EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

VARA DA FAZENDA PÚBLICA.

(10 LINHAS)

Empresa Alfa, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no

CNPJ/MF sob o nº, endereço eletrônico, com sede na, bairro, cidade, Estado,
neste ato representada por meio de seus sócios (conforme contrato social em
anexo), por meio de seu advogado, que a este subscreve, com endereço,
bairro, cidade, Estado, vem à presença de Vossa Excelência, propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA C/C TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA DE

URGÊNCIA

em face do MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público interno, com

endereço, bairro, cidade, Estado, na pessoa de seu representante legal, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostos.

I. DOS FATOS

Os Vereadores do Município X, no qual se encontra estabelecida a empresa

Alfa, aprovaram uma lei instituindo a taxa de conservação e limpeza pública
das vias públicas, com o objetivo de custear tal serviço público municipal. De
acordo com a referida lei, a taxa será calculada mediante a aplicação de uma
alíquota de 0,5% sobre o valor venal dos imóveis localizados na zona urbana
do Município. Mesmo sabendo que o tributo somente passará a ser exigido a
partir de 1º de janeiro do próximo ano. Por meio desta ação a autora requer o
cancelamento dessa taxa.

II. DO DIREITO

Taxa é o tributo cobrado de alguém que se utiliza de serviço público

especial e divisível, de caráter administrativo ou jurisdicional, ou o tem à sua
disposição, e ainda quando provoca em seu benefício, ou ato seu, despesas
especial dos cofres públicos.
 Segundo o artigo 77 do Código Tributário Nacional, para ser fato gerador de
taxa, o serviço deve ser específico (aqueles que podem ser destacados em
unidades autônomas de intervenção, de unidade ou de necessidades públicas)
e divisível (quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada
um de seus usuários).

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos

Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como
fato gerador o exercício regular do poder de polícia,
ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.

Ocorre que as referidas taxas grifadas em fls.1 são inexigíveis, por não
atenderem aos requisitos de especificidade e divisibilidade (arts. 77 e 79, II e III
do CTN e art. 145, II da CF), sendo assim limpeza pública e a conservação de
vias e logradouros são serviços públicos gerais ou seja universais, não se
restringindo aos respectivos moradores.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia

ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;

Quanto à base de cálculo das taxas, a Constituição apenas veda ao

legislador a adoção da mesma própria dos impostos (art. 145, parág. 2º).

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo

própria de impostos.

Município quer aplicar uma alíquota de 0,5% sobre o valor venal dos
imóveis localizados na zona urbana, que é base de cálculo de um imposto o
IPTU.
 O Supremo Tribunal Federal é flexível na interpretação desta vedação
constitucional na medida em que proíbe apenas que haja integral identidade
entre a base de cálculo da taxa e a do imposto, admitindo que a taxa possa
adotar um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado
imposto, entendimento que está consolidado na Súmula Vinculante 29: “ é
constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos
da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja
integral identidade entre uma base e outra”

III. CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA DE

URGÊNCIA

Concede-se a tutela de urgência caso haja fundado receio de dano irreparável

ou de difícil reparação nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, in
verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando

houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.

§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz

pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a
outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida

liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não

será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Ora Vossa excelência, estamos diante de um lançamento de um tributo

Inconstitucional, o Autor apresenta a demonstração da probabilidade do direito,
ou seja, uma lesão que está em vias de ocorrer o que leva o contribuinte a
propor a ação.

O perigo de dano resta evidenciado, pois o Autor tem a possibilidade de

sofrer uma execução fiscal com constrição de bens, sabe-se que o país já
possui cargas tributárias elevadíssimas, que oneram o cidadão em todos em
todos os lados, bem como o pagamento indevido de um tributo acarreta a
perda do poder aquisitivo.

Verifica-se, Vossa Excelência, que a situação do Autor atende

perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da medida
antecipatória.

IV. DO PEDIDO

a. Concessão da tutela provisória antecipada de urgência para o fim de

evitar o lançamento do tributo.
b. Procedência do pedido de declaração de inexistência da relação jurídica.
c. A citação do Município de X, no endereço inicialmente referido, para
apresentar resposta, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria
de fato;
d. Seja o réu condenado ao pagamento das despesas, custas e honorários
advocatícios na fixação máxima de 20%, com fulcro no artigo. 85 CPC.

V. DAS PROVAS

Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, depoimentos de

testemunhas, bem como provas, documentais e outras, que eventualmente
venham a surgir.

VI. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Atendendo o disposto no artigo 319, VII CPC, vem a parte autora informar que
não tem interesse na audiência de conciliação ou mediação.

Dá-se à causa o valor de R$ XXXX (valor)

Nestes termos,

pede e espera deferimento

, de março de 2021