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ESCOLA SECUNDÁRIA DE PORTO DE MÓS

7º Ano – Língua Portuguesa

TESTE DE AVALIAÇÃO

Nome: _____________________________________ Nº.: _______ Turma: ________

Classificação: ________________________________________________________________________
Rubrica do Professor: ____________________
Assinatura do Encarregado de Educação: ______________________________________________

Ano letivo: 2011/2012 Professora: Sílvia Marques

 Este teste destina-se à avaliação dos teus conhecimentos nas competências de:
 Compreensão de leitura;
 Conhecimento explícito da língua;
 Expressão escrita.

 Esta prova é constituída por três grupos de resposta obrigatória.

 Lê atentamente todo o enunciado antes de iniciares a sua resolução.

 Todas as respostas deverão ser registadas no enunciado.

 Deves elaborar respostas completas, utilizando um vocabulário cuidado.

 Não é permitido o uso de corretor.

 Não são permitidas consultas.


31 de janeiro de 2012

1
GRUPO I
TEXTO A
Lê atentamente o texto a seguir apresentado.
Cega-rega
É difícil. Isto de começar num monturo 1, e só parar na crista dum castanheiro, tem que se lhe diga. É
preciso percorrer um longo caminho. Embrião, larva, crisálida... (…) O calor dá no ovo. Aquece-o e
amadurece--o. A casca quebra. Depois... Ah, depois é essa descida ao húmus, essa existência amorfa 2, nem
germe, nem bicho, nem coisa configurada. Largos dias assim. Até que finalmente em cada esperança de perna
5 nasce uma perna, e cada ânsia de claridade é premiada com dois olhos iluminados. Cresce também uma boca
onde a fome a reclama, e surgem as asas que o sonho deseja...
É difícil, mas vai. Desde que haja coragem dentro de nós, tudo se consegue. Até fazer parte do coro
universal.
- Já hoje ouvi a cigarra...
10 - É tempo dela.
(…) Nascia do tempo. Muito bem. Ninguém mais ficaria a conhecer a fundura dos abismos em que se
debatera. Protoplasma, lagarta, ninfa... Quase que sentia ainda no corpo as fases da transfiguração. Mas
pronto, chegara! Agora era receber o calor do presente, e cantar. Cantar o milagre da anódina 3 e conseguida
ascensão. E cantava.
15 A primavera estava no fim e o estio ia começar. As cerejas pontuavam a veiga de sorrisos vermelhos. As
searas, gradas4 de generosidade, aloiravam. Contentes, os ramos relaxavam de vez os músculos crispados já
esquecidos das ventanias do inverno. Havia penugens de esperança em cada ninho. Mas não era a doçura das
seivas, a paz vegetal ou animal que saudava. Vencera todos os obstáculos dum árido caminho, sem a ajuda de
ninguém. No fim do esforço, nem sequer essa vitória via reconhecida. Por isso, nada devia aos outros, e nada
20 lhes daria, a não ser a beleza daquele hino gratuito.
(…) E começou a subir, a subir, a subir sempre. Depois, serenamente, olhou. Nesse momento, porém, um
raio quente de sol caiu-lhe amorosamente sobre o dorso. Contraiu-se de volúpia. E, da plenitude que a
empolgou, ergueu-se a voz de triunfo. Não era a vontade que a fazia vibrar. Era o corpo, possesso de
contentamento, que, num espasmo total, estridentemente glorificava a própria perfeição atingida.
25 - Até azamboa a gente!
O senhor camponês, a reclamar. Suado e soturno, a mourejar de manhã à noite, queria silêncio à volta.
Tapasse os ouvidos! Nenhuma força humana ou desumana a faria calar. Com que razão? Porquê?
Porque a fome era triste, os dias passavam velozes, e urgia ajudar a natureza a ser pródiga? Imaginem!
Pois que aproveitasse as horas, os minutos e os segundos, num anseio insaciável de fartura. Ela continuaria
30 ali, preguiçosa, imprevidente, num desafio sonoro à sensatez.
- Muita alegria tem tal bicho!
- A alegria passa-lhe... É deixar vir o inverno...
A pressurosa formiga! A coitada! Como se trabalhar fosse um destino!
- E temo-lo aí, não tarda muito.
35 Evidentemente. Mas que lhe importava? A escolha estava feita. Que as folhas do calendário, como as das
árvores, fossem caindo, e que os ceifeiros lançassem as gadanhas ao trigo maduro, numa condenação de
galerianos. Que nas tulhas se acumulassem toneladas de grão. Ao lado dos celeiros atestados, ficaria um
celeiro vazio. Um símbolo de inquebrantável confiança.
- Mas em quê? – perguntava um pardal suspicaz.
40 Outro que não compreendia. Outro que só concebia a existência a saltar de migalha em migalha.
- Chega-lhe, Cega-Rega!
O Poeta! Louvado seja Deus! Até que enfim lhe aparecia um irmão!... Um irmão que sabia também que
cantar era acreditar na vida e vencer a morte.
A morte que a espreitava já, com os olhos frios do outubro...
Miguel Torga, Os Bichos

Responde às questões apresentadas.


1.Delimita os momentos da ação do conto apresentado.
a. Introdução: _____________________________________________________________
2
______________________________________________________________________________
b. Desenvolvimento: ________________________________________________________
______________________________________________________________________________
c. Conclusão. _____________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Refere o espaço físico em que se desenrola a ação do texto.


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______________________________________________________________________________

2.1. Ilustra a tua resposta com uma passagem textual.


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3. Copia do texto uma expressão que localize os acontecimentos narrados no tempo.


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4. Relê a seguinte passagem textual: «Depois, serenamente, olhou. Nesse momento, porém, um
raio quente de sol caiu-lhe amorosamente sobre o dorso».

4.1. Classifica o narrador quanto à presença na ação que narra.


______________________________________________________________________________

4.1.1. Justifica a tua resposta, transcrevendo:


a. um pronome pessoal: ________________
b. duas formas verbais: ________________ _______________

5. Indica a personagem protagonista desta história.


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5.1. Caracteriza-a psicologicamente, ilustrando a tua resposta com passagens do texto.


(Indica, no mínimo, três características, empregando adjetivos qualificativos).
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______________________________________________________________________________
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1
Monturo – Esterqueira; monte de lixo.
2
Amorfa – Que não tem forma determinada.
3
Anódina – Calmante.
4
Gradas – Gratas; reconhecidas.
3
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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

6. Explica o significado das expressões sublinhadas:

a. «Desde que haja coragem dentro de nós, tudo se consegue». (linha 7).
______________________________________________________________________________

b. «Havia penugens de esperança em cada ninho». (linha17).


______________________________________________________________________________

7. Indica os recursos estilísticos presentes nas seguintes expressões sublinhadas:


7.1. «Contentes, os ramos relaxavam de vez os músculos (…)». (linha 16).
______________________________________________________________________________

7.2. «Ela continuaria ali, preguiçosa, imprevidente, (…)». (linhas 29-30).


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7.2.1. Explica o sentido que o recurso que identificaste em 7.2. confere ao texto.
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TEXTO B

Excerto de um livro que narra vários episódios da vida de uma família que tinha um cão chamado
Kurika.

4
1. Numera as afirmações seguintes, de acordo com a ordem dos acontecimentos narrados. Segue o
exemplo.

5
1. Assinala com X as duas razões apresentadas pelo narrador para explicar a desorientação do cão,
quando este foi encontrado na estrada.

a) v

b)

c)

d)

e)

GRUPO II
1. Indica a classe e a subclasse a que pertencem as palavras destacadas.
a. «seu sentido»: _________________________________________________________
b. «corremos os restaurantes»: _____________________________________________
c. «A rapidez»: ___________________________________________________________
d. «zangado»: ___________________________________________________________

2. Completa o quadro referente às seguintes formas verbais:

FORMA INFINITIVO
PESSOA NÚMERO TEMPO MODO
VERBAL IMPESSOAL
a. «Nascia»
b. «ficaria»
c. «chegara»
d. cantasse

3. Constrói uma frase em que empregues formas verbais nos seguintes tempos e modos:
3.1. pretérito perfeito / pretérito imperfeito / pretérito mais que perfeito do indicativo.
__________________________________________________________________________________
3.2. pretérito imperfeito do conjuntivo / presente do condicional.
__________________________________________________________________________________

4. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes assinalados nas frases.


4.1. «Algumas pessoas tinham-no visto na praia. Outras perto da Cabana do Pescador (…)».
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4.2. «(…) quem o levou (…)»


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4.3. O desaparecimento do cão provocou-lhes grande sofrimento.


_____________________________________________________________________
4.4. «A fala é muito complicada ».
_____________________________________________________________________

6
5. Identifica a conjunção e/ou a locução (coordenativa ou subordinativa) que está presente em
cada uma das frases seguintes:

a. A cigarra canta porque quer louvar a plenitude da vida.

b. O cão desorientou-se, mas foi encontrado e devolvido à família.

c. «O certo é que o pânico se instalou em toda a família (…) quando já depois de a


noite cair não se vislumbrava rasto do cão».

6. Seleciona a resposta correta.

6.1. O elemento de ligação utilizado na frase b. exprime uma ideia de:


a.  alternância;
b.  tempo;
c.  oposição.
d.  causa.

6.2. O elemento de ligação utilizado na frase c. exprime uma ideia de:


a.  alternância;
b.  tempo;
c.  oposição.
d.  causa.

7. Divide e classifica as orações que constituem a frase a..


______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

8. Transforma as frases simples abaixo apresentadas numa frase complexa, ligando-as com uma
conjunção ou locução conjuncional com o sentido indicado entre parênteses.

8.1. Os animais são muito importantes na família. Os animais reforçam os laços afetivos. (causa)
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8.2. Ele comprou um cão. Ele tornou-se uma criança mais feliz. (tempo)
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8.3. Há animais domésticos muito trabalhadores. Há animais apenas de companhia. (oposição)


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9. Indica o processo de formação das palavras apresentadas.


9.1. «Cega-rega»: ___________________________________________________________
9.2. «doçura»: _______________________________________________________________
9.3. anoitecer: ___________________________________________________________
7
GRUPO III

Num texto bem estruturado, com um número mínimo de 150 e um número máximo de 200
palavras, narra um acontecimento marcante que tenhas vivido com a tua família.

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FIM

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