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OS FOLIÕES:

A PRIMEIRA JAZZ BAND DA CIDADE

Clarindo, Nicolau.1
Ferraro, Eduardo.2

RESUMO
Esta pesquisa pretendeu desenvolver a narrativa histórica do grupo musical “Os
Foliões”, que foi caracterizada como jazz band em Itajaí- SC, fundada em 1934 e
considerada como a primeira banda deste tipo na cidade. O objetivo foi contribuir para o
conhecimento da história cultural de Itajaí. Estudando a trajetória da Jazz Band “Os
Foliões”, bem como seus integrantes e os diferentes contextos socioculturais nos quais
ela se inseria, tentamos contribuir para a compreensão da formação do campo musical
itajaiense no início do século XX. Esta pesquisa conseguiu alcançar alguns dos objetivos
traçados, deixando alguns outros em aberto para futuras investigações. A dificuldade de
se encontrar relatos ou materiais escritos, seja em jornais, revistas, cartas, ou entre as
pessoas, contribuiu para que a pesquisa ficasse restrita às dependências dos arquivos
históricos. As investigações acerca do “Os Foliões” contribuíram para a construção e a
superação da lacuna na historia cultural de Itajaí.

Palavras-chave: jazz band, música popular brasileira, contexto cultural.

ABSTRAT
This research intended to develop a musical historical narrative of “The Revelers” which
was a jazz band from de city Itajaí-SC, founded in 1934 and considered as the first jazz
band in the city. The objective was to contribute to the knowledge of the cultural history
of Itajaí. Studying the trajectory of the Jazz Band "The Revelers" as well yours members
and the sociocultural contexts in different which it is inserted, in order to contribute to
the understanding the formation of Itajaí musical field in the early 20th century. The
research can achieve some of the objectives outlined, leaving some others open for
future research. The difficulty of finding reports in newspapers, magazines, letters,
people, and others, that is outside the history file context contributed to the research
becoming stagnant inside the dependences of the history file. The investigations about
"Os Foliões" contributed to the construction and overcoming the gap in the cultural
history of Itajaí.

Key-words: Jazz Band, Brazilian Popular Music, Cultural Context.

INTRODUÇÃO: UM JAZZ BAND CHAMADA “OS FOLIÕES”


Neste artigo são apresentados relatos sobre uma pesquisa realizada na cidade de
Itajaí com o objetivo de conhecer da história cultural do município estudando em
particular a trajetória da Jazz Band “Os Foliões”, tendo como foco mostrar o contexto

1
Acadêmico do 7° período do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do Vale do
Itajaí.
2
Mestre e doutorando em Antropologia Social e professor orientador na Universidade do Vale
do Itajaí.
2

sociocultural da atuação deste grupo musical. Isto nos levou a revisar a literatura sobre a
história de Itajaí e nelas encontrar contribuições referentes à música da cidade, como
também pesquisar relatos sobre os músicos e a própria banda em jornais existentes no
acervo histórico da cidade. A pesquisa propôs contribuir para a superação de uma lacuna
na história cultural de Itajaí, mais especificamente no universo da música popular.
A utilização do termo Jazz Band foi empregada nos Estados Unidos de América
desde o final dos anos 1910. De acordo com Vilas-Boas (2003) “O termo jazz passou a
ser usado no final dos anos 1910 e início dos anos 1920 para descrever um tipo de
música irreverente praticada sem grandes pretensões pelos negros do sul dos EUA”. Já
Labres Filho e Santos observa que:

Quando pensamos em jazz no Brasil na década de 1920 é óbvia a


dedução de que esta é uma influência norte-americana na cultura
brasileira, já que o jazz é uma cultura musical negra do sul dos Estados
Unidos. [...] Durante a década de 1920 as jazz-bands se tornaram cada
vez mais populares em grandes cidades brasileiras, em especial Rio de
Janeiro e São Paulo. O período entre 1917 e 1930 é considerado a “era
do jazz”. (Labres Filho, Santos, 2011, p.2).

Encontramos no Brasil diversas formações musicais que utilizavam o termo


Jazz Band no início do século XX, além de ser mais evidente em grandes cidades
brasileiras, conforme o afirmam Labres Filho e Santos (2011). Os “Oito Batutas” de
Donga e Pixinguinha não empregavam esse termo, porém tinha a sua formação a
característica de um jazz band. Segundo Menezes Bastos (2005) eles realizaram turnês
em Paris no ano de 1922, onde foram influenciados por músicos norte americanos, e
posteriormente em Santa Catarina no ano de 1927, de acordo com Coelho (2013).
Acreditamos que a passagem dos Oito Batutas – entre 29 e 30 agosto de 1927 –
por Itajaí, contribuiu para que “Os Foliões” fossem denominados como Jazz Band, por
terem o mesmo estilo de formação. Sabendo que em alguns casos “Os Foliões” eram
denominados de orquestra.

No Brasil, as primeiras evidências dos grupos Jazz band aparecem por


volta de 1920 quando as orquestras de baile e os conjuntos regionais
estes compostos basicamente por instrumentos como flauta, clarinete,
bandolim, cavaquinho, violão, e percussão, foram substituídos por uma
nova formação à base de instrumentos de sopro, bateria, banjo e piano.
(Giller, 2013, p. 61)

Em Santa Catarina a utilização do termo aparece em diferentes cidades do


estado, sendo algumas destas orquestras mencionadas por Giller (2013) e Paz (2012): a
3

Jazz Chopp (1928) e a Jazz Band América (1929) em Brusque e a Jazz Tupinambá3 de
Rio do Sul. Anteriormente a esses grupos musicais encontramos a menção no jornal
Republica4 da Jazz Band Luiz Emmel (1923), a Jazz Band Caramurú (1926), e a Jazz
Band da Força Pública (1926), esta última às vezes apresentada apenas como banda ou
orquestra, sendo ambas de Florianópolis, como também a Jazz Band “Os Foliões”
(1934) de Itajaí. Podemos observar que o termo foi bastante utilizado no estado durante
dos anos 1920.

A pesquisa arquivística, entretanto, é fundamental quando se pretende


conhecer o cotidiano da atividade musical, as relações profissionais
musicais e outros aspectos que cada vez são mais explorados em
investigações musicológicas (Castagna, 2008, p.23).

A pesquisa no acervo histórico contribuiu para o conhecimento acerca da


origem do termo jazz band no Brasil, assim como os contextos políticos, sociais e
culturais em que a jazz band se inseria desde sua primeira formação em 21 de julho de
1934 até sua extinção por em meados dos anos 1980. Além do que possibilitou conhecer
a atuação da jazz band na cidade, bem como outros grupos musicais que surgiram no
período de existente de “Os Foliões”.

1. MÚSICA EM ITAJAÍ
Ainda hoje encontramos dificuldades para conhecer a história cultural de Itajaí,
por conta da falta de matérias. As bibliografias existentes também não deram ênfase
suficiente à área das artes/música, a não ser por alguns trabalhos de Meyer (1999), que
em seu livro de crônicas relata uma importante presença das artes cênicas na cidade.
D’Ávila (1981) e Linhares (1997), por outro lado, apresentam apenas pequenos relatos da
música em Itajaí, sem qualquer menção à Jazz Band “Os Foliões”. Uriarte (2009) traz a
primeira contribuição sobre a influência do jazz em Itajaí em um livro da sua autoria não
publicado. Já D’Ávila (1981) apresenta pouquíssimas contribuições sobre a música da
cidade e infelizmente não traz datas especificas para essas informações.

A música teve em muitos itajaienses bons cultores, os quais fizeram


época em nossas bandas musicais e orquestras; e na instrumentação
individual. Como compositor a referência maior cadê a Edmundo de

3
Em Ponta Grossa – PR, havia a Tupynambá Jazz Band – (Giller, 2010), havia também a
semelhança nos nomes das jazz band’s em outros estados.
4
Biblioteca Nacional Digital. Disponível em:
<http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=711497x&pasta=ano%20192&pesq=Jazz
%20Band%20Luiz%20Emmel>. Acesso em: 17/12/14
4

Souza Cunha, autor de inúmeras marchas e chorinhos, infelizmente


perdidos após o falecimento do autor (D’Ávila, 1981, p. 77-78).

Porém, um dos pontos expostos é muito interessante e nos instiga a querer


conhecer uma pouco mais sobre a pessoa de Edmundo de Souza Cunha. Segundo
Linhares:

A cidade nunca dispensou, naquela época, a sua banda de música, que


existia sempre em dualidade, pois duas correntes se entrechocavam
com seus aficcionados fervorosos, tal como ocorre hoje com os clubes
de futebol e essa divergência contribuía e eficazmente para o
aprimoramento das respectivas corporações, cada qual procurando
sobrepujar a adversária no número de figuras, na execução de peças, na
apresentação, nos ensaios, nos bailes, nas retretas em praças públicas,
nos dias de festas religiosas ou de comemoração jardim foi construído
e onde os dois coretos eram exigência indispensável. Tanto a
“SOCIEDADE GUARANY” como a “ESTRELA DO ORIENTE”
orgulhavam-se das suas corporações musicais, a primeira dirigida pelo
maestro José Clementino Oliveira, mulato gordo, que usava óculos e
era figura popular na cidade, e a segunda sob a batuta do competente
conterrâneo Edmundo Souza Cunha. Quando essas duas bandas
desapareceram em 1907, Edmundo tratou logo de organizar a
“INDEPENDENTE” que iniciou a sua atividade no ano seguinte e em
1910 José Clementino conseguiu reagrupar elementos para trazer à rua
a “Lira de Prata”. Ambas corporações deliciavam o convívio itajaiense,
durante vários anos, com suas magistrais execuções. Das figuras dessas
bandas participavam conceituados elementos da nossa sociedade, como
fossem Plácido Conrado Pereira, João Marques Brandão, Heitor
Pereira Liberato, Alfredo Conrado Moreira, José Marques Brandão,
Eurico Fontes, Olímpio Miranda Jr., João Alcântara da Cunha,
Fernando José de Souza, Carlos Tavares, João Arcari, João Olegária
Dutra, Horácio de Souza Cunha, Apolinário Brandão, João Honório de
Miranda, Godofredo Kracik, Antônio de Souza Cunha, Romão
Machado Jr., Antônio Lisboa e Paulo Scheeffer. Este último foi um dos
organizadores da “LIRA DE PRATA” e seu primeiro presidente
(Linhares, 1997, p. 60).

Assim como D’Ávila (1981), Linhares (1997) apenas descreve um pequeno


trecho sobre a atuação da música no município, sendo que somente Linhares (1997) cita
o nome de uma banda, a “Independente”, e ao final da citação apresenta alguns nomes
de “conceituados elementos da nossa sociedade”. Ambos os autores ignoram as datas
dos acontecimentos, bem como não citam à referida jazz band como importante grupo
para o cenário cultural de Itajaí. Meyer (1999) expõe dois pequenos trechos sobre o
cenário cultural da cidade, o primeiro sendo sobre um baile de gala que era realizado
anualmente no dia sete de setembro na Sociedade Estrela do Oriente e o segundo sobre
as artes cênicas da cidade.
5

Chamava-se “Estrela do Oriente” o velho clube, tão simpático. Todos


os anos, no dia Sete de Setembro, havia baile de gala. À tarde a banda
de música fazia passeata pelas ruas, seguida por um grupo barulhento
de rapazes encantados pelo entusiasmo com que os músicos tocavam.
Bem afinada, com os instrumentos muito polidos brilhando ao sol, a
banda alegrava a cidade e lembrava a todos a grande data histórica.
Afinal seguimos; quando chegamos na esquina do Jorge Tzaschel,
vimos a Estrela todo iluminado e escutamos a música tocar, talvez um
“schotsch” ou a tão apreciada “Sôbre as ondas”...
No principio do século, havia em Itajaí muito gosto pelo teatro e cada
sociedade tinha seu grupo de amadores. No “Guarani” brilhavam os
irmãos Brandão e no “Estrela” brilhavam os Heusi (Meyer, 1999, p.
47-48, 57).

É importante relevar o fato que tanto Meyer (1999) como Linhares (1997)
enfatizam a presença das artes cênicas e da música nos clubes, principalmente no
“Guarani” e no “Estrela do Oriente”.
As contribuições de Uriarte (2009) vão muito além daquilo do que estes três
autores anteriores fizeram. Uriarte foi casada com um músico da cidade, e pode
vivenciar e conhecer além de inúmeros músicos, várias histórias sobre a música de Itajaí.
Em seu livro não publicado, apresenta diversas informações importantes sobre a música
na cidade, assim como preciosas contribuições acerca da Jazz Band “Os Foliões” e
outros grandes músicos.

2. METODOLOGIA
Como materiais para anotações durante a pesquisa foram utilizados um
computador e uma câmera para registrar trecho de jornais, nos quais se encontravam
relatos da Jazz Band “Os Foliões”, tendo como campo principal de pesquisa o arquivo
histórico da cidade. Esta pesquisa bibliográfica na primeira etapa contou com um breve
estudo histórico, com o levantamento de livros e jornais que continham informações
sobre a Jazz Band “Os Foliões” e a história de Itajaí, utilizando como principal
referencial as pesquisas de Schneider (2011) sobre Sociedade Musical Amor à Arte e
Giller (2013) sobre bandas e o jazz em Curitiba. Numa segunda etapa, o trabalho se
desenvolveu num levantamento de músicos da respectiva banda. Outro recurso utilizado
foi à entrevista com músicos antigos da cidade. Assim, pode ser feito um exame sobre o
contexto, a trajetória e a atuação desta banda.
6

3. ABRILHANTANDO AS NOITES DA CIDADE


Em 21 de julho de 1934, num dos reservados do café do Euclides Dutra foi
fundada a Jazz Band “Os Foliões”. Foram seus fundadores Irineu Constantino
(Clarineta), Calixto Pedrini (Pistão), Ramon Severino Muller (trombone) e Tolentino
Silva. Essas informações estão contidas no Jornal do Povo de 25 de Julho de 19545, no
qual Ramon Severino Muller apresenta o título de “Como foi fundada a Jazz Band ‘Os
Foliões’”. Muller descreve que: “Em 1934 não existia em Itajaí nem banda de música e
nem Jazz. Os Bailes dos clubes como a “Sociedade Guarani” eram abrilhantados pelo
grupo musical “Jazz América” da cidade de Joinvile.” (Muller, Jornal do Povo,
25/06/1954.). A partir desta primeira formação surgiram outros músicos sendo eles João
Lucas, Osmar Ayroso, João Santos, Julio Partas.
Em uma carta datilografada, Irineu Constantino6 apresenta sua versão de como
se organizou a jazz band, apontando que:

“No ano de 1931 regressava de Curitiba o musico hoje


Maestro e Professor de música, Irineu Constantino Pereira.
Havendo falta de um conjunto musical em Itajaí, o Maestro
Constantino, em contato com o Padre Paulo, resolveram
reorganizar a extinta banda de música, 12 de Outubro que fora
fundada, em Outubro de 1924 pelos Srs. Dr. Francisco Galloti,
Manuel Gaia, Irineu Bornhausen e Reinaldo Scheffer”.

Os primeiros instrumentos da banda “12 de Outubro” utilizados pela jazz band


foram cedidos pelo Sr. Manuel Gaia, até que pudessem adquirir seus próprios
instrumentos.
Essas informações estão contidas em um dossiê de música localizado no
Arquivo Histórico de Itajaí, no qual se encontra uma carta datilografada e assinada pelo
Maestro Irineu Constantino, assim como uma carta7 enviada pela radio difusora de Itajaí
para a jazz band em ocasião da comemoração do seu trigésimo terceiro aniversário de
existência, mostrando que o “Os Foliões” mantiveram sua atuação para além de 1967.
Na carta o editor descreve:

Este registro tem especial direção à pessoa do maestro Calixto Pedrini, figura
ímpar de líder, cujo desprendimento tem sido o fator preponderante da
sobrevivência e da projeção da Orquestra Os Foliões, cujas atuações em
Santa Catarina e em outros Estados muito tem contribuído para divulgar e
enaltecer o nome de Itajaí. (Carta da Radio Difusora s/d)

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Anexo 1
6
Anexo 2 e 2.1
7
Anexo 3
7

A primeira foto da jazz band é de 19358, um ano após sua fundação, já os


primeiros relatos acerca da sua atuação são datados em 08 de janeiro de 19369, na
ocasião de um baile na “Sociedade de Atiradores”, em Itajaí. Dois anos após sua
fundação aparece a primeira citação sobre “Os Foliões” em um jornal da cidade, neste
caso o Jornal do Povo. As citações da jazz band nos jornais de Itajaí basicamente são
encontradas no Jornal do Povo, e O Libertador. Neles encontramos menções sobre
alguns dos clubes, associações e eventos onde atuou a jazz band. Sendo eles: a
Sociedade 24 de Janeiro e o Clube do Cruzeiro, em São Francisco do Sul, bem como a
Sociedade Guarani, Clube de Caça e Tiro (Atiradores) – Antigo Clube da Colina –,
Clube Náutico Marcilio Dias, Bloco dos XX, Humaytá F. C., Lauro Muller F. C., Clube
Náutico Almirante Barroso, em Itajaí. Entretanto as festividades em que a jazz band se
apresentou foram os bailes de São João – Festa Junina – bailes de Carnaval, aniversários
ou comemorações em clubes esportivos.
O contexto cultural no inicio da banda “Os Foliões” esteve marcado pelas
companhias de teatro da “Sociedade Guarani” e da “Estrela do Oriente”. No contexto
político, os jornais da cidade encheram suas páginas relatando a situação da Segunda
Guerra Mundial e dos soldados catarinenses participantes. Em outro momento as páginas
deram lugar às campanhas para prefeito, vereador e governador no âmbito estadual
sempre dando ênfase aos políticos da cidade. Percebe-se que nesses momentos nos quais
os jornais dão essas ênfases, a questão cultural é deixada de lado, tanto música como
artes cênicas.
Após o falecimento do maestro Calixto Pedrini em meados 198010 a jazz band
encerrou suas atividades, deixando para a cidade uma grande herança musical através de
diversos músicos que fizeram contribuições para o cenário cultural de Itajaí. Destacamos
também que foram influenciadas pelos “Os Foliões” algumas gerações de músicos
durante os quase 50 anos da sua existência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção de uma rede de pessoas e contatos possibilitou conhecer um
pouco da influência que os músicos da Jazz Band “Os Foliões” tiveram na prática e
aprendizagem de alguns músicos de hoje. Sendo assim encontramos a relação familiar

8
Anexo 4
9
Anexo 5
10
Anexo 6
8

na transmissão e ensino da música com o senhor Nicolau Kleis, acordeonista, cujo


filho11 foi baterista, e o neto Oscar Kleis Jor, pianista e fundador da Itajaí Jazz Band. A
partir da família Kleis encontramos dois instrumentistas cujas práticas musicais e seu
aprendizado inicial na música foram influenciados através do Sr. Oscar Kleis Jor, sendo
eles. Valmor Pedro Ricobom, acordeonista e pianista e Arnou de Melo, baixista.
Compreendemos que esta pesquisa alcançou alguns dos objetivos traçados,
deixando outros em aberto para futuras investigações. Conseguimos conhecer o contexto
sociocultural de atuação da jazz band “Os Foliões”, passando por datas importantes da nossa
história local, estadual, nacional e mundial. Relatos mais detalhado acerca dos músicos da
banda ficaram a desejar, pela pouca ou às vezes nenhuma informação encontrada, ou por
terem falecido. As escassas informações não apenas acerca do jazz band, mas do cenário
cultural de Itajaí comprometeu parte das investigações.
Acreditamos que mesmo tendo várias informações acerca da jazz band adquiridas
durante a pesquisa, elas necessitam de maior aprofundamento, dado que não conseguimos
estudar e conhecer os gêneros executados pela jazz band, bem como se ainda existem
partituras e instrumentos utilizados por eles, os quais dariam maior contribuição e
esclarecimentos sobre as relações e a música deste grupo.
Entendemos que é de grande relevância a continuidade da pesquisa, por se tratar
da primeira jazz band da cidade e sua atuação perdurar no período de 1934 para além da
década de 1970, embora não foi possível definir a data de encerramento das atividades
da banda. Houvéssemos, da mesma forma, a querer identificar de maneira mais ampla e
abrangente as contribuições e as influências que os músicos da jazz band “Os Foliões”
deixaram para as gerações posteriores de músicos instrumentistas.

REFERÊNCIAS
Arquivo Público de Itajaí. Jornal do Povo 1936 – 1954.

Biblioteca Nacional Digital. Disponível em:


<http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=711497x&pasta=ano%20192&pesq=Jazz
%20Band%20Luiz%20Emmel>. Acesso em: 17/12/14.

CASTAGNA, Paulo. A Musicologia Enquanto Método Científico. In: Revista do


Conservatório de Música – UFPel. 2008.

COELHO, Luís Fernando Hering. Os Músicos Transeuntes: de palavras e coisas em


torno de uns batutas. Itajaí: Casa Aberta Editora. 2013.

11
Não conseguimos até o momento saber o nome do pai do Sr. Oscar Kleis Jor.
9

D’AVILA, Edson, Pequena história de Itajaí. Prefeitura municipal de Itajaí, secretaria


do desenvolvimento social comissão municipal de cultura. Fundação Genésio de
Miranda Linz. 1981.

GILLER, Marília. O Jazz no Paraná entre 1920 e 1940: um estudo da obra O Sabiá, Fox
Trot Shimmy de José da Cruz. Curitiba 2013.

______. Tupynambá Jazz Band – Fragmentos Musicais: o fox-trot na cultura paranaense


em 1930. 2010

LABRES FILHO, Jair Paulo. SANTOS, Rael Fiszon Eugenio dos. Jazz no Brasil:
modernidade, raça, nacionalidade e política na década de 1920. In: XXVI Simpósio
Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho 2011. Disponível em: <
http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1308176626_ARQUIVO_JAZZBAN
DSNOBRASIL(versaofinalanpuh).pdf>. Acesso em: 02/12/14

LINHARES, Juventino. O que a memória guardou. Itajaí: Editora UNIVALI, 1997.

MEYER, Rachel Liberato. Uma menina de Itajaí: crônicas. Florianópolis, SC: FCC
Edições: Editora Mulheres, 1999.

MENEZES BASTOS, Rafael José. LES BATUTAS, 1922: uma antropologia da noite
parisiense. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 20 nº. 58 junho/2005.

PAZ, Ermelinda A. Edino Krieger: crítico, produtor musical e compositor. Rio de


Janeiro: SESC, Departamento Nacional, 2012.

SCHNEIDER, Alexandre da Silva. Sociedade Musical Amor à Arte: um estudo


histórico sobre a atuação de uma banda em Florianópolis na primeira república.
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URIARTE, Natalia. Memórias póstumas da influencia do Jazz e Bossa Nova em Itajaí.


2009 (não publicado).

VILAS-BOAS, Sergio. Jazz no Mundo. 18 de abril de 2013. Disponível em: <


http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/50737>. Acesso em: 02/12/14.
10

ANEXO.

1. Jornal do Povo.
11

2. Carta de Irineu Constantino.


12

2.1. Carta de Irineu Constantino


13

3. Carta da Radio Difusora.


14

4. Primeira foto.

5. Primeira aparição no jornal.


15

6. Ultima apresentação de Calixto Pedrini

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