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CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Coordenação Pedagógica – IBRA

DISCIPLINA

HISTÓRIA DAS AMÉRICAS E ÁFRICA

01
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DAS AMÉRICAS
1. Fatos Gerais 3

2. Antiguidade na América: Povos Pré-Colombianos 5


Civilização Maia 5
Civilização Asteca 11
Civilização Inca 17
Resumo 25

3. Referências Bibliográficas 27
1. Fatos Gerais

Fonte: Veja.abril1

N o período pré-colombiano as populações a dominarem demograficamente


o território americano, contudo, antes dos europeus, constituíram como
os índios, dos quais diferentes civilizações se tornaram icônicas, e atualmente
é interessam aos arqueólogos. Uma de muitas delas, os Maias, desenvolveu-se
e obteve o seu ápice na região que presentemente é o sul do México, e sua
história apresenta um período de mais de 3.000 anos. Na época Clássica dessa
sociedade se deu entre o final do século III ao século IX.
“Os aspectos religiosos da cultura Maia eram fortemente ligados à
astronomia, e os estudos astronômicos, por sua utilidade,
influenciavam várias outras práticas, como, por exemplo, a
agricultura. Talvez os Maias sejam justamente famosos pelo seu
sistema de calendários. Uma das referências mais importantes para a
compreensão dos estudos arqueológicos em sítios Maias é o Códice
Dresden, o qual referência datas de eclipses.” (SALLES, 2018).

Bem como em diversas culturas, o desenvolvimento da astronomia


aconteceu fortemente ligado ao da matemática, e os Maias foram um dos
muitos que a desenvolveram, sendo que possuía dois sistemas numéricos, um
utilizado pela alta classe, disseminado pelos religiosos, e outro utilizado pelas
demais pessoas.

1 Retirado em http://veja.abril.com.br

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“Outro povo a florescer nas américas foi o dos Anasazi, contando com
vestígios que datam do ano 500, e desenvolvimento arquitetônico que,
ao final do ano 1.000 construía casas de pedra com significativa
complexidade, e possuía rotas comercias e que ligavam o território do
atual México com territórios norte-americanos como Arizona, Novo
México e Utah. Após o colapso da civilização Anasazi, diversas outras
tribos se originaram desta, como os Zuni, que, em 1680, participaram
de revoltas contra os espanhóis, e até hoje vivem nas mesmas áreas de
seus antepassados. Diversas culturas, por todo o território americano,
floresceram antes da chegada dos europeus. Algumas destas possuíam
alta complexidade cultural e social em diversas áreas, como as
mencionadas acima, e muitas outras. O homem europeu, ao chegar às
Américas, não se deparou com povos primitivos, mas sim com culturas
altamente ricas e desenvolvidas.” (SALLES, 2018).

Além disso, temos que o desenvolvimento da agricultura das sociedades


Pré-Colombianas pode se conferir ao dos europeu, porquanto esta era já
empregada há mais de 7000 anos, fundamentada nas culturas de milho,
abóbora e feijão, todos advindos da América, juntamente com a mandioca, que
era cultivada nas áreas de floresta tropical. O desenvolvimento de outros
plantios foi limitado, porquanto poucos eram os animais domesticáveis e que
se apresentavam ao trabalho para ajudar na preparação da terra e transporte.

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Antiguidade na América: Povos Pré-Colombianos

Fonte: Incrível Historia2

Civilização Maia

S ua origem é advinda da América do Norte. Sua localização exata se


encontrava na Península de Yucatán e suas adjacência por volta de 900
a.C. A área sustada pode ser desconexa em duas regiões, as terras Altas,
compostas pelas áreas atualmente conhecidas como Guatemala e El Salvador.
Já as terras Baixas, compostas pelas áreas conhecidas com Guatemala, México
e Península de Yucatán.
O processo de organismo da civilização Maia é desmembrado em dois
períodos, o primeiro acontece entre 317 e 987 d. C. e o segundo acontece entre
987 e 1697 d. C. Estas datas são assinaladas por meio dos conhecimentos já
viventes sobre a civilização.

“Primeira Fase: os Maias foram influenciados pelas culturas: izapa e olmeca.

2 Retirado em http:incrivelhistoria.com.br
Assim já possuíam o conhecimento de construção de templos e pirâmides.
Edificaram grandes cidades como Palenque, Pedra Negra e Tekal, consideradas
as cidades mais importantes. A partir de 731 d.C. tem-se início um grande
processo de expansão, o que levou os Maias a dominar toda a Península de
Yucatán e a um fantástico florescimento cultural.
Segunda Fase: é representada pelo apogeu e pela decadência da civilização Maia.
Nesta segunda fase os Maias sofreram novas influências vindas do Norte (Região
do México), o que levou às cidades Maias a se desenvolverem mais, passando de
centros religiosos as cidades estruturadas militarmente.” (PERDIGÃO, 2006).

Fonte: http://www.pinterest.pt

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Note que no desenvolvimento dos Maia destacam-se três cidades:
Chicenitza, Mayapan e Uxnal. Em 1004 é formada por estas cidades a
Confederação Maia, depois a confederação, dezenas de cidades constituíram-
se nos dois séculos posteriores, suscitando um acrescentamento no poder
político da Confederação.

“Entre os séculos X e XI as três principais cidades entram em guerra,


na qual Mayapan sai vitoriosa. Mayapan exerce uma hegemonia
sustentada pelo militarismo. Várias revoltas explodem na região,
levando Mayapan, em 1441, a ser incendiada. As guerras acabam
gerando êxodo urbano nas grandes cidades. A decadência dos Maias é
gerada principalmente pelo declínio da agricultura, mas outros fatores
com, lutas internas, catástrofes naturais (terremotos, epidemias etc.)
e guerras externas foram influências para a decadência Maia. Quando
os europeus chegaram, em 1559, os sinais do enfraquecimento era
evidente e tornaram fácil a conquista. Tayasal foi a última cidade Maia
a ser tomada pelos europeus em 1697.” (PERDI-GÃO, 2006).

Veja que as cidades Estados que os Maias edificaram não era um Estado
unificado e centralizado. Contudo, na verdade era que as cidades que se
destacavam pela as suas importâncias, desempenhavam o controle sobre as
vilas, aldeias e regiões próximas.
Logo, a grandiosidade da sociedade maia foi arquitetada com o trabalho
de uma população ajuizada e disciplinada. A organização social era
intransigente. Haviam três camadas sociais.
 A camada mais elevada era a da família real, dos ocupantes dos basilares
postos do governo e dos comerciantes;
 Na segunda camada jaziam os servidores do Estado, como os inspetores
de impostos, os responsáveis pela defesa e os dirigentes das cerimônias;
 Na última camada jaziam os trabalhadores braçais e os agricultores.
“O grupo social mais poderoso, o dos sacerdotes, monopolizava a
escrita e os conhecimentos científicos, principalmente a astronomia e
a matemática. Os maias acreditavam que o destino da humanidade era
regido pelos deuses, por isso a religião esteve presente em todas as
atividades culturais do povo. Eles desenvolveram um sistema próprio
de escrita, até hoje quase indecifrável, baseava-se na representação de
objetos e ideias. Sabe-se que possuía alto grau de abstração.” (PERDI-
GÃO, 2006).

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Escrita Maia

Cidade maia

Assim, as cidades eram comumente controladas por famílias e tinham


autonomia política e econômica. Não obstante, a unidade constituída na
Conferencia Maia, a regra era a disputa em meio às cidades por independência,
novas terras, tributos, matéria-prima etc.

A economia maia era, em grande parte, proveniente da agricultura.

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“Economia e Sociedade: sua economia era baseada na agricultura, que
tecnologicamente era primitiva, porém sua produtividade é grande,
principalmente de milho (principal base alimentar). Essa produção
gerava excedentes, assim era possível deslocar um grande contingente
para as construções de templos, pirâmides, reservatórios de água etc.
Os Maias eram obrigados a realizarem o rodízio das terras, pois estas
eram pouco férteis, assim poderiam então garantir a fertilidade delas
por até 8 ou 10 anos antes de passarem para outra área cada vez mais
distante das aldeias e cidades.” (PERDIGÃO, 2006).

A religião era a alicerce da sociedade Maia, ela autenticava o poder


conferidos por famílias: TEO-CRÁTICO:
Ahaucan (supremo sacerdote): tinha o poder de recomendar os
sacerdotes, conduzia as cerimônias, recebia tributos e deliberava sobre as
coisas do Estado. Existia sacerdotes com cargos específicos como
adivinhadores, os escribas e os designados dos sacrifícios etc.
Halach Uinic (chefe supremo): o cargo é hereditário, o chefe
mantinha uma serie de altos funcionários como administrantes e magistrados
(Batab), administradores militares (Nacom), polícia (Tupil) etc. Os díspares
escalões da burocracia e do sacerdócio constituíam maior ou menor status
social.
Mazehualob (camponeses e artesãos): compugnavam a maior
parte da população, pagavam impostos, trabalhavam nas construções e
moravam afastadas dos centros.
Putunes (grandes mercadores): faziam parte de um grupo
marginalizado pelos Maias e aguentavam pressão dos povos nativos da região
do atual México, com o tempo auferiram status e seriedade por causa das suas
atividades: comércio de penas, mantas, produtos agrícolas, mel, cera, cerâmica,
sal e produtos artísticos etc.

Pintura Maia

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Já os escravos: comumente eram espólios de guerra, trabalhavam para
um senhor, contudo não trabalhavam na produção.
Note que, os avançados conhecimentos que os maias tinham sobre
astronomia (eclipses solares e oscilações dos planetas) e matemática lhes
deixaram criar um calendário cíclico de extraordinária precisão. Na verdade,
são dois calendários justapostos: o tzolkin, de 260 dias, e o haab de 365.

“O haab era dividido em dezoito meses de vinte dias, mais cinco dias
livres. Para datar os acontecimentos utilizavam a "conta curta", de 256
anos, ou então a "conta longa" que principiava no início da era maia.
Além disso, determinaram com notável exatidão o ano lunar, a
trajetória de Vênus e o ano solar (365, 242 dias).” (PERDIGÃO, 2006).

Logo, inventaram um código de numeração com base 20 e incluíam a


noção do número zero, cujo atribuíram um símbolo. Os maias empregavam
uma escrita hieroglífica que embora não foi totalmente decifrada.

“A arte maia expressa-se, sobretudo, na arquitetura e na escultura.


Suas monumentais construções - como a torre de Palenque, o
observatório astronômico de El Caracol ou os palácios e pirâmides de
Chichén Itzá, Palenque, Copán e Quiriguá - eram adornadas com
elegantes esculturas, estuques e relevos. Podemos contemplar sua
pintura nos grandes murais coloridos dos palácios. Utilizavam várias
cores. As cenas tinham motivos religiosos ou históricos. Destacam-se
os afrescos de Bonampak e Chichén Itzá. Também realizavam
representações teatrais em que participavam homens e mulheres com
máscaras, representando animais”. (PERDIGÃO, 2006).

A partir do século IX iniciou-se o declínio lento e consecutivo da


civilização maia que possui diversas são as hipóteses a respeito desse fato.
Determinados estudiosos creem que pode ter sido por causa das guerras, lutas
internas, incursões ou a má chefia em relação à exploração da terra. O
esgotamento do solo teria volvido a produção faltosa para às necessidades de
consumo e compelido os maias a abdicarem suas principais cidades. O que se

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afiançar, certamente, é que quando os espanhóis abordaram à América, a
civilização maia não existia mais sinais de vivência.

Civilização Asteca

Sua origem ocorreu por sofreram influencias dos olmecas, estes viveram,
em tempos distantes, na mesma região. Os olmecas compuseram uma
hegemonia na região, que depois as invasões dos povos procedentes do norte
da América, chegou a seu fim.

Fonte: http://www.jornaljoca.com.br

 Localizavam-se no Vale do México, e sua capital foi construída onde hoje


fica a Cidade do México.
 Originários dos povos mexicas, estabeleceram-se no Vale do México após
avistarem um presságio dos deuses.
 Inicialmente, estavam sob a tutela dos tepanecas, mas uma revolta no
século XV garantiu a independência dos astecas.
 Possuíam uma sociedade hierarquizada com quatro grupos na pirâmide
social: o imperador, a nobreza, os homens comuns e os escravos.
 Eram politeístas e acreditavam que os sacrifícios humanos eram vitais
para o funcionamento do Sol.
 Grande parte de seu sustento vinha da agricultura que era próspera por
conta das chinampas, ilhas artificias construídas com material orgânico.
 Foram conquistados pelos espanhóis liderados por Hernán Cortés em
1521.
Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/asteca

Logo, os povos do Norte (denominados de Nahua, ascendência linguística


nahuatl) edificaram na região mexicana a cidade de Teotihuacán em meados

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de 500 a 600 d. C., influenciados pela cultura olmeca, sendo está é uma das
grandes cidades da era com enormes construções, pirâmides de tributo ao Sol,
a Lua e ao deus maior Quetzacoatl. Não existe muitos dados dessa civilização.
Já os toltecas, oriundos da América do Norte, semelham por conterem
influencias da cultura olmeca e se dominados pelos sacerdotes da grande
cidade Teotihuacán, porquanto deram continuação à cultura e à administração
da cidade, aparelhando um Estado forte e uma cultura rica, chegando ao fim
visivelmente por causa das disputas internas e a guerras externas em 1194 d. C.
Contudo, o povo mexica é oriundo da região Sul da América do Norte,
cognominada Aztlán, por isso o nome de Asteca. Se ativeram na região do lago
Texcoco, ao lado de ou-tros povos e depois 1325 iniciaram a construção do que
significaria a maior cidade do séc. XV, a ampla e majestosa Tenochtitlán.

“Os astecas foram uma civilização pré-colombiana e desenvolveram-


se na Mesoamérica. A capital dos astecas era a cidade de Tenochtitlán,
conhecida por sua grandeza e localizada onde hoje fica a Cidade do
México, capital do México. Os astecas ficaram conhecidos por
formarem uma civilização com estilo de vida sofisticado. Foram
dominados pelos espanhóis em 1521.” (GWEBER, 2019).

Dessa forma, a área tomada pelos astecas foi nas adjacência do lago
Texcoco situado no sul da América do Norte, onde Tenochtitlán foi edificada a
partir de 1325 d. C.

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Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/asteca

Mapa que mostra o tamanho do Lago Texcoco e a composição das


principais cidades existentes ali. Em vermelho está o tamanho atual da Cidade
do México.

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“Formação do Império Asteca: a formação do Império Asteca teve
como base a união de três cidades: a capital Tenochtitlán, Texcoco e
Tlacopán, que juntas estenderam seu poder por toda a região. Como
eram as relações políticas entre as três cidades e as demais não são
muito claras, porém não era muito centralizada com nos Incas. “Na
confederação Asteca conviviam comunidades de diferentes culturas,
costumes e idiomas, porem a unidade era marcada pela religião, pela
centralização militar e pela arrecadação de impostos feitos em
Tenochtitlán. As províncias da Região subordinavam-se aos Astecas,
de maneira a não apenas pagarem impostos, mas também serem
obrigados a fornecerem contingentes militares e a serem submetidos
aos tribunais da capital.” (GWEBER, 2019).

Assim, o Império Asteca apresenta ter 1440 a 1520 o seu auge, antes de
ser completamente destruído pelos colonizadores, com a chegada de Cortez,
que posteriormente a várias incursões em agosto de 1521 o império foi
totalmente conquistado. Uma das causas da ruína dos Astecas foi o poderio
militar, outro motivo foi que os Astecas não batalhavam para matar, contudo
para submeter os demais povos ao seu predomínio, para os espanhóis a guerra
era um momento de conquista e extermínio.

“Outro fator pequeno, mas importante foi a proliferação de doenças (a


mais forte foi a epidemia de varíola), mas o fator realmente decisivo
foi a união de alguns povos dominados pelo Astecas com os espanhóis.
Esses povos queriam acabar com a hegemonia dos Astecas na região e
os espanhóis eram fortes aliados, porém não imaginavam o que
aconteceria após a derrota dos Astecas e a consolidação da colonização
espanhola. Guerra e Economia: a guerra tinha vínculo com aspectos
religiosos e econômicos, não destruíam os inimigos e suas riquezas,
pois a ideia era submetê-los ao domínio e desfrutar das riquezas por
meio dos impostos. Desta forma as regiões dominadas pelos Astecas
mantinham seus costumes, deuses, idiomas etc. Algumas vezes os
Astecas negociavam a rendição de determinada região ou cidade.”
(GWEBER, 2019).

Logo, a economia era amparada precisamente pelas regiões dominadas,


com tributos pagos em mercadorias. Aferisse que Tenochtitlán angariava
toneladas de: milho, cacau, pimenta seca; grande quantidade de litros de mel;
milhares de fardos de algodão, manufaturas têxteis, cerâmicas, armas, afora os
animais, aves, perfumes, papel etc.
A produção agrícola era fundamentada nos cereais, sobre tudo o milho,
que compunha a base alimentará das culturas pré-colombianas. Sendo que se

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tivessem outro apoio alimentar estas civilizações não teriam se formado sem o
que permitia o crescimento de suas populações.

“A posse das terras tinha uma característica muito interessante, pois o


Estado detinha a posse de todas as terras e as distribuía aos templos,
cidades e bairros. Nas cidades de bairros as terras tinham um caráter
coletivo, pois todos os adultos tinham o direito de cultivar um pedaço
de terra para a sobrevivência. No final do império os sacerdotes,
comerciantes, e chefes militares se desobrigaram dessa prática
desenvolvendo-se assim uma forma de diferenciação social.”
(GWEBER, 2019).

A sociedade era composta por:


 Administradores dos bairros (calpullec): primeiramente escolhidos pelos
habitadores dos bairros que em seguida passaram a ser recomendados
pelo soberano;
 Artesão: trabalhavam em regra vinculados a um senhor (tecuhtli), a
maior parte mantinha fábricas em templos e palácios, saldavam os
impostos com artigos e não eram compelidos ao trabalho coletivo;
 Chefes militares e altos funcionários (Tecuhtli – dignitário): selecionados
pelo Soberano que era o general ao mesmo tempo do exército, além de
sumo pontífice sacerdotal e haviam uma série de prerrogativas como não
saldar impostos e conviviam em grandes residências;
 Comerciantes (pochtecas): usurpavam o comércio de luxo, por causa do
rápido enriquecimento granjearam poder e distinção;
 Homens livre (macehuali): tinham o direito de agricultar um pedaço de
terra, tinham a coação de prestar o serviço militar, o trabalho grupal e a
prestação dos impostos eram realizadas com mercadorias, no caso com a
maior parte da arrecadação.
 Prisioneiro, condenados e degredados (tlatlacotin): este eram da classe
social mais baixa, cuja em troca de casa, comida e trabalho se vinculavam
a um amo, não sendo escravos, porquanto podiam tornar-se livres.
 Sacerdotes: conduzia as cerimônias, recebia tributos e deliberava sobre
as coisas do Estado. Existia sacerdotes com cargos específicos como
adivinhadores, os escribas e os designados dos sacrifícios etc.

“Os guerreiros constituíam um dos grupos mais importantes na


civilização asteca. No início, eram escolhidos entre os indivíduos mais
corajosos e valentes do povo. Com o tempo, entretanto, a função de
guerreiro começou a ser passada de pai para filho, e apenas algumas
famílias, privilegiadas, mantiveram o direito de ter guerreiros entre os
seus membros.” (KARNAL, 1996).

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Representação moderna de Tezcatlipoca, um dos principais deuses
do panteão asteca.

Fonte: História do Mundo

A religião asteca era politeísta, pois eles adoravam mais de um deus. A


religião asteca, como era característico na região, agrupou elementos
peculiares da religião de outros povos. Um modelo bem versado era o do deus
asteca Quetzacoatl, que ainda fazia parte do panteão maia e era denominado
de Kukulkán.

“O deus mais poderoso, conforme acreditavam os astecas, era Tezcatlipoca.


Outros deuses importantes do panteão asteca eram Quetzacoatl, Tlaloc e
Tezcatlipoca. Uma característica importante da religião asteca era a realização de
sacrifícios humanos. Essa prática acontecia por meio da retirada do coração com
a vítima acordada. A realização dessa prática justificava-se por meio dos mitos de
fundação que os astecas acreditavam. Segundo as lendas astecas, o deus
Quetzacoatl ofereceu o próprio coração em um ato de autossacrifício. Os astecas
acreditavam que o funcionamento do Sol se dava por meio da realização regular
de sacrifícios humanos.” (GWE-BER, 2019).

Mitos e ritos eram ricos e conexos à natureza, os cultos mais estimados


estavam correlacionados ao Sol. Era corriqueiro rituais de sacrifício, cujo a
guerra era grande aprovisionadora de prisioneiros destinados aos sacrifícios. A
potência da comunidade jazia comumente canalizada para as atividades que se
relacionava aos rituais, feitos com grande minúcia nas representações e
procedimentos.

“Nas atividades artísticas acha-se as influências das civilizações


olmecas e toltecas, anteriores aos astecas. A escultura em jade e as
grandes construções. A arquitetura estava ligada a religiosidade, sendo
a forma mais frequente a pirâmide com escadaria culminando em um

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santuário no topo.” (GWE-BER, 2019).

Esculturas asteca

Fonte: http://artout.com.br

As pinturas e afrescos coloridos além disso tinham estima nas artes


astecas, cuja a figura dos escribas era importantíssima, porquanto unido aos
hieroglifos surgia as pinturas.

“De caráter religioso mais, a música e a poesia (intimamente


relacionadas), eram acompanhadas de instrumentos, danças e
encenações. A colonização infelizmente destruiu grande parte desta
produção cultural.” (GWEBER, 2019).

Civilização Inca

Sua origem está entre o lago Titicaca e a cidade de Cuzco (Peru). Sua
localização fica na Região oeste da América do Sul, regressada para o Pacífico.

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A área ocupada começa na região de origem, posteriormente se ampliaram
sustando regiões atualmente conhecidas como sul da Colômbia, Equador, Peru,
Bolívia, norte da Argentina chegando ao sul do Chile.

Fonte: http://hipercultura.com.br

Note que o império Inca chegou a aglomerar cerca de 15 milhões de


pessoas, povos que tinham costumes, culturas e idiomas distintos. Na região
conviviam povos avançados alcunhados pré-incaicos, jaziam disseminados por
toda a costa lesta da América do Sul, além das serras e no altiplano andino.

Fonte: http://saopaulosao.com.br

“Os povos habitavam várias regiões como: os chavin que viviam nas
serras peruanas; os manabi no litoral do Equador; os chimu no norte
do Peru; e ainda haviam os chincas, mochicas, nazca e outros. A
maioria possuía centros urbanos organizados, templos cerimoniais,
agricultura diversificada (milho, batata e outros), alguns
domesticavam lhamas, vicunhas, alpacas e cachorros-do-mato. A

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grande cidade era Tia-huanaco, centro cerimonial que recebia
milhares de pessoas por ano, apresenta influência dos chavin,
estabeleceu-se por volta do séc. X d. C.” (PERDIGÃO, 2006).

Fonte: http://conhecimentoscientificos.r7.com

A expansão e formação do Império Inca foi composto pela absolvição as


distintas culturas e colocando-as a serviço do crescente Império. O começo do
Império ficou assinalado pela conquista dos chancas pelo inca Yupanqui em
1438 d.C. Ele tomou aproximadamente quase todo o Peru, chegando até a
demarcação com o Equador. A dilatação do Império induziu à conquista do
altiplano boliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e Equador, até
mesmo o sul do Chile (Huayana Capac, 1493 – 1528).

“O processo de expansão do Império foi interrompido devido a


disputas entre o irmão Huascar e Atahualpa, filhos de Huayana.
Huascar centralizou-se em Cuzco e Atahualpa em Quito, a rivalidade
gerou uma guerra civil que enfraqueceu o império, a vitória de
Atahualpa de nada serviu, pois os espanhóis liderados por Pizzaro
destruíram o que sobrou do Império. A organização da sociedade: o
Estado Inca era imperial capaz de controlas toda a sua extensão, o Inca
era chefe do Estado, dotado de poderes sagrados hereditários e
reverenciado por todos.” (PERDIGÃO, 2006).

Note que os sacerdotes eram selecionados por ele através da nobreza,


seus cargos iam da manutenção dos templos, sacrifícios, adivinhações, curas e
até mesmo feitiçaria, além de serem oráculos. As cerimônias eram na sua maior
parte das vezes para reverenciar o Deus Sol, no qual o representante vivo era o
Inca.
Os sacerdotes ainda tinham a função de divulgar unido aos historiadores,
os mitos, lendas e histórias sobre a sua cultura. É importante compreender que

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existiam duas religiões, uma regressada a nobreza e outra para a população
pobre.

“A integridade do Império foi conquistada devido a uma complexa


burocracia administrativa e militar. Os cargos eram distribuídos entre
a nobreza e chegaram a adquirir caráter hereditário. Havia uma
educação e formação militar. Assim como os burocratas esta camada
era mantida com os tributos arrecadados. O controle da arrecadação e
o poder das cidades e ayllus (terras doadas pelo Estado) era feito pelos
curacas (funcionários do Estado) e seus assistentes espalhados pelo
Império. Os llactaruna (camponeses), cultivavam as terras do Inca e
dos curacas e pagavam tributos em forma de mercadoria em troca
recebiam o direto de trabalhar nos ayllus. Ainda o Estada obrigava-os
a trabalhar nas construções de pirâmides, caminhos, pontes, canais de
irrigação e terraços. Os Incas utilizavam o sistema de mita para a
extração de minerais, é um trabalho compulsório, não remunerado,
baseado na rotação da mão-de-obra, na qual os espanhóis utilizariam
anos mais tarde.” (PERDIGÃO, 2006).

Existiam ainda artesão, curandeiros e feiticeiros, os primeiros eram


respeitados como artistas, pintores, escultores, ceramistas, tapeceiros, ourives
dentre outros; os segundos faziam os trabalhos de cirurgiões, farmacêuticos,
sabedores de plantas medicinais entre outras atividades.
Os escravos eram denominados de yanaconas, a palavra é provinda da
cidade de Yanacu. Em determinados momentos alguns povos conquistados se
tornavam escravos, seus afazeres eram domesticas e não podiam trabalhar nas
plantações e nem edificações.

“Economia e Planejamento: a base da economia Inca provinha dos


ayllu, os llactaruna deveriam trabalhar nas terras do Estado, dos
funcionários e nas construções para possuírem uma parte de terra para
sua própria sobrevivência. A base da produção agrícola era: milho,
batata, tomate, abóbora, amendoim etc. Nas partes altas o milho era
plantado em terraços construídos nas encostas das serras e irrigados
pelos canais de irrigação. Domesticavam lhama, vicunhas e alpacas
para o fornecimento de lã, couro e transporte. O comercio era precário
e restringia-se a bens de luxo destinados, portanto, à corte. Os censos,
pontes e caminhos: os incas utilizavam de censo populacional pra
controlar o Império. Utilizavam o quipo (calculadora manual,
constituía de cordões coloridos e nós) nos cálculos matemáticos, os
funcionários quipucamayucus realizavam o levantamento.”
(PERDIGÃO, 2006).

Desse modo, oi Estado Inca realizava a utilização dos censos com base
para planejamentos, porquanto orientava nos comandos: controlar a

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quantificação de população/arrecadação de impostos; a precisão de mão-de-
obra para alguma obra pública; controle do desenvolvimento demográfico;
planejamento de arranjos populacionais para áreas não exploradas, afim de
suavizar a densidade demográfica.
Por causa do imenso Império, foi indispensável uma infraestrutura que
admitisse a circulação de impostos, empregados, trabalhadores pelo Império,
dessa maneira, foram edificadas várias pontes, estradas, no decorrer desses
caminhos existia tabernas e construções que abrigavam alimento e água para
os viajantes.

“Sobre a Cultura pode0se dizer que o idioma quéchua serviu de


instrumento unificador do império inca. Como não tinham escrita, a
cultura era transmitida oralmente. Com um conjunto de nós e
barbantes coloridos, chamados quipos, os incas desenvolveram um
engenhoso sistema de contabilidade. Na matemática, utilizavam o
sistema numérico decimal. Os artesãos eram peritos no trabalho com
o ouro. Mesmo sem conhecer o torno, alcançaram um bom domínio da
cerâmica. Seus vasos tinham complicadas formas geométricas e de
animais, ou uma combinação de ambas. A religião inca era uma
mistura de culto à natureza (sol, terra, lua, mar e montanhas) e crenças
mágicas. Os maiores templos eram dedicados ao Sol (Inti). Realizavam
sacrifícios tanto de animais como de humanos.” (PERDIGÃO, 2006).

A sociedade inca se desenvolveu nos declives da cordilheira dos Andes.


Atualmente, essas terras abrangem o Peru, a Colômbia, o Equador, o oeste da
Bolívia, o norte do Chile e o noroeste da Argentina. Logo os incas, bem como
os astecas e os maias, compuseram importantes civilizações na América antes
mesmo do domínio espanhol.

“O termo inca, que hoje designa um povo e uma sociedade,


originalmente significava chefe, título dado aos imperadores e aos
nobres. O Inca, filho do deus do Sol, misto de deus e imperador, reunia
centenas de tribos sob sua autoridade. O imperador era o guardião dos
bens do Estado, especialmente da terra e submetia a sociedade ao rigor
de suas decisões. Abaixo do imperador estavam seus parentes, os
nobres, e os escolhidos para ocupar os postos de comando, como
governadores de províncias, chefes militares, sábios, juízes e
sacerdotes. A camada seguinte era formada de funcionários públicos e
trabalhadores especializados, como ourives, marceneiros, pedreiros
etc. Na base da hierarquia estavam os agricultores.” (PERDI-GÃO,
2006).

21
Como já mencionado a base da economia era a agricultura, desenvolvida
principalmente na zona montanhosa dos Andes. Cultivos se desdobravam por
encostas íngremes, com o famoso sistema de terraços, espécie de degraus
arquitetados com paredes de pedras. As terras estatais eram lavradas por todos
as áreas e a produção era guardada para sustentar a nobreza, os sacerdotes e os
militares.

“Os excedentes eram estocados em armazéns instalados ao longo de


todo o império e repartidos em tempo de carência ou épocas de
calamidades. Para melhorar a produtividade da terra eram usados dois
recursos: a adubação, feita com esterco de lhama e de pássaros; e a
irrigação, com tanques e canais. Criavam a lhama, que serviam para o
transporte, a alpaca e a vicunha, das quais obtinham a lã e a carne. No
litoral, as populações viviam principalmente da pesca.” (PERDIGÃO,
2006).

Para contabilizar os impostos recolhidos e administrar a produção era


utilizado o quipu, que constitui em nó, em quéchuca. O quipo versava em um
cordão, cujo estava presa uma série de pequenos cordões coloridos, suspensos
em formato de franja e com múltiplos nós.

Exemplo de um quipu utilizado pelos incas

Fonte: https://www.todamateria.com.br/

O Império Inca possuía na época mais 4.000.000 de km, uma população


de 15 milhões de pessoas divididas em 200 povos díspares e a capital era Cusco.
Para dar coerência a este vasto império, se conferiu um idioma o quéchua e
estabeleceu-se o culto ao deus Sol, Inti.

22
Fonte: https://www.cuscoperu.com/

Celebração meses de junho e julho em Cusco. Culto ao deus do sol. As


divindades recebiam oferendas, inclusive sacrifício humano, e esperavam dos
deuses um retorno em forma de chuva, proteção, boa colheita, etc. Em
homenagem ao deus Sol – Inti – foi construído um grande templo em Cusco.

“Viracocha (ou Wiracocha) – deus criador e fundacional. Aquele que


emergiu em forma humana das águas do lago Titicaca para ordenar os
homens sem leis. Organizou o mundo em três níveis, deu função a cada
um dos povos, criou as planta e animais. Uma vez terminada sua
missão, saiu caminhando pelo mar.
Inti (ou Apu Inti) – identificado como o deus Sol que seria o “servo de
Viracocha”. Os fiéis acudiam a Inti para pedir boas colheitas e o fim
das doenças. Sua energia alimentava a terra e seus seres que nela
habitavam. Sua companheira e irmã era Mama Quilla, identificada
com a lua, que eram pais dos imperadores incas.
Mama Quilla – deusa identificada com a lua e principal deidade
feminina. Era servida por uma classe sacerdotal de mulheres e sua
importância era enorme em todos os assuntos femininos como os
nascimentos, casamentos, fertilidade, os ciclos das colheitas, etc. Irmã
e esposa de Inti e de cuja união nasceram os imperadores incas.
Pachamama – não é propriamente uma deusa criadora. Seu nome
significa pacha – terra e mama, mãe. É um mito entendido em toda a
América, pois se trata da própria terra, dos cultivos e pastos. A
Pachamama era reverenciada com uma parte das colheitas ou dos
animais que pastavam. “(PERDIGÃO, 2006).

23
Fonte: http://amino.apps.com.br

Dessa forma, estabelecia-se uma afinidade de reciprocidade entre os fiéis.


O fim do Império Inca iniciou a se desagregar no final do século XV, depois de
enfrentar diversas rebeliões internas. Bem como a chegada dos espanhóis,
estes se congregavam com os inimigos dos incas e terminaram por conquista-
los em 1533.

“O imperador Atahualpa foi executado e após sua morte os incas se


refugiaram nas montanhas, onde resistiram até 1571, quando foi
capturado e morto o último líder – Tupac Amaru. Seu neto, Tupac
Amaru II, liderou a última insurreição inca, mas também foi
assassinado.” (PERDIGÃO, 2006).

Atualmente a cultura inca, ao contrário do que possa parecer, ainda está


viva e presente nas sociedades andinas. De mesmo modo, no Peru,
principalmente na cidade de Cusco, é plausível visitar diversos lugares e
conhecer a cultura inca como:

“Machu Picchu – situada no topo de uma montanha, a 2400 metros de


altitude, não foi encontrada pelos colonizadores; só foi descoberta em
1912, por um pesquisador norte-americano. Tratava-se,
provavelmente, de um santuário religioso. Vale Sagrado – reúne uma
série de cidades como Sacsay-huamán, Ollantaytambo e Písaca. Ali se
conservam costumes ancestrais, como realizar transações comerciais
pelo sistema de trocas, morar nas mesmas casas de pedra construídas
pelos incas, etc.” (PERDIGÃO, 2006).

Ruínas de Ollantaytambo onde é possível ver as terraças de cultivo


e as casas

24
Fonte: http://dosmanosperu.com

Resumo

Fonte: http://docsity.com.

25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDOSO, C. F. S. América pré-colombiana. São Paulo: Brasiliense,


1981. v. 16. 120p.
GWEMBE, Eusébio André Pedro. História Antiga das Américas. 2019.
KARNAL, Leandro. A conquista do México. São Paulo: FTD, 1996, p. 13.
PERDIGÃO, Ana Luiza Rocha Vieira. Antiguidade Na América: Povos
Pré-Colombianos. Núcleo UFSCar-Escola, 2006.
PROUS, André. O Brasil Antes dos Brasileiros: A Pré-história do Nosso
País. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
SALLES, Jéssica Scheer. América pré-colombiana. 2018.
SANTOS, Carlos Pereira dos; NETO, João Pedro; SILVA, Jorge Nuno. 10
Livros, 10 Regiões, 10 Jogos para Aprender e Divertir-se: América Pré-
Colombiana – Iwa-thlaknannai. Portugal: Norprint, 2008.

26
UNIDADE 2 ÁFRICA
Sumário

1. Fatos Gerais......................................................................................3
Civilização Maia .......................................................................................................5
Civilização Asteca ................................................................................................... 11
Civilização Inca ...................................................................................................... 17
Resumo ...................................................................................................................25

2. A África ......................................................................................... 28

3. História da África Antes da Chegada do Europeu ............................ 32

4. Como os Africanos Lidavam com o Passado: Oralidade, Mitos, Ritos


41

5. A África Sob o Imperialismo Colonialista no Séc. XIX ..................... 51


Colonização Francesa ............................................................................................52
Colonização Inglesa ...............................................................................................53
Colonização Alemã .................................................................................................54
Colonização Italiana .............................................................................................. 55
O Congo Belga ........................................................................................................ 55
Espanha e Portugal ................................................................................................ 55
Sobre a África do Sul .............................................................................................. 55

6. Os Processos de Descolonização e de Independência da África no


Séc. XX 59

7. Referências Bibliográficas ............................................................. 64

27
2. A África

Fonte: Província Santo Antônio3

De acordo com Richter (s/d, s/p) o continente africano é amplamente


conhecido pelas suas belezas naturais, principalmente quando se refere à
grandiosa vida selvagem. Porém, o que encontramos de imenso neste
continente é uma enorme diversidade física e socioeconômica, pois existe neste
espaço desde extensos vales férteis, aonde a vida parece não ter fim, até
desertos gigantes, como é o caso do Saara, o maior do mundo. O contraste da
pobreza e riqueza também é muito visível por toda sua extensão continental,
sendo caracterizado principalmente pelas péssimas condições de vida em
muitos países. (...) Em consequência a esta diversidade, não é tarefa fácil dividir
a África por regiões devido a sua heterogeneidade ao longo do continente.

3 Retirado em https://www.ofm.org.br/

28
Porém, podem-se definir duas formas básicas de classificação regional: as
questões físicas localização geográfica e questões humanas cultura/ocupação.
(RICH-TER, s/d, s/p)
Ainda conforme Richter (s/d, s/p), ao visualizar um mapa da África,
pode-se ver que dividir o mesmo por regiões a partir da sua localização espacial
nos sentidos Norte, Sul, Leste e Oeste, é bem possível. Dessa forma, classifica-
se o continente em cinco regiões distintas quanto a sua posição geográfica:
Norte da África, Oeste da África, África Central, Leste da África e Sul da África.

Norte da África: como o próprio nome já diz, é a área situada ao norte do


continente e que vem a ser banhado pelo Mar Mediterrâneo, em sua maioria,
fazendo parte desta região cinco países. Também não se pode esquecer que ao
sul desta região se encontra o deserto do Saara.

Oeste da África: é uma região muito confusa do ponto de vista político. São
quinze nações que dividem um espaço caracterizado por áreas desérticas
(Saara, ao norte) e florestas tropicais. Em sua economia local, a exploração de
petróleo destaca-se com uma atividade bem atraente para os países.

África Central: caracterizada pelos inúmeros conflitos da década de 90 que


marcaram profundamente a região, a África Central ficou conhecida no mundo
pelos conflitos no Zaire que o transformaram em República Democrática do
Congo. Oito países fazem parte desta região, destacada por grandes florestas
tropicais em razão de estar na latitude zero do globo.

Leste da África: também conhecida como “Chifre da África”, por sua forma
física do extremo leste africano, é uma área bem diversificada por ter países
bem estruturados e urbanizados, como é o caso do Quênia, e em contraponto a
isto, existe à Somália e Etiópia, nações mergulhadas em problemas gerados
pelas suas guerras civis. Nesta região encontram-se dez países bem distintos,
tanto nos aspectos físicos como humanos. É na divisa entre Uganda, Tanzânia
e Quênia que existe o lago Vitória, que é considerado a nascente do rio Nilo.

Sul da África: o extremo sul africano é representado pelas diferenças


existente ente os onze países no campo socioeconômico, principalmente, pois
o contraste entre a África do Sul, nação bem desenvolvida, se comparada aos
outros países africanos, em relação aos demais é visivelmente percebido. Este

29
país exerce um poder centralizador nesta região, onde a economia é seu ponto
forte. Observa-se também uma diversidade natural neste espaço, em razão de
possuir grandes vales férteis e vastos desertos como o Kalahari, sendo no delta
do Okavango(Botsuana) acontece uma das maiores e mais impressionantes
migrações do mundo, a dos nus. (RICHTER, s/d, s/p)
Nesse âmbito, segundo Richter (s/d, s/p) analisar a África destacando
suas características culturais promove uma divisão bem diferente da anterior.
Ao observar o continente africano pela sua ocupação ao longo dos anos,
classifica-se a África em duas regiões: África “branca” (cultura árabe) e África
“negra” (culturas locais).
Isto é possível em virtude da influência que a região norte da
África(árabe) sofreu da ocupação dos povos do Oriente Médio(Ásia) durante os
tempos, tendo como resultado um espaço totalmente adverso da África
“negra”, sendo esta última caracterizada pelas culturas regionais provindas de
milenares tribos africanas. Também é possível destacar a própria cor da pele
dos africanos nessas duas regiões: os descendentes de árabes possuem uma tez
clara, em grande parte, enquanto que os africanos relacionados com as culturas
tribais já têm uma cor mais negra.
Sendo assim, a África vem a ser o resultado de anos de ocupação e
influência das mais diversas culturas do mundo que remodelaram e
transformaram seu continente num espaço diversificado e muitas vezes carente
de recursos econômicos, por outro lado, suas belezas naturais são únicas e, por
enquanto, estão permanentes em todo seu território. (RICHTER, s/das/p)
Divisão Física(localização) da África:

Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental e Tunísia.


Norte da África
Oeste da África Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné,
Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria,
Senegal, Serra Leoa e Togo.
África Central Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República
Centro-Africana, República Democrática do Congo, São
Tomé e Príncipe e Chade.
Leste da África Burundi, Djibuti, Eritréia, Etiópia, Quênia, Ruanda, Somália,
Sudão, Tanzânia e Uganda.

30
Sul da África África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar,
Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e
Zimbábue.

Fonte: RICHTER, Denis. (S/d, s/p)


Divisão Sócio econômica da África:

África “branca” Argélia, Djibuti, Egito, Eritréia, Etiópia, Líbia, Mali, Marrocos,
Mauritânia, Níger, Saara Ocidental, Somália, Sudão e Tunísia.

África “negra” Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné,
Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Togo,
Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República
Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé
e Príncipe, Chade, Burundi, Quênia, Ruanda, Tanzânia,
Uganda, África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar,
Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e
Zimbábue.

Fonte: RICHTER, Denis. (S/das/p)

31
Fonte: Web Busca/África

3. História da África Antes da Chegada do Europeu

32
Fonte: Comunicado4

4 Retirado em https://ceert.org.br/

33
De acordo com Barbosa (2007, p.1) uma primeira observação necessária
a esta história é a compreensão da sua amplitude. Falar em História da África
é falar sobre a história humana. Afinal, foi lá que surgiu o homo sapiens, cerca
de 160 mil anos atrás. (...) A importância do continente no Mundo Antigo é hoje
inegável. Sobretudo a partir da ascendência civilizatória milenar do Egito
Faraônico sob as civilizações que beiravam o Mediterrâneo: persas, assírias,
hititas, cretenses, helênica, hebraica e outras. Assim como influenciou
interiormente a África, desde o Alto Nilo e abaixo, entre os núbios e cuxitas, na
época do Império de Kusch (aproximadamente 100 0-0a.C.). (BARBOSA,
2007, p.1)
Continuando, Barbosa (2007, p.1) aponta que se trata de uma história de
sete mil anos, que formou a base sócio cultural da maioria das civilizações
humanas na antiguidade. Algo que foi consolidado com a formação da cultura
helenística e a construção da célebre Biblioteca de Alexandria, após as
conquistas de Alexandre, o Grande(356-323a.C.). É difícil resumir a amplitude
daquele fenômeno histórico. Ele se refere, primordialmente, a influência que a
cultura egípcia teve para a expansão das artes, das ciências empíricas
(matemática, geometria, biologia, astronomia, etc.), da filosofia da natureza e
do pensamento religioso (Diop,1983).
Em língua portuguesa, o leitor encontrará uma introdução a esta vasta
história no segundo volume da grandiosa obra Historia Geral da África, escrito
sob a coordenação da UNESCO.
Após quatro mil anos de história, a civilização egípcia entrou em processo
de decadência que iria culminar com as invasões do último milênio a.C. É uma
queda que enfraqueceu também os seus vizinhos africanos, núbios e cuxitas.
Na virada do último milênio para nossa Era, a África assiste a outro fenômeno
relevante em sua história: as migrações populacionais para a África Austral
subsaariana. Salvo melhor juízo, foram estas migrações que trouxeram a
manipulação do ferro e do bronze para esta vasta região ao Sul da África. Um
saber essencial para a criação de instrumentos agrícolas mais desenvolvidos,
além de armas mais letais. O historiador Joseph Ki-Zerbo traz esta hipótese no
seu conhecido livro História da África Negra (1979).
Talvez por esta razão, em diversos mitos de origem dos povos da África
Austral e Ocidental se observa a referência ao grande ancestral comum,
geralmente conhecedor do poder da metalurgia: guerreiro ou agricultor. Na
mesma época vê-se também a ocupação da ilha de Madagascar. Esta ocupação,
todavia, não foi realizada primeiramente pelos africanos, mas pelos aborígines
indonésios, na virada do último milênio. Posteriormente, ela foi também
ocupada por povos nativos africanos, formando uma cultura e população
hibrida. Uma visão introdutória a esta história singular se encontra em Pierre
Bertaux: África: desde la pré-história hasta los estados actuales (1972).
(BARBOSA, 2007, p.2)
Outro fato coloca Barbosa (20 07, p. 2) que vem sendo recuperado em
relação à África é a história da civilização de Axum, entre os séculos I e V(d.C.).

Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/

Tal civilização era localizada no Nordeste da África, atual Etiópia (leste e


norte), Somália, Sudão e Eritréia; fazia divisa com o Mar Vermelho. O
surgimento de Axum esteve historicamente ligado a sua Localização
privilegiada, próxima aos antigos núcleos urbanos cu-xumitas, egípcios e
árabes. Devido às trocas culturais que tal proximidade propiciava, a formação
étnica e cultural dos auxumitas tinha um caráter híbrido. Sua população era
majoritariamente negroide. Sua cultura, entretanto, tinha características
semitas, embora transformados. Sabe-se da presença de tradições como a
circuncisão e a excisão infantil, além do relativo respeito ao Sabá e a presença
de cantos de origem judaica (MUNANGA, ETAL).
Durante os séculos III à V, a civilização de Axum adquiriu caráter
imperial, impondo submissão aos reinos vizinhos da região Noroeste da África
(em particular, Meroé, antiga capital de Kush) e da Arábia meridional. Essa
expansão de Axum permitiu-lhe assumir o controle de vastas terras cultivadas,
até o Mar Vermelho. Por este poder ocupou posição intermediária no comércio
marítimo do Indico, entre os Impérios do Oriente (Chineses, Mongóis e
Hindus) e o Império Romano, então em decadência (Munanga, et al, apud
Barbosa, 2007, p. 2). Da Ilha de Moçambique até a costa Indiana, estendendo-
se ao longo do Indico, havia um circuito de centenas de cidades que em
diferentes fases respondiam por grande absorção de trocas com as sociedades
africanas.
A partir do século V, quando passa por crise social, a civilização auxumita
foi reapropriada pelo Reino Etíope. Todavia, sua característica hibrida
tradicional foi abandonada com a adoção do cristianismo, que havia chegado à
região por volta do século IV. Após a decadência de Axum, a história da África,
em especial, do Norte e Nordeste, esteve diretamente ligada à rápida expansão
islâmica no continente, a partir do final do século VII.
A velocidade desta expansão islâmica na África é marcante. Ema penas
cinquenta anos os muçulmanos (originários ou convertidos) haviam dominado
todo o Norte da África, de Alexandria até Cartago. Entretanto, devido às
guerras internas pelo controle do legado de Maomé, os islâmicos não
mantiveram a unidade original. Na África, ao Norte, três Impérios foram
resultado deste conflito inter-islâmico: Fatímida(X), Almorávidas(XII) d Al-
moádas (XIII). Uma caracterização destes pode ser encontrada em Breve
história da África, de Roland Olivere J.D.Fage. A importância destes Impérios
muçulmanos não está apenas em sua centralidade na região subsaariana e
egípcia, mas também por sua relevância na área subsaariana. Em particular,
nos Reinos e Impérios africanos da África Sudanesa (Noroeste), a partir do
século X, como Gana, Mali, Songai, K anem-Bornu, Iorubás e Hauçás. Na
África, pois, a consolidação do mundo muçulmano favoreceu a consolidação de
Estados e Reinos sudânticos durante a época medieval. Seu papel era
primordialmente mercantil. (BARBOSA,2007, p. 3)
Ainda de acordo com Barbosa (2007, p.3) tal influência se explica, em
grande parte, pelo aumento da escala do mercado internacional via terrestre ou
marítima (Oceano Indico e Pacífico), entre os séculos X e XIV. Era um comércio
em que os europeus tinham papel secundário, diante da expansão dos Impérios
muçulmano, chinês e mongol.
É impossível resumir a riqueza da história desses Reinos e Impérios
africanos desta época em poucas linhas. Geralmente formados antes da
chegada dos muçulmanos à região, suas riquezas estavam associadas ao
comércio com estes, baseado no fornecimento do marfim, cativos e, sobretudo,
ouro. É pelo controle dessas rotas do ouro na região subsaariana, que muitos
destes Reinos e Impérios foram construídos e destruídos no período de
domínio muçulmano, entre os séculos X e XV.
Além do comércio, tais sociedades viviam da pesca (sobretudo songaís),
agricultura e produção artística. Em especial, os hauçás e iorubás, que eram
hábeis artesões e tintureiros. Uma arte apreciada no Golfo de Benim, na África
Ocidental. A vida urbana estava geralmente associada à capital dos Reinos, com
a morada dos soberanos, a administração e uma praça pública para o comercio.
Com exceção dos hauçás, os camponeses ficavam fora dos núcleos urbanos.
Eram civilizações que possuíam culturas próprias e estruturas distintas,
com ascendência religiosa diferenciada. Possuíam um vasto panteão de
divindades relacionadas às forças da natureza e aos antigos fundadores do
Reino. Os iorubás, em particular, tinham um complexo e sofisticado sistema
cultural, baseado na hierarquia e nas influências recíprocas de suas principais
cidades: Ifé, Benin e Oio. O livro citado de Joseph Ki-Zerbo (1979) é importante
fonte de informação sobre a África Sudanesa à época.
Além desses Impérios e Reinos sudaneses, durante a época medieval a
África viu o surgimento de duas civilizações relevantes na África Central:
Império de Monomotapa e o Reino do Congo. O Império de Monomotapa
ocupava uma vasta área entre o atual Zimbábue, África do Sul, Malavi e
Moçambique. Sua origem está associada à chegada dos Xonasa região, que
teriam colonizado as populações locais. Do século XII ao XV, construíram
centros urbanos consideráveis, dos quais as muralhas de pedras ainda
existentes são provas vivas, em particular a Acrópole e a Muralha do “Grande
Zimbábue”. Criadores de gado, os monomotapas eram também hábeis
comerciantes, estabelecendo trocas com os muçulmanos e mercadores
chineses, pelo porto de Sofala, controlado pelos primeiros. (BARBOSA, 2007,
p. 4)
A Costa Oriental da África, aponta Barbosa (2007, p.4), entre os séculos
XI e XIX foi um importante centro de comércio marítimo entre africanos,
árabes e chineses. Sabe-se que existiam dezenas de cidades para este fim nesta
Costa, desde Moçambique até a Etiópia. Entre estes, Quilóa, Pate, Mogadiço e
Zanzibar. Na Costa Oeste da África Central, vê-se também o surgimento do
chamado Reino do Congo durante o século XIV, ocupando uma área entre a
atual Angola, República Democrática do Congo e Zaire. Tratava-se, em
verdade, de uma confederação de cidades. O reino do Congo foi um importante
núcleo urbano da região. Estima-se que quando os portugueses chegaram com
Diego Cão, em 1482, sua população chegava aos milhões de habitantes. Possuía
uma estrutura política descentralizada, tendo por base as chefias das aldeias e
o soberano, intitulado de Manicongo. Essa estrutura social foi
significativamente alterada com a chegada dos portugueses. Após a instauração
do Regimento de 1512, o Congo se transformou em poder intermediário de
Portugal na Costa Ocidental africana. Foi dela, em1532, que os portugueses
enviaram os primeiros africanos escravizados para São Vicente, Brasil.
Durante o século XVI, por interesse dos portugueses, outro poder local, o
Reino de Angola, se constitui como porta de saída para o tráfico. Pela ação
destes dois polos, veio grande parte dos africanos escravizados para o Brasil
durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Eram de origem bantu. Uma ampla
comunidade étnica, definida por sua identidade linguística e cultural com
diversos povos distintos da Costa Leste e Oeste da África Central.
Após a ação colonizadora dos portugueses, outras nações europeias entre
os séculos XVI e XVII construíram fortes ao longo do litoral africano.
Sobretudo na chamada Costado Ouro (desde então, Costa dos Escravos),
Noroeste da África. Eram principalmente holandeses, ingleses, franceses e
espanhóis. Tratava-se de uma luta pelo acesso à maior riqueza africana:
pessoas. Um comércio escravista de alto poder lucrativo.

Fonte: http://jornalcultura.sapo.ao/

Evidentemente, como referido, o tráfico de escravos já existia no


continente antes da chegada dos europeus, no século XV. Segundo estimativas,
foi um comércio que escravizou cerca de cinco milhões de africanos. O número
era grandioso, mas não se aproxima, segundo cálculos atuais, dos cerca de
quinze milhões de pessoas envolvidas no tráfico moderno, desde o século XV.
Ademais, o tráfico ocidental tinha uma alta taxa de mortalidade. Estima-se
que ela tenha sido de 80%. Ou seja, para cada pessoa viva que chegava cativa à
colônia, havia cinco pessoas mortas no processo de escravização (captura,
prisão e transporte). Se tais dados estiverem corretos, se conclui que o tráfico
acarretou, pelo menos, em setenta e cinco milhões de mortos. Trata-se do
maior genocídio da história humana. Dois estudos que tratam do assunto desde
uma perspectiva histórica são: A escravidão na África: uma história de suas
transformações (2002), de Paul Lovejoye Decómo. Europa subde-sarolló a
África(1982), de Walter Rodney. (BARBOSA, 2007, p.5)
4. Como os Africanos Lidavam com o Passado: Oralidade, Mitos, Ritos

Fonte: Notibras5

ara Menezes, Castro (2007, s/p) a compreensão do mundo por meio de


P imagens precede àquela da oralidade. A aquisição dos códigos verbais é
apreendida pelos humanos primeiramente como entendimento dos sons
e posteriormente da escrita. Entretanto, a primeira expressão gráfica das
crianças se estabelece por meio da criação de imagens, de desenhos e a
aquisição da escrita acontece em geral por meio da educação formal.
Aguiar (2004, apud Menezes, Castro, 2007, s/p) observa que o ser
humano só tem lembranças de sua infância a partir do momento em que
aprende a falar, pelo fato que a vida anterior está codificada em imagens que se
manifestam provavelmente em sonhos, sensações, sentimentos. Corrobora

5 Retirado em https://www.notibras.com/
ainda essa ideia ao dizer que pelo fato da linguagem imagéticas e analógica não
pode ser construída com negativas “é muito difícil, senão impossível conceber
uma cena negativa usando recursos plásticos”. Em outras palavras a imagem
tem um maior compromisso com o indiscutível, com a verdade.
Pré-concebidamente, a questão da oralidade está frequentemente ligada
a povos ágrafos, ou melhor, tem-se como verdadeiro que o conhecimento, a
história de uma sociedade é transmitida por meio do oral em grupos que não
tem o domínio da escrita, são desprovidas de grafia, contrapondo-se às
sociedades letradas, alfabetizadas. A cultura africana é pautada pela oralidade,
pelo poder que é outorgado à palavra falada. A palavra possui poder de ação e
aquele que não a usa equivale a um ser incompleto, privado de uma parte
essencial de seu corpo. (MENEZES, CASTRO,2007, s/p)
Continuando, Menezes, Castro (2007, s/p) apontam que segundo Bâ
(2003) o poder da palavra falada possui uma energia vital, com capacidade
criadora e transformadora do mundo, garante e preserva ensinamentos “a
tradição oral é a grande escola da vida”. O autor diz ainda que a tradição oral é
ao mesmo tempo: “religião, arte, ciência história, divertimento, recreação, pois
todo pormenor nos remonta à Unidade primordial”.
A narrativa africana é forma de registro tão complexa quanto à escrita, e
incorpora música, dança, interpretação, entonação, o que talvez expresse
melhor essa energia vital. Existe nela uma integração completa entre o verbal
e o não verbal, a palavra e o gesto, a relação da palavra falada e como ela deve
ser falada. (...) para compreender a realidade não há que se separar as partes,
isolando as áreas do conhecimento, pois a compreensão de cada parte, mesmo
resguardadas suas especificidades, remonta ao todo, sem hierarquizações de
conhecimentos e saberes. Tendo por base a iniciação e a experiência, o homem
que se forma na tradição oral é conduzido à sua totalidade (JESUS, 2005, apud
MENEZES, CASTRO,2007, s/p).
A verbalização conforme Menezes, Castro, (2007, s/p) tem tamanha
importância na África que existe uma posição de destaque na sociedade para
profissionais treinados em memorização e transmissão da memória cultural da
comunidade. Esses indivíduos armazenam séculos de crenças, costumes,
lendas, lições de vida, segredos. Tem o compromisso com a verdade, pois
acreditam que a mentira pode provocar o desequilíbrio e desarmonia da
comunidade ocasionada pela perda da sua energia vital. Jesus(2005) ao citar
Vansina – “a oralidade é uma atitude diante da realidade e não a ausência de
uma habilidade” - acrescenta que as sociedades de tradição oral partem desse
princípio, pois a fala não é mero elemento de comunicação cotidiana, mas um
meio de perpetuar a história comum, um meio de preservar a sabedoria
ancestral. Segundo Pierce (apud San-taella,1999) além da linguagem verbal
escrita, o modo de codificação alfabética ocidental de origem grega, existem
outras formas decodificação escrita, diferente da linguagem alfabeticamente
articulada, tais como hieróglifos, pictogramas, ideogramas, formas limítrofes
do desenho.
Partindo do mesmo princípio de Vansina e a despeito dos pressupostos
encontrados nos livros de história, os povos africanos, apesar da tradição oral
estão entre os primeiros a desenvolver em sistemas de escrita. Além dos
hieróglifos egípcios, existem diversos sistemas de escrita desenvolvidos antes
da influência árabe. O fato de priorizarem a verbalização não demonstra
incapacidade de produzir em sistemas de grafia. Retomando-se o que foi dito
anteriormente sobre o compromisso que tanto a oralidade como a imagem tem
com a verdade, pode-se concluir ainda que o fato dos sistemas de escrita
sociedades orais africanas serem basicamente figurativos têm aí sua origem. As
inúmeras composições gráficas observadas na arquitetura e design africanos
sejam nos objetos de uso cotidiano, ritualísticos, ou mesmo decorativos tem a
finalidade de registrar e transmitir conhecimento. Esses símbolos combinados
transmitem mensagens. Não são considerados alfabetos verdadeiros porque
não existe uma forma única de leitura, podem ser interpretados, mas não lidos.
Entretanto, primeiramente, a definição de termo alfabeto é de “qualquer
sistema de sinais estabelecidos para representar letras, fonemas ou palavras”.
Por outro lado, o ato de ler não está restrito à visualização e entendimento da
coisa escrita com alfabeto, mas significa também perceber (sinais, signos,
mensagem) seja por meio da visão, do tato, compreendendo lhes o significado.
A questão da interpretação é também contestável, uma vez que qualquer texto
ou contexto está sujeito a interpretações diferentes dependendo do ponto de
vista. De acordo com National Museum Of African Artossistemas de escrita
africanos desafiam compreensões convencionais da palavra escrita como algo
estático aplicado só ao papel e demonstrando outras formas dinâmicas e
criativas do uso da escrita, ou da ideia de escritura. (MENEZES,
CASTRO,2007, s/p)
Nesse âmbito Menezes, Castro (2007, s/p) colocam que baseando-nos em
Nascimento(1996) e na documentação do National Museum Of African Art
podemos destacar os seguintes sistemas de escrita africanos, os quais podem
aparecer individualmente ou em conjunto:
 Pictóricos: os grafemas (a menor unidade construtiva num sistema de
escrita) constituem-se de imagens icônicas;
 Ideográficos: símbolos abstratos que por convenção, carregam conceitos,
ideias;
 Fonológicos (alfabéticos ou silábicos): que representam os sons da
linguagem (fonemas- unidade mínima distintiva no sistema sonoro de
uma língua- ou sílabas) e que em conjunto representam palavras e
permitem compreensão mais imediata;
 Escrita por meio de objetos: arranjos convencionais de peças para
transmissão de informações.

Um dos exemplos mais interessantes do ponto de vista da expressão


gráfica são os pictogramas da etnia Edo (ou Ido), do Benine sul da Nigéria, que
combinam cores e gráficos que podem ser observados na figura abaixo. O
sistema baseia-se em círculos, círculos combinados com setas e pontos. As
setas posicionam-se acima ou abaixo dos círculos, e os pontos podem aparecer
acima, abaixo, à esquerda ou direita dos mesmos. As cores utilizadas são sete
cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, cian-azul-violeta. Os textos são
apresentados em forma de matriz, com sete linhas e representados em
conjuntos de sete linhas e sete colunas (os mais comuns–podendo às vezes
aparecer nove colunas) sendo que as cores nunca se repetem na mesma coluna.
Por outro lado, os símbolos são sempre os mesmos em cada coluna. Como
ideogramas têm-se os seguintes exemplos: o sistema gráfico Nsibidi utilizado
por povos do sudeste da Nigéria e sudoeste de Camarões para transmitir
ensinamentos de filosofia; os Adinkra, talvez os mais conhecidos, usados pelos
Akan/ Ashanti; os Sona ou Tusona, sistema de povos de Angola e Zâmbia. (ME-
NEZES, CASTRO,2007, s/p)

Escrita do Povo e do, Que Combina Sinais e Figuras

Fonte: MENEZES, CASTRO (2007, s/p)

Para Osunbunmi (s/d, s/p) a escravidão não congelou a alma, nem


paralisou o pensamento dos Mandinga, Yoruba, Bantu, Fanti, Asanti, E wê-Fon
ou Akan. É a hora de esquecer o esquecimento. A memória existe e há
memórias que surgem em contos e relatos, em mitos e crenças, em toques e
silêncios de tambores. Também no gesto, na dança e na ética do viver ou do
morrer.
Os escravos africanos trazidos durante os quase quatro séculos de regime
escravocrata eram originários das regiões do Sudão ocidental, da África
equatorial e de Angola. Suas origens étnicas puderam ser reconstruídas através
das pesquisas feitas nas últimas cinco décadas. Ao serem estas culturas um
fator que define a identidade de uma boa parte das Américas, os estudos feitos
até hoje sobre as etnias africanas, embora numerosos, ainda são insuficientes.
A pesquisa sistemática das culturas que deram origem aos grupos afro-
caribenhos não existe em muitos de nossos países. A abordagem da África
ocorre a partir da demografia, que utiliza dados, às vezes falsos, da demografia
escravagista para a reconstrução da história. O estudo da oralidade na África
negra tem acontecido desde perspectivas diferentes, conforme as disciplinas
que se interessaram no tema. Os folcloristas viram, nestas formas de expressão
cultural, sobrevivências de tradições desaparecidas. Para os etnologistas, é um
reflexo da sociedade contemporânea e uma maneira de ensinar ou transmitir
os valores de grupo. Os psiquiatras, seguindo Freud, explicam-nas como
maneiras de expressar os problemas psicológicos. (OSUNBUNMI, s/d, s/p)
Conforme Osunbunmi (s/d, s/p) a literatura oral africana é tudo isso ao
mesmo tempo, mas não devemos esquecer que um mito, um conto, um
provérbio, uma adivinhação é uma criação grupal, e deve ser vista assim,
portanto, tem certas regras e para compreendê-la, é preciso analisar sua forma
e seu conteúdo a partir de um enfoque multidimensional. O estudo deve ser
feito seguindo as linhas essenciais que a definem.
Cada texto oferece vastas possibilidades de análise, que vinculam as
obras de literatura oral com outros aspectos da mesma cultura. A língua, a base
léxica e a sintaxe são fatores que, dada sua dimensão na oralidade tradicional,
fazem com que a mesma seja uma forma de expressão mais rica que a língua
correntemente falada. Na tradição oral, há fórmulas de abertura e de
encerramento, modalidades, onomatopeias, diminutivos e aumentativos, etc.
Há gêneros fixos e livres; nos primeiros, o texto permanece inalterável
(provérbios, enigmas, fórmulas, esconjuros) e, por isso, a língua é arcaica. Já
nos gêneros livres, a formulação, de fato, pode mudar (contos, relatos, etc.).
Os sistemas narrativos anteriormente mencionados têm variáveis que
dependem do narrador e de seu auditório. Alguns contos são mimados e
formam um pré-teatro. Nenhum narrador transmite palavra por palavra o
texto recebido por tradição oral; nesta liberdade reside justamente a riqueza e
a diversidade da literatura falada. Algumas sociedades têm a tradição de relatar
histórias em grupo. Por exemplo, narram contos entre duas ou mais pessoas,
fazem mímica, cantam em coro, etc.
A gramática do conto envolve uma estrutura narrativa, como exemplo, as
sequências nas que se deve repetir. A linguagem dos relatos oferece uma
infinita variedade de vocabulário, segundo a sociedade emissora da obra.
Afirma-se que não existe uma sociedade no mundo que não tenha, em seu
acervo, criações como essas, que se transmitem na tradição cultural. Em
algumas sociedades, estas formas se conservam e obedecem à necessidade de
manter vivos certos elementos da cultura, que não se conservam de nenhuma
outra maneira. É o caso dos relatos e das reconstruções genealógicas
conservadas na África através dos séculos, associados aos feitos importantes
(míticos em alguns casos) de heróis de cada etnia. Este é o patrimônio
depositado nos Gritos, esses portentosos historiadores orais Peuls do Sudão
ocidental. (OSUN-BUNMI, s/d, s/p)
No vocabulário dos relatos, os atores: homens, animais, plantas, gênios,
etc., ocupam seu lugar e possuem um simbolismo particular em cada
sociedade. Estes elementos permitem a criação de um repertório de metáforas
e metonímias. As ações e os gestos podem ser de compreensão universal, ou
particular da sociedade em questão. Os acessórios do narrador (joias,
vestimenta, fantasia, etc.) também têm um valor simbólico.
Cada mito (muitos contos são restos de mitos) deve ser decodificado, pois
nele há uma mensagem implícita. O relato se decodifica no decurso de sua
repetição. Ao lado da mensagem implícita está a mensagem explícita, que não
tem a mesma importância, pois não modifica a estrutura interna do texto. A
função dos motivos explícitos é marcar o final do conto, do relato, ou de uma
reconstrução genealógica. A oralidade, portanto, transmite a mensagem de
uma maneira indireta comum a linguagem codificada. Já o simbolismo, que é
múltiplo nos contos, pode diminuir ou aumentar os conflitos internos de uma
sociedade.
Na oralidade, os africanos conservaram uma fonte viva de suas culturas
tradicionais. Ao recuperarem a palavra, os novos países independentes, livres
do peso do colonialismo, puderam reconstruir sua ancestralidade e delinear
seus projetos de cultura nacional. Os “livros” da experiência milenar africana
foram guardados na memória dos idosos. “Quando morre um ancião, diz
Hampaté Bâ, africano, se perde uma biblioteca”.
A história não escrita dos povos africanos pode ser procurada no
inconsciente da vida social, isto é, nas estruturas, analisando a cultura e a
literatura oral em todos os seus gêneros. Contudo, ao se admitir que cada
sociedade tem uma cultura e uma história, a consciência histórica começa a se
delinear. A consciência nasce ao espírito de uma ideologia global que superou
as divisões étnicas de um país, para dar lugar a uma reconstrução paciente das
sequências temporárias com a ajuda de todas as ciências auxiliares:
arqueologia, etno-botânica, glotocronologia, etnologia, etc. A oralidade não é
só o espelho de uma sociedade, também pode mostrar as contradições internas,
sociais e psicológicas que se tornam perceptíveis na palavra. O fator
persistência está ligado a uma instituição muito importante, imprescindível, e
só aprofundando em seu estudo, poderemos chegar a conhecer a alma africana.
Estamos falando no tambor. Raramente, os historiadores e os etnologistas
ocidentais abordaram o estudo da rítmica percutiva como substituta da
escritura na África. (OSUNBUNMI, s/d, s/p)
Concluindo, Osunbunmi (s/d, s/p) diz que os tambores são o elo com o
passado; sendo um meio de comunicação, de acompanhamento de danças, de
transmissão de mensagens sagradas ou profanas, o tambor foi o guardião da
memória recordação, como se denomina a capacidade dos africanos de
conservar, transmitindo de pais para filhos, os valores de sua tradição e os
códigos de sua identidade, unificando as emoções coletivas.
A glotocronologia é uma técnica para calcular a separação temporal entre
duas línguas que se supõe aparentadas. Está baseada na percentagem de
palavras que são substituídas por outras. Morris Swadesh baseando-se em
dados de diferentes famílias linguísticas, cuja história é conhecida por
documentos, estimou que devido a mudanças internas e contribuições
externas, aproximadamente 14% das palavras básicas do vocabulário de uma
língua são substituídos a cada intervalo de mil anos. Aglotocronologia é um
método de estudo cujos resultados não podem ser precisos. De qualquer forma,
está proposta para a investigação da evolução daquelas línguas que carecem de
textos escritos, pelo que há que descartar o método comparativo, usado para a
reconstrução do indo-europeu e buscar alternativas de investigação.
A dança não se desenvolve sem o tambor, que é a escritura sonora que o
dançarino deve acompanhar a oler, ouvindo, seu ditado. A escritura do tambor,
“pode difundir as notícias mais rapidamente que a escritura gráfica”. Para
compreender o valor semântico do tambor, é necessário remeter-se às línguas
africanas, que são sistemas fônicos com estratos sonoros que dão às palavras
um significado diferente, conforme a gravidade sonora dos vogais. Os sistemas
de escritura são pouco adequados para escrever os tons graves, agudos e
intermédios, sobretudo estes últimos. Em nenhuma escritura existem signos
que possam representá-los. Em troca, o tambor reproduz com fidelidade a
linguagem tonal das línguas africanas.
A linguagem do tambor é, portanto, a reprodução imediata e natural da
língua: é uma “escritura” inteligível para qualquer pessoa que tenha a prática
suficiente, só que, ao invés de se dirigir à vista, está destinada ao ouvido. O
europeu jovem aprende a relacionar, na escola, os sinais óticos com os sentidos;
do mesmo modo, o africano jovem tinha que aprender outrora a arte de captar
os sinais acústicos do tambor. (OSUNBUNMI, s/d, s/p)
5. A África Sob o Imperialismo Colonialista no Séc. XIX

Fonte: Estudo Help6

S egundo Bergamini (2008, s/p) até fins do século XVIII, a expansão


colonizadora da Europa derramou-se principalmente pelo continente
americano. A colonização foi alimentada pela Revolução Comercial e teve,
portanto, caráter mercantilista. Visava a enriquecer e fortalecer o Estado,
mediante a obtenção de colônias: fontes de renda, pela exploração das suas
riquezas e pelo regime do monopólio. O colonialismo europeu mercantilista
procurava, sobretudo, metais preciosos (ouro, prata) e produtos tropicais, cuja

6 Retirado em https://estudo-help.com.br/
venda sustentava os exércitos das metrópoles e financiava as constantes e
exaustivas guerras, provocadas pelas ambições nacionalistas na Europa.
No século XIX– de par com a Revolução Industrial–surgiu um novo
expansionismo europeu, de cunho imperialista, que se lançou à conquista dos
demais continentes, com exceção da América (defendia pela doutrina Monroe).
Este novo imperialismo europeu estendeu-se especialmente pela África e a
Ásia. Não era apenas colonialista (do antigo tipo mercantilista): também era
estratégico (militar)e econômico. Cobiçava novas fontes de matérias-primas;
não ouro e especiarias, mas elementos indispensáveis à indústria. E
ambicionava novos mercados. (BERGAMINI, 2008, s/p)
Para Bergamini (2008, s/p) havia necessidade de novas fontes de
matérias- primas, sobretudo ferro, cobre, petróleo, manganês, trigo, algodão e
de novos mercados para o consumo dos produtos industriais das metrópoles;
superpopulação da Europa e consequente necessidade de novas áreas para o
excesso de habitantes. Os colonos continuariam a ser cidadãos e forneceriam
contingentes humanos para os exércitos das metrópoles; necessidade de
aplicação dos capitais excedentes; desejo da conquista de bases estratégicas
(sobretudo para segurança do tráfico marítimo); espírito e ambições
nacionalistas. (...) (BERGA-MINI, 2008, s/p)

Colonização Francesa

Segundo Bergamini (2008, s/p) em1830, sob o reinado de Carlos X,


iniciou-se a conquista da Argélia. Terminou em 1857, sob o reinado de
Napoleão III.
Fonte: https://francesobjetivo.com.br/

A Tunísia foi facilmente ocupada em 1881 (provocando o desagrado da


Itália). A conquista do Marrocos (1900-1912) deu margens à “questão
marroquina” franco-alemã. A oposição da Alemanha às atividades colonialistas
da França, no Marrocos, provocou dois graves incidentes, que quase
desencadearam a guerra: o de Tanger (1905) e o de Aghâdir (1911). A final após
obter concessões territoriais no Congo (Camerun, hoje República de Cama-
rões), a Alemanha consentiu (1911) no protetorado francês sobre o Marrocos, o
qual foi oficialmente estabelecido em 1912. De 1855 a 1900, a França
conquistou o Sudão (África Ocidental Francesa): Saara, Senegal, Guiné, Costa
do Marfim, Dahomey (Daomé) e os territórios do Niger. De 1875 a 1885
apossou-se de imenso território à margem direita do Congo e do seu afluente
Ubangui. (África Equatoriana Francesa).
Em Madagáscar, a colonização francesa começou no século XVII.
Mas a conquista de toda a ilha só se realizou numa campanha militar em
fins do século XIX (1895-1896). A Somália francesa (em frente ao estreito de
Babel Mandeb) foi conquistada em 1888.

Colonização Inglesa

A Inglaterra apoderou-se, a pouco a pouco, das partes mais valiosas da


África:
Região leste: Em 1882, estabeleceu o protetorado britânico sobre o
Egito. Mais tarde realizou novas conquistas, formando um bloco unido de
possessões, no leste africano: África Ocidental Britânica, hoje Quênia (1884),
Rodésia (1889), Uganda (1890), Sudão Anglo-Egípcio (1898).
Região ocidental: Apoderou-se de Gâmbia, Serra Leoa, Costa de Ouro
e Nigéria.
Região sul: No sul, desde a guerra com Napoleão, possuía a colônia do
Cabo (arrancada aos holandeses). Em 1885, descobriram-se minas de ouro em
Johanesburgo (Transvaal). Pouco depois, a Inglaterra provocou a guerra contra
os bôers, calvinistas de origem holandesa, agricultores, estabelecidos em duas
pequenas repúblicas–Transvaal e Orange– as quais, após a vitória
inglesa(1899-1902), foram ligadas às colônias do Cabo e de Natal. Todas elas,
juntas, formaram em 1910 a União Sul-Africana.
Transvaal foi uma das províncias da África do Sul entre 1910 e 1994, com
capital em Pretória. A província como tal já não existe. Em 1994, o território do
Transvaal foi dividido em quatro novas províncias: Gauteng, Noroeste,
Limpopo e Mpumalanga. A lise encontra Wit-watersrand, o complexo
industrial mais importante da África do Sul. No século XIX, Transvaal
designava os territórios que se constituíram em uma república bôer
denominada Zuid-Afrikaansche Republiek (República sul-africana),
informalmente referida como República do Transvaal. Esses territórios
ocupavam toda a parte norte da África do Sul, situados a montante do rio Vaal
até ao rio Limpopo. Anexado pelos Britânicos em 1902, o Transvaal tornou-se,
em1910, uma das quatro províncias sul-africanas.

Colonização Alemã

Tendo de realizar, primeiramente, a sua unidade nacional– a Alemanha


apareceu tardiamente no cenário colonial africano. Mesmo assim, obteve o
Camerun, hoje república dos Camarões (1884), e Togo (1885), no golfo da
Guiné. Ainda em 1884 conquistou a África do Sudoeste, hoje fideicomisso da
ONU. Em 1885 apoderou-se da África Oriental, hoje Tanzânia. A Alemanha
perdeu todas as suas colônias africanas, após a Primeira Guerra Mundial.

Colonização Italiana

A Itália também entrou tardiamente na “corrida colonialista”. Obteve a


Eritréia(1885), no Mar Vermelho, e a Somália italiana (1892), no Oceano
Índico. Mas, ao tentar conquistar a Abissínia, sofreu a esmagadora derrota de
Árdua (1896), às mãos dos soldados do “negus” MenelikII, o soberano etíope.
Em 1911, arrebatou aos turcos a Tripolitânia e a Cirenaica, que foram reunidas
sob o novo nome de Líbia.

O Congo Belga

O Congo é uma enorme e riquíssima região central da África. Foi,


primeiramente (1885-1908), propriedade particular de Leopoldo II, rei dos
belgas. Em 1908, a Coroa belga vendeu esse território à Nação. O Congo passou
a ser, colônia da Bélgica.

Espanha e Portugal

A Espanha obteve, em 1885, pequenos territórios de reduzido valor: Rio


de Oro e a Guiné espanhola. E, mais tarde(1912), um pequeno protetorado na
região norte do Marrocos. Portugal conservou, além da pequena Guiné
portuguesa, duas vastas colônias: Angola e Moçambique. (BERGAMINI, 2008,
s/p)

Sobre a África do Sul

De acordo com Rosa (s/d, s/p) os europeus tomam contato com a região
em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias contorna o Cabo da
Boa Esperança. Ponto estratégico na rota comercial para a Índia, e habitada
por grupos negros de diversas etnias (bosquímanos, khoi, xhosas, zulus), a
região do Cabo começa a ser povoada por imigrantes holandeses no século
XVII. Lentamente, os colonos passam a considerar a região como sua pátria e
adotam uma língua própria, o africâner. Em 1806, os ingleses tomam a Cidade
do Cabo e lutam, simultaneamente, contra os nativos negros e os descendentes
de holandeses (bôeres), como objetivo de se instalar na região. Os choques
levam os bôeres a emigrar maciçamente para o Nordeste (a Grande Jornada,
em 1836), onde fundam duas repúblicas independentes, o Transvaal e o Estado
Livre de Orange.
A entrada de colonos ingleses em Orange e no Transvaal provoca tensões
que resultam na Guerra dos Bôeres (1899-1902) e termina com a vitória dos
ingleses. Os estados bôeres são anexados pela Coroa britânica e, em1910,
juntam-se às colônias do Cabo e de Natal para constituir a União Sul-Africana.
A população bôer passa a se chamar africâner.
A partir de1911, a minoria branca, composta de ingleses e africânderes,
promulga uma série de leis com o objetivo de consolidar o seu poder sobre a
população, majoritariamente negra. Essa política de segregação racial
(apartheid, do africâner separação) é oficializada em 1948, com a chegada ao
poder do Partido Nacional(PN)–a força política dominante por mais de 40
anos. O apartheid impede o acesso dos negros à propriedade da terra, à
participação política e às profissões de melhor remuneração. Também obriga
os negros a viver em áreas separadas das zonas residenciais brancas. Os
casamentos mistos e as relações sexuais entre pessoas de raças diferentes
tornam-se ilegais. (ROSA, s/d, s/p)
Ainda de acordo com Rosa (s/d, s/p) a oposição ao regime do apartheid
toma forma na década de 50, quando o Congresso Nacional Africano (CNA),
organização negra fundada em 1912, lança campanha de desobediência civil.
Em 1960, a polícia mata 67 negros que participavam de uma manifestação
liderada pelo CNA em Sharpeville, uma favela situada a 80km de Johanes-
burgo. O “massacre de Sharpeville” provoca marchas de protestos em todo o
país. Como consequência, o CNA é declarado ilegal. Seu líder, Nelson Mandela,
é preso em 1962 e depois condenado à prisão perpétua.

Fonte: https://www.dw.com/

Em 1961, a África do Sul obtém sua independência completa, após um


plebiscito que decide por sua saída da Comunidade Britânica. Nos governos
dos primeiros-ministros Hendrik Verwoerd (1958-1966) e B.J. Voster (1966-
1978), a política do apartheid agrava-se. Uma série de leis aprovadas nesse
período classifica e separa os negros em diversos grupos étnicos e linguísticos,
gerando um processo que desemboca, em 1971, na criação dos bantustões–dez
nações tribais independentes, instaladas em uma área correspondente a 13%
do território sul-africano, onde os negros são confinados.
O domínio branco começa a enfraquecer-se com o fim do império colonial
português (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia (atual
Zimbábue), em 1980. Em1984, uma revolta popular contra o apartheid leva o
governo a decretar a Lei Marcial. A comunidade internacional reage: vários
países decretam sanções econômicas como meio de pressão pelo fim do
apartheid. (...) Em 1987, o Partido Nacional perde votos entre os eleitores
brancos, tanto à direita (Partido Conservador, para quem o governo deveria ser
mais “duro” contra os negros quanto à esquerda (Partido Democrático, que
queria acelerar as reformas). Mas as mudanças significativas teriam de esperar
até a posse de um novo presidente: Frederikde Klerk, que substitui Botha em
1989. Em fevereirode1990, Mandela é libertado e o CNA recupera a legalidade.
De Klerk revoga leis racistas e inicia o diálogo com o CNA. Sua política,
criticada pela direita, é legitimada por um plebiscito só para brancos, realizado
em 1992, em que 69% dos votantes se pronunciam pelo fim do apartheid.
(ROSA, s/d, s/p)
6. Os Processos de Descolonização e de Independência da África no Séc.
XX

Fonte: Conhecimento Cientifico7

7 Retirado em https://conhecimentocientifico.r7.com/
A descolonização na África passou por várias etapas até que
os países sob a influência estrangeira conseguissem alcançar a
independência. As principais organizações que contribuíram para o
arranque deste processo foram a Sociedade das Nações -SDN- (no pós
Primeira Guerra Mundial) e a ONU (no pós Segunda Guerra
Mundial). ASDN, com o fim das hostilidades internacionais em 1918,
decidiu retirar os privilégios que os países perdedores tinham sobre
as suas colônias africanas. Consequentemente, a Itália e a Alemanha
tiveram de abdicar da sua condição de países colonizadores, uma vez
que as colônias que controlavam foram atribuídas aos países
vencedores. A Organização das Nações Unidas deliberou, no final da
Segunda Guerra Mundial e com a ajuda dos EUA, que a Europa
Deveria desfazer-se do seu passado colonialista, conferindo a
independência aos países africanos.
Deste modo, com o fim da Primeira Grande Guerra, a Alemanha
foi forçada, em 1920, a deixar o Togo (que controlava desde 1884), os
Camarões (em1916) e a África Oriental Alemã (a mais importante
colônia daquele país). A Itália, outra das potências colonizadoras,
também perdeu o domínio africano em pouco tempo. A Líbia, que os
italianos tinham anexado ao seu território em 1912, foi perdida
durante a Primeira Guerra Mundial, embora em 1918 a Itália a tenha
reconquistado. Com a subida de Mussolini ao poder, em 1925, os
italianos tentaram invadir a Etiópia. Como consequência do ato
imperialista, a Sociedade das Nações interveio, declarando a Itália um
Estado agressor, ao qual foram impostas retaliações econômicas. Mas
o conflito com os etíopes continuou e, em 1936, a Etiópia foi anexada
às colônias italianas. Este país conseguiu a independência em 1942,
graças à debilitação que a Itália sofreu com a participação na Segunda
Guerra Mundial. Com o fim deste conflito a Itália é forçada a

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renunciar às suas colônias, das quais abre mão, continuando apenas,
até1960, com o domínio sobre a Somália. Entre 1941 e 1945
mantiveram-se como grandes potências colonialistas Portugal,
Inglaterra, França e Bélgica. (INFO-PÉDIA, s/d, s/p)
Ainda de acordo com a Infopedia (s/d, s/p) o domínio britânico
centrava-se na África do Sul (que compreendia o Cabo, Natal, os
Estados Livres de Orange e o Transvaal). Esta junção de colônias deu
origem à União da África do Sul, que tinha participado em ambas as
guerras mundiais. Nos anos 30, a Inglaterra iniciou o regime do
apartheid, que consistia na separação das raças branca e negra, a nível
político, econômico e social. A atitude britânica foi constantemente
criticada pela ONU, e em 1961 a União da África do Sul deixou de estar
inserida na Com-monwealth, passando a República da África do Sul,
sob o estatuto de independente. A maior oposição ao colonialismo
britânico veio do Egito, que conseguiu a independência em 1953
depois de alguns anos de confronto entre a resistência nacionalista e
as tropas monárquicas. A luta dos egípcios foi determinante para
a descolonização do mundo africano, uma vez que serviu de exemplo
para países como o Sudão, que rapidamente se empenhou na
conquista da independência em 1956.
As colônias francesas estendiam-se pelo norte e noroeste do
continente africano: Argélia, Tunísia e Marrocos. Este último foi o
país que maior resistência trouxe ao domínio francês. Em 1921
organizou-se um movimento armado que lutava pela independência,
e só em 1926, com a ajuda de Espanha, é que a França conseguiu fazer
capitular o líder do grupo. Novos levantamentos tiveram lugar entre
1943 e 1944. A independência foi concedida pela França em Março de
1956. A Bélgica teve o seu maior desafio no Congo. Em1960, dezessete
antigas colônias tinham alcançado a independência, fato que trouxe
novo alento à população congolesa.
Commonwealth (em inglês: Commonwealth of Nations) é uma
associação de territórios autônomos, mas dependentes do Reino
Unido, criada em 1931 e formada atualmente por 54 nações, a maioria
das quais independentes, mas incluindo algumas que ainda mantêm
laços políticos com a antiga potência colonial britânica.

Fonte: https://escolaeducacao.com.br/

A Commonwealth tem historicamente por objetivo promover a


integração entre as ex-colônias do Reino Unido, concedendo
benefícios e facilidades comerciais, mas agora os seus objetivos
incluem a assistência educacional aos seus países-membros e a
harmonização das suas políticas. Atualmente os países da
Comunidade representam cerca de 30% de todo o comércio mundial.
A maioria dos membros da Common-wealth são antigas colônias do
Reino Unido, com duas notáveis exceções, Moçambique e Ruanda.
Moçambique foi colônia portuguesa e se tornou membro em 1995,
graças ao apoio dos seus vizinhos, que foram colônias britânicas. Em
2009 foi a vez do Ruanda, antiga colônia belga, se tornar membro.
Nem todas as ex-colônias do Reino Unido estão na Comunidade. O
Zimbábue saiu da Commonwealth em 2004.
Os Estados Unidos da América, ex-colônia britânica, não
pertence à Commonwealth.
A guerra civil tornou-se inevitável e a Bélgica não conseguiu
acalmar os revoltosos. A independência da então República
Democrática do Congo foi proclamada em 30 de Junho desse ano,
mas as forças belgas não retiraram do território. Por mais cinco anos
verificaram-se vários confrontos internos, motins e uma
intervenção das Nações Unidas; um caos que acabou com o início da
ditadura militar em 25 de novembro de 1965, protagonizada pelo
general Mobutu. Portugal foi dos últimos países europeus a deixar as
colônias. Depois da Segunda Guerra Mundial, a ONU começou a
pressionar a Europa no sentido de pôr termo às tradições
colonialistas. Depois de França e Inglaterra terem deixado grande
parte das suas colônias, até ao final da década de 60, a pressão sobre
Portugal aumentou, mas Salazar não tinha intenções de abandonar as
suas fontes de riqueza. Contudo, a independência dos territórios sob
a administração portuguesa tornou-se inevitável com a queda do
regime ditatorial, a 5 de Abril de 1974. A imagem política africana
sofreu uma alteração profunda em vinte anos. Surgidos nas primeiras
décadas do século XX, foi no final da Segunda Guerra Mundial que os
pequenos movimentos nacionalistas e a favor das independências
ganharam força, levando à queda das potências colonizadoras. O
processo da descolonização da África só ficou concluído em 1981.
As décadas 70 e 80 foram caracterizadas pela concretização das
últimas independências de países africanos: Guiné-Bissau (1974),
Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola(1975),
Seychel-les(1976), Djibuti e Botsuana (1977), Zimbábue(1980) e
Ciskei (1981), embora estas duas repúblicas não sejam Reconhecidas
como tal internacionalmente. (INFOPÉDIA, s/d, s/p)
7. Referências Bibliográficas

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