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Sugestões de resolução das Questões de aula

Sugestões de resolução

Fernando Pessoa ortónimo

1.1. O sujeito poético descreve uma atmosfera exterior desagradável (“frio lunar”, v. 2; “vento
nevoento”, v. 3; “maresia”, v. 5; “A brisa é diluída”, v. 15), em cuja descrição a aliteração em [v] (vv. 3 e
4), que reproduz o som do vento, intensifica a sensação de incómodo. As características desse espaço
coincidem com as do seu interior, preenchido por uma “angústia fria” (v. 7), que “Indistinta voga” (v. 8).
O “eu” sente, interiormente, um “tédio” “imenso” (v. 12) e uma “mágoa sem fim” (v. 16), que se
espalham no seu íntimo como a brisa que sente, exteriormente, “diluída” (v. 15).

1.2. A interrogação contribui para a progressão da autoanálise que o sujeito poético desenvolve ao
longo do poema. Denota inquietação sobre a sua personalidade, dando a entender que se sente
diferente de todas as outras pessoas, pois não tem o que é habitual na “vida / Dos outros”.
Subentende-se uma sensação de estranheza face a si próprio, por não seguir os comportamentos e as
atitudes típicos dos outros seres humanos.

1.3. Os versos 9, 10, 19 e 20 remetem para a reflexão sobre as relações entre a emoção e a razão. O
sujeito poético reconhece que vive dominado pelo pensamento (“o que penso”), surpreendendo-se com
alguns rasgos emocionais (“Não sei o que chora / Em mim”), que gostaria de manter, pelo que apela à
sensibilidade divina para que o deixe viver pelo “coração”.

OEXP12 DP © Porto Editora

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