O poema descreve a visão do autor sobre o futuro de Portugal:
1) Um país onde as crianças podem brincar livremente e manter a inocência da infância;
2) Com espaços verdes e contato com a natureza, mas também infraestruturas modernas;
3) Onde o passado não define o presente e o futuro, que podem ser construídos de forma positiva.
O poema descreve a visão do autor sobre o futuro de Portugal:
1) Um país onde as crianças podem brincar livremente e manter a inocência da infância;
2) Com espaços verdes e contato com a natureza, mas também infraestruturas modernas;
3) Onde o passado não define o presente e o futuro, que podem ser construídos de forma positiva.
O poema descreve a visão do autor sobre o futuro de Portugal:
1) Um país onde as crianças podem brincar livremente e manter a inocência da infância;
2) Com espaços verdes e contato com a natureza, mas também infraestruturas modernas;
3) Onde o passado não define o presente e o futuro, que podem ser construídos de forma positiva.
Afonso Mendes nº2; Pedro Alves nº25; MIGUEL TORGA – BIBLIOGRAFIA
Nascimento: 12 de agosto de 1907, Vila Real
Falecimento: 17 de janeiro 1995, Coimbra
Pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha
Emigrou para o Brasil em adolescente e estudou medicina em Coimbra
Miguel Torga destacou-se como poeta memorialista mas também escreveu romances e peças de teatro
Abordou temas como:
– A angustia da morte; A revolta; – A justiça e a liberdade; O amor; PLATEIA – MIGUEL TORGA
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
um só que fosse e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa, A da partida. Mas podemos fazer a descoberta Do que presta E não presta Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste. Miguel Torga, in Poesia Completa, Lisboa, Publicações Dom quixote, 2007 ESTRUTURA EXTERNA
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
um só que fosse e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa, A da partida. Estrutura externa Mas podemos fazer a descoberta • Estrutura estrofica3 estrofes, 1 sextilha e 2 sétimas- Irregular Do que presta • Estrutura rimática: Sem rima- Irregular E não presta • Estrutura métrica: Irregular Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste. Miguel Torga, in Poesia Completa, Lisboa, Publicações Dom quixote, 2007 LINHAS TEMÁTICAS
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
um só que fosse e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Linhas temáticas Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa, A da partida. Mas podemos fazer a descoberta Do que presta E não presta Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste. Miguel Torga, in Poesia Completa, Lisboa, Publicações Dom quixote, 2007 ASSUNTO DO POEMA
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
um só que fosse e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Posta em cena! O inconformismo Não podemos mudar a hora da chegada, Nem talvez a mais certa, • O poeta recorre a um discurso reflexivo para demonstrar a sua A da partida. oposição quanto a condição humana Mas podemos fazer a descoberta • Preocupação com o destino do pais e da população Do que presta E não presta • Procura constante do verdadeiro significado da existência humana Nesta vida.
• A poesia é representada como expressão de revolta
E o que não presta é isto, esta mentira Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste. Miguel Torga, in Poesia Completa, Lisboa, Publicações Dom quixote, 2007 RECURSOS EXPRESSIVOS
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
um só que fosse e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa, Recursos expressivos A da partida. • Interrogação retorica V.1 Mas podemos fazer a descoberta Do que presta • Hipérbole V.3 E não presta Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste. Miguel Torga, in Poesia Completa, Lisboa, Publicações Dom quixote, 2007 INTERTEXTUALIDADE
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
um só que fosse e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Intertextualidade Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa, A da partida. Mas podemos fazer a descoberta Do que presta E não presta Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste. Miguel Torga, in Poesia Completa, Lisboa, Publicações Dom quixote, 2007 RUY BELO – BIBLIOGRAFIA
Nascimento - São João da Ribeira, Rio Maior, a 27 de Fevereiro de 1933.
Falecimento - Queluz, Sintra, no dia 8 de agosto de 1978. Licenciou-se em Direito Canónico na Universidade S. Tomás de Aquino, em Roma. Regressado a Portugal, foi diretor literário da Editorial Aster e foi também chefe de redação da revista Rumo. Apesar do curto período de atividade literária, Ruy Belo tornou-se um dos maiores poetas portugueses da segunda metade do séc. XX, tendo as suas obras sido reeditadas diversas vezes. Em 1981, a sua obra, organizada em três volumes com o título Obra Poética de Ruy Belo, foi alvo de revisitação crítica, sendo considerada uma das mais importantes obras da poesia portuguesa contemporânea. O PORTUGAL FUTURO – RUY BELO
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível e sobre o leito negro do asfalto da estrada as profundas crianças desenharão a giz esse peixe da infância que vem na enxurrada e me parece que se chama sável Mas desenhem elas o que desenharem é essa a forma do meu país e chamem elas o que lhe chamarem portugal será e lá serei feliz Poderá ser pequeno como este ter a oeste o mar e a espanha a leste tudo nele será novo desde os ramos à raiz À sombra dos plátanos as crianças dançarão e na avenida que houver à beira-mar pode o tempo mudar será verão Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz mas isso era o passado e podia ser duro edificar sobre ele o portugal futuro Ruy Belo, Homem de Palavra(s), 1970 ESTRUTURA EXTERNA
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível e sobre o leito negro do asfalto da estrada as profundas crianças desenharão a giz O poema é constituído por 19 versos, ou seja, de verso esse peixe da infância que vem na enxurrada livre apresentando irregularidade métrica e rima e me parece que se chama sável Mas desenhem elas o que desenharem emparelhada, cruzada e interpolada, logo não tem esquema é essa a forma do meu país rimático definido devido ao versilibrismo (corrente literária e chamem elas o que lhe chamarem em que o uso do verbo é livre, não obedece a esquema portugal será e lá serei feliz rimático e reflete a irregularidade). Poderá ser pequeno como este ter a oeste o mar e a espanha a leste tudo nele será novo desde os ramos à raiz À sombra dos plátanos as crianças dançarão e na avenida que houver à beira-mar pode o tempo mudar será verão Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz mas isso era o passado e podia ser duro edificar sobre ele o portugal futuro Ruy Belo, Homem de Palavra(s), 1970 LINHAS TEMÁTICAS
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível e sobre o leito negro do asfalto da estrada as profundas crianças desenharão a giz esse peixe da infância que vem na enxurrada e me parece que se chama sável Mas desenhem elas o que desenharem é essa a forma do meu país e chamem elas o que lhe chamarem portugal será e lá serei feliz Poderá ser pequeno como este ter a oeste o mar e a espanha a leste tudo nele será novo desde os ramos à raiz À sombra dos plátanos as crianças dançarão e na avenida que houver à beira-mar pode o tempo mudar será verão Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz mas isso era o passado e podia ser duro edificar sobre ele o portugal futuro Ruy Belo, Homem de Palavra(s), 1970 ASSUNTO DO POEMA
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível e sobre o leito negro do asfalto da estrada as profundas crianças desenharão a giz esse peixe da infância que vem na enxurrada e me parece que se chama sável Mas desenhem elas o que desenharem é essa a forma do meu país e chamem elas o que lhe chamarem portugal será e lá serei feliz Poderá ser pequeno como este ter a oeste o mar e a espanha a leste tudo nele será novo desde os ramos à raiz À sombra dos plátanos as crianças dançarão e na avenida que houver à beira-mar pode o tempo mudar será verão Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz mas isso era o passado e podia ser duro edificar sobre ele o portugal futuro Ruy Belo, Homem de Palavra(s), 1970 RECURSOS EXPRESSIVOS
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível e sobre o leito negro do asfalto da estrada as profundas crianças desenharão a giz Recursos expressivos esse peixe da infância que vem na enxurrada • “puro pássaro” é uma metáfora da Liberdade; e me parece que se chama sável Mas desenhem elas o que desenharem • as “crianças” representam a ausência de limites, o é essa a forma do meu país inconformismo e recusa de submissão. e chamem elas o que lhe chamarem portugal será e lá serei feliz • "verão" está associação com o amadurecimento das Poderá ser pequeno como este colheitas, ou seja, a construção do novo Portugal; ter a oeste o mar e a espanha a leste • "relógio" tem uma conotação positiva: a organização do tudo nele será novo desde os ramos à raiz quotidiano; e uma conotação negativa: o controlo por À sombra dos plátanos as crianças dançarão parte do Estado opressor; e na avenida que houver à beira-mar pode o tempo mudar será verão Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz mas isso era o passado e podia ser duro edificar sobre ele o portugal futuro Ruy Belo, Homem de Palavra(s), 1970 O PORTUGAL FUTURO – RUY BELO