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ANÁLISE MUSICAL
Esta apostila irá abordar os principais elementos da análise musical de peças do período
barroco até o romântico. Observe que as peças pós-românticas utilizam recursos distintos dos
que estão apresentados aqui.
1. Fraseologia
1.1. Motivo
1.2 Cadência
Cadência Autêntica Perfeita (CAP) - Ocorre quando temos a progressão V(7) – I, onde
os dois acordes estão na posição fundamental e a nota da melodia (voz superior) do I é a
tônica;
Cadência Autêntica Imperfeita (CAI) - ocorre quando temos uma CA que não é
perfeita. Seguem os exemplos com as diversas possibilidades:
Observe que nem toda resolução V-I é uma cadência autêntica. A cadência ocorre apenas
quando o grau I aparece como objetivo de uma progressão de acordes. O mesmo pode-se dizer
dos demais tipos de cadência que serão apresentadas. Observe na figura abaixo que as
progressões V – I não são uma cadência, pois o I aparece como um acorde intermediário na
sequência, não como o objetivo.
Meia Cadência (MC) - ocorre quando a cadência encerra no grau V, que pode ser
precedido por qualquer outro acorde. Este tipo de cadência é muito usado no final de
um trecho musical a ser repetido, principalmente quando o início da música está no
grau I onde o V grau antes da repetição cria um link com o início da música. Observe.
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1.3. Frase
Trata-se de uma ideia musical com sentido completo que se encerra com uma cadência.
1.4. Semi-frase
Corresponde a cada uma das partes na qual uma frase pode ser desmembrada. A semi-
frase é formada a partir da combinação de temas.
1.5 Períodos
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Ocorre quando os inícios das duas frases são similares ou iguais (os finais vão diferir
devido as diferentes cadências que as frases vão conter).
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Possui 3 frases sendo duas antecedentes e uma consequente ou, uma antecedente e duas
consequentes.
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Geralmente consiste em 2 pares de frases onde a cadência no final do segundo par é mais
forte. Também podem ser paralelos ou contrastantes.
Correspondem a grupos de frases que claramente não constituem períodos por não
possuírem uma cadência final que é característica nos períodos. Isto frequentemente ocorre nas
passagens de caráter transicional para conectar outras sessões temáticas mais importantes da
obra.
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1.7. Sentença
2. Formas I
Consiste numa música que contém apenas um grupo de frases ou um período. Seus
elementos característicos são:
2.2. Binária
É uma forma binária acrescida de uma terceira parte no final que compreende a metade
da primeira (A || B || 1/2A).
2.4. Ternária
Consiste em 3 partes, onde a segunda é diferente da primeira e a terceira é igual (ou com
ligeiras alterações) à primeira (A || B || A ou A’). É importante lembrar que cada uma dessas
sessões pode ser repetida (ritornelo) antes do surgimento da próxima.
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Beethoven, por sua vez, transformou o minueto e trio em scherzo - palavra italiana que
significa brincadeira - o qual possui a mesma forma do minueto e trio porém, num andamento
muito mais rápido. Este andamento é geralmente tão rápido que o executante se vê obrigado a
considerar cada compasso como um único tempo. As considerações são as mesmas para o
minueto e trio.
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Já Chopin explorou ainda mais os scherzos onde, além tratá-los como peças
independentes e de grande extensão, incorporou neles um caráter mais dramático e intenso.
Escute estas peças através deste link https://www.youtube.com/watch?v=JKL-r07YD3w.
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Consiste numa tríade maior formada sobre o segundo grau abaixado em meio tom (bII).
Observe que, na harmonia e na análise tradicional, você deve utilizar a nomenclatura N ao invés
de bII. Na maioria das vezes este acorde irá aparecer num trecho harmônico em tom menor e na
1ª inversão (N6).
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Trata-se de uma sexta aumentada (como a do exemplo anterior) acrescida de mais uma
nota situada a uma 3ª maior sobre a nota do baixo. Funciona bem numa progressão a 3 vozes. A
nomenclatura para este acorde é It+6 Observe.
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Ocorre quando uma 2ª maior é adicionada à nota da sexta aumentada italiana. Este acorde
funciona melhor numa progressão a 4 vozes. A nomenclatura para este acorde é Fr+6. Observe.
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Ocorre quando a nota adicionada sobre a da sexta aumentada italiana, desta vez, é uma 3ª
menor. Assim como na francesa, também funciona melhor numa progressão a 4 vozes. A
nomenclatura para este acorde é Ger+6.
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4. Formas II
Geralmente esta forma musical está presente no primeiro movimento das sonatas,
quartetos de cordas, sinfonias ou similares. Nela, existem basicamente três partes principais:
exposição, desenvolvimento e recapitulação (não confundir com forma ternária ABA).
Na exposição, além dos temas mais importantes serem apresentados, surge um conflito
tonal e no final desta sessão a nova tonalidade é estabilizada (geralmente o V).
No desenvolvimento, já na nova tonalidade, os temas da exposição serão mais explorados
e novos temas podem surgir (temas secundários). Nesta sessão, também podem surgir novos
conflitos tonais e modulações, entretanto, no seu final, há uma preparação para o retorno à
tonalidade inicial.
Na recapitulação, os temas principais reaparecem na tonalidade inicial de modo a
resolver o conflito tonal surgido anteriormente. No final desta sessão pode haver uma coda ou
sessão de encerramento.
Observe que, em qualquer uma destas partes podem haver sessões de transição, ou seja,
materiais musicais cuja função é ligar um tema a outro.
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4.2. Rondó
Consiste num tema refrão alternado entre temas contrastantes. Aparece com bastante
frequência como último movimento de sonatas, quartetos de cordas, sinfonias ou similares. Os
tipos mais comuns são:
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Quando a parte C consiste numa sessão de desenvolvimento, o rondó é denominado por sonata-rondó.
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4.3. Variações
Ocorre quando um tema é repetido diversas vezes no baixo (por isso é um ostinato) e ao
mesmo tempo as demais vozes sobrepostas executam frases interdependentes.
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Consiste na apresentação de uma melodia simples (tema) que é então repetida várias
vezes de forma variada, ou seja, com certas modificações que a mantém conectada com o tema.
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5. Formas contrapontísticas
5.1. Imitação
Ocorre quando, após uma voz apresentar um material musical, este é, dentro de algum
intervalo de tempo, repetido por outra voz de maneira transposta ou na mesma altura. Enquanto
isso, a voz que primeiro apresentou o material continua com a elaboração de um novo material
que forma um contraponto com a repetição do primeiro material pela outra voz. A imitação pode
ser caracterizada a partir de dois parâmetros: intervalo de alturas, ou seja, a distância intervalar
entre as notas que primeiramente foram apresentadas e a sua repetição e o intervalo de tempo, ou
seja, quantas batidas de tempo existem entre o início da primeira apresentação do material e o
início da sua repetição.
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5.2. Canon
Canon espelho - na repetição, além do intervalo entre as notas poder ser diferente de
uníssono, o direcionamento das notas é invertido.
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5.3. Invenção
É um gênero criado por Bach de peças para teclado baseadas em imitações a duas ou três
vozes. Bach as explorou de diversas maneiras que cada invenção pode ser considerada como
única em matéria de organização formal e estrutural.
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5.4. Fuga
A partir do período barroco, este termo passou a se referir a peças nas quais foi aplicado o
uso sistemático de imitação e contraponto na elaboração e combinação dos temas entre as vozes.
Na verdade, a fuga representa um tipo de técnica composicional dentro do gênero
contrapontístico e não uma forma musical, pois as diferentes fugas variam bastante em seus
aspectos formais. As fugas atingiram seu apogeu através das obras de J.S. Bach o que pode ser
observado através das obras-primas do “Cravo-bem-temperado” v. 1&2 e “A arte da fuga”, por
exemplo. A seguir será exposto como se apresentam os temas numa fuga.
5.4.2. Exposição
5.4.3. Episódio
É a sessão que segue a exposição onde fragmentos dos motivos do sujeito (não inteiro)
serão repetidos e desenvolvidos de diferentes maneiras. Se o sujeito aparecer na sua forma
integral, ele será aqui denominado de entrada (middle entrie).
5.4.4. Encerramento
Observe que estas são apenas algumas características gerais das fugas de modo que elas
podem se apresentar de maneira mais variada e complexa.
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Referências
Caplin, William Earl. Analyzing Classical Form: An Approach for the Classroom. Oxford
University Press, 2013.
MATHES, James. The analysis of musical form. Pearson Education: Upper Saddle River, NJ,
2007
KOSTKA, S.; PAYNE, D. Tonal Harmony. 7. ed. McGraw-Hill: Education. 2012.