBSTANTIA OU ERROR IN
QUALITATE)

Pela ausência de qualidade


Pela espécie do bem: a essencial: ex: quer um
espécie negocial desejada carro de corrida (quer
é diferente; um veículo, mas ele tem
que ser especial)
• ocorre quando o motivo determinante do negócio é a suposição de que o
objeto possui determinada qualidade que, posteriormente, verifica-se
inexistir. Neste caso, o erro não recai sobre a identidade do objeto, que é
o mesmo que se encontrava no pensamento do agente.

• Todavia, não tem as qualidades que este reputava essenciais e que


influíram em sua decisão de realizar o negócio. Exemplos: pessoa que
adquire um quadro por alto preço, na persuasão de se tratar de original,
quando não passa de cópia; ou, ainda, indivíduo que compra um relógio
dourado, mas apenas folheado a ouro, como se fosse de ouro maciço;
ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA)

• Identidade (matrimônio)
• Qualidade (advogado de renome)
• concerne aos negócios jurídicos intuitu personae. Pode referir-se tanto à identidade
quanto às qualidades da pessoa. Exige-se, no entanto, para ser invalidante, que tenha
influído na declaração de vontade “de modo relevante” (CC, art. 139, II, segunda parte).
Exemplo: doação ou deixa testamentária a pessoa que o doador supõe,
equivocadamente, ser seu filho natural ou, ainda, a que lhe salvou a vida108.
Essa modalidade de erro tem especial importância no casamento e nas
liberalidades, como na doação e no testamento, e nos negócios onerosos
celebrados intuitu personae.
ERRO DE DIREITO (ERROR JURIS)

Exemplo: pessoa que contrata a


importação de determinada
Má compreensão dos ditames É o falso conhecimento, ignorância mercadoria ignorando existir lei que
contidos nas normas jurídicas (achou ou interpretação errônea da norma proíbe tal importação. Como tal
que uma conduta era lícita, mas na jurídica aplicável à situação ignorância foi a causa determinante
verdade era ilícita) concreta. do ato, pode ser alegada para anular
o contrato, sem com isso se
pretender que a lei seja descumprida.
• Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a
declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e
pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
• O vício na vontade manifestada tem que ser relevante.
• Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de
vontade.
• Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a
pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para
executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. (isso não
vale,por exemplo, para obrigações personalíssimas, como um arquiteto
renomado)
• O art. 140 do Código Civil, que cuida do chamado “erro sobre os
motivos”, prescreve:
• “Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando
expresso como razão determinante.”
• Se uma pessoa faz uma doação a outra porque é informada de que o
donatário é seu filho, a quem não conhecia, ou é a pessoa que lhe salvou a
vida e posteriormente descobre que tais fatos não são verdadeiros, a
doação poderá ser anulada somente na hipótese de os referidos motivos
terem sido expressamente declarados no instrumento como razão
determinante. Se não o foram, não poderá ser invalidada. Não se admite,
em face da dicção do citado art. 140, a anulação de negócio jurídico pela
manifestação tácita da vontade.
DOLO

• Artifício ardil que faz uma das partes celebrar um negócio jurídico prejudicial;
• O dolo difere do erro porque este é espontâneo, no sentido de que a vítima se engana
sozinha, enquanto o dolo é provocado intencionalmente pela outra parte ou por terceiro,
fazendo com que aquela também se equivoque;
• Consequência: invalidade
• Espécies:
• Dolo Principal: artifício atinge a substância do negocio jurídico (invalidade)
• Dolo Acidental: atinge aspectos secundários do negócio jurídico
• Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Art. 147. Nos negócios jurídicos
bilaterais, o silêncio intencional de
Dolo negativo- Omissão
uma das partes a respeito de fato
intencional a respeito de fato ou
ou qualidade que a outra parte
qualidade que a outra parte não
haja ignorado, constitui omissão
saiba.
dolosa, provando-se que sem ela o
negócio não se teria celebrado.
• DOLO DE TERCEIRO- Má fé de um terceiro estranho ao negócio jurídico.
• Se a parte beneficiada sabia: anulabilidade e responde junto com o
terceiro.
• Se a parte beneficiada não sabia: negócio permanece, só o terceiro
responde.
• Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a
parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso
contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas
as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
• Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o
representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se,
porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá
solidariamente com ele por perdas e danos.
DOLO BILATERAL- se ambas as partes
agiram com dolo, não podem alegar uma
contra a outra.

“Art. 150. Se ambas as partes procederem


com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular
o negócio, ou reclamar indenização.”
COAÇÃO

• Parecido com o dolo, mas há uma violência psicológica traduzida por meio de ameaça.
• Existe vontade do coagido, porém ela é viciada;
• Padrão do homem médio;
• Temor reverencial não conta;
• Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo,
contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o
emprego da violência psicológica para viciar a vontade.
• Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao
paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou
aos seus bens.
• Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz,
com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
• Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na
gravidade dela.
• Coação absoluta ou física (vis absoluta) — nesta espécie de coação, inocorre
qualquer consentimento ou manifestação da vontade. A vantagem pretendida pelo coator
é obtida mediante o emprego de força física.
• Por exemplo: a colocação da impressão digital do analfabeto no contrato,
agarrando-se à força o seu braço. Embora, por inexistir nesse caso qualquer
manifestação de vontade, os autores, em geral, considerem nulo o negócio, trata-se, na
realidade, de hipótese de inexistência do negócio jurídico, por ausência do primeiro e
principal requisito de existência, que é a declaração da vontade.
• Coação relativa ou moral (vis compulsiva) — a coação que constitui
vício da vontade e torna anulável o negócio jurídico (CC, art. 171, II) é a
relativa ou moral. Nesta, deixa-se uma opção ou escolha à vítima:
praticar o ato exigido pelo coator ou correr o risco de sofrer as
consequências da ameaça por ele feita. Trata-se, portanto, de uma coação
psicológica.
• É o que ocorre, por exemplo, quando o assaltante ameaça a vítima,
apontando-lhe a arma e propondo-lhe a alternativa:“a bolsa ou a vida”.
Aplicação do Estado de necessidade do direito penal

ESTADO DE Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém,


PERIGO premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua
família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à


família do declarante, o juiz decidirá segundo as
circunstâncias.
Grave dano
A outra parte
pode ser moral
precisa saber;
ou material;
• O estado de perigo ocorre quando alguém se encontra em perigo e, por isso, assume
obrigação excessivamente onerosa, como no caso da pessoa que está prestes a se afogar
e promete toda a sua fortuna a quem o salvar da morte iminente.
• Já a lesão ocorre quando não há estado de perigo, por necessidade de salvar-se; a
‘premente necessidade’ é de natureza econômica, ou seja, de obter recursos para salvar
o patrimônio do agente.
CARACTERÍSTICAS

• Uma situação de necessidade — o aludido dispositivo menciona o fato de o agente


estar premido da “necessidade” de salvar a si mesmo ou pessoa de sua família. A
necessidade aparece como título justificativo ou constitutivo da pretensão
anulatória. Essa necessidade acaba sendo desfrutada pelo outro contratante, como já
dito.
• Iminência de dano atual e grave — obviamente o perigo de dano deve ser atual,
iminente, capaz de transmitir o receio de que, se não for interceptado e afastado, as
consequências temidas fatalmente advirão.
• Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano;
• Incidência da ameaça do dano sobre a pessoa do próprio declarante ou de sua
família;
• Conhecimento do perigo pela outra parte;
• Assunção de obrigação excessivamente onerosa — é mister que as condições
sejam significativamente desproporcionais, capazes de provocar profundo desequilíbrio
contratual.
LESÃO

• Prestações desproporcionais entre as partes em um negócio jurídico;


• Requisito: inexperiência ou necessidade;
• Deve considerar os valores vigentes ao tempo da realização do NJ;
• Se houver suplemento que supre a desproporção, o negócio continua ou se a parte
concordar com a redução do proveito;
• Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
• § 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
• § 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
• Lesão é, assim, o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as
prestações de um contrato no momento de sua celebração, determinada pela premente
necessidade ou inexperiência de uma das partes. Não se contenta o dispositivo com
qualquer desproporção: há de ser manifesta.
• A lesão compõe-se de dois elementos:
• o objetivo, consistente na manifesta desproporção entre as prestações recíprocas,
geradoras de lucro exagerado; e o subjetivo, caracterizado pela “inexperiência” ou
“premente necessidade” do lesado.
• O lesionado poderá, desse modo, optar pela anulação ou pela revisão do contrato,
formulando pedido alternativo: a anulação do negócio ou a complementação do preço.
A FRAUDE CONTRA CREDORES

• O novo Código Civil coloca no rol dos defeitos do negócio jurídico a fraude contra
credores, não como vício do consentimento, mas como vício social, uma vez que não
conduz a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração.

• A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo, mas é exteriorizada com


a intenção de prejudicar terceiros, ou seja, os credores. Por essa razão, é considerada
vício social.
• A regulamentação jurídica desse instituto assenta-se no princípio do direito das
obrigações segundo o qual o patrimônio do devedor responde por suas obrigações167.
• É o princípio da responsabilidade patrimonial, previsto no art. 957 do novo Código,
nesses termos: “Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito
sobre os bens do devedor comum”.
• O patrimônio do devedor constitui a garantia geral dos credores. Se ele o desfalca
maliciosa e substancialmente, a ponto de não garantir mais o pagamento de todas as
dívidas, tornando-se assim insolvente, com o seu passivo superando o ativo, configura-
se a fraude contra credores
• Dois elementos compõem o conceito de fraude contra credores:
• o objetivo (eventus damni), ou seja, a própria insolvência, que constitui o ato prejudicial
ao credor; e
• o subjetivo (consilium fraudis), que é a má-fé do devedor, a consciência de prejudicar
terceiros.
• Desse modo, o credor somente logrará invalidar a alienação se provar a má-fé do
terceiro adquirente, isto é, a ciência deste da situação de insolvência do alienante. Este
é o elemento subjetivo da fraude: o consilium fraudis, ou conluio fraudulento.
• O art. 159 do Código Civil presume a má-fé do adquirente “quando a insolvência (do
alienante) for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante”.
• Insolvência notória — a notoriedade da insolvência pode se revelar por diversos atos,
como pela existência de títulos de crédito protestados, de protestos judiciais contra alienação
de bens e de várias execuções ou demandas de grande porte movidas contra o devedor.
• Motivos para conhecê-la — embora a insolvência não seja notória, pode o adquirente ter
motivos para conhecê-la. Os casos mais comuns de presunção de má-fé do adquirente, por
haver motivo para conhecer a má situação financeira do alienante, são os de aquisição do bem
por preço vil ou de parentesco próximo entre as partes.
• Hipóteses legais
• Vejamos as espécies de negócios jurídicos passíveis de fraude.
• Atos de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida; (ART.158 CC)
• Pagamento antecipado de dívida (art. 162 CC)
• Ação pauliana ou revocatória- É a ação pela qual os credores impugnam os atos
fraudulentos de seu devedor
AÇÃO PAULIANA OU REVOCATÓRIA

• ação pauliana, nesse caso, tem natureza desconstitutiva do negócio jurídico. Julgada
procedente, anula-se o negócio fraudulento lesivo aos credores, determinando-se o
retorno do bem, sorrateira e maliciosamente alienado, ao patrimônio do devedor;
• seu objetivo é a restauração do estado jurídico anterior, isto é, a recomposição do
patrimônio do devedor, que constitui a garantia do credor ameaçado pelo ato
fraudulento;
LEGITIMIDADE ATIVA

• os credores quirografários (CC, art. 158, caput) — Essa possibilidade decorre do fato de
não possuírem eles garantia especial do recebimento de seus créditos. O patrimônio
geral do devedor constitui a única garantia e a esperança que possuem de receberem o
montante que lhes é devido;

• só os credores que já o eram ao tempo da alienação fraudulenta (CC, art. 158, § 2º)—
Os que se tornaram credores depois da alienação já encontraram desfalcado o
patrimônio do devedor e mesmo assim negociaram com ele. Nada podem, pois, reclamar.
LEGITIMIDADE PASSIVA

• Dispõe o art. 161 do Código Civil que a ação pauliana, “nos


casos dos arts. 158 e 159,poderá ser intentada contra o
devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a
estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes
que hajam procedido de má-fé”.
VALIDADE DOS NEGÓCIOS ORDINÁRIOS
CELEBRADOS DE BOA-FÉ PELO DEVEDOR
• Dispõe, com efeito, o art. 164 do Código Civil:“ Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé
e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento
mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família”.
• Permite-se, portanto, ao devedor insolvente, evitar a paralisação de suas atividades
normais, fato este que somente agravaria a sua situação, em prejuízo dos credores, que
veriam frustradas as possibilidades de receber os seus créditos.
• Dessa forma, o dono de uma loja, por exemplo, não fica, só pelo
fato de estar insolvente, impedido de continuar a vender as
mercadorias expostas nas prateleiras de seu estabelecimento.
Não poderá, todavia, alienar o próprio estabelecimento, porque
não se trataria de negócio ordinário, nem destinado à
manutenção de sua atividade comercial.

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