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A INFLUÊNCIA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL PARA UMA ADOLESCÊNCIA BEM

SUCEDIDA

(Palestra proferida no II Encontro dos Amigos do Portal Escola Dominical)

1. Adolescência: Procurando a identidade social.

- os jovens gostam de se mostrar, de ver e de ser vistos pelos seus semelhantes. Adoram ir a
lugares onde nem conseguem entrar.

- a alteração psíquica supervalorizando o relacionamento com os outros adolescentes pode


alterar o quadro de valores, e não está ligada a agentes químicos.

- a religiosidade entra em ebulição, adquire força das paixões, a fidelidade da melhor amizade,
o fanatismo das torcidas, a adrenalina dos desafios, o prazer da aventura, a intensidade do
amor. É a energia gregária na sua máxima vibração. Veste-se, fala e age como os membros do
grupo. Quanto mais influenciado estiver pela turma, menos aparece o que aprendeu em casa.

Colocar limites nos desejos instintivos é educar.

As regras e disciplinas existem para melhorar a convivência e a qualidade de vida de todos. A


liberdade traz implícita a responsabilidade. Tolher vontades inadequadas faz parte da boa
educação, que visa à saúde social. A criança desde pequena deve conhecer limites para não
ferir, magoar ou prejudicar outras crianças ou pessoas.

... e os filhos são como navios...

A segurança do navio está no porto, mas foram construídos para navegar os mares.

Os filhos sentem segurança, preservação e manutenção nos pais, mas devem ser educados
para navegar os mares da vida com seus riscos, aventuras, terras, culturas e pessoas
diferentes, levando e trazendo conhecimentos, fazendo suas paradas, como os “pit-stop” da
fórmula 1.

FELICIDADE não é fazer tudo o que se tem vontade, mas ficar feliz com o que se está fazendo.

2. Ansiedade, solidão e baixa-estima.

Ansiedade – é uma experiência que gera apreensão, medo, receio antecipado.

As principais causas da ansiedade:

a) pessimismo, negativismo em relação a si mesmo: sofre com a auto-estima baixa, teme

ser rejeitado ou humilhado;

b) ameaças – tais como a reprovação escolar, a separação dos pais, a desconsideração dos
amigos, tendem a causar a ansiedade e a insegurança do adolescente;

c) necessidades não supridas;

O LEITE ALIMENTA O CORPO. O AFETO ALIMENTA A ALMA.

Seis necessidades fundamentais no ser humano:


- sobrevivência – necessidade de continuar existindo;

- segurança – física, emocional e econômica;

- sexo - ser sexual;

- significado – sentir-se valorizado;

- auto-realização – atingir um alvo almejado;

- identidade – saber quem a pessoa é e suas potencialidades.

d) incoerência – adultos incoerentes (pais, professores, líderes religiosos) tornam-os confusos,


inseguros e ansiosos;

e) falsos conceitos embutidos nos jovens:

. Devo me preocupar com os problemas e dificuldades dos outros;

. Sempre existe uma solução correta para cada problema. Devo encontrá-la, senão sofrerei
conseqüências terríveis;

. A infelicidade é causada por circunstâncias exteriores que preciso controlar;

. Devo ser competente e inteiramente apto para me considerar alguém de valor;

. É essencial eu ser aprovado e amado por todas as pessoas de meu círculo de amigos;

. É mais fácil evitar certas dificuldades do que enfrentá-las e resolvê-las;

. Os fatos e experiências ocorridos, anteriormente, determinam meu atual comportamento. Não


posso alterar a influência do passado sobre mim.

f) críticas legalistas – críticas duras e intransigentes, severidade implacável produzem um


sentimento de dolorosa insegurança, auto-estima baixa e intolerância no adolescente
reprimido;

g) expectativas irreais – esperar a perfeição do adolescente é desumano, pois sabemos que


perfeito só Deus.

Conseqüências da ansiedade no adolescente:

* vida espiritual: a frustração quanto ao imediatismo desmotiva seu hábito de orar, de meditar
na Palavra de Deus e de prestar-lhe culto (indo à igreja) porque passa a desconfiar de Deus.

* comportamento: busca o alívio “dormindo” (álcool, drogas) – negando a realidade de sua


ansiedade profunda.

Conselhos desleais e desonestos servem para isolar e afundar ainda mais o adolescente:

- seu problema é de fácil solução, - você precisa orar mais, - você deve ler mais a bíblia, - você
precisa confiar em Deus, - é necessário que você confesse seu pecado, - isso é uma
oportunidade de você exercitar sua fé.

Receita de sucesso:
 Ajude o adolescente admitir que é uma pessoa ansiosa;
 Desafie-o a entregar seus medos a Deus;
 Encoraje-o a não ficar autocentralizado;
 Ore com ele;
 Estimule-o a pensar sobre si positivamente;
 Elabore um plano de ação:
 Ouvir músicas cristãs, * fazer exercícios físicos, * dormir adequadamente, * esforçar-se
para resolver por si mesmo os problemas de medo e ansiedade, * conversar com um
amigo íntimo, *praticar uma atividade esportiva e ter um hobby que seja agradável, *
viver um dia de cada vez – Mt 6:34, * imaginar o que de pior a ansiedade poderia
causar e concluir que não é tão ruim assim, *não deixar as coisas para depois, *
colocar um limite de tempo à respeito de suas preocupações.
 Mt 6:25-34, Fl 4:6,7, I Pe 5:7, II Co 11:28.

A solidão é o reconhecimento doloroso que inunda a vida de milhões de adolescentes, de que


não possuem um relacionamento significativo com outros.

Causas: * o espírito da época, * auto-estima baixa, * relacionamentos familiares inadequados, *


medo, * desejo de independência, *circunstâncias e mudanças temporárias, *inabilidade,
incapacidade ou indisposição para comunicar-se, * repercussão espiritual, *outras causas
(timidez, rejeição, doença física, sentimento de não pertencer, separação física de um ente
querido, conflito não resolvido, incompreensão, crítica de alguém a quem admire e que exerça
influência sobre ele, morte de um ente querido, desejo de possuir um relacionamento que
nunca acontece, hiper-atividade)

A primeira dezena de anos de uma criança é o período que se solidifica a amizade, o


companheirismo, a confiança, o respeito, a lealdade e o carinho entre pais e filhos.

Conselhos ao conselheiro: Paulo em II Tm 4:9-12, 16a

 Torne-se amigo da pessoa solitária;


 Enquanto escuta o solitário, aproveite toda e qualquer chance para afirmar, encorajar e
elogiar o adolescente;
 O adolescente precisa entender quais são as causas básicas que o levaram a ser tão
só;
 Leve-o a conhecer a Jesus;
 Desenvolva as disciplinas espirituais em sua vida;
 Estude sob o ângulo bíblico um tema pertinente às suas necessidades;
 Desafie o adolescente a tomar decisões concretas; (deixar de hibernar, etc)
 Incentivá-lo a sair com um amigo(a);
 Dar ênfase a importância de um retorno aos alvos estabelecidos.

Auto-estima é um senso de auto-valor, auto-respeito. Não é orgulho, convencimento e vaidade.

“O julgamento que seu filho faz de si mesmo influenciará o tipo de amigos que escolherá, como
se relacionará com outras pessoas, o tipo de pessoa com quem se casará e, finalmente, seu
grau de produtividade. A auto-estima afetará sua criatividade, integridade e até se ele será um
líder ou um liderado. Seus sentimentos de autovalor formarão o centro de sua personalidade e
determinarão a utilização de suas aptidões e habilidades. A sua atitude para consigo mesmo
está diretamente relacionada a todas as outras esferas da vida. De fato, a auto-estima selará o
fracasso ou o sucesso da criança como ser humano”.

Três áreas de conflito: aparência, desempenho, status.

Três áreas de trabalho para aumentar a auto-estima:

 Pertencer: eu sou aceito;


 Valor: eu sou alguém;
 Competência: eu sou capaz.

Causas da baixa-estima no adolescente:* expectativa irreal das pessoas, * pais super-


protetores, * abuso, *falta de respeito, *comparações, *rejeição, * pensamentos incorretos,
*características físicas.

Conseqüências: atitudes erradas, problemas interpessoais, problemas de intimidade conjugal,


problema de limitação nas realizações.

Conselho: autenticidade, procure identificar as causas, ajude o adolescente a compreender o


porquê de seus sentimentos de inferioridade, ajude o adolescente a desenvolver declarações
positivas, leve-o a ter uma visão de Deus correta – como ele vê o Senhor e como o Senhor o
vê.

A AUTO-ESTIMA É A PRINCIPAL BASE PARA ENCONTRAR UM BOM LUGAR NO


MUNDO.

3 – Vida escolar, meio ambiente e as mudanças.

O adolescente precisa ter a idéia real da escola: local onde irá usufruir do produto “Educação” e
terá um convívio social saudável.

A bagagem de informação se multiplicou . O ser humano é cobrado de maior conhecimento em


menor tempo de vida.

Na escola está a sua turma, os adultos que tanto quer agradar. Seu modo de falar, agir, pensar
e vestir e seus valores ficam suscetíveis à influência deles.

O meio-ambiente: o adolescente busca a auto-suficiência no próprio ambiente onde ganhou


base, onde sua estrutura foi construída – família.

A Igreja exerce grande influência no adolescente quando conquista credibilidade, quando os


valores pregados são coerentes com a prática, quando o convívio é saudável, as atividades
estimulam o desenvolvimento de seus talentos. A igreja influencia na formação da
personalidade do adolescente.

A sociedade deve encontrar no nosso adolescente um cidadão saudável física, psicológica,


intelectual, sentimental e espiritualmente bem formado, capaz de influenciar positivamente, ser
um agente de mudança no meio que vive.

O adolescente só receberá o conselho se este for precedido de compreensão e solidariedade


nas profundas questões de sua vida.

O conselheiro deve apresentar um estilo de vida equilibrada entre realização pessoal, social e
espiritual, bem como, sua felicidade deve ser autêntica e demonstrar conhecimento profundo
no assunto, para que o adolescente sinta que acatando o conselho obterá sucesso em suas
atitudes.

Mudanças:

Físicas: orgânicas (corpo, reprodução), glandulares (pele, espinhas).

Intelectuais: capacidade crescente para pensar no abstrato; reflete o que lhe foi dito; quer
investigar e descobrir coisas por si só.
Emotivas: flutua entre a alegria e a tristeza. Tem choques e desapontamentos, busca aventura.
Acha o mundo monótono. Começa a admirar as pessoas do sexo oposto e passa a ser mais
seletivo gradativamente.

Espirituais: reexamina as convicções herdadas da família e do grupo social. O prazer pelo


abstrato o faz receptivo à presença de Jesus, à comunhão com Deus e ao mover do Espírito
Santo. Os psicólogos crêem que a idade típica de conversão é pouco antes dos 16 anos.

4 – A interação social: é a troca de experiência no agir, pensar e sentir.

Ex.: um diálogo, um jogo, a leitura de um livro.

A interação social vista pela psicologia se apresenta em:

* Sugestão – interage em idéias;

* Imitação – interage em gestos e atos;

* Simpatia – interage pelos sentimentos.

As formas básicas da interação social são:

 Cooperação entre os seres humanos, é a mais nobre;


 Competição – luta saudável, serve como combustível para crescer;
 Conflito – oposição entre dois pensamentos, duas alternativas, dois competidores,
onde deve prevalecer apenas um;
 Acomodação – após o conflito o ajuste é feito por: coerção, tolerância ou
acordo/compromisso, conciliação;
 Assimilação – absorção de valores e atitudes para minimizar diferenças;
acomodação e assimilação – processo social de ajustamento

5 – O que é a Ira do adolescente?

É um meio de comunicação, porém, quanto mais forte for sua exteriorização, menos eficaz será
sua mensagem.

É a resposta que dá ao seu mundo;

É a demonstração do conflito familiar que vive;

São as necessidade insatisfeitas de afeição e reconhecimento;

É a demonstração de seu egocentrismo.

A ira pode se apresentar em gritos ou silêncio excessivo.

Conselhos:

. Passe tempo de qualidade com seu filho;

. Faça um inventário do seu relacionamento com ele;

. Deixe seus atos falar mais alto que as suas palavras;

. Espere suas emoções intensas se abrandarem para depois conversarem;


. Enfoque a atenção nas coisas que você pode controlar (sua própria reação emocional);

. Evite uma situação potencialmente explosiva entre vocês.

Sobre a Ira:

. Escute o que ela está falando!

. Ei, alguém percebe as minhas necessidades?

. Estou envergonhado dos erros que cometi. Ainda quer me lançar em rosto?

. Meu mundo está fugindo do meu controle. Preciso de socorro!

. Alguém precisa me convencer de que posso tomar decisões.

. Quero aprender tudo sobre a vida já, pra ontem!

6 – Como ajudá-lo a estabelecer relacionamentos saudáveis

Características das pessoas não confiáveis:

 Não reconhecem as próprias fraquezas “acham que não precisam de nada”


 São religiosas e não espirituais
 Não aceitam críticas construtivas
 São convencidas e não tem humildade
 Pedem desculpa, mas não mudam de comportamento.
 Fogem dos problemas em vez de resolvê-los
 Exigem confiança em vez de merecê-la
 Julgam-se perfeitas e não reconhecem as próprias falhas
 Culpam os outros, em vez de assumir as responsabilidades
 Mentem
 São irredutíveis

Relacionamento – é necessário amor e intimidade.

As falsas soluções causam conflitos, mágoas e isolamento.

1 – Fazer o mesmo

A tentativa frustrada de encontrarmos pessoas confiáveis deve no mínimo nos ensinar a não
cair no mesmo erro.

2 – Fazer o oposto

*família controladora – amigos impulsivos

*família caótica – amigos rígidos

*família abusiva – amigos permissivos

Apaixonar-se de maneira reativa:


*uma pessoa reservada e calma com uma descontrolada

*uma pessoa isolada com uma totalmente emotiva

*uma pessoa irresponsável com uma extremamente controlada.

3 – Fazer demais

Maria escolheu a boa parte – Lc 10:42

4 – Não fazer nada

II Tm 4:7

5 – Fazer pelos outros

II Co 9:7 – devemos doar, beneficiar com alegria.

Não podemos usar a bem-aventurança do dar por:

Nossa própria solidão

 Incapacidade de pedirmos consolo às pessoas


 Nosso desamparo
 Sentimento de “estar por baixo”

6 – Fazer uma cirurgia plástica na personalidade

Ef 4:16

 Freqüentar eventos
 Visitar igrejas
 Conviver com pessoas
 Praticar esportes
 Tudo acima feito por intenções, não por prazer.

7 – Fazer sozinho

Deus fica triste com sua solidão. Sl 16:11 – Deus quer trilhar com você a vereda da vida.

Não assimile os pensamentos:

 Não tenho jeito com as pessoas;


 Não tenho qualidades;
 Não sou muito espiritual;
 Estou muito mal para ter relacionamentos;
 Não faço nada direito;
 Estou exigindo muito.

Muitas vezes nos isolamos quando não queremos mostrar nossas fraquezas, não queremos
mostrar a nossa alma, não queremos dar e receber amor, pois, há alegria e tristeza nesse feed-
back, não nos sentimos capazes por não valorizarmos o que somos em Cristo.

Devemos procurar relacionamentos saudáveis porque eles nos proporcionam:


 Aproximação de Deus
 Aproximação das pessoas
 Nos ajudam a ser pessoas verdadeiras, autênticas, segundo o propósito de Deus para
o nosso ser, fazer e ter desde quando nos criou.

A PARCERIA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL com a família é fundamental da formação,


na transformação e na renovação do caráter cristão, da personalidade saudável, do sucesso na
vida do ADOLESCENTE.

NA EBD está a 2ª. chance do adolescente de ser bem encaminhado pelos mares da vida,
passar pela transição de forma segura, equilibrada e tranqüila.

É a EBD que o fará segurar as velas de acordo com o vento, firmar a proa frente as
tempestades e andar sobre as águas nos momentos em que para sobreviver é preciso fé para
atingir o sobrenatural.

Jesus é o porto seguro!

Colaboração para o Portal Escola Dominical: Profa. Rosana Beda Francisco

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