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d. Hidrocarbonetos.
e. Álcoois.
O atrito, apesar de muitas vezes ser indesejado (pois dificulta a movimentação relativa entre as
partes), também pode ser necessário. Por exemplo, nós andamos por causa do atrito entre o
chão e o pé (ou chinelo, ou tênis, ou sapato etc.). Caso contrário, não conseguiríamos andar e,
simplesmente, escorregaríamos, como se estivéssemos andando sobre o gelo.
Por qual motivo o atrito existe, impedindo ou dificultando a movimentação relativa entre as
superfícies?
Escolha uma:
d. Gordura animal.
e. Óleos básicos.
Questão 2
Texto da questão
Apesar das pessoas comumente tratarem lubrificantes como substâncias líquidas, existem
outros tipos de lubrificantes. Inclusive, mesmo os lubrificantes líquidos são diferentes entre
si, sendo divididos conforme suas origens.
Qual dos lubrificantes líquidos abaixo é produzido em plantas petroquímicas a partir do
petróleo?
Escolha uma:
a. Óleo vegetal.
b. Óleo animal.
c. Óleo sintético.
d. Óleo mineral.
e. Petróleo.
Questão 3
Texto da questão
Questão 4
Texto da questão
Os lubrificantes são encontrados em diversas formas, que existem para cobrir as mais
diversas aplicações. Enquanto alguns tipos de lubrificantes são apropriados por causa de
sua facilidade de escoamento, outros são por suportarem elevadas temperaturas.
Questão 5
Texto da questão
Alguns dos efeitos do atrito são a dificuldade do movimento relativo entre as superfícies,
desgaste e aquecimento. Apesar destes efeitos soarem como pejorativos, eles podem ser
benéficos e necessários dependendo da aplicação. Porém, na grande maioria, eles são
indesejados.
Em qual das aplicações abaixo o atrito é indesejável?
Escolha uma:
a. Na sola do sapato.
b. Solda por atrito.
c. Motor a combustão.
d. Polimento.
e. Freios.
Questão 2
Texto da questão
A SAE, Society of Automotive Engineers, classificou os óleos de motor de acordo com sua
viscosidade, tanto a frio quanto a quente. No entanto, há uma classificação especial para
óleos multiviscosos, que conseguem atender uma faixa de temperatura de trabalho maior.
Questão 3
Texto da questão
Como visto, os fluidos podem ter uma característica viscosa que independe da tensão e do
tempo, estes chamados de newtonianos, pois obedecem a Lei de Newton. Os fluidos em
que a tensão e taxa de deformação não tem relação linear são os não-newtonianos, e
estes são classificados conforme o comportamento.
Qual o fluido não-newtoniano que demanda uma tensão mínima para iniciar o seu
escoamento?
Escolha uma:
a. Plástico de Bingham
b. Pseudo-plástico
c. Tixotrópico
d. Dilatante
e. Reopético
Questão 4
Texto da questão
Questão 5
Texto da questão
Questão 2
Texto da questão
Questão 3
Texto da questão
Os óleos, com o tempo de uso, pode acabar sendo contaminado ou conter fuligem. A
mistura de fuligem com ácido e água forma a borra, que pode comprometer a eficácia do
trabalho do lubrificante.
Quais aditivos são essenciais para evitar a formação e depósito de borras?
Escolha uma:
a. Antioxidantes e melhoradores de índice de viscosidade.
b. Detergentes e dispersantes.
c. Redutores do ponto de fluidez e antiespumante.
d. Antiespumante e dispersantes.
e. Detergentes e antiespumante.
Questão 4
Texto da questão
Questão 5
Texto da questão
Qual o regime de lubrificação que se tem quando o eixo está em baixa e em alta
velocidade, respectivamente?
Escolha uma:
a. Lubrificação hidrodinâmica e elasto-hidrodinâmica.
b. Lubrificação hidrodinâmica e mista.
c. Lubrificação limítrofe e de contorno.
d. Lubrificação limítrofe e hidrodinâmica.
e. Lubrificação hidrodinâmica e limítrofe.
Questão 2
Texto da questão
A sustentação hidrodinâmica possui mecanismos que devem ser obedecidos para que
ocorra de forma adequada. No caso de superfícies deslizantes, o gradiente de pressão
tem função essencial.
Qual das afirmações abaixo é verdadeira?
Escolha uma:
a. Para lubrificação entre superfícies planas, pode-se utilizar a equação de Petroff.
b. Não há autopressurização hidrodinâmica entre superfícies paralelas.
c. Entre superfícies deslizantes, a pressão máxima ocorre quando o perfil de velocidade é
côncavo.
d. Lubrificação entre superfícies planas ocorre devido ao giro do munhão.
e. No uso de sapatas de sustentação não paralelas, o perfil de velocidades é sempre
linear.
Questão 4
Texto da questão
Questão 5
Texto da questão
Questão 2
Texto da questão
Questão 3
Texto da questão
Questão 4
Texto da questão
Questão 5
Texto da questão
Questão 2
Texto da questão
Fluidos de corte são altamente usados na indústria e nas ferramentarias, porque ela
garante a durabilidade das ferramentas e mantem a temperatura da peça e da ferramenta
reduzida. As características destes óleos são fundamentais para sua eficácia.
Por que a água não é um bom fluido de corte?
Escolha uma:
a. Porque ela evapora, perdendo a atuação como lubrificante.
b. Porque ela dissipa muito calor da peça, atrapalhando a usinagem.
c. Porque ela lubrifica demais, impedindo a usinagem da peça.
d. Porque ela cristaliza com a alta pressão no corte, quebra a ferramenta.
e. Porque ela não protege a peça contra a oxidação.
Questão 3
Texto da questão
O sistema de lubrificação de um motor pode ser feito tanto por salpico quanto com sistema
forçado, sendo o último mais utilizado atualmente devido à melhor capacidade de
lubrificação e de controle do fluxo de óleo.
Qual alternativa abaixo apresenta três importantes componentes do sistema de
lubrificação forçada de motores?
Escolha uma:
a. Bomba, filtro e água.
b. Bomba, filtro e radiador.
c. Bomba, água e cárter.
d. Filtro, cárter e radiador.
e. Bomba, cárter e filtro.
Questão 4
Texto da questão
Questão 5
Texto da questão
'li !'
' a.o.lubrifiu11ln 1 ~ º"°'
· - lub1Mcatn..
parafínicos contêm parafinas em sua
_ , 1 C111•Cn composição; naftênicos contêm naftenos;
"' l 1 Ju.I
e aromáticos contêm hidrocarbonetos
aromáticos.
-
Fonte: Diário do Pré-Sal (2017).
Quadro 1.2 I Tipos de óleos básicos do Com a matéria-prima disponível, os
petróleo e exemplos de aplicação diversos lu brificantes são produzidos, cada
TIPO EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
um com seu respectivo processo de
{ >l eo.s i..~la ntM ()Ara trA.n$formt1d()rAA produção, para posterior aplicação na
F"luu:sos ao oortc
Ôleoa Bâsicoa Neftênicoa
ô loos para compressores
indústria, produtos ou no dia a dia das
,_ ó leos pata amortocooorcs pessoas.
- Lubrificantes tJutocnolivos
lubrificantes mar~imos.
Óleos Básicos Paraf inico& Óleos industriais
Graxas lubrificantes
Produ1os farmacêuticos
- Gtrutas
Vaselinas
Óleo& Bilaico& Aromâticoa
Óleos brancos
Emulsões para indlistrias
ANDERSON, K. J. A History of Lubricants. MRS Bulletin, Cambridge, Reino Unido, v. 16, n. 1O, p.
69, 1991.
BHUSHAN, B. lntroduction to tribology. 2. ed. Columbus, Ohio, USA: John Wiley & Sons, 2013.
O termo Tribologia tem origem grega (Tribo Apesar destes três efeitos (dificuldade de
=Esfregar; Logos= Estudo), que significa o movimento relaltivo, desgaste e
"estudo do atrito, do ato de esfregar". aquecimento) serem muitas vezes vistos
Numa definição mais técnica, Tribologia é a como algo pejorativo, eles também podem
ciência da interação das superfícies em ser benéficos e importantes dependendo
movimento relativo, analisando as da aplicação, por exemplo, em um
práticas, características e desgaste (RADI polimento ou sistemas de frenagem. Da
et ai., 2007). Esta interação entre as mesma forma, especialistas em Tribologia
superfícies causa dificuldade do estudam formas de otimizar estes efeitos
movimento relativo, desgaste e nestas aplicações.
aquecimento, e o trabalho dos
especialistas em tribologia é diminuir estes
efeitos através da manipulação da
superfície e do uso de lubrificantes.
Abaixo seguem exemplos onde o atrito é e • Escrita com o lápis, pois o atrito
onde não é desejado (MILAN, 2017): desgasta o grafite, que se adere ao
papel.
• Onde o atrito é desejado? • Batom, com mecanismo similar ao
• Na sola do sapato, para a pessoa andar. lápis.
Caso contrário, a pessoa escorregaria. • Polimento e retificação, onde o atrito
• Pneus do carro, onde a engenharia desgasta a peça para melhorar seu
trabalha para aumentar a aderência acabamento.
entre o pneu e a pista. • Solda por atrito, que causa
• Freios, pois o atrito dissipa a energia aquecimento e fusão dos materiais.
mecânica do veículo, fazendo-o • Entre outros.
diminuir a velocidade ou parar.
Note que, nas aplicações onde o atrito é
desejado, busca-se benefícios com os
"indesejados" do fenômeno (dificuldade de
movimento relativo, desgaste e
aquecimento). Apesar de se ter uma lista
grande de casos assim,, a grande maioria
ainda deseja evitar o atrito, tal como os
exemplos abaixo (MILAN, 2017).
Fonte: https://goo.gVyKv5tl
• Onde o atrito não é desejado? • Em guarnições de vedações, pois o
• Em motores, onde o movimento das atrito pode afetar a posição e a
partes móveis deve ser o mais livre integridade da vedação (torcendo-o ou
possível. rasgando-o).
• Em mancais, componentes cujo • Quando se tenta empurrar uma caixa
objetivo é otimizar o movimento ou abrir um pote de palmito, que nos
relativo das partes e diminuir o demandam forças excessivas
desgaste. (principalmente o pote de palmito).
• Bases de esqui e pranchas de • E muitos outros.
snowboard, pois o atrito diminui a
velocidade d o atleta. Nestes exemplos, os efeitos do atrito são
• Em sistemas de trainsmissão (como fortemente prejudiciais na aplicação. Para
engrenagem), pois o contato entre as isto, a engenharia cria condições de
partes causa o desgaste, aquecimento diminuir os efeitos, como melhoria das
e ruídos. condições superficiais ou, principalmente,
uso de lubrificantes.
3 Modos de Desgaste
Existem quatro mecani smos de desgaste Figura 2.2 I Mecanismos de desgaste
tradicionalmente aceitos (RADI et al., ~
2007), que inclusive se encontram na
norma DIN 50320 (SCHUITEK, 2007). A
figura 2.2 apresenta ilustrativamente estes
(a) Adtsivo (b} Abrasivo
modos de desgaste (RADI et al., 2007).
~
.
"'"
.-. \,_. J~
~''''''''
Processo de Obtenção
Básicos Sintéticos
e:u. .. ·~···~
Fonte: https://goo.gVJYbeAh
Referências
GONÇALVES, E. B.; PIRES NETO, J. T.; VALLE, M. L. M.; WINDLIN, F. L. Lubrificantes. ln: BRUNETTI,
F. Motores de combustão interna. Blucher, 2012. Vol. 2, p. 215-241.
MELLO, P. B. Lubrificarntes e lubrificação: notas de aula. Porto Alegre, RS: UFRGS, 2013.
PAULI, E. A.; ULIANA, F. S. Lubrificação: mecârnica. Vitória, ES: Apostila SENAl-ES, 1997.
RADI, P. A.; SANTOS, L. V.; BONETII, L. F.; TRAVA-AIROLDI, V.J. Tribologia, Conceitos e
Aplicações. 13° Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA-Xlll ENCITA. Anai s...
São josé dos Campos, SP: Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2007.
Fonte: <http://prism - net work.eu/blog -tags/viscosi ty>. Acesso em: 15 maio 2017.
2 Viscosidade
Propriedade é um dos conceitos mais Viscosidade é a resistência do fluido ao
importantes para tratar sobre as escoamento, podendo dizer que é uma
características e comportamentos de medida do seu atrito interno. De forma
qualquer substância, pois é um atribu to mais técnica, diz-se que a viscosidade é a
mensurável e intrínseco da substância. resistência ao fluido à deformação por
falando de lubrificantes, a viscosidade é, tensão de cisalnamento. Isto pode ser
provavelmente, a mais importante expresso pela Lei de Newton da viscosidade
propriedade, pois ela está fo rtemente (WHITE, 2011 ), como mostrado na Equação
relacionada à facilidade de escoamento do 1, onde 't (lê-se "tau") é a tensão superficial
fluido. do fluido (que é a razão da força tangencial
feda área A), ué a velocidade tangencial e
y é a altura a partir da superfície. A
viscosidade dinâmica é dada pela letra
grega µ(lê -se "mi").
F du (Eq. 1) Figura 3.2 I Escoamento de Couette
• =-=
A
µ-dy ,.
J>laco
Apesar da Lei de Newton tratar a tensão u =V 1~611el!
"=V
superficial como um diferencial da / V
velocidade do fluido com a distância, a /
/ l"Iuid\)
Equação 1 pode ser simplificada, quando a
escala é muito pequena, ao tratar o " / 11(y) visco~o
Fonte: https:l/goo.gVdOmYgP
4 Fluidos Newtonianos e Não Newtonianos
Para os Fluidos que se comportam tal como Os Fluidos não newtonianos são
a Lei de Newton da Equação 1, onde a classificados conforme a variação da
relação entre a tensão de cisalhamento e a tensão de cisalhamento com a taxa de
taxa de deformação (du/dy) é linear, diz-se deformação. Eles são apresentados
que são Fluidos newtonianos. No entanto, graficamente na Figura 3.4, comparando o
nem todos os fluidos são newtonianos, comportamento deles com o newtoniano
podendo ter comportamento diferentes do (WHITE, 2011 ).
linear. Para estes, diz-s.e que são Fluidos
não newtonianos.
figura 3.4 I Classificação e comportamento Os fluidos não newtonianos podem ser:
dos fluidos não newtonianos • Dilatantes: a resistência aumenta com
Tensão (r)
o aumento da tensão. Exemplo: mistura
Dilatante de amido de milho e água, areia
/ Plástico movediça.
, , ,,' Newtoniano
• Pseudoplásticos: a resistência diminui
l ,,,' com o aumento da tensão aplicada.
,, Exemplo: tinta látex.
,'
• Plásticos: fluidos fortemente
Taxa de Deformação
pseudoplásticos. Exemplo: polímeros.
(du/dy)
• Plástico de Bingham: podendo ter
Fonte: Elaborada pelo autor: comportamento linear ou não linear,
demandam uma tensão mínima parra
iniciar o escoamento. Exemplo: pas•ta
de dente, ket chup.
Os fluidos não newtonianos também A maioria dos ól eos lubrificantes são
podem ter efeitos transient es (ou seja, que newtonianos. Porém, existem aplicações de
dependem do tempo d e aplicação da lubrificantes não newtonianos, como óleos
tensão). Os fluidos que demandam um tixotrópicos, graxas plásticas e outras
aumento da tensão com o tempo para graxas que possuem propriedades
manter a mesma taxa de deformação são reopéticas para que haja aumento da
chamados reopéticos, ·enquanto os fluidos viscosidade quando o bombeamento
que demandam uma diminuição da tensão estiver funcionando (PIRES E
com o tempo para manter a mesma taxa de ALBUOUEROUE, 1973). No entanto, como
' '
deformação são os tixotrópicos. dito, são aplicações pouco usuais, mas que
vale a pena ter conhecimento de sua
existência.
S Outras Propriedades e Características dos Lubrificantes
Além da viscosidade, e:xistem outras • Ponto de Fluidez
propriedades e características importantes É a menor temperatura que o óleo ainda
dos lubrificantes e que devem ser flui apenas pelo efeito da gravidade. Este
conhecidas. Elas sempr e estão, de alguma pon to é maior quanto maior a quantidade
forma, relacionadas às condições de de parafinas no óleo, pois elas solidificam
trabalho dos lubrificantes. As demais com a diminuição da temperatura.
propriedades são apresentadas a seguir Enquanto que por um lado se deseja
(CHEVRON CORPORATION, 2005; diminuir a quantidade de parafinas para
GONÇALVES et ai. apud BRUNETTI, 2012; diminuir o ponto de fluidez (e, assim, o
MELLO, 2013; PAULI; lJLIANA, 1997): lubrificante poder trabalhar em
temperatu ras baixas), por outro lado a
redução de parafinas diminui também o IV
e, consequentemente, deixa a viscosidade
do óleo mais sensível com a temperatura.
• Ponto de Fulgor
É a menor temperatura que o óleo
desprende vapores suficientes para que
haja combustão com a presença de uma
chama, provocando um pequeno lampejo.
É importante o conhecimento desta
propriedade para evitar trabalhar com o
lubrificante em temperaturas próximas ao
pon to de fulgor. O aparato experimen tal
mais comum para se determinar esta
propriedade é o Vaso Aberto de Cleveland.
Fonte: https://goo.gVBtlZE7k
• Ponto de Inflamação • Números de Neutralização
Enquanto o ponto de Fulgor é obtido com Números que avaliam o grau de acidez
um lampejo da combustão, o ponto de e alcalinidade do óleo. Os principais
inflamação é a menor temperatura que o números de neutralização são:
óleo desprende vapores suficientes para • TAN (Total Acid Number, que significa
que mantenha a combustão por, pelo Número Ácido Total): é a quantidade de
menos, 5 segundos. É importante que não hidróxido de· potássio (KOH), em mg,
se confunda as duas características, pois necessária para neutralizar a acidez de
usualmente são apresentadas como sendo 1 g de óleo, Um TAN alto significa alta
a mesma coisa. O ponto de inflamação é quantidade de produtos de combustão
maior do que o ponto de Fulgor e de oxidação.
(geralmente entre 15 ºC e 45 ºC,
dependendo do óleo).
• TBN (Total Base Nu mber, que significa • Volatilidade
Número Básico Tota l): também A volatilidade de um lubrificante está
chamada de reserv.a alcalina, é a relacionada à estabilidade do seu
quan tidade de ácido clorídrico (HCI), estado físico. Ou seja, quanto maior a
em termos de quantidade em mg de vo latilidade, maior será a evaporação
hidróxido de potássio (KO H), necessária dos seus componentes. Isto pode afetar
para neutralizar a a lcalinidade de 1 g de a sua composição (caso seja uma
óleo. Um TBN baixo indica reduzida ou mistura de componentes) e seu
nenhuma capacidade de ação trabalho, pois pode ocasionar a
detergente dos aditivos do óleo. formação de bolhas no caso de uma
queda de pressão ou aumento da
temperatura.
• Cor
A cor de um lubrificante não tem
correlação direta fundamental com as
propriedades do lubrificante. No
entanto, esta característica é
importante para questões estéticas
(quando o lubrificante está à vista do
usuário final) e detecção de
vazamentos. Quando o óleo é novo, ele
possui, usualmente, a cor esverdeada
se for parafínica e azulada se naftênica.
Quando usado, o escurecimento indica
presença de fuligem e particulados:.
Fonte: https://goo.qVRfPBFd
• Densidade lubrificante (mais precisamente, é a
É a razão entre a massa e o volume do energia para aumentar em um grau uma
lubrificante, usualmente expressa em massa de um quilo do óleo). Esta
kg/m3 ou em g/cm• (ou g/ml). Esta propriedade é muito importan te quando o
propriedade é muito usada lubrificante tem função térmica, como, po r
comercialmen te, pois se vende e exemplo, remover calor de uma superfície
manipula o óleo pelo volume, mas há a aquecida.
necessidade de saber sua massa.
Também é importante para óleos Existem ainda outras características que
usados, pois através da densidade se podem ser estudadas, no caso de interesse,
pode analisar a contaminação do nas referências desta webau la, como
lubrificante. detergência, estabilidade, ponto de
• Calor Específico congelamento, oleosidade e ponto de
O calor específico é uma propriedade anilina.
termofísica que indica a quantidade de
energia necessária para elevar a
temperatura de uma massa de
6 Classificação dos Óleos Lubrificantes
Duas das principais classificações para A classificação da API é dada por duas
lubrificantes automotivos são as da API letras, sendo a primeira referente ao tipo
(American Petroleum lnstitute - Instituto de motor ("S" para motores a gasolina - "S"
Americano do Petróleo) quanto ao regime de spark, que significa "centelha" - e "C"
de trabalho do motor, e da SAE (Society of para motores diesel- "C" de compressão) e
Automotive Engineers -Sociedade dos a segunda uma sequência alfabética na
Engenheiros Automotivos) quanto à ordem de desenvolvimento. Para motores à
característica da viscosidade do gasolina, as classificações vigentes são (as
lubrificante (GONÇALVES et al. apud anteriores estão obsoletas):
BRUNETTI, 2012; CHEVRON
CORPORATION, 2005; AMERICAN
PETROLEUM INSTITUTE, 2017).
• Sj: para motores de 2001 ou anteriores.
• SL: para motores de 2004 ou
anteriores, com melhor resistência à
corrosão, menor volatilidade e menor
formação de depósitos.
• SM: para motores de 201 Oou
anteriores, com melhor resistência à
oxidação e melhor desempenho a
baixas temperaturas.
• SN: para motores a partir de 2011, com
menor formação de depósitos e menor
formação de borras a altas
temperaturas, além de focar também
em motores a etanol (EBS).
Há uma classificação especial da API que • CH-4: instituída em 1999, para
engloba a classificação ILSAC combustível com máximo de 0,5% de
(lnternational Lubricant Standardization enxofre em peso.
and Approval Committee - Comitê • Cl-4: instituída em 2002, para
Internacional de Padronização e Aprovação combustível com máximo de 0,5% de
de Lubrificantes), que começam com a enxofre em peso, para atender as
letra "G", sendo a única vigente a GF-5, de normas ambientais e uso de EGR
2010. (recirculação de gases de exaustão).
Para motores diesel, há um número "4" na • Cj-4: instituída em 201 O, para
classificação para indicar que o motor é combustível com máximo de 0,05% de
4-tempos. Antes havia também para enxofre em peso.
2-tempos, porém já se encontram
obsoletas. As classificações vigentes para
motores diesel são (estando as anteriores
obsoletas):
• CK-4: instituída em 2017, para A API criou um programa de certificação
combustível com máximo de 0,05% de dos óleos de motor, levando o selo de
enxofre em peso, para controlar "rosquinha" (donut), onde se tem também
emissões quando se usa filtros de a classificação SAE (que falaremos a
particulados e outros sistemas de seguir). Os óleos que atendem a
tratamentos, com melhor resistência à especificação ILSAC vigente levam um selo
oxidação, melhor estabilidade da "estrela" (Starburst). Estes selos podem ser
viscosidade e proteção à degradação vistos na Figura 3.5 (CHEVRON
de componentes. CORPORATION, 2005).
figura 3.5 I Programa de certificação API A classificação da SAE indica o grau de
viscosidade do óleo lubrificante com um
número que, quanto maior ele for, maior
será a viscosidade. A regulamentação SAE
)300 serve para óleos de motor, enquanto a
)306 para óleos de transmissão. A partir da
classificação SAE, é possível determinar o
lubrificante apropriado para o regime de
trabalho. Por exemplo, um óleo de grau
Fonte: Chevron eorporation (2005).
maior (número maior, como o SAE 40 ou
SAE 60) é interessante para trabalho em
alta temperatura, pois não terá sua
viscosidade muito red uzida.
Quando a classificação é apenas por um Os óleos com classificação SAE apenas
número, é especificada a viscosidade do com um número ou com um número
lubrificante a uma temperatura elevada (de seguido do "W" são chamados
100 ºC ou 150 ºC). Quando vem monoviscosos. A Tabela 3. 1 apresen ta os
acompanhada da let ra "W" (de win ter, que valores de viscosidade con forme a SAE
significa "inverno" em i nglês) logo após o )300 para óleos de motor. A temperat ura
número, é especificada a viscosidade em da viscosidade cinemát ica máxima (4ª e 5ª
baixas temperaturas (ele -40 ºC a -1 O ºC), coluna) é 100 ºC, enquanto a temperatura
Estes óleos, como o SAE 15W ou o SAE do "Alta Temp - Alta Tensão (cP)" (6ª
30W, possuem bom desempenho a baixas coluna) é 150 ºC (CHEVRON
temperatu ras. CORPORATION, 2005).
No entanto, existem também os óleos Tabela 3.1 1Valores de Viscosidade
multiviscosos, que são óleos que atendem conforme norma SAE )300
SAt J300 - Remado em Jalldro de 20J.S
a viscosidade dos óleos tanto a baixa wo"
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temperatura quanto a alta temperatura. ~ f,XIO# ·U 'C r.o.ooo•-co'( u .
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sw t.eoo•·» IC IA).Ol)O• •J}'(
Por exemplo, um óleoSAE 10W30 tem a .
1.•• ·~'( loOl.OO•oiO'C •••
viscosidade do óleo SAE 1OW a baixa uw 1,CO(I· ·~'(' ~· ·1$-C
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temperatura e a viscosidade do óleo SAE
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geralmente possuem uma estabilidade "
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maior da viscosidade, permitindo seu uso •• ..., ,.
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para uma faixa maior de trabalho. A " .
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característica multiviscosa destes óleos é Q
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Fonte:
<ht tp://www.widman.biz/English/Tables/1300.html>
. Acessoem:21 maio2017.
Figura 3.6 I Característica de um óleo
multiviscoso SAE 1OW30
Temperatura
·2S ºC 100 "<:
GONÇALVES, E. B.; PIRES NETO, J. T.; VALLE, M. L. M.; WINDLIN, f. L. Lubrificantes. ln: BRUNETTI,
f. Motores de combustão interna. Blucher, 2012. Vol. 2, p. 215-241.
MELLO, P. B. Lubrificantes e lubrificação: notas de aula. Porto Alegre, RS: UFRGS, 2013.
PAULI, E. A. D.; ULIANA, F. S. Lubrificação: mecânica. Vitória, ES: Apostila SENAl-ES, 1997.
. . ..
.. . '
• • •
Antiespumantes
---------
Redutores do Ponto de Fluidez
Fonte: https://goo.gVs8QH7D
- Mecanismo de ação: Ocorre a oxidação • Detergentes:
do aditivo antes da oxidação do óleo (ou - Motivo do uso: Manter as superfícies
seja, atua como um escudo), resultando em limpar e evitar o depósito de borras.
produtos inofensivos para o lubrificante. - Mecanismo de ação: Forma uma barreira
protetora nas superfícies, evitando a
• Anticorrosivos: adesão de borras. Ajudam também a
- Motivo do uso: Neutralização dos ácidos diminuir a coagulação do óleo.
orgânicos; proteger as pa rtes metálicas de • Dispersantes:
ataques corrosivos, que podem ocasionar a - Motivo do uso: Evitar que uma borra se
falha de componen tes. ag lomere e se torne insolúvel.
- Mecanismo de ação: O aditivo neutra liza - Mecanismo de ação:São aditivos polares
a ação dos ácidos sulfúrico e nítrico, que envolvem as partículas, impedindo sua
formados na oxidação do óleo com enxofre aglomeração. Desta forma, mantém as
e l lill U!:Jêl IÍU; U élUÍLÍVU fui 11 lél UI llél película pa1 Lículas (cu111u !Ju11 as uu fuliye1is)
protetora sobre as partes metálicas. pequenas e em suspensão no lubrifican te
na forma coloidal.
• Agentes de Pressão Extrema: • Redutores do Ponto de Fluidez:
- Motivo do uso: Evitar o contato metálico - Motivo do uso: Possibilitar o uso do
entre partes móveis, evitando o desgaste e lubrificante a temperaturas ainda menores
arranhamento das superfícies. ao abaixar o seu ponto de fluidez.
- Mecanismo de ação: Muito utilizado em - Mecanismo de ação: O aditivo envolve os
óleos de engrenagem e de transmissão, cristais de parafina formados a baixa
este aditivo forma uma película sobre as temperatu ra, impedindo seu crescimento e
superfícies quando submetida à elevada garan tindo a fluidez do lubrificante.
pressão e temperatura local, reduzindo o
atrito e o desgaste.
• Melhoradores do indice de Figura 4.2 I Atuação do melhorador do
Viscosidade: índice de viscosidade, com expansão em
- Motivo do uso: Diminuir a variação da alta temperatura e contração em baixa
viscosidade do óleo com a temperatura, temperatura
permitindo aumentar a sua faixa de
temperatura de trabalho.
- Mecanismo de ação: O aditivo contrai
quando em baixa temperatura, afetando
pouco a viscosidade do óleo. Porém,
quando aquecido, ele expande,
dificultando o escoamento do lubrificante
e, portanto, aumentando sua viscosidade
(reduzindo seu "afinamento"). A Figura 4.2
apresenra ílusrrarivamenre esre fonte:
<http://selectsynthetics.com/part- 3 --motor- oil-ad
mecanismo.
ditives.html>. Acesso em: 27 maio 2017.
• Antiespumante: • Antiferrugem:
- Motivo do uso: Evita a formação de - Motivo do uso: Evitar a co rrosão das
espumas estáveis no óleo, que podem partes metálicas devido à presença de
atrapalhar a lubrificação e causar desgaste ambien te salinos (água mineral ou
das peças. umidade).
- Mecanismo de ação: O aditivo une as - Mecanismo de ação: O aditivo tem
bolhas menores provenientes da agitação molhabilidade preferencial nas superfícies,
do óleo e formam bolhas maiores, que formando uma película protetora con tra o
rapidamente sobem à superfície e se ambien te salino.
desinteg ram.
• Antidesgaste:
- Motivo do uso: Similar aos agentes de
pressão extrema, porém usados em
aplicações com condições mais brandas.
- Mecanismo de ação: Utiliza elementos
mais leves, como fósforo e zinco, para
evitar o rompimento da película de
lubrificante quando submetido a cargas
elevadas.
Fonte: https://900.gVhQOOyK
Fonte: https://goo.gUYYgVYn
4 Graxa como 1.ubrificante
De forma simplificada, a graxa é uma As principais características de uma graxa
simples mistura com um agente e que são abordados nesta webaula são:
espessante (geralmente sabão) disperso consistência, ponto de gota,
em óleo mineral (PIRES E ALBUOU EROUE, bombeabildade e resistência à água.
' '
1973; CHEVRON CORPORATION, 2005). A Outras p ropriedades, como resistência ao
função do óleo é promover a lubrificação, trabalho, estabilidade à oxidação e
enquanto que o agente espessante tem a resistência ao cisalhamento, podem ser
função de dar a consist ência past osa ou encont rados nas referências (PAULI;
sólida à graxa. Este estado não líquido é ULIANA, 1997; MELLO, 2013).
desejado para facilitar a aplicação do
lubrificante, que se mantém no local sem
escorrer. Também se tem o uso de aditivos
em graxas para adicionar ou aprimorar
suas propriedades.
Assim como para o óleo há a viscosidade, Com o valor da penetração do cone na
para a qraxa há a consistência, que qraxa (dada em décimo de milímetros),
também é a relação da deformação da pode-se dizer o grau de consistência de
graxa com uma carga aplicada. A acordo com a classificação da NLGI
viscosidade de uma graxa não é como no (National Lubricat ing Grease lnst it ute, que
óleo, pois a graxa é um fluido não em inglês significa Instituto Nacional de
newtoniano. Desta forma, a graxa Graxas Lubrificantes), conforme
apresen t a viscosidade aparente, o que apresentado no Quad ro 4.1, onde "000" é
torna o uso do parâmetro "consist ência" bast an te fluido e "6" é bastan te
mais prát ico. Esta consistência é dada pela consistente.
penetração de um cone na graxa com uma
força aplicada (como especificado na
norma DIN 51818).
Quadro 4.1 1 Grau de consistência de Note que o Quad ro 4.1 fala de uma
qraxas conform e NLGI com exemplos penetração P60. Este número (60) indica a
comparat ivos quantidade de vezes que se estressa a
GnouNl GI Penetração (P60, em 1110mm) Exemplo deConsistência graxa antes de realizar o t este. Ou seja, há
000 445 - 475 Kelchup também a penet ração PO (sem estressar a
00 400 - 430 logllte graxa), P10.000 (estressa a graxa 10.000
o 355- 385 Mostarda Marrcro vezes antes do ensaio) e até P100.000
1 J l0 - 340 Extrato do Tomate (estressa 100.000 vezes). Este parâ m etro é
2 265- 295 Ooco de LOOo de Colher determinado conforme a aplicação da
3 220 - 250 r..~argarila
graxa, dependendo do quão importante é
4 175 - 205 Socvcte
sua consistência após alguns ciclos de
5 130 - 160 Cubo de Doce de Leite
trabalho.
6 85- 115 Queijo Cheddar
.
Fo1 1 l~: ~lal.Ju1 ac.Ju µ~lo a ulu1 (l.Jaseotlu 110 víll~u lia
Nye Lubricants)
Um outro parâmetro importante de uma A bombeabilidade de uma graxa é a
qraxa é o ponto de qota, que é a menor capacidade dela fluir por um
temperatu ra na qual a graxa muda para o bombeamento. Os parâmetros que afetam
estado líquido e passa a gotejar através de sign ificativamente a bombeabilidade de
um furo padrão. Referências sugerem uma graxa são a consistência, a
trabalhar com a graxa a uma temperatu ra viscosidade do óleo que a compõe e o tipo
máxima que seja, no mínimo, 30 ºC (PAULI; de espessante. De forma geral:
ULIANA, 1997) ou 20% (CHEVRON • Quanto maior a consistência, menor a
'
CORPORATION, 2005) abaixo do ponto de bombeabilidade;
gota. • Quan to maior a viscosidade do óleo,
'
menor a bombeabilidade.
Quanto ao tipo de espessante, Por fim, a graxa pode ter a função de
destacam -se as ~raxas de poliureia e vedação ou de proteção contra a presença
complexo de lítio com alta bombeabilidade de água (por exemplo, local que pode
e as de sódio e complexo de cálcio com passar por lavagem ou que está exposta à
baixa bombeabilidade, considerando a chuva). É importante que a graxa, para esta
mesma consistência das graxas (CHEVRON finalidade, não se desfaça com a água.
CORPORATION, 2005). Apesar de ser mencionado também no
próximo tópico, a única graxa que não
suporta a presença de água é a de sabão de
sódio. Todas as outras apresentam tal
resistência.
Fonte: https:J/goo.gVAQ6fMA
5 Aplicação de Graxas
As principais vantagens e desvantagens do e:> Redução de ruídos;
uso de graxas são {PAULI; ULIANA, 1997; e:> Maior adesividade;
CHEVRON CORPORATION, 2005; MELLO, e:> Melhor trabalho em condições
2013): extremas {carga e temperatura).
e:>
• Vantagens: • Desvantagens {comparado ao óleo):
e:> Veda melhor o sistema contra água; e:> Menor dissipação de calor;
e:> Boa retenção, mantendo-se no local e:> Pior lubrificação em altas velocidades;
aplicado; e:> Menor resistência à oxidação.
e:> Não há necessidade de relubrificação
{ou a relubrificação é feita muito
menos vezes);
Assim como visto na webaula 2, as graxas Quadro 4.2 I Características e condições de
são nomeadas conforme o sabão que se trabalho de qraxas de sabão metálico
utili za como espessante, sendo dos mais simples
comuns as graxas de sabão metálico. No Ponto Màxim.t Boolbeabilidade Exemplos
Sabão Resistência
Quadro 4.2 são apresentadas as graxas de de Temperatura (para omesmo de
Metálico à Agua
Gota de Trabalho grau NLGI Aplicação
sabão metálico, com algumas •
,95
características e exemplos de trabalho Cãlcio 1o•c-sooe l Alta Média Mancais
'C
(PAULI; ULIANA, 1997; CHEVRON 1
• 175 90°C - 120
CORPORATION, 2005; MELLO, 2013). Só<lio Fraca Baixa Mancais
'C 'C
· 100
Aluminio 70 ºC•80 'C , Sabsfatória Média Chass~
'C
• 180
Lilio 140°C Salisfalória Alta Mullilarela
'C
.
•
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Fonte:
<ht t.p ·//www !;.kf comth r/p rnrlt1 r:t"°/h P.::iiri n o~-1 1ni ts:: - h
ousings/super-precision- bearings/principles!lubrica
tion/grease-lubrication/miscibility/lndex.htm l>.
Acesso em: 28 maio 20 17.
.. ..
Por fim, existem vários aditivos que podem
ser utilizados em qraxas para melhorar seu
s. UUo
s.
UOo
o
s.
c.àlCI
o
•
50010
-
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Alumf Nlil
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POhJ
o
°''"º
desempenho. Os aditivos mais comuns são: ..
Só<Uo - o + o o • + - o o
extrema pressão, para manter o filme s.c.
o.mo • • o • + o o • - -
lubrificante em caso de alta carga; s.c-.
CikiO - - o • • o - o o +
aumentador de adesividade, para
s.c.
aumentar a aderência da graxa à Só<Uo
o o • o o • + - - o
s.c.
desgaste das superfícies; antioxidante, AJut1• 1 - - - + o - • • - o
IO
para reduzir a oxidação do óleo e do sabão; o o o - o - o - • o
anticorrosivo, para neutralizar os ácidos "'"''
Poliure
;, o o o - • o o o o •
formados pela oxidação (PAULI; ULIANA, s. :Sôb'iu- S.C•. Satiio Compkio:o
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GONÇALVES, E. B.; PIRES NETO, j. T.; VALLE, M. L. M.; WINDLIN, f. L. Lubrificantes. ln: BRUNETTI,
f. Motores de combustão interna. Blucher, 2012. Vol. 2, p. 215-241 .
MELLO, P. B. Lubrificantes e lubrificação: notas de aula. Porto Alegre, RS: UFRGS, 2013.
PAULI, E. A. D.; ULIANA, f. S. Lubrificação: mecânica. Vitória, ES: Apostila SENAl-ES, 1997.
•
Nestes mancais axiais, o mecanismo de
.
autopressurização ocorre pelo uso de uma
seção convergent e no fluxo do óleo,
chamadas sapat as. Ou seja, não há pressão
hidrodinâmica se as superfícies separadas
Fonte: elaborada pelo autor
pelo lubrificante forem paralelas. A Figura
5.3 apresen ta o uso de uma sapata para
restringir a área de passagem do
lul.J 1Í fi<.:élllle e, élSSÍ Ili, fJI U lllUVel é1 fJI essiiu
"-,
• Região co11vergente
Fonte: Duarte Júnior (2005), p. 18.
3 Noções de lubrificação de superfícies deslizantes
Para falar da teoria hidrodinâmica da • Efeitos de inércia e de peso do fluido
lubrificação, é interessante lembrar de são desprezíveis;
algumas hipóteses fundamentais (PIRES E • Fluido incompressível;
ALBUOUEROUE, 1973): • Análise em duas dimensões. Ou seja,
' '
• A força viscosa de atrito do lubrificante despreza-se os efeitos de profundidade
é proporcional ao gradiente de (escoamento lateral ou diferença de
velocidade (o que não é verdade para pressão);
alguns óleos sintéticos, por exemplo); • Viscosidade do fluido constante.
• Escoamento laminar;
• O líquido adere à superfície, logo sua
velocidade na parede é igual à
velocidade da parede;
Obviamente, estas hipóteses são avaliadas, A primeira característica importante a se
e até reconsideradas, em estudos observar em lubrificação de superfícies
avançados de mancais. No caso desta deslizantes é que não há sustentação
webaula, servirá apenas co mo informação, hid rodinâmica se as duas superfícies forem
pois estas hipóteses são aceitáveis para a paralelas. O gradien te de pressão se torna
grande maioria das análises de lubrificação nulo se não há uma variação da seção
em superfícies deslizantes. transversal de fluxo do lubrificante. No
caso da sustentação da superfície superior,
é essencial o uso da sapata para restrição
da seção de fluxo.
Consideremos, portanto, duas superfícies
não paralelas, onde a in fe rior é móvel e a
superior con tém a sapata, tal como
apresen tado na Figura 5.4. A equação que
descreve o perfi l de velocidade (v) do
lubrificante em função da posição y é a
Equação 5.1, onde~ µ é a viscosidade
dinâmica do lu brificante, p a pressão do
lubrificante, x a posição na direção do fluxo
(portanto dp/dx é a taxa de variação da
pressão p com a posição x), h a altura en tre
as sapatas na posição x e U a velocidade de Fonte: https://goo.gUmOqdFs
deslocamento da superfície inferior (PIRES
E ALBUOUEROU E, 1973).
' '
Além disto, como no início e no final da
11 = ..!...~y
Zµ_dx
2 - [(.!! + .!µ ~!!.) y - uj Eq. 5. 1
I~ dX Z
sapata superior não há um diferencial de
pressão (pois a pressão se iguala à
O que esta equação realmente significa? O ambiente), a sustentação da superfície
perfil de velocidade da lubrificação é uma ocorre, de fato, na superfície da sapata.
soma de uma parte parabólica (função de
y2) e de uma parte linear (função de y). Com
isto, o perfil de velocidade é côncavo na
entrada e convexo na saída. No exato local
onde o perfil de velocidade é linear é onde
se tem a maior força de sustentação da
superfície.
figura 5.4 I Fluxo do lubrificante em Obviamente, existem muitas outras
superfícies deslizantes com presença de equações para cálculos de lubrificação em
sapata superfícies deslizan tes (como perfil de
pressão, força viscosa de atrito, altura e
inclinação da sapata, força resultante,
entre ou tras). No entanto, estes cálculos
Xh,~~~.___E~/_jh
não serão a bordados nesta webaula, mas
y
podem ser encontrados em referências do
)- So amôwi - U -
\ p
assunto (PIRES E ALBUOU EROUE, 1973).
' '
z sapala 1 Como dito no início deste tópico, as
hipóteses adotadas podem não ser sempre
\ verdadeiras. Desta forma, tendo em vista
aplicações práticas, alg umas
Fo1 1 l~: l:UllSic.Je1 d<,:Ües c.Jeve111 Sei reilcts:
<ht t ps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ 9966/ 9966
4.PDF>. Acesso em: 5 jun. 2017.
• Como as superfícies são finitas, pode
haver a necessidade do uso de fatores
de correção nas equações;
• Se há uma variação da temperatura do
lubrificante enquanto passa pela
sapata, haverá variação da viscosidade.
Por exemplo, no caso de um aumento
da sua temperatura, haverá uma
diminuição da pressão média do
lubrificante e, consequentemente, da
Força de sustentação;
• Quando se calcula a altura da sapata,
ela necessariamente deve ser grande o
suficiente para não perm itir o contato
entre os corpos (por causa das
asperidades).
4 Noções de lubrificação de superfícies cilíndricas
A lubrificação de superfícies cilíndricas é Basicamente, o sistema de superfícies
um dos tópicos mais estudados em cilíndricas deslizantes é composto por um
mancais, pois sua aplicação é diversa (por mancai (ou bucha) e por um eixo (ou
exemplo, sustentação de virabrequim de munhão), como representado na Figura
motores) e sua complexidade é elevada. 5.5. Quando o eixo gira a uma velocidade
Constantemente se trabalha para melhorar suficientemente alta, ele fica excêntrico ao
a força hidrodinâmica deste tipo de mancai mancai, sendo sustentado pela força
e aumentar sua durabilidade. hidrodinâmica causada pelo arraste do
lubrificante para a parte inferior do eixo. O
valor desta excentricidade é bastante
pequeno, mas pode ser significativo
conforme a aplicação.
figura 5.5 I Componentes e excentricidade Existem soluções analíticas (PIRES E
entre superfícies cilíndricas deslizantes ALBUQUERQU E, 1973) e numéricas
(DUARTE JÚNIOR, 2005) para resolver as
Bucha ou
equações de lubrificação em superfícies
Mancai
Munhão cilíndricas. Com elas, pode- se, por
ou Eixo Óleo exemplo, calcular a força de sustentação
Lubrificante que o mancai pode oferecer. No entanto,
.0. .•......
'• ,
••
caso se deseja apenas uma estimat iva da
força viscosa de atrito, é possível utilizar a
equação de Petroff, apresentada na Eq. 5.2,
que considera o eixo e o mancai alinhados
Fonte: elaborada pelo autor (ou seja, sem excentricidade).
Nesta equação,fé o coeficiente de atrito, A equação de Petroff tende a subestimar
F"' é a força de atrito, W é a carqa, µé a (às vezes siqnificativamente} o coeficiente
viscosidade do lubrificante, N é a rotação de atrito real (GONÇALVES et ai. apud
do eixo em [rps], Pm é a pressão projetada BRUNETTI, 2012). No entanto, muitas vezes
no eixo, Ré o raio do eixo, e c é a folga pode ser suficiente para uma primeira
radial entre o eixo e o mancai. análise ou estimativa. A base teórica mais
completa surgiu alguns poucos anos mais
f = Fat = 2rr2 µN R Eq. 5.2 tarde com a equação de Reynolds.
W PmC
Além do eixo apresentar excentricidade Figura 5.6 I Posições do eixo (munhão) de
com o mancai quando em pleno acordo com sua rotação
funcionamen to, ele assume outras entrada Jubrif. mancai
munhio
posições quando está em repouso ou no -:.:::n:'.:::-><'.
início do movimento (Figura 5.6). Quando o
eixo está parado, ele se acomoda na part e
mais inferior do mancai, havendo o con tato
entre as partes. Quando se inicia o
movimento, há o atrito de contorno en tre w
munhio . repouso
w -
munhão • tm baixa
••
munhio • em arte
as superfícies e, portanto, o eixo rola sobre rouç.io · lubrif. rotação · lubrif.
de contorno hidrodinãmic•
a superfície do mancai até atingir uma
altura onde o peso e o atrito se equilibram. Fonte: Almeida (2015), p. 7.
Com o aumento da velocidade do eixo,
i11ida- se a luu1 ificai,:iíu li i<l1u<li11'1111ica,
atingindo a posição apresentada na Figura
5.5 e na Figura 5.6.
O perfil da pressão sobre o eixo não é Figura 5.7 I Perfil de pressão de
uniforme, e depende Fortemente da susten tação hidrodinâmica no sistema
viscosidade do lubrificante, geometria e eixo- mancai
velocidade do eixo. A Figura 5.7 apresenta
uma ilustração esquemática deste perfil de
pressão, enfatizando a presença de um
pico de pressão máxima.
GONÇALVES, E. B.; PIRES NETO, J. T.; VALLE, M. L. M.; WINDLIN, F. L. Lubrificantes. ln: BRUNETTI,
F. Motores de combustão interna. São Paulo: Blucher, 2012. Vol. 2, p. 215-241.
MELLO, P. B. Lubrificantes e lubrificação: notas de aula. Po rto Alegre, RS: UFRGS, 2013.
PAULI, E. A. D.; ULIANA, F. S. Lubrificação: mecânica. Vitória, ES: Apostila SENAl-ES, 1997.
Fonte:
<ht tp://www.manutencaoesupriment os.com.br/cont
eudo/ 4652-lubri ficacao- por-salpico- na- manutenc
ao/>. Acesso em: 18 jun. 2017.
• Lubrificação por Sistema Forçado: Caso o lubrificante seja uma graxa,
Usa-se uma bomba para promover o pode-se utilizar uma espátula, pincel ou
fluxo de lubrificante no sistema. Na pistola para a sua aplicação. Estes métodos
lubrificação por perda, a bomba força a são muito comuns, porém são processos
passagem do óleo entre as partes manuais, o que os tornam sujeitos a erros
metálicas, reutilizando parte do óleo humanos e operacionais. Um outro método
perdido. Na lubrificação por circulação, de aplicação manual é com o copo Stauffer,
tem-se um circuito fechado de óleo, que consiste em um copo com uma rosca.
onde a bomba direciona o lubrificante Ao girar a parte com rosca, a graxa é
para as partes a serem lubrificadas, que comprimida e expelida pelo orifício. Para
escoa e retorna para o circuito de óleo. mancais, utiliza-se o método de
lubrificação por enchimento.
Um sistema mais complexo pode ser
utilizado quando se têm diversos pontos de
lubrificação com graxa num mesmo
equipamento ou quando há necessidade
de automatização. Por exemplo, em um
sistema centralizado, o operador deve
apenas abastecer um único reservatório
com a quantidade exata de graxa,
enquanto que a circulação da graxa pode
ser realizada manualmente ou de forma
automática.
3 Armazenamento de lubrificantes
Ao manusear e armazenar lubrifican tes,
espera- se que as suas propriedades se
mantenham int ocáveis até o seu uso. Desta
forma, existem diversas preocupações
necessárias para garantir a estabilidade do
lubrificante e evitar contaminações. Por
isto, o ideal é o armazenamento dos
lubrificantes em locais secos, limpos, com
ven tilação adequada e protegidos da luz do
Sol, com temperatura ambiente entre -1 O
ºC e 35 ºC (GALP ENERGIA, 2010).
Fonte: https:l/goo.gVNWuSiA
Uma das maiores preocupações é a Caso contrário, pode haver contaminação
contaminação do lubrificante pela áqua, em uma queda de temperatura ambiente,
pois ela faz com que o lubrificante perca pois há contração do volume do óleo
propriedades (como diminuição dentro do tambor, criando um gradiente de
considerável do poder dielétrico em óleos pressão no sentido de admitir a entrada do
para transformadores) e tenha seus ar ambiente (que contém umidade e
aditivos deteriorados ou degradados impurezas) (PAULI; ULIANA, 1997). Formas
(como em óleos para motores). Desta de evitar contaminação por água são:
forma, os tambores de armazenamento de manter o tambor na horizontal, com as
lubrificantes devem manter o máximo de aberturas do tambor também na posição
estanq ueidade. horizontal; evitar colocar os tambores em
contato direto com o chão; verificar
constantemente se os tambores não
i:lf'I ese11 L1:1111 11e11 liu111 Vi:ILa11 1e11 Lu.
figura 6.4 I Posição de armazenamento em Outra contaminação comum dos
tambores lubrificantes é por impurezas, como areia e
ar úmido poeira. A presença destes contaminantes
pode ser grave quando utilizar o
lubrificante nos equipamentos, pois eles
podem obstruir e danificar o sistema
(principalmente quando se trata de
equipamentos de precisão). Além disto,
..o : .. estes contaminantes também afetam as
propriedades do lubrificante, seja óleo ou
CERTO ERRADO graxa. Por este motivo, é importante que o
Fonte: Pauli e Uliana (1997), p. 82. local de armazenamento do lubrificante
seja em local Fechado e limpo.
A mistura de lubrificantes diferentes A temperatura de armazenamento deve
também pode ocorrer, seja acidentalmente garantir a estabilidade do lubrificante, pois
ou por negligência no armazenamento e temperaturas extremas (sejam altas ou
manuseio. Isto pode se tornar algo grave, baixas) podem degradá-lo. Graxas
uma vez que a viscosidade do lubrificante submetidas a elevadas temperaturas
original pode ser afetada e, podem sofrer separação do sabão,
consequentemente, causar elevado tornando-as inutilizáveis, enquanto óleos
desgaste ou falha das partes móveis. Desta podem evaporar componentes mais
forma, é importante que a identificação voláteis, alterando sua composição inicial.
dos tambores e dos lubrificantes esteja Em contrapartida, óleos submetidos a
evidente e protegida contra umidade e baixas temperaturas podem cristalizar e se
impurezas. É altamente sugerida a total tornarem inutilizáveis. É importante
separação dos lubrificantes diferentes, lembrar que, além da temperatura, o
pois, assi111, há 111ell1u1 p10Ler,:ilu cu11ua e11u lul.i1 if1ca11Le 11ilu tleve sei a1111aLe11atlu e111
~ onte : nnps:l/goo.gvquJobt
'
-
Fonte: https://goo.gV6NUUSS
4 legislação sobre lubrificantes
Existem normas reguladoras para As principais agências reguladoras no
manuseio, armazenamento, comércio e Brasil são o Ministério do Meio Ambiente
descarte de lubrificantes. O (MMA), atuando através do Instituto
descumprimento destas normas e leis Brasileiro do Meio Ambiente e dos
podem acarretar processos penais nas Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) com
mais diferentes áreas (administrativo, cível, as resoluções do Conselho Nacional do
ambiental, criminal etc.). O descarte e Meio Ambiente (CONAMA), e a Agência
rerrefino (tipo de reciclagem) dos Nacional do Petróleo, Gás Natural e
lubrificantes usados é um dos assuntos Biocombustíveis (ANP).
mais críticos e, portanto, recebe maior
atenção juridicamente.
O lbama tem duas resoluções principais
quanto a óleos lubrificantes:
Fonte: https://goo.gUMeUE
• Resolução Conama nº 450, de 6 de Uma outra regu lamentação do lbama é a
março de 2012: "Altera os arts. 9°, 16, Resolução Conama nº 430, de 13 de maio
19, 20, 21 e 22, e acrescenta o art. de 2011, que estabelece limites e
24-A à Resolução Conama nº 362, de condições para lançamento de efluentes.
23 de junho de 2005, que dispõe sobre Neste texto, pode-se ver a limitação de
recolhimento, coleta e destinação final despejo de óleo ou graxa, distinguindo até
de óleo lubrificante usado ou conforme a origem do óleo lubrificante.
contaminado." A ANP possui diversas resoluções para as
Como se pode ver, estas regulamentações mais variadas atividades relacionadas a
buscam especificar os responsáveis e lubrificantes. A Tabela 6.1 apresenta
diretrizes para o destino de óleos usados, algumas destas regulamentações,
impedindo o descarte nocivo ao meio podendo outras serem encontradas na
ambiente. Na Resolução Conama nº 362, referência (ANP, 2016).
tle 2005, eles 1:1pu11L.11111u1e11 efi11u tlu úleu
usado como o método mais seguro no
quesito ambiental, uma vez que permite a
reciclagem do lubrificante.
Tabela 6.1 1Resoluções da ANP referentes a Por fim, é importante notar que existem
lubrificantes também requlamentações em outros
RESOLUÇÕES E
DESCRIÇÃO
países, que podem ser importantes quando
PORTARIAS ANP
se tratar de importação e exportação de
Resolução ANP n• Especificações de óleos bâsicos e
669/2017 regras de comercialização. lubrificantes. Dois exemplos que podem ser
Portaria ANP n•
Especificações para comércio de mencionados são:
óloos tubt1ficantcs bâsicos, tan10 de
12911999
origen) nacional quanto i~rtados .
Especificações par-d conê'cio de
Pat:lanà ANP n•
óleos lubrrficantes bãsitos
130/1999
rerrefinaôos
Regras para comert1Q1tiaçào de óleos
Resolução ANP nº lubrificantes básicos, com detalhes
16/2009 nos requisitos para cadastrar produtor
e importador.
Requisitos e regulação para
Resolução ANP n• autOfização para exercer a
17/2009 imponação de óleo lubrificante
acabado.
Requisitos e regulação para
R~uiy3.u ANP 11"" ~ulu1i~ao µc11<:1 l:X~1."t"1 o 1ecu::fi11u
19/2009 do óleo lubrificante usado ou
conLaminado.
Fonte: ANP (2016).
• Estados Unidos: a resolução da EPA • União Europeia: a diretiva 2008/98/EC
(Environmental Protection Aqency, que de 19 de novembro de 2008 da União
significa Agência de Proteção Europeia regulamenta a coleta,
Ambiental) nº 800-R-11-002 de tratamento e destino de resíduos de
novembro de 2011 especifica os óleos. Eles afirmam metas de
lubrificantes ambientalmente aceitos, reciclagem e recuperação dos
como óleos vegetais e ésteres lubrificantes usados, além de assegurar
sintéticos. Eles definem o a importância de evitar a con taminação
"ambientalmente aceito" considerando do ambiente com os resíduos (EUR- LEX,
a biodegradação, t oxicidade aquática e 2008).
bioacumulação (EPA, 2011 ).
Fonte: https://900.gYeHJmWj
Referências
ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Lubrificantes. 2016.
Disponível em: <h ttp://www.anp.gov.br/ wwwanp/petroleo - e- derivad os2/lubrificantes>.
Acesso em: 19 jun. 2017.
EPA. EPA 800-R-11 -002: Environmentally Acceptable Lub ricants. Washing ton D.C., EUA:
Environmental Protection Agency, 2011 .
EUR-LEX. European Union Law. Waste framework directive 2008/98/EC. 2008. Disponível em:
<h ttp:/ /eur- lex.europa.eu/legal - co ntent/EN/TXTnuri=CELEX:3 2008L0098>. Acesso em: 20
jun. 2017.
MELLO, P. B. Lubrificantes e lubrificação: notas de au la. Porto Alegre, RS: UFRGS, 2013.
PAULI, E. A. D.; ULIANA, F. S. lubrificação: mecânica. Vitória, ES: Apostila SENAl-ES, 1997.
WINDLIN, F. L. et ai. Lubrificação. ln: BRUNETII, F. Motores de combustão interna. São Paulo:
Blucher, 2012. Vol. 2, p. 175-214.
1 Apresentação da webaula
Nesta última webaula, falaremos sobre algumas aplicações de lubrificantes, com foco maior em
motores de combustão interna e sistemas hidráulicos. Também abordaremos brevemente
aplicações em transformadores, fluidos de corte e engrenagens, apresentando características
dos lubrificantes em cada tipo de trabalho.
2 Aplicação em motores de combustão
Os lubrificantes em motores de combustão figura 7.1 1Motor de combustão interna
interna possuem diversas Funções, entre
elas (WINDLIN et ai. apud BRUNETII, 2012;
CHEVRON CORPORATION, 2005; PAULI;
ULIANA, 1997; MELLO, 2013):
Fonte:
<ht tp://www.autoentusiastasclassic.com.br/2013/0
3/motores-combustao- interna-uma-breve.html>.
Acesso em: 8 jul. 2017.
• Diminuição do desgaste devido ao Desta forma, é importante notar que um
contato entre as partes móveis. óleo puramente simples não é suficiente
• Resfriamento dos componentes. para atender todas estas demandas e
• Auxílio na vedação, impedindo a trabalhos do lubrificante em um motor de
entrada de partículas e substâncias combustão. Por este motivo, o uso de
externas. aditivos é extremamente importante e
• Proteção à corrosão e oxidação dos essencial para o bom funcionamento.
componentes. Exemplos de aditivos utilizados em óleos
• Limpeza do sistema. de motor são: detergente, dispersante,
antioxidante, anti ferrugem,
antiespumante, entre outros.
Outro importante aditivo para o óleo de Isto se consegue com o uso de óleos
motor é o melhorador do índice de mutiviscosos, como vimos em aulas
viscosidade, pois a temperatura de passadas, que são obtidos com aditivos
operação de um motor a combustão melhoradores do índice de viscosidade. A
(automotivo, por exemplo) é bastante tendência no setor automotivo é a
ampla. Em países localizados nas zonas diminuição da viscosidade do lubrificante,
temperadas do hemisfério norte, por sendo hoje muito usado em motores a
exemplo, a temperatura ambiente pode gasolina o óleo SAE SW30, com
variar de -20 ºC (no inverno) até 30 ºC (no expectativa futura do uso do SAE OW20
verão). Desta forma, o óleo lubrificante (CHEVRON CORPORATION, 2005).
deve fluir quando o motor está frio, que é
quando se tem a partida do motor, e
quando ele está em regime permanente
(4u1:111tlu u úleu eslá fJ' úxi1110 tle 90 ºC).
O método de lubrificação por salpico ou
aspersão foi muito utilizado em motores de
combustão automotivos antigos e
atualmente se encontra em motores
pequenos. As partes móveis possuem
elementos captadores de óleo e, com o
movimento dos componentes do motor,
jogam o óleo lubrificante para demais
partes a serem lubrificadas. Em motores
automotivos atuais, utiliza-se a
lubrificação forçada ou sob pressão
(WINDLIN et ai. apud BRUNETTI, 2012).
Fonte: https://goo.gVDCPYCz
São sistemas muito mais sofist icados, que Figura 7 .21 Lubrificação de um motor de
contam com diversos component es para combustão interna
garan tir o funcionamen to correto e
controlado do sist ema de lubrificação
(como filtros, óleos, cárter, t rocador de
calor etc.). A Figura 7.2 apresen t a
ilustrat ivamente um circuito de
lubrificação de um motor de combust ão
interna.
Fonte:
<ht tps://www.flatout.com.br/especial -lubriticantes-
parte-2- o- inferno-da- combustao- intema>. Acesso
em: 8 juL 2017.
Alguns dos principais componentes do • Bomba de óleo
sistema de lubrificação de motores A bomba de óleo tem a função de
automotivos de combustão interna são: promover o fluxo do lubrificante para o
• Cárter circuito que o direciona para as partes a
Úmido (comum em veículos convencionais) serem lubrificadas. A bomba pode ser tanto
ou seco (comum em veículos de acionada pelo virabrequim (menor custo,
competição), o cárter é um recipiente para porém menor controle) ou por corrente ou
armazenar o óleo do motor, onde este é engrenagem (maior custo, porém maior
reservado para ser distribuído para a controle e flexibilidade de projeto). A
lubrificação dos componentes. bomba de óleo pode conter uma válvula de
Atualmente, busca-se substituir o cárter alívio de pressão, que ajuda a controlar a
metálico para plástico, pois é possível uma pressão do sistema e, consequentemente,
redução de massa de 43% apenas com a diminui o consumo energético da bomba.
111ulli:111<;i:1 llu 111i:1le1 ii:!l (WINDLIN el i:!l. éipull
BRUNETTt, 2012).
• Filtro de Óleo Apesar dos cilindros do motor possuírem
Um importante componente do circuito de vedação, ainda ocorre a saída de çrases de
lubrificação do motor, o filtro de óleo tem a combustão durante os processos de
função de reter particulados, impedindo compressão e expansão do motor. Devido
seu fluxo no circuito, uma vez que podem ao vazamento de gases pela folga dos
causar a obstrução e aumento do consumo anéis para o cárter, Fenômeno conhecido
da bomba de óleo. Exemplos de por blow-by, e são uma mistura rica em
particulados são contaminantes, produtos combustível que chega ao cárter e ao
de combustão e partículas desprendidas do lubrificante. O blow- by é readmitido pelo
atrito de partes móveis. Um dos principais coletor de admissão de ar do motor. No
tipos de filtro é a base de celulose. entanto, é necessário promover a
separação dos vapores do lubrificante e do
blow-by, caso contrário haveria admissão
de luln ifica11Le 110 111ulu1 (4ue (JUlle
prejudicar na emissão de poluentes).
3 Aplicação em sistemas hidráulicos
Sistemas hidráulicos são altamente
utilizados na engenharia, tanto em
produtos (mecanismos e transmissores de
movimento) como em equipamentos de
produção (prensas, elevadores). Isto se
deve à alta capacidade de transferência de
força dos circuitos hidráulicos a partir da
pressurização do óleo, podendo ampliá-la
ou reduzi-la com a mudança da área de
aplicação da força.
Fonte: https://goo.gVW9MX5V
Este fenômeno é ilustrado pela Figura 7.3, Figura 7.3 I Transferência de força em um
onde mostra uma pequena força f , sistema h idráulico
aplicada sobre uma pequena área A 1 se
Força f 2
tornando uma força maior f 2 sobre uma
área maior A 2• Isto ocorre porque a pressão Força F1
do fluido é única (p), fazendo, ent ão, valer a
Equação 7.1. Ou seja, a principal função do
,
óleo lubrificante em sistemas hidráulicos é AreaA 1 _
transmitir a força com o mínimo de perda -Área A2
(PAULI; ULIANA, 1997).
\
-p
\__ Pressao
Fonte: https://goo.gITJcyCd
• Fluidos de corte já um superaquecimento pode danificar a
Durante a usinaqem de peças peça e a ferramenta, além de afetar o
(metálicas ou não), há o desgaste dimensional final da peça devido à
abrasivo (por sulcamente ou por atrito) expansão térmica.
da peça causada pela ferramenta. Este Por este motivo, fluidos de corte devem ser
processo envolve elevadas forças de utilizados em todos os processos de
atrito e aquecimento da peça e da usinagem, como torneamento, Fresa,
ferramenta. Estas forças elevadas retificação, furação e polimento. As
podem comprometer o acabamento da principais funções dos fluidos de corte são:
peça, além de demandar potência refrigerar a peça e a ferramenta; lubrificar
desnecessariamente alta dos o contato para diminuição do atrito;
equipamentos e aumentar o risco de melhorar o acabamento da peça; aumentar
quebra da peça. a vida útil da ferramenta; remover cavacos
tlu1 afile u cu1 le; e evitai a cu11 usiíu tia pei,:a
e da ferramenta (UNIVERSAL
LUBRIFICANTES, 2017).
O primeiro relato de uso de fluido de corte Em geral, os fluidos solúveis em água têm
é de 1890, quando se utilizava áqua para melhor capacidade de refriqeração (uma
resfriar a peça e a ferramenta (LISBOA; vez que a água é um excelente fluido para
MORAES; HIRASHITA, 2013), tornando troca de calor), porém tem pouca ação
possível o aumento da velocidade de corte lubrificante (UNIVERSAL LUBRIFICANTES,
sem afetar a durabilidade da ferramenta. A 2017). Para se ter um óleo com boa
água, no entanto, pode favorecer a capacidade de refrigeração, o fluido deve
oxidação das peças. A solução ter baixa viscosidade, boa molhabilidade e
imediatamente adotada foi adicionar calor específico e condutividade térmica
sabão à água para diminuir este efeito. elevadas. Em contrapartida, para ser um
Hoje se tem diversos tipos de fluidos de bom lubrificante, o fluido de corte deve
corte: mineral (integral ou solúvel em suportar elevadas pressões e possuir baixa
água), sintético (integral e solúvel em volatilidade (LISBOA; MORAES; HIRASHITA,
áyua), se111issi11Lélico, álcool ele. 2013).
Apesar do fluido de corte no estado líquido
ser o mais comum, é possível também
encontrar fluidos de corte sólidos (como a
grafite e o bissulfeto de molibdênio) e
gasosos (ar, dióxido de carbono e
nitrogênio). Porém, é importante notar que
apenas os fluidos de corte líquidos
conseguem cumprir a Função de
lubrificação e de refrigeração
simultaneamente. Os sólidos são bons
lubrificantes, mas não conseguem remover
calor das peças, enquanto os gasosos têm
boa Função de refrigeração, mas não têm
l.Jua aluai,:<íu 110 lul.Jlilh:ai,:<íu.
Fonte: https://goo.gULJkhwY
• Lubrificação de engrenagens A lubrificação de engrenagens pode ser
Um conjunto de enqrenaqens deve feita tanto com óleo lubrificante quanto
funcionar sempre com o mínimo de atrito com graxa. Quando se usa óleo, é comum
possível. Caso contrário, além do desgaste também utilizar um caixa com um banho
e falha das engrenagens, o ruído das de óleo, onde a engrenagem trabalha em
engrenagens em funcionamento pode ficar imersão (engrenagens fechadas). É
muito intenso (até mesmo insuportável), importante manter o nível do óleo correto
principalmente em altas velocidades. Para senão pode ocorrer superaquecimento,
isto, a lubrificação tem a função de facilitar pois o óleo lubrificante também tem
a movimentação das engrenagens pela função de resfriar as engrenagens. Quando
diminuição do atrito, ajudando também na se têm engrenagens abertas, a solução é
redução de ruídos. usar a graxa como lubrificante. Com isto,
deve-se garantir boa adesividade e
lul.i1 iflcac;au liu111uyê11ea, ~e11tlu a y1 axa
betuminosa uma boa opção (PAULI;
ULIANA, 1997; MELLO, 2013).
Os aditivos possuem grande importância A AGMA (American Gear Manufacturers
na lubrificação de engrenagens, Association, em inglês "Associação
principalmente o de extrema pressão. Isto Americana dos Fabricantes de
se deve pelo contato dos dentes das Engrenagens") classifica os lubrificantes
engrenagens, que, localmente, apresentam para engrenagens, sejam abertas ou
uma tensão de contato elevadíssima. O fechadas, considerando tanto a
aditivo de extrema pressão garante a viscosidade do óleo quanto os aditivos
contínua lubrificação (mesmo com pressão presentes em sua composição. Por
elevada), reduzindo o atrito e aumentando exemplo, lubrificantes com classificação
a durabilidade das engrenagens (PAULI; "EP" possuem aditivos antidesgaste e
ULIANA, 1997). extrema pressão, enquanto a classificação
"R&O" tem inibidores de ferrugem e
oxidação. A composição também está
i11duíua 11a da~~ificai,:au AGMA ("S" pai a
sintéticos e "CP" para óleos compostos, por
exemplo) (CHEVRON CORPORATION,
2005).
É importante lembrar que engrenagens
podem trabalhar nos três regimes de
lubrificação: limítrofe, quando se tem a
partida do movimento das graxas; mista,
no início do movimento; e
elasto-hidrodinâmica, quando se está no
regime de trabalho permanente
(considerando projeto correto e
lubrificação apropriada). Desta Forma, o
lubrificante deve contemplar todas as fases
de trabalho das engrenagens para, assim,
ter a durabilidade dos componentes
otimizada.
Fonte: https://goo.gVD9gM2H
Referências
CHEVRON CORPORATION. fundamentos de lubrificação. São Paulo: Departamento de
Tecnologia da Texaco Brasil, 2005.
LISBOA, f. C. D.; MORAES, j. j. B. D.; HIRASHITA, M . D. A . Fluidos de corte: uma abordagem geral e
novas tendências. XXXlll Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP). Salvador,
2013.
M ELLO, P. B. Lubrificantes e lubrificação: notas de aula. Po rto Alegre, RS: UFRGS, 2013.
PAULI, E. A. D.; ULIANA, f. $.Lubrificação: mecânica. Vitória, ES: Apostila SENAl-ES, 1997.