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PRÉ-MODERNISMO – AUGUSTO DOS ANJOS

LISTA DE TESTES

Prof.ª Sol
1.(MACK-SP) Assinale a alternativa onde aparece uma característica b) Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
que não se aplica à obra de Augusto dos Anjos. Apedreja a mão vil que te afaga,
a) referência à decomposição da matéria. Escarra nessa boca que te beija!
b) pessimismo diante da vida.
c) amor reduzido a instinto. c) Meia-noite.
d) incorporação de vocabulário científico. Ao meu quarto me recolho.
e) nacionalismo exaltado. Meu Deus! E este morcego!
2. (BE) Leia o soneto de Augusto dos Anjos e marque a alternativa E, agora, vede:
correta: Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco, d) Beijarei a verdade santa e nua,
Monstro de escuridão e rutilância, Verei cristalizar-se o sonho amigo…
Sofro, desde a epigênese da infância, Ó minha virgem dos errantes sonhos,
A influência má dos signos do zodíaco. Filha do céu, eu vou amar contigo!

Produndissimamente hipocondríaco, e) Agregado infeliz de sangue e cal,


Este ambiente me causa repugnância... Fruto rubro de carne agonizante,
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Filho da grande força fecundante
Que se escapa da boca de um cardíaco. De minha brônzea trama neuronial.

Já o verme — este operário das ruínas — 4. (L.Ativa) Sobre o livro Eu, de Augusto dos Anjos, classifique as
Que o sangue podre das carnificinas
afirmativas seguintes de verdadeiras ou falsas:
Come, e à vida em geral declara guerra,
( ) O título do livro é uma contradição: os poemas não retratam o
mundo interior do poeta.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos, ( ) O que mais impressiona nos poemas de Augusto dos Anjos é a
Na frialdade inorgânica da terra! pregação da felicidade, da realização plena do ser humano.
( ) O mundo exterior era, para o poeta, um caos completo. Ao seu
I. O poema condensa todos os elementos centrais da poética de redor, via a matéria putrefata, o lado degenerado da vida, com
Augusto dos Anjos, autor que se apropriou de um vocabulário sombras, vermes, cadáveres, urubus, cemitérios.
científico para produzir efeito de angústia existencial diante das ( ) Para Augusto, a vida era sem cor, sem brilho. Querendo fugir a
implacáveis leis da natureza. tudo isso, o poeta vasculha o mundo interior, talvez à procura de
II. Em todas as expressões, as realidades cósmicas e vitais acham-se respostas para as suas descrenças.
vinculadas a qualificações depressivas e substantivos que indicam o
mal e a morte: “Monstro de escuridão e rutilância”; “Já o verme —
5. (UFSM-RS) Leia o soneto da questão 2, cujo título é Psicologia de
este operário das ruínas —/Que o sangue podre das carnificinas/
um vencido.
Come, e à vida em geral declara guerra”.
A partir do soneto, é correto afirmar:
III. Nos quartetos há a preferência pelos vocábulos coloquiais, uma
I. Ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu lírico
das principais características da poesia de Augusto dos Anjos.
desce ao limite inferior da materialidade biológica pois, pensando em
IV. Trata-se de um soneto em versos decassílabos com a presença
termos de átomos (carbono) e moléculas (amoníaco), que são
de rimas ricas (rimas entre palavras de classes gramaticais diferentes
estudados pela Química, constata-se uma dimensão onde não existe
(rutilância e infância) e uma rima rara (roê-los e cabelos), no qual o
qualquer resquício de alma ou de espírito.
poeta demonstra grande virtuosismo técnico e certa inspiração
II. O amoníaco, no soneto, é uma metáfora de alma, pois, segundo o
parnasiana.
eu lírico, o homem é composto de corpo (carbono) e alma (amoníaco)
a) Todas estão corretas. e, no fim da vida, o corpo (orgânico) acaba, apodrece, enquanto a
b) Apenas I está correta. alma (inorgânica) mantém-se intacta.
c) I, e II estão corretas. III. O soneto principia descrevendo as origens da vida e termina
d) II, III e IV estão corretas. descrevendo o destino final do ser humano; retrata o ciclo da vida e
e) Apenas IV está correta. da morte, permeado de dor, de sofrimento e da presença constante e
ameaçadora da morte inevitável.
3. (MACK-SP) A estrofe que NÃO apresenta elementos típicos da
Está(ão) correta(s)
produção poética de Augusto dos Anjos é:
a) apenas II. d) apenas I e III.
b) apenas III. e) apenas II e III.
a) Eu, filho do carbono e do amoníaco, c) apenas I e II.
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

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6. (UNB- adaptado) 02) O poema faz lembrar outro famoso poema do mesmo autor,
Decadência "Versos íntimos", cuja temática trata da falta de solidariedade entre
os humanos. Ambos são pessimistas e trabalham com imagens de
Iguais às linhas perpendiculares morte e de indiferença dos outros ante o sofrimento do eu-lírico.
Caíram, como cruéis e hórridas hastas, 04) O poema faz lembrar outro famoso poema do mesmo autor,
Nas suas 33 vértebras gastas "Violões que Choram", que, através da sonoridade, evoca impressões
Quase todas as pedras tumulares! vagas, harmônicas e melancólicas. Compare o verso "fazia frio e o
frio que fazia", por exemplo, com "vozes veladas, veludosas vozes".
08) O poema é um soneto, decassílabo, sem preocupação em fechar
A frialdade dos círculos polares, com chave de ouro e marcado pelo uso criativo da sonoridade, como
Em sucessivas atuações nefastas, a sequência de /f/ em "fazia frio e o frio que fazia", que sugere a
Penetrara-lhe os próprios neuroplastas, presença de vento, sem que o vento esteja mencionado
Estragara-lhe os centros medulares! explicitamente no texto.
16) Embora o poema seja suficientemente sugestivo para aceitar
Como quem quebra o objeto mais querido mais de uma interpretação, podemos afirmar que um dos temas
E começa a apanhar piedosamente presentes no texto é a mágoa causada pela rejeição. O eu-lírico
Todas as microscópicas partículas, ocupa a posição de quem é rejeitado, pois o "tu" do poema recusa-
lhe abrigo no dia frio. Se pudéssemos supor que o eu-lírico
Ele hoje vê que, após tudo perdido, representado é um poeta (o texto não nos diz se é ou não),
Só lhe restam agora o último dente poderíamos arriscar uma certa analogia com a fábula da cigarra e da
E a armação funerária das clavículas! formiga: o poeta, ao produzir arte, seria semelhante à cigarra cantora,
abandonada para morrer de frio pela formiga indiferente. 32) O
A partir da leitura do soneto Decadência, de Augusto dos Anjos, poema pode ser lido, entre outras formas, como uma espécie de
julgue os itens seguintes, se verdadeiros ou falsos. analogia do mito do vampiro; ao ser-lhe recusado o abrigo, ele se
( ) Ressaltando o efeito sonoro e semântico, o poeta insere palavras "esvazia" na luz do dia, tornando-se apenas pele muito enrugada
do campo semântico da ciência em contexto poético. (pergaminho) e ossos. As facas de aço remetem aos dentes
( ) Mais que à decadência física, o poeta alude ao medo da morte, pontiagudos. O título do poema ("Solitário") aponta para a natureza
que aterroriza a humanidade. solitária do vampiro, e a insistente referência ao frio é metáfora da
( ) Na segunda estrofe, o emprego do mais-que-perfeito do indicativo frieza que o monstro sente em relação aos humanos.
indica que os fatos ali mencionados são anteriores aos referidos na 64) O poema conta com várias palavras que remetem diretamente à
1.ª estrofe. ideia de morte. Além disso, vocábulos como "solidão", "ermos", "frio",
( ) O desenvolvimento do tema do poema foi realizado em dois "Desgraça", "carcaça" e "ossos" reforçam em muito essa ideia.
quartetos e dois tercetos, o que é característico do soneto. Esse Podemos concluir que o poema deseja passar uma impressão de
desenvolvimento pode ser dividido em duas partes: nos dois extrema morbidez para o leitor.
quartetos, o poeta fala do passado e, nos dois tercetos, do presente. 8.(VUNESP) Leia os versos que seguem:
( ) Na última estrofe do poema, a contradição semântica entre os "Como quem esmigalha protozoários
trechos “após tudo perdido” e “Só lhe restam agora” conduz ao Meti todos os dedos mercenários...
entendimento de que o primeiro desses trechos constitui uma Na consciência daquela multidão...
hipérbole. E, em vez de achar a luz que os céus inflama,
7. (UEM) Leia o poema abaixo e, a seguir, assinale o que for correto. Somente achei moléculas de lama
Solitário E a mosca alegre da putrefação!"
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta, Esses versos apresentam em conjunto características relativas a
Por trás dos ermos túmulos, um dia, ritmo, métrica, vocabulário, sintaxe e figuras de linguagem, tornando
Eu fui refugiar-me à tua porta! possível a identificação de um estilo mesclado de dois estilos
artísticos diferentes. Esse estilo foi marca inconfundível de um autor
Fazia frio e o frio que fazia brasileiro que os críticos em geral consideram de difícil
Não era esse que a carne nos conforta... enquadramento histórico-literário.
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta! Tendo em vista tais informações, assinale a alternativa correta.
a) O autor é Machado de Assis e os estilos mesclados são Realismo
Mas tu não vieste ver a minha Desgraça! e Modernismo.
E eu saí, como quem tudo repele, b) O autor é José de Alencar da última fase e os estilos mesclados
- Velho caixão a carregar destroços – são Romantismo e Realismo.
Levando apenas na tumbal carcaça c) O autor é Augusto dos Anjos e os estilos mesclados são
O pergaminho singular da pele Simbolismo e Naturalismo.
E o chocalho fatídico dos ossos! d) O autor é Castro Alves e os estilos mesclados são Romantismo e
Augusto dos Anjos Realismo.
e) O autor é Sousândrade e os estilos mesclados são Romantismo e
Ermos = vazios. Incisivas = afiadas; pontiagudas. Tumbal = de
Modernismo.
tumba, de túmulo.
01) O poema é um soneto hendecassílabo, com rimas emparelhadas,
ricas, fechando com chave de ouro. A linguagem é preciosista e GABARITO
elaborada, fazendo pensar nos sonetos "cinzelados" da geração 1.E 2.C 3.D 4.FFVV 5.D 6.VVVVV 7. 2+8+16+64=90 8.C
parnasiana, mais ou menos contemporânea do autor.

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