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CONSERVATÓRIO PERNAMBUCANO DE MÚSICA

TA2 – 1º semestre de 2020


Profa. Marcelí Silveira de Lima Seabra

Ficha 7 Quiálteras, polirritmia e compassos mistos e alternados

QUINTINAS E SEPTINAS

Já sabemos que as quiálteras são grupos de notas empregados com maior ou menor valor do que
normalmente representam. Sabemos também que as quiálteras podem ser aumentativas ou diminutivas,
regulares ou irregulares e positivas ou negativas. Vamos revisar:

QUIÁLTERA REPRESENTAÇÃO
Aumentativa Aumenta o número de notas em relação à divisão normal.
Diminutiva Diminui o número de notas em relação à divisão normal.
Regular Quando todas as figuras têm o mesmo valor.
Irregular Quando é formada por figuras de valores diferentes.
Positiva Quando são representadas apenas por figuras.
Negativa Quando são representadas por figuras e pausas.

Também já conhecemos diversas quiálteras, tais como: duína, tercina, quartina e sextina. As quiálteras que
vamos estudar nesta aula são as quintinas e as septinas. Estas quiálteras podem ser aumentativas ou
diminutivas, dentro do contexto onde elas aparecem. Vamos ver alguns exemplos:

Quintinas e septinas aumentativas:

Quintinas e septinas diminutivas:

Nestes exemplos, coloquei apenas quiálteras regulares e positivas; porém elas podem ser irregulares e
negativas, o que dificulta ainda mais sua execução.

Vejamos alguns exercícios rítmicos que fazem uso de quintinas e septinas:


Robert Starer: Rhythmic Training n° 60

Robert Starer: Rhythmic Training n° 61

Robert Starer: Rhythmic Training n° 64

Você encontrará exemplos destas quiálteras, bem como de outras mais complexas (quiálteras de 8, 9, 11, 13,
etc.) na música de compositores como, por exemplo, Chopin e Liszt.

Exercício: procurar pelo menor um exemplo de quintina e


outro de septina no seu repertório ou na literatura musical.
POLIRRITMIA

Polirritmia é um fenômeno rítmico onde é usado dois ou mais padrões rítmicos ocorrendo simultaneamente,
mas todos estarão baseados em uma mesma fórmula de compasso. Na música erudita, compositores como
Stravinsky, Béla Bartók, Debussy, entre outros, fizeram uso de polirritmia.

Um exemplo de polirritmia bem simples é o que segue:

Outros exemplos de polirritmia:

Almeida Prado: Cartilha Rítmica, ex. IV.5.

Almeida Prado: Cartilha Rítmica, ex. II.31.

Scriabin: Estudo op. 42 n° 2.

Scriabin: Estudo op. 42 ° 1.


Chopin: Fantasia-improviso op. 66

Exercício: procurar pelo menos um exemplo de polirritmia no


seu repertório ou na literatura musical.

COMPASSOS MISTOS

Os compassos mistos são compassos de espécies diferentes, executados simultaneamente, porém, o primeiro
tempo de cada compasso deve coincidir. Nesse caso, podemos dizer que os compassos simultâneos têm o
mesmo tamanho. Ou seja, “compasso = compasso” Exemplo:

Robert Starer: nº 97

Robert Starer: nº 96
Alguns compositores já abandonaram esse conceito “compasso = compasso”. O novo conceito é o seguinte: é
escolhida a U.T. de um dos dois compassos para ser a “figura mantida” – “figura = figura”. Neste caso, as
barras de compasso quase não coincidem, quase não se encontram. Por outro lado, este tipo de artifício, se
não for bem articulado, deixa a métrica quase regular. Esse estilo pode parecer mais fácil de tocar, porém, não
é. Veja o exemplo abaixo:

COMPASSOS ALTERNADOS

Compassos alternados são compassos formados pela união de dois ou mais compassos diferentes executados
alternadamente. Às vezes usa-se uma barra auxiliar (pontilhada), porém não é obrigatório.
Os compassos de 5 e de 7 tempos são os exemplos mais simples de compassos alternados. O compasso de 5 é
a junção de um binário e um ternário e tem dois tipos de combinação: 3 + 2 e 2 + 3. Já os compassos de 7
tempos, que também juntam compassos binários e ternários, têm três tipos de combinação: 3 + 2 + 2, 2 + 2 + 3
e 2 + 3 + 2.

A melodia abaixo tem a combinação 2 + 3 (2/4 + 3/4) e foi tirada do livro Sightsinging de Robert Ottman:

A melodia abaixo tem a combinação 3 + 2 + 2 (3/8 + 2/8 + 2/8) e foi tirada do livro Sightsinging de Robert
Ottman:
Às vezes, a música não mantém a mesma regularidade na combinação como é o caso dos exemplos abaixo:

Robert Starer: nº 9, com combinação 2 + 3 e 3 + 2:

Robert Starer: nº 14, com combinação 2 + 2 + 3, 2 + 3 + 2 e 3 + 2 + 2:

Mas, alguns compassos podem não ser tão “regulares” assim e mudar bastante de compasso, como é o caso
dos exemplos a seguir:

Robert Starer: n° 77
Robert Starer: nº 78

Existem outras formas de representar esses compassos. Vejamos alguns exemplos tirados do livro Advanced
Harmony, de Robert Ottman:

Bartok: Mikrokosmos, n° 153 – Dance in Bulgarian Rhythm

Stravinsky: The Rite of Spring

Harris: Symphony n° 3

Bartok: String Quartet n° 5 Exercício:


encontrar pelo
menos um
exemplo de
compassos
mistos e outro
de compassos
Bartok: String Quartet n° 5 alternados no
seu repertório
ou na literatura
musical.

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