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Emeriana Classere / Questões levantadas sobre o filme “Diário de Motocicleta”.

As personagens principais têm em comum: a inquietude, o espirito sonhador e


o incansável amor pela luta. Ernesto Che Guevara deixou de lado a faculdade
para poder viajar pela América Latina, despertando inveja por onde passava e
feliz em deixar para trás o que é chamado de civilização e por ir para mais
perto da terra. O que se perde em cruzar uma fronteira? A melancolia pelo que
ficou para trás, e o entusiasmo por entrar em terras novas.

Pode se considerar como o inicio da globalização quando convencem um


mecânico local a arrumar a motocicleta de viagem, mostrando o jornal em que
saiu uma manchete dos jovens viajantes como supostos médicos de lepra.

Na noite em que conhecem o casal comunista que viajam, se é que podemos


nomear assim, em busca de trabalho, Ernesto diz ser uma das noites mais fria
de sua vida, mas que conhece-los o fez sentir mais perto da espécie humana,
que era tão estranha para ele. O casal fugiu algumas vezes de policiais que
queriam prende-los por serem comunistas, estavam em busca de trabalho,
porém de um trabalho ruim, o trabalho nas minas. Lá eles não ligam de qual
partido político você é.

Os incas tinham conhecimento da astronomia, medicina, matemática, entre


outras coisas, mas os espanhóis tinham pólvora. Como seria a América hoje,
se as coisas tivessem sido diferente?

A primeira cena que me chamou atenção: Alberto diz querer fundar um partido
indigenista, para incentivar o povo a votar e reativar a revolução dos índios
americanos. Ernesto em resposta: uma revolução sem tiros? Você está louco.

A contradição: Ernesto se questiona “como é possível sentir saudades de algo


que eu não conheci? Como uma população – os incas – tinha condição de
construir Machu Picchu teve de ser arrasada para se construir isto – Lima,
capital do Peru.”. A população inca foi muito inteligente, como puderam se
submeter a um povo violento e sedento de poder?

No caminho para San Pablo, vemos que quem tem dinheiro ocupa a balsa,
quem não, se submete a uma perigosa viajem em um pequeno barco puxado
pela balsa, sentados no chão e em rede.

Segunda cena a chamar atenção: quando Ernesto se dá conta de que o rio é


que separa as pessoas doentes das pessoas saudáveis. Em seu aniversário
faz questão de comemorar dos dois lados, afinal os dois o trataram muito bem.
É nesse ponto que vi como os meios físicos, digamos assim, construções,
fazem a separação dos mais favorecidos para os menos favorecidos.

Por último, a frase dita por Ernesto no final do filme, me fez refletir, por mais
difícil que tenha sido o trajeto, o final foi totalmente satisfatório para ele, pois o
tornou o tão aclamado revolucionário cubista até os dias atuais, Che Guevara.
“Este não é um relato de façanhas impressionantes, é uma parte de duas vidas
registradas num momento em que cursaram juntas um determinado trecho com
identidade de aspirações e conjunções de sonhos. Nossa visão foi muito
estreita? Muito parcial? Muito precipitada? Nossas conclusões foram rígidas
demais? Talvez. Mas esse vagar sem rumo por nossa América maiúscula me
mudou mais do que eu pensei. Eu já não sou eu. Pelo menos não sou o
mesmo em meu interior.”

A atividade foi interessante, pois não me dei conta no começo do filme que ia
se tratar de uma parte da história de Che Guevara. Assisti o filme com olhos de
quem estava vendo mais um filme, que me fez rir em algumas partes, outras
refletir quão determinados estavam dois jovens a largarem tudo para serem
voluntários para ajudar pessoas doentes. No final quando descobri de quem o
filme estava relatando uma história verídica, pensei que talvez se eu tivesse me
dado conta no inicio, teria assistido ao filme com outros olhos. Olhos de uma
pessoa que já ouviu de muitos e que ficam guardadas no subconsciente: “Che
Guevara um revolucionário esquerdista, guerrilheiro, comunista, que queria
levar seu pensamento revolucionário e de independência para toda a América
Latina.”.

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