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Curso Técnico em Serviços Públicos – TSP


Disciplina: Informática Aplicada
Carga horaria: 80 horas
Autora: profa. Dra. Flávia Furtado Rainha Silveira

A importância das Tecnologias da Informação e Comunicação no nosso


cotidiano

Assim como eu, você também é fã dos Simpsons?

Cena da série animada 'Duncanville': gadgets no dia a dia da família Fox/Divulgação

Esta série animada, que começou a ser apresentada em 1989 e tem como
personagens a família Simpsons, composta por Lisa, Bart, Marge e Maggie, faz sátira
do cotidiano com episódios que retratam as situações com uma dose extra de humor e,
por que não dizer, criticidade, que, aliás, nos leva a importantes reflexões. Como fã de
carteirinha, ou não, você já deve ter visto ou ouvido falar dos episódios em que os
Simpsons, em um exercício de futurologia, anunciou a eleição de Donald Trump e,
pasmem, até mesmo previram a derrota do Brasil para a Alemanha. O fato é que os
nossos amados amarelinhos não pararam por aí. Eles também foram capazes de
prever a assunção de várias tecnologias, as quais parecem comuns nos dias atuais,
mas que na época eram inimagináveis. Quem não se lembra do episódio em que o
suposto marido da Lisa usava um relógio inteligente, aos moldes do Smartwatch? E o
corretor ortográfico acoplado a um telefone? Surpreendente, também, foi vislumbrado o
aparelho com vídeo chamada no display. A lista das previsões tecnológicas é enorme:

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óculos de realidade virtual e até mesmo um jogo simulador de fazenda, tal qual o
Farmville (um jogo que simula o ambiente rural, que ficou muito famoso no mundo).
Não sabemos se os Simpsons captam as perspectivas da realidade e as
projetam no futuro, se jogaram o jogo do “se a previsão colar, colou”, se acertaram por
causa das estatísticas a seu favor, já que são centenas de episódios, o que aumenta a
chance de uma bola dentro em direção ao futuro, ou, se, de fato, são bons no exercício
de futurologia. Mas, o que chama a atenção, também, é como usam as tecnologias a
seu favor em várias situações. Isto também ocorre com cada um de nós.
Já parou para pensar que assim como nos episódios dos Simpsons, as
Tecnologias da Comunicação e da Informação – TIC’s fazem parte do nosso cotidiano
e já não conseguimos pensar nas nossas vidas sem elas? Imagine ficar aguardando
um telefonema importante ao lado de um telefone fixo (aviso aos nativos digitais: as
ligações tinham um curso muito elevado. Por isto, era muito comum que interurbanos,
por exemplo, fossem economizados ao máximo, sendo reservados, apenas para os
domingos). Gosta de música? A única possibilidade de ouvi-las era na rádio local ou,
se a pessoa estivesse disposta ou pudesse comprar um disco de vinil ou gravar uma
fita. Precisa entregar um trabalho sobre um tema qualquer: você deveria manuscrevê-lo
ou, na melhor das hipóteses, digita-lo em uma máquina de escrever Remigthon. E o
nosso exercício de pensar a nossa vida sem as tecnologias pode ir longe....
Na sua atuação como técnico em serviços públicos você dependerá bastante
das TIC’s. O contexto atual de pandemia nos mostrou o quanto somos dependentes
destes dispositivos para enviar uma mensagem por aplicativo, marcar e realizar uma
reunião remota, operacionalizar todo o processo seletivo, desde a captação dos
currículos até o feedback dos candidatos. Ainda nesta linha, por meio de softwares, é
possível gerar folhas de ponto, controlar os atestados médicos e os benefícios, entre
outros. No campo dos documentos oficiais, você utilizará computadores e softwares
para elaborar ofícios, planilhas, apresentações e outros arquivos, e, ainda, envia-los
por e-mail ou projeta-los em uma apresentação para a sua equipe. Certamente, a fim
de construir competências, fará cursos em Educação a Distância – EaD. Caso você
atue na área de logística e assistência na gestão de suprimentos, você contará com

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dispositivos que o ajudarão nesta rotina. Caso trabalhe com atendimento ao público,
terá que consultar informações na internet e em planilhas eletrônicas.
Enfim, as TIC’s têm um potencial enorme para ajudar o técnico em Serviços
Públicos a atuarem no mundo do trabalho, otimizando os trabalhos, dando mais
agilidade, maior produtividade e sustentabilidade, agindo na redução de custos, além
de evitar retrabalhos e evidenciar os erros a serem corrigidos.
Mas, podemos nos questionar: em qual momento as TIC’s passaram a fazer
parte das nossas vidas?
Por incrível que pareça, a informática esteve presente desde o passado remoto.
Alguns acreditam que a calculadora de Pascal, construída no período de 1642- 1644, já
tenha sido uma precursora dos computadores modernos, já que suas rodas eram
utilizada para realizar as quatro operações básicas: somar, diminuir, dividir e
multiplicar. Veja como era esta maquina:

Fonte:  https://pt.wikipedia.org/wiki/La_pascaline  
De lá para cá, muita coisa mudou. As duas grandes guerras mundiais e a guerra
fria entre Rússia e Estamos Unidos, por exemplo, oportunizou avanços importantes
nesta área. Para ganhar espaço na geopolítica mundial, as duas nações deveriam
construir tecnologias que garantissem a supremacia mundial. Calma, ficará mais fácil
de entender se pensarmos em um caso concreto.
Você gosta de pipoca de micro ondas? Hum! Já deu água na boca, não é? Pois
bem. O micro ondas foi uma invenção fruto desta corrida por avanços científicos entre
as duas nações – Rússia e Estados Unidos. O engenheiro americano Percy Spencer,
em 1945, ao estudar ondas eletromagnéticas, percebeu que o chocolate que estava no

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seu bolso havia derretido. Então, começou a percebeu que ondas poderiam aquecer
alimentos. Bingo! Daí nasceu o item indispensável na nossa cozinha: o micro ondas!
Os GPS, que tanto nos ajudam nas localizações de ruas e lugares
desconhecidos, as câmeras digitais, cuja tecnologia nasceram dos estudos da NASA,
que tentavam aprimorar as câmeras colocadas em satélites espiões a fim de controlar
o próprio território (e por que não dizer dos outros países) são, também, oriundos das
necessidades surgidas neste período. Poderíamos ficar aqui conversando horas sobre
como momentos de crises, dor e sofrimento possibilitaram avanços tecnológicos. Mas,
como precisamos avançar nos nossos estudos, disponibilizamos um vídeo, que pode
ser acessado por meio do link abaixo. Assista o vídeo que conta a história da
informática e pense o quanto caminhamos para chegar até onde nos encontramos
hoje.

Quer saber mais?


Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=uQuYPRYVPiM.

Percebeu o quanto as TIC”s interferiram e impactam no mundo, tal qual o


enxergamos hoje? Atualmente, muitos autores afirmam que vivemos em um mundo
VUCA. Sabe o que é isto?
Antes de prosseguirmos, assista ao vídeo que vai te mostrar um pouco sobre os
elementos do nosso contexto VUCA:

https://www.youtube.com/watch?v=_8ryiYfdU2Q&feature=emb_logo

Viu? A sigla VUCA é um acrônimo utilizado desde a década de 1990 para definir
as características do nosso mundo atual: Volatility, Uncertainty, Complexity e
Ambiguity, ou seja, vivemos em um ambiente volátil, incerto, complexo e ambíguo,
como muito bem demonstrado na figura abaixo:

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Diante deste aspecto, as TIC’s podem ser aliadas importantes para vivermos (e
sobrevivermos) neste mundo. Elas nos permitem organizar as nossas rotinas e
processos de trabalho, fazer com que tenhamos acesso a informações importantes
para as tomadas de decisões, intercambiar ideias com as diferentes pessoas, prever
situações, intervir em contextos e projetar cenários.
Mas, devemos considerar que as tecnologias devem estar a serviço das
pessoas, e não o contrário. Talvez, o contexto de Pandemia pelo Coronavírus tenha
nos mostrado que as tecnologias são importantes porque aproximam pessoas,
conectam conhecimentos e possibilitam o desenvolvimento, a despeito das mais
diversas situações. Mas, são as pessoas (e não as tecnologias) que fazem uma
organização alcançar os seus objetivos, pois são elas que planejam, interagem,
executam, enfim, que fazem acontecer.
Lembro-me que, certa vez, o prédio da organização em que trabalhava à época
ruiu no final de semana. Saímos na sexta-feira e na segunda-feira não mais podíamos
voltar lá sequer para pegar os nossos pertences. A organização não deixou de existir
por causa disto e nem deixou de buscar alcançar os seus objetivos. O seu bem mais
precioso (ainda bem!) estava do lado de fora: as pessoas que lá trabalhavam.

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No âmbito das organizações públicas, as tecnologias são o meio que se utiliza
para se alcançar o seu fim, que é atender às necessidades dos cidadãos. Para isto,
precisamos de hardwares e softwares que nos auxiliem a otimizar o trabalho e realizar
as entregas. Mas, são as pessoas engajadas, capacitadas e motivadas que serão o
diferencial competitivo de qualquer organização.
Qualquer política pública de gestão de pessoas e de aprimoramento
administrativo devem perpassar o pressuposto de que as pessoas se utilizam das
tecnologias para desenvolverem o seu trabalho. E, por isto, deve-se investir nesta
dobradinha para que o sucesso das organizações.
Neste período complexo da humanidade, as pessoas saíram dos seus
escritórios, mas, as organizações não deixaram de existir, porque uma organização é
formada por ativos tangíveis (prédios, computadores, programas e processos), mas,
principalmente, por ativos intangíveis, que são as pessoas e tudo mais que elas
trazem: o seu capital intelectual, as suas experiências e as suas vivências emocionais.
Não por acaso, talvez, a autora deste artigo seja uma psicóloga. O mundo VUCA não
suporta as caixinhas e as classificações binárias entre: tecnológico e humano; exatas e
humanas, direita ou esquerda, isto ou aquilo... O mundo é complexo demais para não
ser visto como algo interconectado, interdependente, junto e misturado. Pessoas e
tecnologias: um par perfeito, a serviço da humanidade, da saúde, da vida e dos
avanços científicos que promovem o bem estar das pessoas e a sustentabilidade das
organizações. Fora isto, não há propósito!

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