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Rita de Fátima Alves Luengo (1); Adonai Gimenez Calbo (2); Angelo Pedro Jacomino(3)
(1)
Engenheiro Agrônomo, Doutor, Embrapa Hortaliças, km 09 BR 060 Caixa Postal 218, 70359-970
Brasília-DF. Extraído da Tese de Doutorado apresentada pelo primeiro autor à USP-Esalq SP,
luengo@cnph.embrapa.br;
(2)
Engenheiro Agrônomo, PhD, Embrapa Instrumentação Agropecuária Rua XV de Novembro, 1452, 13560-
970 São Carlos, SP, adonai@cnpdia.embrapa.br ;
(3)
Engenheiro Agrônomo, Doutor , USP – Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz
de Queiroz”, Avenida Pádua Dias, 11 – Caixa postal 9, 13418-900 Piracicaba-SP, Brasil,
jacomino@esalq.usp.br.
RESUMO
Dentre as causas de perdas pós-colheita de hortaliças e frutas no país, as mais
importantes são o manuseio inadequado e os conseqüentes danos mecânicos infringidos
ao produto. Estes problemas podem ser solucionados ou diminuídos com o emprego de
embalagens adequadas. O objetivo deste trabalho foi calcular a densidade aparente de
hortaliças e frutas para conhecer a quantidade de produto a ser acomodada em novas
embalagens, sem a necessidade física de realizar esta tarefa. A densidade aparente de
hortaliças e frutas nas atuais embalagens de comercialização variou de 0,14 a 0,69.
PALAVRAS-CHAVE: embalagens, logística, perdas pós-colheita, tecnologia.
ABSTRACT
Apparent density of vegetables and fruits in their most used packages in Brasil.
Improper handling and mechanical injuries are the most important post-harvest
losses causes in Brazil. These problems can be solved or minimized with correct package
use. The purpose of this paper was to calculate the apparent density of vegetables and
fruits in order to know the quantity of product that can be transported in new packages,
without having to do it physically. Apparent density in fruits and vegetables ranged from
0.14 to 0.69.
KEYWORDS: package, logistic, post-harvest losses, tecnology.
INTRODUÇÃO
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MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia para medida da densidade aparente de hortaliças e frutas nas
embalagens mais usadas atualmente no mercado brasileiro constou, inicialmente, da
pesagem do conteúdo líquido de produto. Foram utilizadas cinco repetições para cada
produto, sendo cada repetição constituída de uma embalagem. Foram escolhidas
embalagens representativas de cada produto, isto é, aquelas mais utilizadas em sua
comercialização. A seguir, esta massa foi dividida pelo volume interno da embalagem,
com base em suas medidas internas, comprimento, largura e altura. A pesagem do
conteúdo líquido da embalagem mais usada e o registro de suas medidas internas foram
realizados na Ceasa-DF, porque é um local de distribuição de produtos hortícolas onde se
encontra grande variedade de espécies. Essas pesagens foram feitas sempre às quintas-
feiras, que é o dia de maior movimento na comercialização da Ceasa-DF, para aumentar
a probabilidade de encontrar os produtos.
O cálculo da densidade aparente para cada produto hortícola foi feito com as fórmulas:
D = M/V e V = CLH, onde:
D = densidade aparente do produto hortícola acondicionado na embalagem
M = massa do produto hortícola acondicionado na embalagem
V = volume interno da embalagem do produto hortícola
C = comprimento interno da embalagem
L = largura interna da embalagem
H = altura interna da embalagem
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 1 disponibiliza as informações de densidade aparente de hortaliças e
frutas. Esta informação é útil para estimar a quantidade de produto acomodada em novos
modelos de embalagens, útil para pesquisa e sem a necessidade de realizar o trabalho
físico desta tarefa. Por exemplo, se eu quiser saber quantos quilos de tomate cabem em
uma caixa com as dimensões internas de 28 cm de largura (L), 48 cm de comprimento (C)
e 22 cm de altura (H), basta multiplicar as três dimensões para conhecer o
volume(V=CLH). A densidade aparente do tomate é 0,55. Então, como D=M/V, descubro
que a referida embalagem acomodará 16,3 kg de tomate.
Cabe lembrar que na definição das dimensões comprimento e largura externos
é importante considerar a necessidade de medidas externas paletizáveis, para atender a
legislação brasileira (BRASIL, 2002) e otimizar a área do pálete.
A padronização de produtos e de embalagens passa a ser cada vez mais
importante para a comercialização, que incorpora, dia a dia, novos recursos da
informatização e busca racionalizar e reduzir o custo de processamento em face da alta
competitividade no último segmento do setor - o varejo. GARCIA (2001) afirma que a
organização do setor hortifrutícola nacional com qualificação da mão-de-obra e sistema
de padronização o tornam mais competitivo tanto no mercado interno como no mercado
externo.
Assim, este trabalho pode ser útil no desenvolvimento de embalagens mais
adequadas e contribuir para redução de perdas pós-colheita. A não utilização de
embalagens apropriadas também está ligada a fatores culturais, falta de orientação
técnica, ausência de regulamentação e à natural resistência à mudança dos
comerciantes.
LITERATURA CITADA
BRASIL. Instrução Normativa n. 009, de 12 de novembro de 2002. Embalagens de
produtos hortícolas. Diário Oficial, Brasília, 12 nov. 2002.
GARCIA, J.L. Comércio de frutas na Europa. Disponível: http://www.embrapa.br.
Acesso em: 12 set 2005.
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Tabela 1 - Dimensões internas de embalagens usadas para hortaliças e frutas em 2004, massa, volume e
densidade aparente da fruta ou hortaliça