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Dispnéia: Um dos sintomas mais comuns em pacientes com doenças cardíacas. O grande
desafio inicial é definir se trata-se de dispneia ou se o paciente interpretou errado e está com
astenia (cansaço). Também é preciso considerar que a dispneia pode ser de origem pulmonar.
Dispnéia progressiva aos esforços: é mais comumente de origem cardíaca. O paciente começa
a sentir dispneia em trajetos que normalmente sentia-se bem, meses depois para exercícios
leves, e finalmente dispneia ao tomar banho e em repouso.
Ortopneia: dispneia em decúbito dorsal (aumento do retorno venoso -> aumenta congestão
pulmonar).
Dispnéia paroxística noturna: diferencia-se da ortopneia pois sente a dispneia após dormir,
acordando subitamente devido a congestão pulmonar.
Angina do peito: é um sintoma muito frequente. O primeiro desafio é definir se é uma dor de
risco de vida ou não. Quando há risco, normalmente é devido a doença coronariana. É uma dor
retroesternal ou precordial (hemitorax anterior esquerdo), desencadeada por esforço físico ou
ansiedade. Possui diferentes níveis de gravidade: estável < instável < IAM.
Angina estável: dor para quando é cessado o fator desencadeante (dura de 5-10 min).
Angina instável: mesmas características da estável, mas não cede com facilidade, mesmo
em repouso ou com ansiedade controlada. Dura de 20-30 min. Se o paciente estiver
pálido, suando frio, comprometimento do estado geral e instabilidade hemodinâmica já
pode se tratar de um IAM.
Dor torácica: sempre considerar as hipóteses de maior risco para o paciente angina (doença
arterial coronariana), tromboembolismo pulmonar e a dissecção da aorta. Caso não sejam
confirmados, partimos para as hipóteses de menor risco de vida (ex: refluxo gastroesofágico,
dores musculoesqueléticas e dores psicossomáticas).
EXAME FÍSICO
A sequência continua a mesma: inspeção, palpação e ausculta. A percussão não é útil para o
exame físico, mas percebe-se uma submacicez.
INSPEÇÃO
Lesões de Janeway podem auxiliar neste diagnóstico (manchas roxas nas plantas dos
pés ou palmas das mãos, decorrentes de microembolização nas extremidades) mas
não são tão comuns.
Nódulos de Osler: também não são muito comuns mas auxiliam no diagnóstico. Têm
origem inflamatória secundária à essa infecção endocárdica.
Fácies mitral: Ocorre devido a estenose mitral (valvulopatia). Não é comum mas quando
ocorre é bastante característico. Essa hiperemia bilateral na região maxilar ocorre pela
hipertensão venosa na região cefálica, secundária à estenose.
**O edema na insuficiência cardíaca tem a característica de ser BILATERAL COM CACIFO
Edema com cacifo: Quando comprimimos a região do edema com o polegar, percebe-se que
ao retirar o dedo permanece uma depressão, chamada de cacifo. Outros edemas de
extremidades também apresentam cacifo (insuficiência renal, hepática e desnutrição grave).
Cianose periférica: É frequente nos adultos, devido a uma insuficiência cardíaca muito
descompensada e grave, levando à má perfusão periférica.
Cianose central: mais relacionada a mal-formações cardíacas. Pode ser evidenciada na língua.
Desvio lateral e para baixo para o sexto espaço intercostal no sentido da linha axilar
anterior sugere aumento no ventrículo esquerdo.
Desvio medial para o quarto espaço intercostal sugere aumento do ventrículo
direito.
Extensão normal = 2,5cm (2 dedos). Se for maior que isso sugere aumento da área
cardíaca. Estes dados são mais fáceis de perceber na palpação.
PALPAÇÃO
O ictus cordis pode ser palpável ou impalpável. Se for palpável avaliamos se há desvio.
FOCOS DE AUSCULTA
Ponto de Erb: foco aórtico acessório - 3 espaço intercostal esquerdo borda esternal esquerda
— serve como um local para ter uma ideia do que está ocorrendo no coração quando o
paciente não está em posição ou condição adequada para ausculta (emergência)
**Se for necessário ouvir mais nitidamente a mitral decúbito lateral esquerdo
**O paciente sentado ou inclinado para frente ajudam a aprimorar a ausculta de sons
anormais no foco aórtico.
AUSCULTA
O diafragma é útil para sons agudos (B1, B2, regurgitação aórtica e mitral,..) e a campânula é
útil para sons graves (B3, B4, artérias e sopro por estenose mitral).
IMPORTANTE: quantas são as bulhas, como são, existem ruídos e qual a relação das bulhas e
ruídos com o ciclo cardíaco.
BULHAS CARDÍACAS
B1: Causado pela passagem do sangue para os ventrículos, pelo fechamento das válvulas. É
mais intenso no foco mitral. Indica o início da SÍSTOLE VENTRICULAR.
B2: é o início da DIASTOLE, pelo fechamento da válvula aórtica e pulmonar. É mais intenso
nestes focos.
B3: ocorre na insuficiência cardíaca esquerda, melhor audível em foco mitral em decúbito
lateral esquerdo. ---- Corações “moles”, dilatados, aumenta complacência.