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Lucia Santaella
PAULUS
Que caminhos interatuantes <is cornunii.nftcs v ,r. .til*-, vir
ram percorrendo, especialmente no último m h ii I....... H o,
desde que o campo das c o m u n K p . i v . o u ,i o<up,n
lugar cada vez mais dilatado n.r. ciilliii r. d, r. mm IimI.hIi-,
industriais e pós-industriais? Que iomm'<|ih'im l.r. .1 i<-v< 1I11
ção tecnológica trouxe par.i ,is .11 tr-, ,1 p.mu d.i invtMn..ui
da fotografia? Quais foram as hmi,oi", do*, <11 th.i.r. <||<uit<>
da hegemonia dos meios ric (oinunli (jm- .ipmpii.i
ções e usos os meios de (oimml(.M,,»i> l<'m tciin d.i m lr ■
Que papéis sociais vitais .1.irt<* pode drMMtipriilMi n,i ,milil
ência cultural das mldlas?
LUCIA SANTAÊLLA é doutora ii!i tinrM llleirtila |inl* (MM e Hvin dmiMite *rn
Ciências da Comunk.Mo |>*l« USf» lntltitM n* |nm umiIiumh «um( mtiuilKAÇAo
e Semiótica da lJU( SP, D# ui« mitorlii, * 'iului |itihllinii (
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Q uestõ es Fundamentais u ■
< o k v lo QUESTÕES FUNDAMENTAIS Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Uvra SP. Brasil)
Santaella, Lucia
D ir e ç ã o Por que as comunicações e as artes estão convergindo? /
Paulo Bazaglia Lucia Santaella. — São Paulo: Paulus, 2005.
— (Coleção Questões fundamentais da comunicação: 5 /
coordenação Valdir José de Castro)
C oordenação
ISBN 978-85-349-2300-2
Q uestões F u n d a m e n ta is d a C o m u n ic a ç ã o
1. Arte e sociedade 2. Comunicação de massa 3. Cultura
Valdir José de Castro de massa I.Castro. Valdir José de. II. Titula III. Série.
04-8225_____________________________________CDD-306.47
Q uestões F u n d a m e n t a is d o C o t id ia n o
índices para catálogo sistemático:
Maria Paula Rodrigues I. Comunicações e artes: Intersemioticidade:
Sociologia 306.47
Q uestões F u n d a m e n t a is d a E d u c a ç ã o
Ecleide Cunico Furlanetto
Q uestões F u n d a m e n t a is d a F é
Darci Luiz Marin
Q uestões F u n d a m e n t a is do S er H u m a n o
Maria Angela Vilhena
Q uestões F u n d a m e n t a is d a Saúde
Leo Pessini
E d it o r a ç ã o
PAULUS
Im p re s s ã o e a c a b a m e n to
PAULUS
3a edição, 2008
© PAULUS - 2005
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Tel. (11) 5087-3700
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editorial@paulus.com.br
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ISBN 978-85-349-2300-2
Lucia Santaella
Por que
as comunicações
e as artes
estão convergindo?
PAULUS
Introdução
valores consumistas.
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otografias são consideradas mais objetivas e
confiáveis do que os desenhos e pinturas. A obje-
--------- tividade superior da câmera resultou da mecani
zação e da automação do registro das aparências visuais.
Em função disso, mesmo quando a qualidade da resolução
da foto não era tão alta quanto hoje, a fotografia sempre se
constituiu em um signo dom inantemente indexical A luz
refletida do objeto fotografado altera a química do filme
a ser revelado, de m odo que o negativo e sua revelação
sejam, de fato, um reflexo direto do m u n d o externo. Há
um a relação física, espacial e existencial entre a fotografia
e o fotografado, entre o signo e seu objeto referencial. Não
é por acaso que, m uito rapidamente, a fotografia adquiriu
u m status privilegiado na sociedade, estando fadada a
precipitar o declínio de um a arte até então dominante: a
do retrato. Mas essa era apenas a ponta do iceberg.
dução da imagem. Essas técnicas, entretanto, têm muito dica, no design arquitetônico e industrial, na produção
pouco a ver com as possibilidades radicalmente novas, de vinhetas para a TV, na publicidade, no cinema, tanto
instauradas pelo computador, na era das imagens pós- comercial quanto independente, nos games e no vídeo.
fotográficas, que são criadas numericamente, por meio Mais e mais, os equipamentos padrões de gravação tanto
de simulações que independem de quaisquer formas de sonora quanto visual, na produção de filmes e vídeos
registro da realidade visível. Disso advém a necessidade de foi incorporando a tecnologia digital, enquanto m icro
se levar o pensamento de Benjamin à frente para refletir processadores foram se alojando dentro das tecnologias
sobre a nova lógica representacional da tecnologia digital, tradicionais.
da qual o computador é a ferramenta básica, e que engloba
Tendo acesso aos com putadores e a seus programas
todas as áreas da arte tecnológica contemporânea, dos
de produção e manipulação da imagem e do texto, um
filmes às fotografias, à música sintetizada, aos CD-Roms
até as artes nas e das redes. amplo espectro de artistas e poetas começou a usá-los
constituindo o que foi cham ado de arte computacional,
Tanto quanto posso ver, o cam inho para se com preen incluindo um a ampla m argem de possibilidades, tais
der essa nova lógica começa no reconhecimento de dois como a gráfica e a animação computadorizada, imagens
m om entos historicamente bem demarcados: o m om ento digitalizadas, esculturas cibernéticas, shows de laser
da emergência do paradigma pós-fotográfico da imagem, controlados e m anipulados por com putador, eventos
seguido, pouco mais tarde, pela era pós-imagem ou hi- cinéticos e telecomunicacionais etc.
permidiática.
Segundo Hayward (1990: 149), nos períodos prévios
A imagem pós-fotográfica ou imagem numérica rece da história da arte, até o aparecimento do cinema, os
beu, nos anos 1980, o nom e mais técnico de computação prim órdios da tecnologia estavam voltados para o de
gráfica. Trata-se da linguagem digital, que permite a p ro senvolvimento e aperfeiçoamento de materiais. O artista
dução e manipulação de quaisquer elementos da imagem tinha, então, que se haver com a técnica, isto é, com a
e que, no dizer de Peter Weibel (apud Rush, 2001: 170), habilidade para m anipular e aperfeiçoar esses materiais.
transform ou a imagem em um sistema dinâmico. Não As m ídias fotomecânicas representaram u m a fase de
apenas a imagem pode ser produzida numericam ente, transição na qual a tecnologia começou a desem penhar
como também as fotografias são traduzidas na linguagem um crescente papel no processo de criação, mas ainda
do com putador por escaneamento. As imagens bidim en um papel em que havia ainda um a base material sobre a
sionais são “renderizadas” na linguagem m atem ática qual se agir diretamente.
binária do computador. Assim, o material prim ário da
Com o advento da mídia eletrônica, a técnica não diz
fotografia torna-se maleável, visto que passa a se constituir
inteiramente de dígitos discretos. mais respeito à habilidade de m anipular materiais, mas
sim à habilidade de manipular tecnologia. Na computação
Esse m odo altamente complexo e sofisticado de p ro gráfica, por exemplo, apesar do artista estar aparentcmcn tc
dução visual foi gradativamente penetrando nas mais imbuído das mesmas preocupações de um Carrava^io em
diversas esferas e práticas: na pesquisa científica e mé- relação à manipulação da cor, da luz e da sombra, da Icxlu
62 Por que as comunicações e as artes estão convergindo?
5 Introdução
L) 1. Pontos de partida para a reflexão
I 2. As afinidades 8c atritos entre a fotografia
e a arte
n 3. O cinema experimental 8c o cinema como arte
\7 4. A arte 8c a industrialização da cultura
11 5. As mídias 8c as imagens artísticas
IS 6. A pós-m odernidade & a desterritorialização
da cultura
M 7 . 0 vídeo 8c as artes
8. A comunicação digital 8c as artes interativas