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Posfácio: IJma revisão (1933)

sem-
arte' c1o ponto de vista histórico'
Qualquer enfoque da a considerar
ceíta tendência
pre apresentará primeiramente uma
.o-o história cla expressão, buscando na <lbra
a história cÌa arle ^ e ieconhecenclo nas grancles
de cacla afiista a ,.t" p"t*ulidacle' a.s
imaS;inação a reação imecliata
transformaçÒes cla fbrma e da fclrm:ttt't
raízes'
movimentos espirituais qt"' po"uinclo
diversas
de munclo' o sentimento prÓplitl 2Ì tlnlrÌ
na sua totaliclade a visão
de negar a uma ot t"i:tryll
cleterminacla época Quem haveria qlÌent() c
cle existir e desconhecer o
ião ,, ,".t dlreito primário englobe toda a t"l::-11
imprescindívelum panorama que ]l:::.
entretanto, essa interpretação corre..o rtsccl
lrzacla unrlateralmente,
vez qLle esta trabalha pre-
;. p-à., a especificiclade da afie' uma As afies plásticas' en-
cóm noçOes cle natLrreza óptica'
--rirr*.rlr. ut'to- paÍa os "úot'^1ottt'em sLÌas ptóprias
quanto afies que
" a sua própria existência Diferen-
premissas e Ìeis que asseguram
temente clo que ocorre tt'- t homem'
cuias alteraçU"t
"" :.11:"^:
fluxo seus sentimentos' * Alte na()
são c1o rosto exprimem o
c1e

ref-lete com regularla"á" <: cle


mclclo inequívoco uma "atmosfera"
expressão não é o mesmo p1Ìra
tïã-;;ì;""troï-"' o aparato claqtte se costlÌma estabelecer cntr-e
l;a;t ,. épocas A comparaçào
a "imagem cambiantc tl<' ''
etÍe e um espeiho que reproclttz
^munclo" é cluplamen'" à"gn'1t)": cl trabalho criativcl d''t ltt'tc trrì<r lt
ref-lctx.; clesejando-se' p.réur'
tlttt' rt
;;.1. ;"t "q.,ìp"'ut1o a uÀv''rltlr' scria necessário ter-se cìlll lìì('lìl('
expressão aclquira algum
q.ti ., si possr'titt estrlÌturas diferentes'
"rp.tncrem '"-pt"
332 CONCEITOS FI]NDAMËNTAIS
DA HÌSTORÌA DAARTE
POSFACIO: UMA REVISA() ( l9..t.J) .J.lJ
Tudo isso se aclara tâo
logo se cornlara a arte
gios primitivos co em seus está- Portanto, deparamo-ncts aqui com uma camada m:tis prolìrrt
uma rarta d" iib;i;.ïj'ï#ï::,ïjï11 Na
,"primeira:;; da dos conceitos (daí a denominação conceitos Jundamerrtt.ris),
daqueÌa época, mas
que se apresenta cotapercebida aos homens sobre os quais repousa a representação figurada em sttlt fìrt'lttlt
decorrente mais d mais geral.
::" 9.,".,.";; oj;*1
ção de épocas posreriores _
tú...-o, que parateÌa-."r"
rï:,H.*ffi
; aOà., .ãì
I ïïïiïïïï'Í# Que tipo de conceitos sâo esses? Para diferençar
séc. XVI daquela do séc. XVII, procurei reuni-1os em cinco pltrcs:
2Ì al'tc cl()

otr exempÌo
- per- linear (plástico) e pictórico; representação no plano e representa
plásricos exisre, áo ;;;"';::i:_1
qr" parece, .,_n,o,ulï[:tiiï.,1i,ïï::: ção na profundidade; forma fechada e forma aberta (tectônica c
cepçâo plâstica. Mas atectônica); unidade múltipla e unidade indivisível; e clareza
também Ìrtr.".a"
u"i-'t'n - "rsa
;;.i.:l absoluta e clareza relativa. Naturalmente não convém discutir
ff ;:: ;ï1L,',,e "
d; ; I Ïi.ïlÍ i ;! J il.ff 3- aqui até que ponto esses conceitos esgotam a matêria, ou se eles
""ïï;ï,ï devem ser colocados num mesmo nível. Não se trata de um caso
Ì :ïj:'#'1 ff "ïiï#*
inrerior, e que, cle
*il:#hifi ti transformaÇâo.# histórico is olado, mas de consideraçÕes teóricas. .

túça41 n _prg!çns-í_o,. de derivar todos esses conceitos de um


-P.-3.1ç-_c"9-;{P,g-
jlius
I ltrt:
cra
i' -"0" *1."ì,"*;':,u-n
sobre um princípio - mesmo que n1e,q1p9 p-1inclpig,,.,De1er-lninada forma de visão pode qel suaç q4i
J
f llnclmenrada
mas de visào atrernanres. air..."ï"oÌveu
\ que na.o pnr.i.rÍ::;.."ï:rï::rï":ï ?,eq em lgryenos diversos. Entretanto, quando falo de uma forma
dc u m,derermjnado de uisão, de uma forma uisual e da evolução desse modo de uer, a
I deselo' <Je.*o"r5rïï",
Mas já nâo se chega
quando se procede
necesr;;;;r. . mesmas conclusÒes
expressão pode parecef vaga, e não obstante encerra uma analo-
,;- .:;;;:::::1'"'",n: gia, na medida em que também se fala dos "olhos" do artista e de
i",".po r,#;i.ij:lïJiïïi:,
"
caractercs individuais
heterogÊneor r;;;;,
comuns quanto a."-"..t1r,."::::" o""nm por base eÌementos
*ïï5:ï:i;,ï sua "visão", entendendo-se por estes termos a maneira pela qual
ele representa os objetos.."Na-g_ lSi se og ]romens sempre viram as
de um mesmo moclo
cg1fa,q'.g"g.yn (como tè--tìa"
modo _(como afirmaclo); particular-
tem slclo allrmaclol; partl
de imagem e que assuntos
tes sejam suborclrnadlposiçâo diferen- mente, considero a suposição improvável. Q çerto, é que ue se
se pode
a um esqlrema semeÌhanre,
renham
,os
._b:;;;;; artê., üma çé1.!e d,e .q;tágios para os difèrentes tipos de
') quc nisro";;;;; a,mosrera a..,JJ "pr.*ni, "à
nao nn' niï :::,1;"ï:::::":, reprg: g1Ì!4.ç4 g_,",gyç*4çyem.. s9r visuaf.iTado-s nào a pena s para as

;1 X;:'#:il ;,' ;t'


u'''' n.' ol' i;ï'i',ï: :: #: :: J ártes figurativas, mas tagrbám.para as aÍ1es tectÔnicas. Contudo, é
!i. l

de modo
n
::
gera]. moclor ;;;.;;.-
nècéssâriò inz., n seguinte ressalva: é claro que, nesse particular,
sentaçâo semelhanres::^":-tt"-' não entram no mérito da questão nem os estilos arquitetônicos
e coesos, a despeito
origens. da diversiciacle de suas
em seu aspecto morfológico (o Gótico, por exemplo, enqlÌanto ()
Os paisagistas holancleses estilo das linhas verticais, do arco pontiagudo, das abóbaclas
clo séc. XVIÌ
diferir quanro ao temne.,ï.^l^"ï.ïi- '\vrl, por. mais que possam
utilizam-se toclos de repletas de nervuras, etc.), mas os temas desenvolvidos na pintttt':t
geraÌ de ..o*;;;;;;peramento' ilf".-; e na escultura, aos quais se vinculam também os ideais de be le'zlr
ji;,.:::il f,ï il ffi'tr i: Ë**' ::*
ÍU'::l;iri -,'hÏ:::::1,':Ïi:: alternantes.
No sentido de caracterizar as formas de representa('ào, livt'
1:: pf
artista in:ípi", d;
*rn'io'ã
ï'::1
o desenho cle um
l; ;; mos oportunidade de compará-las a um recipiente, clcnl|<l tlrr
itaÌiano da ,nesma época qr-ral se recolhe um determinado conteúdo, e tambénl ttttl:t lt'i;t,
simpl esmenr. po.q.,.l - Michelan exempr o
ì-r >os peft ence_ .::ti;ïor -, na qual os artistas tecem as suas imagens variadas: tttis <<>ltt1r:tt.t
"" ções são válidas, pois evidenciam o aspecto meramentc ('ti(llt('ttr,r
334 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HISTORTA
DAARTE PoSFACIo: UMA REVISÃo t l'rlil {l\
tico desses conceitos formais e, além disso, não
coincidem c()Ín o junto adquiriu uma forma na qual todos os elementos sittt ot11:ttti
conceiro geraÌ de ,,estilo,,, cujo significado é muito t't ;t
mais abrangen_ camente necessários, etc. Ncsse caso, nào 9çrá çtlfíçil 1c<6trltt't
te. Não obstante, eu as evitaria agora, por tornarem
nqtglez.;1 iglerna d-4 gv-,olliçâo' Não haveriaseltido
e1 firzt'l t
"trt's
o conceito da
1;
forma demasiaclo mecânicoc p-o_r.
ÇSld.uzircm à noção..er.Ooea a* õÍa; ;;aà .inpn àu evolr,ição uma clererminada nurrrçrr tl,,
V,l. I 3"-", " torma e o conteúdo se justapÕem como dois elemenl'o*s É cliferènte o (ltl(' ( )( ( )l
bomem c.lâssico, que acompanhasse a arte-
diferenciáveis. No enranro, cada forma de visão pres_ cla forrna do modo como elas s('1ll)l(' ( '
Ii li:ll-."r. i.'ôôm ni"t.ansformaçÕes
supòe uma realidade rá obscrvada. e r'ahe pcrgunlar na oposição entre o séc' XVI e o séc' XVll
l'-
ale que sentam, por exemplo,
ponto uma é condicionada pela outra.
o.pçrncopalesdeconceitoscitaclosanteriormenteabrangctlrt.<lrt.*]
espíril<t' r l
Existe uma arte antiga, na qual a forma de representação fort.., t-tò aàt'ito dos sentidos e também no clo
como taÌ se impÕe vigorosamenre aos olhos do
esplctador (L a
-fiçlçS-,"" p-a1ç-cç
que não pg..1-s-íygÌ entenclê-l9s qe4ã'o comQ formas
clt' :\. I
"rigidez" da arte primitiva); contudo, em estágios observação mais meticttl.s:t '' ,ì
ela parece ter entrado em perÍèito entendimento
mais avançaclos, ËÈrÊ"+ã;;*á; "ü;;";,à, q.,alq'-rer que puderam ser utilizaclot
com as exigên_ ."*;;"";â que se trata cle esquemas 5 ;-'
cias do conreúdo, de sorte que apenas o historiado,
ê cupnï de do modo mais variado na análise dos cfeitos. c q\te - caso st'i:rrn l, ,*
perceber as limitaçÕes ,,ópticas,, a que se prende
cada epoËa. Màp.. inseparáveisdec1eterminadaintenção-Jêm-p.9!]9*9-.4'V''9"{.,.'C.9s1)U1 \
Qentro dqçsas limitações rambém ;a exist! a renciência história da'arte, se costuma charpar de t"ptttiâg )
tendência) para um determinado tipo de cgnfiguraçâo,
Ìop.,ïãï **Pnrr"-os
-Çyq-e-m
A forma "aberta" é uma clas
a alguns exemplos
determinada ordem cle beleza e áe interpretaçâo ;i.;;; " no séc' XVII EIa nà<r
,l^ nut rr.z^. características mais marcantes dos quadros
Utilizando nossas próprias palavras: ,,em cado pocle ser dissociada cla essência da nova imagem' obserwada par-
visâo cristaliza-se um novo conteúdo clo mundo,,.""""
;;;ri;;;" de que Ruysdael foi
,,Não tic.rla.mertt" na paisagem' Mas não há dúvida
só se vê
apenas de uma outra maneira, mas também
se vêem outras coi_ um clos que menos se preocupou com esse conceito em sllas
sas". Mas, então, por que não atribuir tudo isto ,,expressão,;?
à composições, pois para ele essa forma era natural' Certamentt'
Para que compÌicar a observação, na pretensão aberta precisasse set'
de assegurar à isso não significava que o motivo da forma
até mesmo qlÌe ()
arte vida própria e leís específicas que á regem?
Se uma época de totalmente inexpressivo; poder-se-ia aftmar
arquitetura linear possui um posiciorlo-.rrto espiritual novosensodeespaço'bemcomoasensibilidadevoltaclapaf2l:t
diferente
do pictórico, por que falar ainda cle uma evoluçãà ,,imanente,, noção de infinito, tivessem gerado essa nova
forma da imagenl'
nas
artes pÌásticas?
Masessaobserwaçãocontraclizofatodeospintoresdeintericlrcs
da forma "abert;r"
A resposta é a seguinte: para fazer justiça ao seu
caráter espe_ claqueÌa época utilizarem os mesm()s princípios
cífico de representação figurada. O fato de essa i.p.,r.l.trirem o contrário, ou seja' a atmosfera de um complÌr
representaçâo
"o na oltra clc'
coincidir com a história geral do espírito só se exprica-parciarmen- timeÁto fechaclo. prtr conseguinte, o fator decisivo
te pela reaçâo de causa e efeito: o.es.sencial
continua.a ser a evo_ Ruysclaeldeveencontrar-senosdetalhes.enãonaslinhasger-lrrs
iuçào específica a partir a. u-n ïãi, .o-rrÀ
clotfatamentoformal;eéprecisomuitacautelanomoment()('tìì
Faz-se necessárìo estaberecer uma diferenÇa
enffe evoÌucÕes que quisermos traduzir em palavras o conteúdo exprcssivtr
llr que se processam numa direção bem determinada
daquela imagem global'
:
e evoluç:Ões que
I implicam transformaçÒes em LÌm tipo totalnente [Jm outro caso: quando Frans Hals ou Velásquez'
clìì s('ll:'
diferente. Dentre
as primeiras encontfa-se, por exemplo, a estático de Holbein pel<> clt'st'lrlr"
evoluçâo pafa a forma retratos, substituem o ãesenho
"clássica" do Renascimento itaÌiano, que
cessou só quando foi oscilante, vibrátil,.podemos supof que esse
novo estilo clt't ()It t.' t l;r
('sl:r rì(
atingido o grau máximo cle clarezamaterial e visual, nova concepÇão do homem, segundo a quai a essôncilr
r

or-r seya, quan_


do todas as pafies c()mponentes pucleram ser forma estável. COntuclo, m('slìì() ll(':':'('
distinguidas e o con_ movimento, e não mais na
336 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA HISTORTA DAARTE POSFÁCIO: UMA REVISÃO (1933) 337

movimento pictórico de
caso devemos evitar uma explicação demasiado específic ai païa- tórica global, da aparência pictÓrica' do
Ìelamente ocorreram transformaçòes maiores e mais g.-ir, n luz, etc.
jarra sobre a mesa, assim como a natvreza morta casos em que " AÌém disso, é claro que a evolução não
pode significar um
- por si só e sob
não se pode falar de movimento no sentido literal do termo _, é consuma
desenvolvimento mecânico, algo que se
pintada com os mesmos recursos. se processará de forma
quaisquer condições Por toda parte ela
De modo semeÌhante, o estilo tectônico do séc. XVI pode em todo caso' será
diversa, e nem sempre o fará completamente;
ser perfeitamente sentido como um estilo que consolida os seus
"impulsionacla por um sopro que deve
provir do espírito" A
elementos com uma certa gravidade solene, quer se trate cle um em que entendemos esse
expressão ê vaga, mas no momento
quadro histórico ou de uma representação de natureza religiosa. sensível e espiritual' iiexa
Contudo, quando Massys pinta um quadro de costumes em forma orã.".ro como senclo de naturezaque se refere ao homem' E ver-( Õ
estabelecidaa relação com tuclo o
de retrato - O Cambista e sua Espos.t, por exemplo seu procedi_
- +J
mento está de acordo com os mesmos graus máximos cle simetria
e de equilíbrio estável, se bem qlÌe a sua intenção certamente não ,,m::x,:ïã:':,:*:ïïlÏi:ãi:i:tiïï;::;:ï*":J
em grandes artistas' como Ticiano' a
evolução estilística apre- se i
-l

é preciso não esquecet qttt


I
tenha sido a de produzir uma impressão de soleniclacle. -l
senta como um crescimento orgânico'
-.9.qyç d.pejamos mostrar é o seguinte: o valor expressivo de todas essas transformações est^ o
bomez Tlcinno; o ïI
em nossos conççitos esquemático5 cleve ser determinaáó aá por detrás i
concebível sem que
modo muito geral- É bem verdacle que eies possuem um aspecte "m novo estilo pictórico de sua época não seria
sido percorridasr-gL-1-q-Ç
espirirual e, se por um lado podem ser considerados relarivamen- umas tantas etapas anteriores tivessem
evolução E o ãresmo"
te inexpressivos para .caracterizar um artista em particular, po{_. claro que não houve uma i:^ç.lad*,-Ç*.tilã9
arquitetônicos: o Barroco' em
outro são altamente reveladores, quando se trata de determinar a ,rlo.r.'.,,. â cvoluçáo tlos esrilos cada vez mais
de espaço
fi-q.iônòmiâ geral de uma época; clesta maneira, mesclam-se à his- suas últimas fases, busca combinaçÕes
estivessem ligadas a
tôria não figurativa do espírito, condicionando-a ou sendo por ela surpreendentes; no entanto, embora elas
pudessem ter sido rea-
condicionados. Mas seria necessário um vocabulário específico determinada histÓria interna c1a arÍe, e não
que se vencessem certas etapas anteriores'
não será
do campo da psicologià para distingui-los. Trata-se, afinal, <ie p..ro,. lizadassem
autônomas e isola-
dutos de um trab-alho-artístjco, que,só pode ser rotalmentg Çell_. pãrrirr.f falar aqui c1e involuçÕes ou evoluções
que se apfesentam'
pre_e1.5li"gg-p_g]-oj."*gtlq,f'1, De que palavras disporíamos para anati- das: com as novas possibilidades formais
sat, ainda que apenas aproximadamente, a experiência de um inflamou-se o novo espírito criador'
mundo visto sob a perspectiva pictórica em oposição a um mun_ Toclavia, que temos diante de nós num determi-
"rrolt-tçáts característico purcl
do visto sob o prisma do estiio linear? nado momento só revelarão o seu significado
elas se repetem parale-
f Quanto à segunda questão, aquela de se saber como deve quando pudermos obsetwar o moclo como
concebida a evolução dessas formas de visão, fica desde logo lamente, em circunstâncias cliversas' no
conjunto e nos detalhcs'
lser evoluçCrt;s
.IL.l [evidente que o processo evolutivo nos cinco pares de conceitos Tanto no-GÓtiç,o- tarclio como no Barroco' encontrarnos
pcr'í<r
," r.,N\ laqui
descritos é um processo racionalrA.se.qüência nãg pgp€{i? oiìiìr,i.nr anâIogas, embora o sistema llQÍfolÓgico desses
dissemos mais de r-rtna vçz
pÇ-1 i4v_e_rtidp. Uma regulariclade dissimulada somente pode suce- dos seja comPÌetamer rte diferente Já
der a uma regularidacle evidente; a cfareza parcial só pocle ser estiìo passa pela sua fase barroca em dado m()lÌì('lìt()'
-q11e toclo
aceita como princípio plástico em virtude de uma clareza absoluta verifique, é necessário que a imaginaçào pLislit rr
3-;.1à!"" itto se
qLle a precedeu; a compreensão plástica e isolada do mundo dos ï-énnà"pocricro o-aupur:'" por tempo suficiente com Lllll ttrtttltltr
corpos deve ser mais antiga do que a concepção da imagem pic_ invariável de formas.
338 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
HISTORIA DAARTE
posEÁctct: uuA nwsÃo (t933) 339
Tais processos ganham por vezes
uma autonomia que cji.stin_
glÌe uma dererminada afie em face
cÌas slras aÍres i.;;. i;, povos
pictórico, mas a icléia do pictórico nllnca chegou a ter, naqlÌeÌe
de imaginação vigorc.rsa, as afies
tenclem a."np..r"imrr_r. rnpiAur
pais, a amplitucle que alcançc)Ll no norte da Europa' Quanto à
fiìente; contlldo, sempre restará uma evoÌuçâo cla representação em geral da imagem, a sua "racionali-
criÍèrençà entre er"f .r"rrrac,
à sua natureza específìca. A arquitetura clade,' é a mesma qlle selve cle base à evolução da vida espìritual
não conta com as possibi-
lidades da pintura e,_erÌÌ se..l ."-po, e do sentimento dos povos elÌr()peus.
a
evolução externa do
ceito,,imagem,, signifìca apenas uma - con_ Tomo a liberclacle cle repctir uma frase c\e Conceilos Funda-
analoginìorrgirrq;.'
Mas tampor-rco as obras mais signific"tirro., mentais, a despeito de tuclo o qr-re nela possa haver cle corriquei-
ã q.r" ,.tr. opn_ ro: "sempre vemos as coiszrs c1o moclo como as queremos ver" O
rentemente reflete de mocr' perfeito
as formas cle visa. cle creter_
minacl:r época, devem constituir paracligmas estilo pictórico, para fìcarmos só nesse exemplo, surgitl apenas
existe apenas .m ângu1o cle oitservaçâo,
insofi.smáveis. Não no momento em qlÌe havia chegado a sua hora, ou seja, quanclo li
váliclo para tuclo, e na
medida em qLle fbrmas cÌe vi.sâo pôc1e ser compreencliclo. Mas nào se cleveria exigir demais c1<>
m:ris antigas se conse.am maìs
ou lnenos puras, ou que se introduz paralelismo entre a histítria'da visão e a história geral do espíritc'),
aÌgo cle aror.o aotr-l-r.istas a ïi
um determinado interesse cre orclem nem cla comparação entre coisas que não poclem ser comparaclas'
materiar, cleve-se revar em
conta, mais tarde, um grande nfimero A arte preservzÌ sempre a sua especilicidade. E, precisamente por-
de possibiliclacles qtìe cami-
nham paraÌeÌamente. que sempre foram produzidas novas formas c1e concepção n<r
Iìár pouco caracterizem.s a evoruçào âmbito cla visão pura, é que e1a foi criativa, no sentido mais eleva-
fenômeno cornpreensíveÌ clo ponto
cla visào como .m clo c1a palavra. Aincla está p:Ìra ser escrita uma história da cultttrazj f
de vista psicológico, or-r seja,
-., racional. Ma.s como.é qlre na qr-ra1 seja ressaltacÌo o papel preporicÌerante que posslÌemr tem- '{i
esta vicla
i cidir com o ,,,,.so cla.histOria geJ autônoma daurË pá.t"..rirr- porariamente, as artes plásticas
ão espírito? Bem, em nossas por .Jcaso encontlo entre os escritos de Burckharclt a
,^^..r. o.,"-uu"..t,
-,^ Jacob "i
Ì reflexões, não nos refèrimos ,i rn"pì";;;;;;:';lil.l_r,
,

"vistzi gro.sso
"rr. seguinte frase, anotacl.a em um c1e seus cadernos: !

.i. ; deraçâo; e nisto incrui-se


t.lcmt,nto dct.isivo _ o mrrndo rnatcrill _ nao loi levrtlc_, .rr-l .on_l"
,.. J
mocJo. .trelaçào entre arte e c'ltura geral cleve ser entenclicla, pof- I
,rao nf.r* a questào cle se saber
sob tanto, apenas clomo :iigo simples e casual; a afie possui a sua pró-
" ,'r, ' r QLI€ Íbrmas (morfológicas) uma ãetermina6a
.
ollras, mas também o moclo co1ÌÌo
época constrói suas pria vicìa e a sua própria história". Ignoro qual o senticlo que , .,
I

o homem se .sente e com. eÌe Burckharclt pretendia atribr-rir a essa frase, mas é curioso encon-
se posiciona cliante das coisas cÌo
munclo, tanto sob o arrg.rt,, .t,
razàct, qrÌanto sob c1a emoção. pofianto, traí ulna afìrmação clessa natureza entre os escritos de um homem 1

' ,t prolrlema .s.'.'JJu, ,o qì.le, ctom mais capaciclacle e clisposiçào do que oLÌtros, consiclera- i
seguinte: nossa história cra visãr artística pocle ser realmente
,1
con- ,ro nrt" como um eÌemento inteÉlf-.Ìnte da história geral'
'siderada r-rma hi.stória centracra em cleterminacr.s
fènôrnenos cÌis_ "
tintos? Apenas em parte. Os proce.ssos
internos, cle acorclo com
sÌta narureza scnsilii a c cspiritrrll.
senlprr sc srrh.r.Jinarrm ; Í\ Á.
Irrcjo gcrlrl mlis:rlr1211gcnle tlr cpoc:r Nio se trat:r de ";;
r:rcj"r nro_
( cssos tJistintos, ( )'
J.tônotn,,.. Vinr.trllr.io, , .,_-Àr;; ;r],.;,
eles sernpre foram regicÌ.s pelas
."igar.._o. .l;;;';;.'i a.
rm povo A Antigiiirr:rtrc g't'srr rambcm rivcrr
, seu pcríocl, "pit._
tórico, mas em certa se manteve, continuamente, nllm
posicirnament. 'rcclicla
em'rLs:rcr. na visào p'ástic:r, que
isola cacla oble_
to sem crírvida, - Iì:r'xrt'-ìt:rÌiano c1lrr. ,-. visto c.m.r um
estiìo
tl

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